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Poluição Atmosférica, Chuva Ácida e Efeito Estufa

E seus efeitos na construção civil

Nome: RA:

Amanda Balthazar 151010803

André Alves 151011877

André Moura 151011648

Bruno Ângelo 151010137

Júlio Zampietro 151010501

Maira Toledo 151012202

Rodrigo Sandoval 151011273

Sammer Lima 151011184

Bauru, 11 de Novembro de 2015


1. Introdução
Desde os primórdios da humanidade o homem está intimamente ligado à natureza. Na pré-
história essa relação era baseada no princípio de que homem e natureza eram um todo, ou
seja, não era observado o domínio de um ou outro, mas sim uma adaptação entre ambos,
principalmente do homem , que aprendeu a sobreviver no meio em que vivia.

Quando o ser humano deixou de ser nômade para tornar-se sedentário, há cerca de 10 mil
anos, a transformação da paisagem se intensificou e as sociedades passaram a usufruir mais
dos recursos naturais, como o solo, água e minerais.

Na Idade Média, quando já dominava técnicas artesanais empregadas na agricultura,


marcenaria, metalurgia e em outras especialidades, a espécie humana deu continuidade à
degradação ambiental, desmatando bosques e realizando queimadas a fim de aumentar os
chamados feudos.

Contudo, a partir da Idade Moderna, com as grandes navegações marítimas, as inovações


tecnológicas e o início da industrialização a necessidade de explorar novas terras e recursos
naturais aumentou rapidamente. Com a Revolução Industrial a sociedade começou a atuar
sobre o meio de forma muito mais intensa. Vieram não apenas as indústrias, mas também a
urbanização, que em geral ocorreu de maneira caótica e desorganizada, causando ainda mais
impactos na natureza.

Atualmente, o que se pode perceber é o uso da natureza cada vez mais desenfreado e
irresponsável, caracterizando, em relação aos tempos passados, a ocorrência de uma mudança
na visão de mundo do homem e, por conseqüência, de sua ação no meio natural. É nesse
contexto que surgiram vários problemas conhecidos hoje pela maioria da população mundial.
Desde os mais gerais que atingem o mundo atual como um todo, como a poluição atmosférica
e a decorrente intensificação do efeito estufa, até fenômenos menores como as chuvas ácidas,
geralmente em regiões mais urbanizadas como as grandes metrópoles.

A poluição, como um termo mais abrangente, pode ser definida como resultado de alterações
físicas, químicas e biológicas da atmosfera, de forma a causar danos ao ser humano, à fauna,
flora e até materiais, afetando negativamente o bem-estar geral. A poluição atmosférica, por
sua vez, é um fenômeno causado predominantemente no âmbito urbano-industrial. Diante da
concentração de atividades industriais em áreas específicas (próximas da matéria-prima,
fontes de energia ou dos mercados consumidores), formam-se grandes focos urbanos de
poluição do ar, gerada, sobretudo, pela emissão de gases tóxicos como os dióxidos de carbono
e de enxofre e os óxidos de nitrogênio. Esse conjunto de poluentes se adensa numa névoa
denominada smog, afetando a saúde da população, uma vez que multiplica as doenças
respiratórias e alérgicas. Em menor escala, essa poluição pode ser um processo natural, como
é o caso da produção de gás metano pelo processo de digestão de alguns animais, atividades
vulcânicas e tempestades.

Como um efeito dominó, a poluição atmosférica acarreta um aumento na temperatura global.


Esse conceito, conhecido como efeito estufa, apesar de ser um fenômeno natural associado à
manutenção de temperaturas mais amenas no planeta, está tomando proporções irreversíveis.

O processo acontece da seguinte forma: a radiação solar que atinge a superfície da Terra é
absorvida, mas parte dela é dispersada. Se não houvesse a proteção do efeito estufa, os raios
solares que aquecem a Terra seriam refletidos para o espaço e o planeta perderia calor. A
Terra apresentaria temperaturas médias negativas, pois não teria uma atmosfera suficiente
para refletir o calor de volta para o planeta, gerando um ambiente não apropriado à vida.

No entanto, o manto de poluição potencializa de tal forma essa absorção de calor que acaba
por aumentar indevidamente a temperatura global. Com isso, mais problemas podem vir a
ocorrer, como o derretimento das calotas polares, desaparecimento de diversas espécies e
desastres naturais cada vez mais violentos.

