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História da Arte

Renascimento

Na Península Itálica
Renascimento
•  Chama-se Renascimento o movimento cultural
desenvolvido na Europa entre 1300 e 1650 –
portanto, no final da Idade Média e na Idade
Moderna.
•  O termo sugere que a Europa teria assistido a um
súbito reviver dos ideais da cultura greco-romana.
•  Durante o período medieval os interesses pelos
autores clássicos não desapareceu. O poeta Dante
Alighieri (1265-1321), manifestou inegável interesse
pelos clássicos. Nas escolas monásticas, autores
clássicos como Cícero, Sêneca e os filósofos gregos
foram muito estudados.
Renascimento
•  O Renascimento significou muito mais do que
o reviver da cultura clássica: nesse período,
ocorreram, no campo das artes plásticas,
da literatura e das ciências, inúmeras
realizações que superaram essa herança.

•  O ideal do humanismo tornou-se o espírito


do Renascimento.
Renascimento
•  Num sentido amplo, o ideal do humanismo
pode ser entendido como a valorização do
ser humano e da natureza em oposição ao
divino e ao sobrenatural, conceitos que
estavam vigentes na Idade Média.

•  Tanto na arquitetura, quanto na pintura e na


escultura, o artista do Renascimento
buscou expressar a racionalidade e a
dignidade do ser humano.
Renascimento
Características gerais:

• Racionalidade
• Dignidade do Ser Humano
• Rigor Científico
• Ideal Humanista
• Reutilização das artes greco-romana
Arquitetura
A arquitetura
•  No Renascimento a preocupação dos construtores
foi criar espaços compreensíveis de todos o
ângulos visuais, que fossem resultantes de uma
justa proporção entre todas as partes do edifício.

•  Na arquitetura renascentista, a ocupação do


espaço baseia-se em relações matemáticas
estabelecidas de modo que o observador
compreenda a lei que o organiza e de qualquer
ponto em que se coloque.
A arquitetura
Principais características:

• Ordens Arquitetônicas
• Arcos de Volta-Perfeita
• Simplicidade na construção
• A escultura e a pintura se desprendem da arquitetura
e passam a ser autônomas
• Construções; palácios, igrejas, vilas (casa de
descanso fora da cidade), fortalezas (funções militares)
A arquitetura
•  Um dos arquitetos mais conhecidos do
Renascimento foi Filippo Brunelleschi (1375-1444).
Ele foi um exemplo de artista completo: pintor,
escultor e arquiteto além de dominar conhecimentos
de Matemática, Geometria e conhecedor da poesia
de Dante.

•  Construiu a cúpula da Catedral de Florença ou Igreja


de Santa Maria del Fiore, o Hospital dos Inocentes e
a Capela Pazzi.
A arquitetura
•  A construção da catedral iniciou-se em 1296,
com Arnolfo di Cambio. Mais tarde, Giotto
também participou das obras.
•  Em 1369, a catedral estava concluída, mas o
espaço octogonal a ser coberto por uma
cúpula continuava aberto.
•  Coube a Brunelleschi, em 1420, a tarefa de
projetar a abóbada sobre esse espaço.
A arquitetura
•  Baseado em estudos do Panteão e de outras
cúpulas romanas, Brunelleschi concluiu que
poderia construir o domo (cobertura) de
Santa Maria del Fiore assentando-o sobre o
tambor octogonal formado pelas paredes de
pedra já construídas.
•  A solução ficou tão integrada ao edifício que
parece ter sido concebida no projeto original.
Catedral de Santa Maria del Fiore
Catedral de Santa Maria del Fiore
Catedral de
Santa Maria del Fiore
A arquitetura
Capela de Pazzi
•  Brunelleschi traçou uma planta simétrica: um
quadrado central, encimado por um domo – ao qual
foram acrescentados dois espaços laterais que o
transformaram em retângulo.
•  A fachada dessa capela compõem-se de um pórtico
com seis colunas coríntias de fuste liso que
sustentam um entablamento retangular.
•  Comparada às grandes construções do período
gótico, a capela Pazzi é um edifício pequeno. Foi,
porém, construída segundo princípios científicos
tão precisos, que parece mostrar a potencialidade
que dispõe o ser humano.
Capela de Pazzi
Capela de Pazzi
Capela de Pazzi
Capela de Pazzi
Escultura
A escultura
Principais Características:

