Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Nome: RA:
Quando o ser humano deixou de ser nômade para tornar-se sedentário, há cerca de 10 mil
anos, a transformação da paisagem se intensificou e as sociedades passaram a usufruir mais
dos recursos naturais, como o solo, água e minerais.
Atualmente, o que se pode perceber é o uso da natureza cada vez mais desenfreado e
irresponsável, caracterizando, em relação aos tempos passados, a ocorrência de uma mudança
na visão de mundo do homem e, por conseqüência, de sua ação no meio natural. É nesse
contexto que surgiram vários problemas conhecidos hoje pela maioria da população mundial.
Desde os mais gerais que atingem o mundo atual como um todo, como a poluição atmosférica
e a decorrente intensificação do efeito estufa, até fenômenos menores como as chuvas ácidas,
geralmente em regiões mais urbanizadas como as grandes metrópoles.
A poluição, como um termo mais abrangente, pode ser definida como resultado de alterações
físicas, químicas e biológicas da atmosfera, de forma a causar danos ao ser humano, à fauna,
flora e até materiais, afetando negativamente o bem-estar geral. A poluição atmosférica, por
sua vez, é um fenômeno causado predominantemente no âmbito urbano-industrial. Diante da
concentração de atividades industriais em áreas específicas (próximas da matéria-prima,
fontes de energia ou dos mercados consumidores), formam-se grandes focos urbanos de
poluição do ar, gerada, sobretudo, pela emissão de gases tóxicos como os dióxidos de carbono
e de enxofre e os óxidos de nitrogênio. Esse conjunto de poluentes se adensa numa névoa
denominada smog, afetando a saúde da população, uma vez que multiplica as doenças
respiratórias e alérgicas. Em menor escala, essa poluição pode ser um processo natural, como
é o caso da produção de gás metano pelo processo de digestão de alguns animais, atividades
vulcânicas e tempestades.
O processo acontece da seguinte forma: a radiação solar que atinge a superfície da Terra é
absorvida, mas parte dela é dispersada. Se não houvesse a proteção do efeito estufa, os raios
solares que aquecem a Terra seriam refletidos para o espaço e o planeta perderia calor. A
Terra apresentaria temperaturas médias negativas, pois não teria uma atmosfera suficiente
para refletir o calor de volta para o planeta, gerando um ambiente não apropriado à vida.
No entanto, o manto de poluição potencializa de tal forma essa absorção de calor que acaba
por aumentar indevidamente a temperatura global. Com isso, mais problemas podem vir a
ocorrer, como o derretimento das calotas polares, desaparecimento de diversas espécies e
desastres naturais cada vez mais violentos.
Ainda nas conseqüências da poluição está a chamada chuva ácida, o fenômeno é resultado da
elevação exagerada dos níveis de acidez da atmosfera, devido à emissão de poluentes
principalmente pela queima de combustíveis fósseis. É altamente prejudicial para a saúde do
homem, pois pode causar sérias doenças pulmonares. Além disso, destrói ainda mais a
natureza quando polui rios, fontes de água e o lençol freático. Prédios e monumentos
históricos também não escapam dos efeitos da chuva ácida, que causa a corrosão de vários
tipos de materiais.
2. Poluição Atmosférica
As indústrias são as fontes fixas que mais poluem, junto com as usinas termelétricas,
que usam carvão, óleo combustível ou gás, e os incineradores de resíduos. Há também as
fixas naturais, como maresia ou vulcanismo. Já os veículos automotores, trens, aviões e
embarcações marítimas são fontes móveis poluentes.
Vale notar que de acordo com o tamanho de suas partículas elas também podem ser
classificados como partículas totais em suspensão ou partículas inaláveis e fumaça.
Além disso, o Carvão Ativado, material de carbono poroso com capacidade de armazenar
gases, líquidos e impurezas entre os seus poros, pode ser usado para evitar a poluição do ar,
por meio da adsorção de gases tóxicos obtidos do processo industrial, como o CO2. O ar
comprimido também é purificado pelo Carvão Ativado, de modo que são retirados vapores de
combustíveis, hidrocarbonetos. No entanto, seu uso mais importante é a retenção de gases
radioativos liberados por turbinas de reatores nucleares durante o período necessário para que
haja o decaimento radioativo das partículas sólidas que estão misturadas ao gás, enquanto o ar
é filtrado pelos poros do carvão.
3. Chuva Ácida
Talvez o subproduto da poluição atmosférica mais nocivo aos seres vivos, a chuva ácida é
um dos principais problemas ambientais desde o século XX, apesar de ser documentada desde
o século XVIII. Ela se forma a partir de várias reações, dentre elas a de nitrogênio gasoso (N 2)
com oxigênio molecular (O2), formando monóxido de nitrogênio (NO). No entanto essa não é
uma reação espontânea, já que necessita de uma injeção energia para acontecer.