Ainda nas conseqüências da poluição está a chamada chuva ácida, o fenômeno é resultado da
elevação exagerada dos níveis de acidez da atmosfera, devido à emissão de poluentes
principalmente pela queima de combustíveis fósseis. É altamente prejudicial para a saúde do
homem, pois pode causar sérias doenças pulmonares. Além disso, destrói ainda mais a
natureza quando polui rios, fontes de água e o lençol freático. Prédios e monumentos
históricos também não escapam dos efeitos da chuva ácida, que causa a corrosão de vários
tipos de materiais.
2. Poluição Atmosférica

A poluição atmosférica remonta aos tempos da Roma Antiga (apesar de em menor


escala), quando as pessoas queimavam madeira para cozinhar e aquecer suas residências.
Porém, com a Revolução Industrial ampliou-se drasticamente esse impacto ambiental, devido
ao aumento na quantidade de madeira e carvão queimados. O gráfico I mostra, de maneira
simplificada, a magnitude com que o uso de carvão se acentuou com o passar dos séculos,
carvão esse que libera toneladas de gás carbônico (CO2) e óxidos derivados de enxofre.

A poluição atmosférica, depois do século XIX, tornou-se uma questão de nível


mundial, pois poluentes liberados excessivamente em um país são facilmente transportados
pelo vento para outros países. Isso contribui com a má qualidade do ar generalizada que
caracteriza países desenvolvidos e, mais recentemente, também subdesenvolvidos. Um estudo
da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2014 chegou à conclusão de que a poluição do
ar foi a causa da morte de mais de 7 milhões de pessoas no mundo em 2012, matando mais
que AIDS e malária juntas.

Como exemplo de país desenvolvido afetado pela poluição do ar temos a Inglaterra.


Em Londres, no ano de 1952, devido à queima excessiva de carvão, além das péssimas
condições climáticas que dificultaram a dispersão do ar, cerca de oito mil pessoas morreram e
100 mil ficaram doentes por problemas respiratórios. O evento descrito ficou conhecido como
Big Smoke(grande fumaça). Já em 1954, na mesma região, uma camada de smog (neblina
composta de partículas de carbono e dióxido sulfúrico, entre outras) acarretou em dois mil
acidentes rodoviários em um único dia.

Os poluentes atmosféricos podem ser classificados em naturais e artificiais,


primários ou secundários, provenientes de fontes fixas ou móveis e sob a forma de gases ou
de partículas.

Entre os poluentes naturais estão as partículas do solo, gases de incêndios florestais e


os grãos de pólen, além de cinzas e gases de emissões vulcânicas, compostas principalmente
de enxofre e altamente tóxicas.Já os artificiais são produzidos por atividades humanas e
liberados na atmosfera, na sua maioria pela queima de combustíveis fósseis (petróleo, gás
natural e carvão mineral) ou renováveis (lenha, álcool, etc.).
Os primários são aqueles liberados diretamente das fontes de emissão, como o
dióxido de enxofre (SO2), a amônia (NH3), o metano (CH4), o sulfeto de hidrogênio (H 2S), o
monóxido de carbono (CO), os óxidos de nitrogênio (NOx) e o dióxido de carbono (CO2). Os
secundários são os formados na atmosfera pelas reações químicas entre os poluentes
primários e os componentes naturais do ar, como o os sulfatos (SO 42-), o trióxido de enxofre
(SO3), o peróxido de hidrogênio (H2O2), o ozônio (O3), o ácido nítrico (HNO3), o ácido
sulfúrico (H2SO4), o nitrato de peroxiacetila (CH3=OO2NO2) e os nitratos (NO3?), além dos
hidrocarbonetos (HC), mercúrio (Hg), aldeídos, material particulado (MP), álcoois e
compostos orgânicos voláteis (COVs).

As indústrias são as fontes fixas que mais poluem, junto com as usinas termelétricas,
que usam carvão, óleo combustível ou gás, e os incineradores de resíduos. Há também as
fixas naturais, como maresia ou vulcanismo. Já os veículos automotores, trens, aviões e
embarcações marítimas são fontes móveis poluentes.

Vale notar que de acordo com o tamanho de suas partículas elas também podem ser
classificados como partículas totais em suspensão ou partículas inaláveis e fumaça.