• Buscavam representar o ser humano tal como ele é


na realidade
• Proporção da figura mantendo a sua relação com a
realidade
• Profundidade e perspectiva
• Estudo do corpo e do caráter humano
A escultura
Na escultura do Renascimento, dois artistas se
destacam pela produção de obras que testemunham
a crença na dignidade humana: Michelangelo e
Verrocchio.
Andréa del Verrocchio trabalhou em ourivesaria, o que
acabou por influenciar sua escultura. Trabalho
preciosista e precursor no jogo de luz e sombra
(sendo seu discípulo Leonardo da Vinci).
•  Ex: Os arreios do cavalo, no Monumento equestre a
Colleoni, em Veneza.
•  Detalhes da túnica de Davi, em Florença.
A escultura
•  Verrocchio e Michelangelo construíram
estátuas para representar o jovem Davi, que
segundo a narrativa bíblica, derrota o gigante
Golias, mas elas são extremamente
diferentes entre si.
Davi de Verrocchio
•  É feita de bronze e retrata um adolescente
ágil e elegante, em sua túnica enfeitada que
revela seu preciosismo de ourives. E
transmite uma sensação de fragilidade.
Davi, bronze
Verrocchio
A escultura
Davi de Michelangelo
•  É feita de mármore, não se trata de um adolescente
e sim um jovem adulto, com corpo tenso e cheio de
energias controladas. Não é frágil como o de
Verrocchio e nem perfeito e elegante como o
Antinuous (jovem grego que viveu no século II,
notável por sua beleza e representado em
numerosas esculturas) grego.
•  A mão de Davi é colossal, é a mão de um homem do
povo, forte e acostumado ao trabalho.
•  A expressão de Davi de Michelangelo é de um herói.
Davi, mármore
Michelangelo
Davi, mármore
Michelangelo
Davi, mármore
Michelangelo
A escultura
Pietá
•  Conjunto escultórico conservado atualmente
na basílica de São Pedro, em Roma.
•  Essa escultura mostra um surpreendente
trabalho em mármore, no registro do
drapeado das roupas, dos músculos e das
veias dos corpos.
•  Maria é representada como uma mulher
jovem, cuja expressão de docilidade
contrasta com o tema da cena: momento em
que ela acolhe o corpo do filho morto na cruz.
Pietá
Michelangelo
Pietá
Michelangelo
Pietá
Michelangelo
Pintura
Pintura
•  No final da Idade Média e no Renascimento
predomina a tendência a uma interpretação
científica do mundo. O resultado disso nas artes
plásticas, e sobretudo na pintura, são os estudos da
perspectiva segundo os princípios da matemática e
da geometria.
•  O uso da perspectiva conduziu a outro recurso, o
claro-escuro, que consiste em representar, na
pintura, algumas áreas iluminadas e outras na
sombra. Esse jogo de contrastes reforça a sugestão
de volume dos corpos.
•  A combinação da perspectiva e do claro-escuro
contribuiu para o maior realismo das pinturas.
Pintura
•  Assim, a pintura do Renascimento
confirma algumas conquistas, que os
artistas do último período gótico já
haviam alcançado:
-  a perspectiva,
-  o uso do claro-escuro
-  estudo da anatomia
-  e o realismo.
Pintura
Perspectiva
•  Técnica de representação do espaço
tridimensional numa superfície plana,
de modo que a imagem obtida se
aproxime daquela que se apresenta à
visão.
Pintura
•  A perspectiva, matematicamente
fundamentada, desenvolve-se na Itália dos
séculos XV e XVI, a partir das investigações
de Filippo Brunelleschi (1377-1446), arquiteto
e escultor florentino - pioneiro no uso da
técnica - e descrita pelo mais importante
teórico da Renascença, o pintor, escultor e
arquiteto Leon Battista Alberti (1404-1472).
Pintura
•  Escrito originalmente em latim - De
Pictura -, o tratado Della Pittura (1435)
de Alberti é a primeira descrição
sistemática de construção da
perspectiva. A partir daí, a nova ciência
da perspectiva é colocada em prática
por uma série de artistas.
Pintura
•  A perspectiva, magistralmente praticada
pelos artistas do Renascimento, torna-
se um dos fundamentos mais
importantes da pintura européia até
meados do século XIX.
Fibonacci – Leonardo de Pisa - (1202)