Entretanto o gás que mais diminui o pH pluviométrico é o dióxido de enxofre (SO 2),
que é produzido como subproduto da queima de combustíveis fósseis como óleo diesel,
carvão e gasolina. Os mais impuros como o óleo diesel e o carvão contêm grandes
porcentagens de enxofre, servindo de fornecedores de grande parte da emissão de SO 2.
Atualmente, no Brasil, altos investimentos são feitos pela Petrobrás com objetivo de aumentar
a tecnologia disponível para purificação das impurezas do diesel e outros combustíveis
derivados do petróleo, de modo a tornar o processo mais eficiente e menos custoso.
4. Efeito Estufa
Pode-se associar o efeito estufa a um acontecimento do dia a dia, quando em dias
quentes um carro exposto ao sol por um longo período de tempo tem sua temperatura interna
elevada. O fenômeno observado é causado pela radiação liberada pelo sol, a maior parte dessa
está na faixa de luz visível (de 380 a 750 nm) que consegue passar pelo vidro para o interior
do veículo. Parte dessa radiação é absorvida pelos componentes internos do carro, enquanto
que outra parte refletida.
Essa radiação recebida pela terra é armazenada na forma de energia pelos ditos gases
do efeito estufa. Os principais representantes desse grupo são o gás carbônico (CO 2), o
metano (CH4), vapor d’água (H2O) e outros gases raros (chamado assim devido à sua pequena
porcentagem na atmosfera). Esses gases possuem alto calor específico, uma grandeza física
que representa o quanto de calor é retido por um determinado material. Por conta disso esses
gases funcionam como uma espécie de barreira, impedindo a dissipação eficiente da energia
acumulada e mantendo a superfície da terra com uma temperatura relativamente estável e
propícia para a vida em quase toda a sua extensão.
Apesar de soarem alarmantes, essas estatísticas são encaradas com felicidade por alguns
povos próximos aos círculos polares. Um aumento na temperatura média global iria tornar
cultivável muitas terras que hoje não são classificadas como tal, como grande parte do Canadá
e da Rússia.
Por outro lado, um aumento na temperatura global causaria derretimento de grande parte das
calotas polares, o que faria subir os níveis dos mares e oceanos. Esse incremento na altitude
das marés pode chegar a desalojar até 23% de toda a população humana, que vive em áreas
costeiras. Isso acarretaria em um êxodo massivo para cidades mais altas, o que criaria ou
agravaria problemas de infraestrutura de cidades interioranas.
Por incrível que pareça, o gás do efeito estufa mais atuante é o vapor d’água (H 2O). Como
tem extrema facilidade em mudar de fase nas condições atmosféricas e nessas mudanças
libera ou absorve calor latente, associado ao transporte de vapor d’água pela atmosfera, atua
na distribuição do calor sobre o planeta. Porém só ocorrerá o aumento do vapor d’água
quando a concentração dos gases do efeito estufa aumentar, o que significa dizer que ele não
interfere diretamente no incremento do efeito estufa. O que realmente interfere é a
intensificação na liberação de alguns gases pelas atividades humanas, estando o dióxido de
carbono (CO2, 53% de contribuição), o metano (CH 4, 17% de contribuição) e (CFCs,12% de
contribuição)entre esses gases.
O dióxido de carbono, por sua vez, é absorvido naturalmentepelas plantas e algas durante a
fotossíntese, e incorporado ao corpo desses na forma de carbono, sendo difundido para toda
biota (“todos seres vivos sobre a superfície da terra, dominada em termos de volume, pela
vida vegetal”), o solo e os oceanos. Dessa forma, caso não houvesse interferência antrópica,
haveria uma tendência ao equilíbrio do CO2 entre a biota e a atmosfera.
Contudo, devido aos grandes índices de gases liberados pela queima de combustíveis fósseis,
são liberados, em média,3,0 Gt (Gigatonelada = 1 bilhão de toneladas) atualmente, e 175Gt de
Dióxido de Carbono no ar desde 1860. Parte dos gases liberados nesse século, por sua vez,
está presente na atmosfera atualmente, uma vez que o CO 2 apesar de absorver menos calor
que outros compostos orgânicos, demora 105 anos para reduzir a sua concentração na
atmosférica em 50%, aproximadamente, se as emissões de gás carbônico cessassem nesse
momento.
Já o Metano (CH4) é o segundo GEES mais importante, sendo produzido pela rizicultura
(cultivo de arroz) diversos animais, e nos aterros sanitários e lixões. Logo, uma das causas de
sua liberação está relacionada com o grande número de animais cultivados para o consumo
humano.
