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INTRODUÇÃO
2019. In: Anais do XVIII Encontro Baiano de Educação Matemática. pp.xxx. Ilhéus, Bahia.
XVIII EBEM. ISBN:
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No Brasil, começou-se a falar de inclusão educacional e a construir uma base para que
esse discurso começasse a ser tratado com mais intensidade, a partir de alguns eventos
ocorridos no exterior, cujo objetivo comum era promover a equalização social. Por exemplo, a
Conferência Mundial da Criança em 1988, a Declaração de Jontien, na Tailândia, em 1990 e,
por fim, em 1994, com a publicação da Declaração de Salamanca que contou com a
participação ativa do Brasil na elaboração de princípios visando o estabelecimento de
políticas e práticas de educação inclusiva no âmbito escolar. Este último documento é de
fundamental importância para garantir o direito de acesso irrestrito à educação formal, por
parte de toda a população.
A proposta da inclusão está no fato de que todas as crianças, considerando a
heterogeneidade que possuem, possam ter as mesmas oportunidades de acesso à educação,
junto com outros estudantes.
Em 1996, o Brasil, a partir da luta dos movimentos sociais, dos sindicatos dos
professores, e inspirado nas discussões propostas em Salamanca, conseguiu atualizar a Lei de
Diretrizes e Bases (LDB), com o intuito de ampliar as concepções e práticas no que dissessem
respeito à democratização da educação. De acordo com a LDB (Capítulo V. Art. 59), os
sistemas de ensino assegurarão, às pessoas com deficiência, “currículos, métodos, técnicas,
recursos educativos e organização específicos, para atender às suas necessidades”. Além
disso, devem assegurar professores com especialização adequada em nível médio ou superior
para o atendimento especializado e orientação para os professores da sala regular.
Com a implementação das políticas públicas de inclusão, a partir da década de 90,
houve um aumento nas matrículas, de estudantes com deficiências, na escola básica: entre
“2008 a 2014, verificou-se o crescimento de 84% das matrículas dos estudantes público alvo
da educação especial, na faixa etária de 04 a 17 anos, nas escolas comuns da rede
regular de ensino, passando de 337.640 para 633.042 matrículas” (BRASIL, 2015, p. 45).
Em decorrência desse fato, aumenta-se a preocupação com a formação do professor,
seja ela inicial ou continuada. Apesar dos investimentos na implantação de Salas de Recursos
Multifuncionais para o Atendimento Educacional Especializado 1 e na formação de
professores especializados para atender nestas salas, os demais professores da escola que
atendem na sala comum, ainda se sentem despreparados para atender estudantes com
1
É um serviço da Educação Especial (na perspectiva inclusiva) que identifica, elabora e organiza recursos
pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando as
suas necessidades específicas. Complementa e/ou suplementa a formação do aluno com vistas à autonomia e
independência na escola e fora dela, conforme Ministério da Educação e Cultura (BRASIL, 2011).
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deficiência, além de outras especificidades e complexidades que a sala de aula lhes apresenta
(NASCIMENTO; CORREIA; PORTELA, 2014).
Recentemente, a lei 13.146/15, conhecida como Lei Brasileira da Inclusão/Estatuto da
Pessoa com Deficiência (LBI), reforça a responsabilidade da sociedade na inclusão dessas
pessoas em todos os setores. O objetivo da LBI é garantir os direitos, equiparar as
oportunidades sociais e garantir acessibilidade plena. Em relação à educação, o Art. 28, dessa
lei, indica que o poder público deve “assegurar, criar, desenvolver, implementar, incentivar,
acompanhar e avaliar” vários aspectos na área da educação, dos quais destacamos o
desenvolvimento de “pesquisas voltadas para o desenvolvimento de novos métodos e técnicas
pedagógicas, de materiais didáticos, de equipamentos e de recursos de tecnologia assistiva”
(BRASIL, 2015, p. 07).
Essas leis enfatizam a busca de novos métodos de ensino e a adoção de práticas
pedagógicas inclusivas na formação continuada de professores. Nessa direção, a abordagem
do Desenho Universal para a Aprendizagem (DUA) pode fornecer subsídios para promover o
debate da inclusão no que se refere à organização do trabalho pedagógico em Matemática.
O conceito do DUA é geralmente atribuído a David Rose, Anne Mayer e seus colegas
do Center for Applied Special Technology (CAST), refere-se à princípios e estratégias
relacionadas com o desenvolvimento curricular. De acordo com Nunes e Madureira (2015, p.
07), relaciona-se “com práticas de ensino a desenvolver junto de alunos com e sem
deficiência, centrando-se na dimensão pedagógica. Trata-se, portanto, de uma abordagem
curricular que procura reduzir os fatores de natureza pedagógica”.
A estrutura do DUA é fundamentada em três princípios básicos, denominados de redes
de reconhecimento, estratégias e afetividade (ROSE, MEYER, 2002). As redes são definidas
da seguinte forma:
Rede afetiva - o “porquê” da aprendizagem. Consiste na utilização de múltiplas formas
de envolver o aluno, apresentando o conteúdo a partir do contexto analisado pelo professor,
ao quais os estudantes estão inseridos, e, desse modo, diversificar as possibilidades de
engajamento dos estudantes nas aulas e no acesso ao aprendizado.
Redes de reconhecimento - o “quê” da aprendizagem. Significa oferecer múltiplos
meios de representação do conteúdo, isto é, apresentar o mesmo conteúdo de forma variada,
seja através de vídeo aula, slide, jogos, pesquisa, entre outras representações, e, nesse aspecto,
observamos que a Matemática é rica em representações, pois podemos abordar os diversos
conteúdos, a partir de representações gráficas, mapas, jogos, materiais manipuláveis, entre
outros.
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METODOLOGIA
REFERÊNCIAS
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ROSE, D. H.; MEYER, A. Teaching every student in the digital age: Universal design for
learning. Alexandria: ASCD. 2002.
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