Dentre todos os mistérios da


Matemática, a sequência de
Fibonacci é considerada uma
das mais fascinantes
descobertas da história. A
1/1 sequência de números
proposta pelo matemático
italiano Leonardo de Pisa,
mais conhecido como
1/5
Fibonacci, possui o numeral 1
1/2 como o primeiro e o segundo
termo da ordem, e os
1/3 elementos seguintes são
originados pela soma de seus
dois antecessores, observe:

Série de Fibonacci = 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55, 89, 144,


233, 377, 610, 987, 1597, 2584, 4181...
Sequência de Fibonacci

Analisada como uma


sequência numérica, ela
não passa de uma
simples organização de
numerais que recebem
um toque de lógica
matemática. Mas o que
faz dessa ordem de
números, uma
descoberta especial, é a
sua ligação com os
fenômenos da natureza.
Pintura
Claro-escuro
•  O chiaroscuro reproduz na pintura a
passagem da luz que ocorre nos
objetos reais, simulando assim seu
volume. Percebemos assim, um volume
tridimensional a partir das luzes e
brilhos.
Pintura
•  O claro-escuro também é chamado
de perspectiva tonal.
•  A técnica exige um conhecimento de
perspectiva, do efeito físico da luz em
superfícies, e dos brilhos, da tinta e de
sua matização. O chiaroscuro define os
objetos representados sem usar linhas de
contorno, mas apenas pelo contraste entre as
cores do objeto e do fundo.
Pintura
Perspectiva aérea
Em um trecho de um texto de Leonardo Da Vinci (1944,
p.98) ele fala sobre a cor do ar, que é azul e foi o
princípio da perspectiva aérea:

“O azul é a cor do ar, sendo mais ou menos escurecido


quanto mais ou menos esteja carregado de umidade,
(...) Existe uma perspectiva que se denomina aérea e
que, pela degradação dos matizes no ar, torna sensível
a distância dos objetos entre si, mesmo que todos
estejam no mesmo plano.”
Pintura
Aplicação da perspectiva aérea:

Se você desenhar uma rua em perspectiva, pinte o


primeiro prédio da cor natural que você escolher, no
segundo prédio deverá entrar um pouco de um tom azul
na cor, no terceiro prédio coloque um pouco mais de
azul na cor e assim por diante até o final da rua e verá
que o efeito de distanciamento que será produzido.
Da Vinci, Leonardo. Virgin and child with Saint Anne.
Pintura
Anatomia
•  Passou a se realizar um estudo mais aprimorado da
anatomia, diversos artistas deste período, entre eles,
Leonardo Da Vinci, foram estudiosos da anatomia.

•  Com o uso da perspectiva, do claro-escuro, dos


estudos em anatomia, a pintura no período do
Renascimento conquistou muito mais realismo.
Pintura
Existência do artista
•  Outra característica da arte do Renascimento, em
especial na pintura, foi o surgimento de um estilo
pessoal. A partir dessa época, confirma-se a
existência do artista como o conceituamos hoje: um
criador individual e autônomo, que expressa em suas
obras seus sentimentos e ideias; alguém, enfim, que
cria de acordo com a própria concepção.
•  A partir do Renascimento, são inúmeros os nomes
de artistas que se fizeram conhecidos, cada um com
características próprias.
Pintura
Principais características:

• Perspectiva: arte de figura, no desenho ou pintura, as


diversas distâncias e proporções que têm entre si os
objetos vistos à distância, segundo os princípios da
matemática e da geometria.

• Uso do claro-escuro: pintar algumas áreas


iluminadas e outras na sombra, esse jogo de contrastes
reforça a sugestão de volume dos corpos.
Pintura
•  Anatomia: estudo da anatomia do corpo humano e
animais.
•  Realismo: o artista do Renascimento não vê mais o
Homem como simples observador do mundo que
expressa a grandeza de Deus, mas como a
expressão mais grandiosa do próprio Deus. E o
mundo é pensado como uma realidade a ser
compreendida cientificamente, e não apenas
admirada.
• Inicia-se o uso da tela e da tinta à óleo.
Pintura
• Tanto a pintura como a escultura que antes
apareciam quase que exclusivamente como detalhes
de obras arquitetônicas, tornam-se manifestações
independentes.