Tal aumento é bem menor se comparado ao dos outros gases, entretanto a molécula de metano
absorve 20 vezes mais a radiação infravermelha que a molécula de dióxido de carbono, de
modo que 1 kg de metano produz 63 vezes o aquecimento provocado por 1 kg de dióxido de
carbono em 20 anos.
O melhor método para determinação da concentração de CO 2 atmosférico em diferentes
épocas, ou até mesmo milhares de anos atrás, é estudar sua concentração na neve, encontrada
na Antártida, datada da época em questão. Para isso uma parte da neve é escavada, até que se
encontre neve comprimida, na forma de gelo. Após esse processo retira-se um pedaço do gelo
encontrado, que depois é descongelado em condições controladas, de modo a determinar a
concentração de diversos componentes presentes nele. Diversos estudos como esse ajudam a
corroborar a hipótese de que uma maior concentração de CO 2 no ar está diretamente
relacionado a uma maior temperatura média da atmosfera. Esse teste só é possível por conta
da propriedade da neve de “levar consigo” as partículas suspensas no ar quando ela se
precipita.
Além da conclusão anterior, os mesmos estudos chegaram em dados alarmantes sobre
a concentração de CO2 na atmosfera: nunca houve aumento tão abrupto e intenso em sua
concentração como atualmente. E esse aumento está acarretando em outros problemas.
Os oceanos são responsáveis por absorver grande parte do gás carbônico atmosférico,
através de sua dissolução natural na água. Além disso componentes do fitoplâncton usam CO 2
para realizar a fotossíntese. No entanto, por conta das propriedades coligativas da água, uma
maior temperatura da água acarreta numa menor capacidade de absorção de carbono. Isso cria
um ciclo autocatalítico, em que uma maior concentração de CO 2 atmosférico gera o aumento
da temperatura global, diminuindo a capacidade de absorção e aumentando ainda mais a
concentração do gás no ar.
Outros agentes responsáveis por absorver grandes quantidades de CO 2 são as florestas em
desenvolvimento, ou seja, que não alcançaram seu clímax. Essa retirada também se dá pelo
processo de fotossíntese, análogo ao processo realizado pelo fitoplâncton marinho. No
entanto, com o desmatamento de grandes áreas florestadas, além de queimadas intencionas
para agricultura, além de não intencionais, uma grande quantidade de carbono está sendo
“devolvida” à atmosfera.
Em relação aos Clorofluorcarbonos (CFCs), estes são usados em geladeiras, sprays, ar-
condicionado, entre outros, e possuem capacidade de absorver calor 8.100 vezes maior que o
gás carbônico. Foi proibido em 1987 no Protocolo de Montreal, e foi substituído pelo
HFC(Gases hidrofluorcarbonetos). No entanto, segundo um estudo do Programa das Nações
Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) de 2005, a destruição da Camada de Ozônio continua
aumentando.
Tal fato gerou, mais recentemente ainda, a criação de um grupo de cientistas que possuem
opiniões duvidosas sobre o aquecimento global, de modo a afirmar que a camada de ozônio é,
na verdade, uma nuvem, de maneira a possuir. Além disso, eles, conhecidos como céticos,
também afirmam que o aquecimento global é apenas parte de um processo natural de
aquecimento do planeta, uma vez que, no ano de 2012, a temperatura média da Terra
diminuiu um grau Celsius, o que, segundo eles, é o início do processo de resfriamento do
planeta.Logo, ainda não se sabe qual versão é a correta: dos defensores do aquecimento
global, ou os céticos.
A fim de entender as mudanças observadas no clima atual, de prever possíveis efeitos
einequivocamente atribuí-los às atividades humanas, é primordial, primeiramente, a
compreensão da variabilidade natural do clima. Entender as condições climáticas na Terra no
passado permite discernir os mecanismos determinantes e condutores de mudanças climáticas
globais, dando subsídios para atribuição das contribuições naturais e antropogênicas no
recente aquecimento global.
De forma a procurar uma análise ponderada sobre a influência humana no clima terrestre,
acadêmicos da USP, UNB e Unicamp realizaram um estudo voltado à compilação de dados
relacionados às causas naturais de mudanças climáticas, pouco mencionadas quando o assunto
'Efeito Estufa' é colocado em pauta.
O estudo, publicado em um artigo divido em duas partes, evidencia a relação intrínseca
existente entre diversos padrões de comportamento observados em muitos agentes naturais
terrestres e extraterrestres, possibilitando o entendimento de 'clima' como um fenômeno de
essência cíclica, reconhecendo inicialmente a natureza periódica das alterações terrestres para
posteriormente, estabelecer uma conexão com as ações humanas na superfície terrestre.