De acordo com a Resolução n° 03/90 do Conselho Nacional do Meio Ambiente, “Considera-


se poluente qualquer substância presente no ar que, pela sua concentração, possa torná-lo
impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde, causando inconveniente ao bem-estar público, danos
aos materiais, à fauna e à flora, ou seja, prejudicial à segurança, ao uso e gozo da propriedade
e às atividades normais da comunidade.” Alguns poluentes atmosféricos conhecidos, com
suas fontes e efeitos, são:

● Clorofluorcarbonos (CFCs): emitidos por produtos como aparelhos de ar-


condicionado, refrigeradores, sprays de aerossol, entre outros. Foram banidos em
quase todo o mundo, e quando em contato com outros gases danificam a camada de
ozônio (que impede a passagem dos raios ultravioletas para a superfície da Terra),
ocasionando problemas ambientais e de saúde pública, como o câncer de pele em
humanos.
● Aldeídos (RCHO): emitidos pelos veículos automotores, principalmente nos movidos
a etanol. Podem causar irritação das mucosas, olhos, nariz e vias respiratórias, além de
crises asmáticas. São carcinogênicos.
● Dióxido de Enxofre (SO2): gás tóxico e incolor, produzido por fontes naturais ou
antropogênicas como vulcões, além de fontes não naturais como queima de
combustíveis fósseis. Atividades de geração de energia são as mais significativas
causadoras do problema. Tem como efeito o agravamento da asma e aumento nas
internações hospitalares decorrentes de problemas respiratórios, além de reagir com
água e formar, com o ácido nítrico e outros compostos de enxofre, a chuva ácida.
● Dióxido de Nitrogênio (NO2): altamente oxidante, fator chave na formação de ozônio
na troposfera. Sua emissão natural se dá através de vulcanismo, ações bacterinas e
descargas elétricas, além de combustão em fontes móveis e fixas, que, como estão
distribuídas esparsamente sobre a superfície terrestre não causam tanto impacto quanto
as emissões concentradas nos centros urbanos. Em humanos o principal efeito é o
aumento na incidência de problemas respiratórios e pulmonares, e no meio ambiente
leva à formação de smog fotoquímico e chuva ácida.
● Amônia (NH3): liberada principalmente pela agricultura em razão do uso de
fertilizantes. Quando em contato com a atmosfera forma poluentes secundários.
● Compostos Orgânicos Voláteis (COVs): emitidos através da queima de combustíveis
fósseis, atividades industriais e de fontes naturais da vegetação, além de queimadas. O
metano, um destes compostos, é cerca de 20 vezes mais prejudicial à saúde e ao meio
ambiente do que o monóxido de carbono.
● Hidrocarbonetos (HC): provenientes de processos industriais e naturais, além de
carros, ônibus e caminhões nas cidades, por conta da queima e evaporação de
combustíveis. Precursores na formação do ozônio troposférico e potenciais causadores
do efeito estufa (metano);
● Material Particulado (MP): uma mistura complexa de sólidos de diâmetro reduzido,
apresentando características físicas e químicas diversas. São classificados pelo
diâmetro das partículas e a possibilidade de penetração no trato respiratório.
Provenientes da queima de combustíveis fósseis, biomassa vegetal, emissão de amônia
na agricultura, pavimentação de vias e obras. Os efeitos na saúde são câncer
respiratório, arteriosclerose, inflamação nos pulmões, asma, aumento nas internações
hospitalares.
● Dióxido de Carbono (CO2): produzido no processo de respiração celular,
decomposição e na queima de combustíveis fósseis. É conhecido como causador do
efeito estufa devido ao fato de absorverem parte da radiação refletida pela superfície
da terra, retendo calor e aumentando a temperatura global.
● Monóxido de Carbono (CO): gás inodoro e incolor, emitido devido à combustão em
condições não ideias (caracterizada pela falta de oxigênio para realizar a completa
queima do combustível). A maior parte é decorrente dos veículos automotores. Como
possui alta afinidade com a hemoglobina acaba por substituir o oxigênio em hemácias
reduzindo a eficiência do processo respiratório e comprometendo a oxigenação do
cérebro e todo o resto do corpo. Em baixa concentração no sangue ocorre fadiga
muscular e dores no peito, e em alta pode resultar em asfixia e morte.
● Poluentes Climáticos de Vida Curta (PCVC ou em inglês SLCP): se mantém na
atmosfera de alguns dias a algumas décadas. São prejudiciais à saúde e ao meio
ambiente, além de agravar o efeito estufa. Os principais exemplos são carbono negro
(proveniente da queima ao ar livre de biomassa, motores a diesel e a queima de
combustíveis sólidos), metano (resultado de sistemas de óleo e gás, agricultura,
criação de animais, aterros sanitários e tratamentos de esgotos), o ozônio troposférico
e os hidrofluorcarbonetos (que ocorrem em sistemas de ar condicionado, refrigeração,
solventes e aerossóis).
Como pode ser percebido os efeitos de alguns componentes químicos para a poluição
atmosférica são grandes e diversos. Esses componentes podem afetar materiais, animais,
vegetais e pessoas, direta ou indiretamente quando expostos no meio ambiente.
Ademais, entre os efeitos mais comuns da poluição atmosférica, além da chuva ácida, da
diminuição na camada de ozônio e doEfeito Estufa, está a produção de materiais particulados.
Esta, por sua vez, ocorre por meio da emissão daspartículas sólidas ou líquidas por fontes de
poluição do ar ou mesmo aquelas formadas na atmosfera, as quais, quando dispersas no ar,
formam os chamados aerossóis. Quanto à origem, podem ser provenientes tanto de fontes
naturais como antropogênicas, podendo ainda ser emitidos diretamente por essas fontes, bem
como ser formadas a partir da interação de compostos preexistentes. Essas partículas variam
consideravelmente em tamanho, morfologia, composição química e propriedades
físicas(GODISH, 1991).
Já em relação à Eutrofização artificial, podemos afirmar que, com a deposição dos
poluentes nos corpos hídricos pela precipitação, ocorrem mudanças nos nutrientes presentes
nesses sistemas. À medida que as concentrações de nutrientes aumentam, há aceleração da
produtividade de algas, alterando a ecologia do sistema aquático. Os nutrientes, ao serem
lançados na água, contribuem para aumento da produção orgânica do sistema, com elevação
da biomassa fitoplanctônica e consequente diminuição na penetração de luz (ESTEVES,
1998). Desta maneira, a taxa de decomposição e consumo de oxigênio pelos organismos
podem ocasionar produção de metano e gás sulfídrico no sedimento. Entretanto, os nutrientes
disponibilizados contribuirão novamente para a produção fitoplanctônica. Nesse estágio, o
ecossistema pode produzir mais matéria orgânica do que é capaz de consumir e decompor-se,
com profundas mudanças no funcionamento de todo o ecossistema e nas concentrações de
oxigênio nas camadas superiores, devido à decomposição bacteriana da matéria orgânica nos
sedimentos (HUTCHINSON, 1975; MARGALEF, 1983; WETZEL, 1983).  
A poluição do ar também causa anomalias à saúde vegetal, animal e humana. Entre
alguns dos efeitos em relação a esta, estão a irritação nos olhos e nas vias respiratórias;
redução da capacidade pulmonar; aumento na suscetibilidade de infecções virais e doenças
cardiovasculares; redução da performance física; dores de cabeça; alterações motoras e
enzimáticas; agravamento de doenças crônicas como bronquite, enfisema; danos ao sistema
nervoso central; alterações genéticas; entre outros.
Já na vegetação, a poluição do ar ocasiona necrose do tecido das folhas, caules e
frutos; redução e/ou supressão da taxa de crescimento; o aumento da suscetibilidade a
doenças, pestes e clima adverso até a interrupção total do processo reprodutivo da planta. Os
danos podem ocorrer de forma aguda ou crônica e são ocasionados pela redução da
penetração da luz, com consequente redução da capacidade fotossintetizadora, geralmente por
deposição de partículas nas folhas; mediante a penetração de poluentes através das raízes após
deposição de partículas ou dissolução de gases no solo. Essa penetração dos poluentes ocorre
através dos estômatos, que são pequenos poros na superfície do caule e da folha da planta.
(ASSUNÇÃO, 1998).