• Surgimento de artistas com um estilo pessoal,


diferente dos demais períodos, já que o período é
marcado pelo ideal de liberdade e, consequentemente,
pelo individualismo.
Masaccio

A pintura como imitação do real


Adão e Eva
expulsos do paraíso
Fra Angélico

A busca da conciliação entre o


terreno e o místico
Juízo Universal
Fra Angelico
Paollo Uccello

O encontro das fantasias


medievais e da perspectiva
geométrica
Batalha de São Romano
Paolo Uccello
São Jorge e o Dragão
Paolo Uccello
Piero della Francesca

Imobilidade e beleza
geométrica
Ressurreição de Jesus
Piero della Francesca
Battista Sforza
Federico de Montefeltro
Piero della Francesca
Botticelli

A linha que sugere


ritmo e graça
Nascimento
de Vênus
Releitura
Nascimento de Vênus
Botticelli
Primavera
Botticelli
Leonardo da Vinci

A genialidade a serviço da
expressão da dignidade
humana
Gioconda (Mona Lisa)
Da Vinci
Gioconda (Mona Lisa)
Da Vinci
Autorretrato
Da Vinci
Desenhos e estudos
A última ceia
Da Vinci
Estudo das proporções
humanas
“O homem Vitruviano”
Da Vinci
A virgem dos rochedos
Da Vinci
Michelangelo

A genialidade a serviço da
expressão da dignidade
humana
A criação do homem
Afresco capela Sistina
Michelangelo
Detalhes
Afresco capela Sistina
Michelangelo
Afresco capela Sistina
Michelangelo
Afresco capela Sistina
Michelangelo
Interior capela Sistina
Michelangelo
Capela Sistina
Michelangelo
Rafael

O equilíbrio e a simetria
Faleceu em 6 de abril de 1520.
A escola de Atenas
Rafael
A escola de Atenas
Rafael
Personagens da Escola de
Atenas
1: Zenão de Cítio ou Zenão de Eléia 12:Sócrates
2: Epicuro 13: Heráclito (Miguel Ângelo).
3: Frederico II, duque de Mântua e 14: Platão segurando o Timeu
Montferrat (Leonardo da Vinci).
4: Anicius Manlius Severinus 15:Aristóteles segurando Ética a
Boethius ou Anaximandro ou Empédocl Nicômaco.
es 16: Diógenes de Sínope
5: Averroes 17: Plotino
6: Pitágoras 18: Euclides ou Arquimedes acompanh
7: Alcibíades ou Alexandre, o Grande ado de estudantes (Bramante)
8: Antístenes ou Xenofonte 19: Estrabão ou Zoroastro (Baldassare
9: Hipátia (Francesco Maria della Castiglione ou Pietro Bembo).
Rovere or Raphael's mistress 20: Ptolomeu
Margherita.) R: Apeles (Rafael).
10: Ésquines ou Xenofonte 21: Protogenes (Il Sodoma ou Pietro
11: Parménides Perugino).
A libertação de São Pedro
Rafael
Transfiguração
Rafael
O Renascimento fora da
Península Itálica
Dürer

A arte e a realidade
Retratos e auto-retratos
Dürer
Retrato
Dürer
Rinoceronte
Dürer
Lebre
Dürer
Plantas
Dürer
Hans Holbein

A valorização do humanismo
Erasmo de Roterdã
Hans Holbein
Bosch

A força da fantasia
Jardim das delícias (Tríptico)
Bosch
Jardim das delícias (detalhe) Bosch
Tentações de Santo Antão
Tríptico
Bosch
A carroça de feno - Tríptico - Bosch
Os sete pecados capitais - Bosch
Link sobre exposição comemorativa a
Jheronimus Bosch no Museu do Prado –
Espanha.

•  https://www.museodelprado.es/en/whats-on/exhibition/bosch-
the-5th-centenary-exhibition/f049c260-888a-4ff1-8911-
b320f587324a
Bruegel

Um retrato das pequenas


aldeias do século XVI
Jogos infantis
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Caçadores de Neve
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