As influências relativas de fatores antropogênicos e naturais no clima podem ser comparadas
concomitantemente de um modo amplo, usando o conceito de ‘forçamento radioativo’,
processo que se refere à perturbação do balanço referente à radiação recebida a partir do Sol e
da radiação de saída da Terra. Ao alterar o balanço de energia do sistema climático, as
alterações em diferentes processos afetam a absorção, reflexão, dispersão e emissão da
radiação na atmosfera e na superfície terrestre.
O Balanço da radiação terrestre varia de acordo com três fatores:
1. Emissão da radiação: fator primário determinado por variações solares, como os ciclos
solares e outros.
2. Recepção da radiação: fator secundário determinado por variações da posição terrestre em
relação ao Sol, conforme observado nos ciclos diários, ciclos anuais e ciclos de Milankovitch
(Referentes à excentricidade do movimento e da órbita terrestre).
3. Reflexão, absorção, distribuição do calor e emissão da radiação: fator terciário determinado
por alterações da composição atmosférica, da superfície terrestre e dos oceanos,
compreendendo mudanças no uso dos solos, na quantidade de nuvens e na circulação
oceânica.
Nota-se dessa forma, que a interferência antrópica pode apenas existir na terceira categoria;
através da alteração de gases e partículas presentes na atmosfera além do uso e da ocupação
dos solos. Dessa forma, as causas de mudanças climáticas podem ser classificadas em ‘Causas
externas’, relacionadas aos agentes modificadores exteriores ao sistema climático, e as
‘Causas internas’, que compreendem os agentes da superfície terrestre (incluindo a ação do
homem).
Dentre as “Causas externas”, destacam-se estudos referentes ao aumento da temperatura
média terrestre global e do nível médio dos mares, derretimento de geleiras e calotas polares,
mudanças na precipitação e em eventos climáticos extremos, como secas, chuvas intensas,
tempestades, furacões, ondas de calor, entre outros.
Já as “Causas internas” referem-se, principalmente, ao lançamento de gases do efeito estufa
na atmosfera, decorrente da criação extensiva de gado e queima de combustíveis fósseis. O
estudo evidencia, entretanto, que a magnitude relativa das causas naturais no clima terrestre é
extraordinariamente superior a tais fatores, desmistificando assim a impressão de que o
homem seria o principal causador das mudanças climáticas atuais.
Diante das circunstâncias apresentadas, o artigo é concluído com uma reflexão, a de entender
e analisar 'clima' sob uma nova perspectiva: diferente de uma concepção de imutabilidade do
clima seguida por um aquecimento causado exclusivamente pelo homem, o aquecimento
global atual pode ser entendido como uma decorrência da inevitabilidade da mudança do
clima, conforme ciclos naturais que representaram no passado alterações de ordem bastante
superiores às atuais. Em outras palavras, o clima sempre mudou, e muito, no passado.
Relativamente pequena perante às mudanças já ocorridas naturalmente, a mudança atual pode
ser interpretada como parte de variações naturais, que periodicamente oscilam entre períodos
de aquecimento e resfriamento.
Algumas propostas de solução para minimizar o efeito estufa:A redução de emissões de
carbono deve ser feita tanto coletivamente quanto individualmente. Isso pode ser feito
reduzindo-se a quantidade de cada produto consumido, além de repensando que produtos
consumir, dando preferência aos que afetam menos o meio ambiente. Ademais é importante
reciclar produtos que possam ser reciclados de maneira eficiente, como o alumínio presente
em latas de refrigerante. Dessarte podemos reutilizar materiais escassos e de difícil extração
do solo e diminuir dispêndios econômicos, que podem ser canalizados para outras áreas, de
modo a reduzir danos ambientais.
Como exemplo de reciclagem temos o papel. Para cada tonelada de papel reciclado, 10 a 20
árvores não são derrubadas, além de utilizar-se cerca de 50 vezes menos água do que na
produção inicial do papel. Além disso o processo de reciclagem usa 50% menos energia que a
convecção de papel novo.
Outro exemplo é a reciclagem de alumínio, produto usado principalmente em latas de
refrigerante. Para a fabricação de novas latas usa-se aproximadamente 5% da energia que foi
gasta na extração inicial do alumínio. Ademais, para cada quilograma de alumínio reciclado
deixa-se de extrair outros cinco quilogramas de bauxita, mineral que além de alumínio contém
substâncias poluentes.
Dois últimos exemplos são as reciclagens de vidro e plástico. A reciclagem do vidro
ajuda a reduzir o volume de aterros sanitários, além de evitar alterações em ecossistemas
naturais para a extração de areia, calcário e outros componentes. Já a reciclagem de plástico
evita que mais petróleo precise ser extraído, além de, como o vidro, reduzir o volume de
aterros sanitários. A reciclagem do plástico é especialmente vantajosa também porque utiliza
apenas 10% de energia, em comparação com a produção inicial.
Em relação aos animais causadores do efeito estufa, como os bovinos, pode-se diminuir a
produção de carne, uma vez que parte dessa não é consumida porque não é consumida em seu
devido prazo de validade.
Outra maneira de tentar minimizar a influência da ação antrópica no efeito estufa é a
realização de conferências globais a fim de possibilitar a criação de metas a serem cumpridas.
No entanto, a maioria dessas conferências são realizadas com enorme quantidade de países,
como a Rio-92, que contou com 117 chefes de Estado, sendo que muitos deles apresentam
interesses econômicos e ambientais divergentes.
Além disso, nessas conferências, dois fatores dificultam a realização das metas: o fato dessas
possuírem longos prazos para serem cumpridas, e também serem muito abstratas. Ambos os
fatos ocorreram nos eventos responsáveis por dar continuidade à Rio-92, como a Rio+ 10 e a
Rio+20, as quais, consoante a jornalista KumiNaidoo, não obtiveram sucesso, pois algumas
metas são abstratas e não correspondem à realidade.
Na Conferência Rio+ 20 foram discutidos inúmeros temas, mas não houve a formação de
um consenso sobre o estabelecimento de metas. Isso se deve, segundo OdedeGrajew,
integrante do Comitê Internacional do FSM (Fundo Social Mundial), ao fato de 2012, ano de
realização da Rio +20, ser o ano de eleições nos EUA, França e Alemanha, o que demonstra a
prioridade, por parte dos políticos desses países, em se eleger novamente, em detrimento das
consequências do efeito estufa. Por conseguinte, as conferências devem ser realizadas com
um número menor de países, e haver a criação de metas concretas a curto prazos para a
facilitar a execução dessas.
No Protocolo de Kyoto, em 1997, criou-se o mercado de crédito de carbono, que possibilita
a diminuição da emissão de gases causadores do efeito estufa por parte das empresas dos
países altamente industrializados. Esse sistema possibilita a compra de créditos de outra
empresa que tenha feito alguma ação para a redução da liberação de gases. No entanto, para a
ativista Graciela Rodrigues, a instituição de compra e venda desses créditos mercantiliza
elementos da natureza e, na prática, permite que agentes poluidores continuem agindo, sem
que necessariamente reduzam suas emissões, uma vez que é mais lucrativo para determinada
empresa comprar crédito de carbono ao invés de criar meios que visam a erradicação da
poluição.
Já em relação à liberação de combustíveis fósseis, é viável que as empresas petrolíferas, ao
invés de injetarem ar ou água no poço de petróleo para expulsar o óleo do interior da crosta
terrestre, por diferença de pressão, podem substituir esses pelo gás carbônico. Tal fato é
possível pois a queima de um combustível fóssil gera, no mínimo, 70% de gás carbônico e
30% de água.
Logo, os bolsões podem ser usados para armazenar essa porcentagem de CO 2, além de sobrar
30%, porcentagem essa que pode ser usada para o armazenamento do dióxido de carbono
liberado pela combustão do carvão mineral.Ademais, o gás carbônico, além de ser
armazenado, funcionaria como suporte para as camadas de rocha sob pressão, uma vez que,
por possuir tendência a sofrer reações ácidas, o que aumenta a resistência das paredes devido
à formação de rochas calcárias.
5. Poluição do Ar, Chuva Ácida e Efeito estufa e suas relações com a Construção
Civil
A construção civil é um dos setores que mais apresenta problemas com a poluição do ar e,
principalmente, com a chuva ácida, sendo esta responsável pela corrosão e desgaste de
materiais como tinta, pedra, metal, alvenaria, plásticos e aço, de modo a causar danos
extremamente caros, estimados em bilhões de dólares anuais, ou até mesmo irreversíveis.
Além disso, os desgastes de construções que ocorrem naturalmente devido ao vento e à chuva,
sofrem aceleração da chuva ácida, uma vez que ela corrói estruturas que revestem, por
exemplo, prédios e estátuas.
As ações dos poluentes aéreos ocorrem devido à presença de CaCO 3 (Carbonato de Cálcio)
em rochas usadas na construção civil, como o mármore e o calcário. Quando poluentes de
enxofre presentes na atmosfera, como os gases SO2 e SO3 – dióxido de enxofre e trióxido de
enxofre, respectivamente - são depositados na superfície de alguma dessas rochas, eles
reagem com o CaCO3, formando o CaSO4, o gesso. Tal fenômeno ocorre mais rapidamente
em uma cidade poluída do que na zona rural, uma vez que esta reação química ocorre mais
rapidamente quando há o aumento da concentração dos óxidos derivados de enxofre.
Em relação à chuva ácida, os ácidos H2SO4 e H2SO3 – ácido sulfúrico e ácido sulfuroso,
respectivamente - quando diluídos nas gotas de água, reagem com o CaCO 3, e também
formam o gesso. Este, por sua vez, além de possuir resistência à tensão praticamente
desprezível em comparação com o mármore, é dissolvido pela água da chuva, de modo a
enfraquecer a rigidez da estrutura. No entanto, não apenas danos estruturais são causados pela
transformação de Carbonato de Cálcio em Carbonato de Sulfato, uma vez que também ocorre
poluição do ar devido à liberação de CO2 por parte dessa reação.
Ademais, inúmeras esculturas e estátuas feitas com mármores sofrem danos históricos e
arqueológicos irreparáveis devido à chuva ácida e à poluição do ar. Tal fato pode ser
comprovado pela dissolução da Acrópole, em Atenas, na Grécia, e de preciosidades artísticas
italianas ter acelerado incrivelmente nos últimos 30 anos em comparação com o que foi
analisado em séculos.
Outro ramo da construção civil afetado pelas chuvas ácidas, apesar de mais novo e pouco
conhecido pelos leigos, é a reciclagem de concreto, atividade esta mais comum nos países
europeus, como Dinamarca, Holanda e Bélgica. Por sua vez, o concreto reciclado, presente
em sub-base de pavimentos de estradas no Brasil e em CAD – Concreto de Alto Desempenho
– na Bélgica, pode ter sua vida útil reduzida em mais de 50%, em relação ao concreto
convencional, caso seja mantido em contato com a chuva ácida, uma vez que esta é a
responsável pelo aumento do índice de Sulfato de Cálcio(CaSO 4), além da diminuição de sua
resistência. "Os concretos obtidos com agregados reciclados devem ser protegidos com
revestimento ou impermeabilização da superfície, contra ação de agentes agressivos como
água potável em movimento, chuva ácida e águas servidas", consoante afirma Márcio
Estefano de Oliveira, ex-professor de Engenharia Civil da Unesp, membro do Comitê CT 206
Meio Ambiente do Ibracon(Instituro Brasileiro do Concreto) e Coordenador do Grupo de
Trabalho de Agregado Reciclado do SindusCon -SP (Sindicato das Indústrias da Construção).
Como consequência, é natural que a grande redução da vida útil do concreto reciclado seja
uma das causas do baixo índice de reciclagem de resíduos de construção civil no Brasil, entre
outros fatores, como pior rendimento do concreto reciclado e diminuição do módulo de
elasticidade do material quando comparado ao concreto convencional, além da ausência da
cultura de reciclagem no país. Logo, não apenas o concreto, mas inúmeros resíduos da
construção civil são descartados em aterros sanitários, lixões, terrenos baldios, margens de
rios, ruas das periferias, entre outros locais impróprios. Uma das consequências originadas
por tal ação equívoca é a liberação de íons metálicos pertencentes ao concreto, principalmente
de Cálcio, Sódio e Potássio, como o que pode ser comprovado perante a análise dos dados da
tabela I. Tal ação ocorre na presença de chuva, mas aumenta quando esta é ácida.
No entanto, esta não é a única forma de liberação de íons metálicos que a chuva ácida causa
no ramo da engenharia civil, uma vez que o sistema de encanamento de água, o qual é o
responsável pela absorção da chuva ácida, também sofre o processo de corrosão em meio
ácido. Desse modo, os canos conduzem diretamente diversos tipos de metais para o consumo
humano, como o Cobre, predominante em encanamentos no Canadá e na região leste da
América do Norte, em geral, além da Suécia. Neste país, já foram registradas mudanças da cor
do cabelo para verde devido à lavagem desse em água com altas concentrações de cobre, além
de casos em que crianças contraíram diarreia devido à ingestão de água contaminada com
cobre em concentração inferior a 0,5mg Cu/L.
Tal fato, além de contrariar o pensamento dos leigos de que uma pequena quantidade de
metal dissolvida na água não afeta a saúde humana, demonstra a ineficiência da OMS, a
Organização Mundial da Saúde, haja vista que essa instituição recomenda o consumo de água
com concentrações de cobre máxima de 1,5mg Cu/L. Todavia, tal índice é irrelevante se
comparado às concentrações de 20mg Cu/L e 45mg Cu/L registradas em encanamentos de
água fria e quente, respectivamente, na Suécia. Tal exemplo comprova que a solubilidade do
cobre aumenta consoante o incremento da temperatura, assim como aumenta nitidamente
quando o pH fica abaixo de 5.0.
Além do Cobre, outros metais usados em encanamentos sofrem o processo de corrosão pela
chuva ácida, como o Chumbo, presente em residências antigas na Inglaterra e na Irlanda e nas
juntas de encanamentos soldadas, juntamente com o Cádmio. Ademais, ao contrário do que
muitos pensam, a galvanização do encanamento não evita a corrosão, uma vez que o Zinco
continua sofrendo o processo corrosivo eletroquímico.
Tais íons metálicos, sejam oriundos do contato da chuva ácida com a construção civil,
corrosão de encanamentos ou são dissolvidos em água quando esta é ácida, juntamente com
alumínio originado da base rochosa. Como consequência, pode-se contaminar aquíferos, rios,
o solo e, por conseguinte, alimentos, de modo a causar doenças ao ser humano, especialmente
na zona rural. Nesse ambiente, é comum a retirada da água do solo pelo uso de poços sem o
devido tratamento antes do consumo, a qual, devido ao seu baixo pH, pode causar problemas
de saúde em grande parte da população. Tal fato ocorre na Suécia desde 1982, quando
segundo o Ministério da Agricultura Local, o pH das águas subterrâneas é menor que 6 em
todo país, sendo, na região sudoeste, entre 4 e 5, com uma pequena parte menor que 4.0, o que
colocou em risco a saúde de 1 milhão de suecos, sendo que aproximadamente 500 mil desses
moravam em áreas próximas a lagos acidificados pela chuva ácida.
Entretanto, não apenas a chuva ácida e a poluição do ar geram prejuízo à construção civil,
mas também a indústria da construção civil causa danos ao meio ambiente. Tal fato acontece
especialmente com a liberação de gases, como CO2, CO, CH4, NOx e MP(Material
Particulado), por parte da indústria do cimento. Ademais, no processo de produção de
cimento, o Carbonato de Cálcio se decompõe em Óxido de Cálcio, reação esta que libera Gás
Carbônico para atmosfera, de modo a causar a poluição do ar. A liberação de CO 2 também
ocorre devido à corrosão do concreto por parte da chuva ácida, conforme mostra o Gráfico II.
Este gás, por sua vez, é liberado em setores da construção civil, conforme demonstra a tabela
II, como na formação de lajes pré-moldadas, no preparo do concreto e, especialmente, na
preparação da argamassa, além do uso de lâmpadas incandescentes. Essas, caso fossem
trocadas, em 2010, totalmente por lâmpadas compactas fluorescentes em 2010, poupariam
470 milhões de toneladas de CO2 devido ao maior consumo de energia elétrica, consoante
afirmou, na época, Achim Steiner, Vice-secretário Geral da ONU e Diretor Executivo
do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP). Logo, não é de se admirar
que a construção civil mundial contribui com cerca de 7% das emissões de gases relacionados
ao Efeito Estufa, em comparação com outros setores da cadeia produtiva, além de ter
potencial para reduzir 1,8 bilhão de toneladas de dióxido de carbono, quantidade quase três
vezes igual a meta traçada durante o Protocolo de Kyoto.
Tal redução pode ocorrer pelo controle de poluentes emitidos por máquinas, equipamentos e
veículos usados no canteiro obras, além de uma melhor escolha de materiais e produtos, como
cimento, cal, tintas e plástico. Isso ocorre devido ao fato do volume dos gases liberados por
esses materiais variar conforme o tipo deles e conforme a empresa que os produz. Além disso,
o processo de reciclagem do concreto é outra alternativa que evita maior produção de
concreto e, consequentemente, de CO2.
Outrossim, outro problema originado pela construção civil, mais especificamente da falta de
consciência ambiental de inúmeros engenheiros, é à inadequação durante o processo
construção de fontes de produção de energia elétrica, como nas termoelétricas e nas
hidroelétricas. Nestas, os materiais orgânicos deixados no fundo do lago, que deveriam ser
desmatados, acabam sofrendo o processo de decomposição por bactérias anaeróbicas,
principalmente nos primeiros 30 anos de existência do lago, o que gera a liberação de CO 2 e
CH4, os principais gases responsáveis pelo efeito estufa, sendo que o primeiro não contribui
tanto quanto o segundo para o efeito estufa, uma vez que é absorvido pelas árvores e algas do
ecossistema local. Esses gases também chegam à atmosfera por três vias: pelas turbinas da
barragem, pela correnteza desta e pelo lago, sendo que cerca de 85% das emissões ocorrem
neste, seja por ebulição ou difusão, por meio de bolhas.
Tal fato ocorre na Hidroelétrica de Balbina. Esta, localizada no rio Uatumã, em Tocantins, foi
considerada a Usina Brasileira que mais liberava Dióxido de Carbono pelo geógrafo Marco
Aurélio dos Santos, em 1998 e 1999, com 8.4574,5 miligramas de CO 2/m2 por dia. Essas, por
sua vez, são absorvidas, além do próprio ecossistema, por Câmaras Estáticas (baldes
flutuantes invertidos) e funis invertidos espalhados por parte do lago.
Contudo, apesar de gerar poluentes nos primeiros 30 anos de sua existência, a cada 12 anos,
metade da quantidade existente de metano é convertida para CO 2, devido ao fato do metano
ter vida curta. Isso significa que, depois de duas ou três décadas, a produção efetiva de
metano pela usina fica muito pequena. Depois desse tempo, a quantidade de CH4 que é
liberada na saída da turbina, por ano, fica praticamente igual à quantidade que é convertida
para CO2.
Isso significa que, depois de duas ou três décadas, a produção efetiva de metano pela usina
fica muito pequena. Depois desse tempo, a quantidade de CH 4 liberada na saída da turbina,
por ano, fica praticamente igual à quantidade que é convertida para CO 2, sendo que parte
deste é utilizado no ciclo de vegetais e algas. Portanto, mesmo que uma usina hidroelétrica
seja mais poluente do que uma termoelétrica nos primeiros 20 anos, no decorrer de sua vida
esperada (possivelmente 100 anos ou mais) ela vai contribuir bem menos.
A fim de solucionar o problema das termoelétricas, pode-se utilizar filtros nas chaminés das
usinas, bem como precipitadores que retêm as cinzas e outros resíduos voláteis resultantes da
combustão. As cinzas recuperadas podem ser usadas para aproveitamento em processos de
metalurgia e no campo da construção, onde são misturadas com o cimento.
60
Volume CO2 , ml
51
50
44
40
34
30
22
20
13
10
0
0
0.00 1.00 2.00 3.00 4.00 5.00 6.00 7.00 8.00 9.00
Massa CaCO3 , g
Gráfico 2- dados obtidos através de experimentos realizados pelos estudantes de Engenharia Civil do 1°
Ano de Curso de 2015 na matéria de Laboratório de Química, ministrada pelo professor João Roberto
Fernandes. No experimento, simulou-se a liberação de gás carbônico do concreto com Ácido Sulfúrico em
concentração muito maior em relação a de ácidos presentes na chuva ácida.
Instalações Toneladas deCO2
Armaduras 1. 778,76
Tabela 2 – Dados estimados pela metodologia “GHG Protocol” da liberação de CO2 de determinada
construção predial.
Figur
a 2- Representação do FBC (FluidizedBedCombustion)
Bibliografia
http://www.ecycle.com.br/component/content/article/63/2949-poluicao-ar-atmosferia-perigos-
problemas-o-que-e-historico-revolucao-industrial-big-smoke-classificacao-poluentes-co2-cfc-
so2-no2-ozonio-fontes-naturais-antropogenicas-impactos-saude-meio-ambiente-dicas-para-
reduzir.html
http://educacao.globo.com/artigo/poluicao-atmosferica.html
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/geografia/poluicao-atmosferica-causas-consequencias-
e-responsabilidades.htm
http://www.eea.europa.eu/pt/themes/air/intro
http://www.mma.gov.br/cidades-sustentaveis/qualidade-do-ar/poluentes-atmosf
%C3%A9ricos
http://www3.epa.gov/air/
http://www.mudancasclimaticas.andi.org.br/node/661
http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI508565-EI299,00
Substitutos+do+CFC+aumentam+aquecimento+global.html
http://www.floresta.ufpr.br/alias/lpf/public_html/efeitoestufa.html
http://ambientes.ambientebrasil.com.br/mudancas_climaticas/artigos/efeito_estufa.html
http://www.usp.br/qambiental/tefeitoestufa.htm
DIAMOND, J. Collapse: How Societies Choose to Fail or Succeed. Ed. Penguin Books,
California, 2006.
http://exame.abril.com.br/mundo/noticias/veja-como-o-mundo-ficaria-com-o-aumento-do-
nivel-dos-oceanos
http://www.uenf.br/uenf/centros/cct/qambiental/ar_chuvacida.html
http://piniweb.pini.com.br/construcao/noticias/reciclagem-de-concreto-80112-1.aspx
http://construcaomercado.pini.com.br/negocios-incorporacao-construcao/123/agregados-
reciclados-299541-1.aspx
http://construcaomercado.pini.com.br/negocios-incorporacao-construcao/71/artigo281370-
1.aspx
http://www.aguaonline.com.br/materias.php?id=2248&cid=7&edicao=340
http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=reservatorios-
hidreletricas-capturam-co2&id=010125101207#.VjlY3tKrTIU
http://www.jornalminuano.com.br/VisualizarNoticia/13874/confirmada-nova-usina-em-
candiota.aspx