Além disso, nos animais, os poluentes geram o enfraquecimento do sistema


respiratório; dano aos olhos, dentes e ossos; aumento da suscetibilidade a doenças, pestes e
outros riscos ambientais relacionados ao “stress”; a diminuição das fontes de alimento e a
redução da capacidade de reprodução.
A poluição atmosférica também gera danos aos materiais.A deposição de partículas,
principalmente de poeira e fumaça, nas edificações acarretam, basicamente, a descoloração,
erosão, corrosão, enfraquecimento e decomposição de materiais de construção.

Um outro problema causado por partículas suspensas no ar é a redução da visibilidade,


além da descoloração da atmosfera, da dispersão da luz solar e do aumento da formação de
neblina. Além disso, forma-se o smog (junção de smoke, fumaça, e fog, neblina), problema
que afeta grandes centros urbanos e conhecido por muitos por meio de histórias escritas por
Sir Arthur Conan Doyle, como os contos de Sherlock Holmes. Assim como grande parte da
poluição atmosférica, o smog é originado das fumaças liberadas por chaminés industriais e nos
escapamentos dos automóveis.

Para manter um monitoramento da quantidade de poluentes presentes no ar e seus


malefícios criou-se o Índice de Qualidade do Ar, que define a máxima concentração de
partículas na atmosfera. Os indicadores para esse índice são poluentes como monóxido de
carbono (CO), dióxido de enxofre (SO2), hidrocarbonetos totais (HC), partículas totais em
suspensão (PTS), oxidantes fotoquímicos expressos com ozônio, partículas inaláveis (PM10)
e dióxido de nitrogênio (NO2). Em geral os resultados do índice são disponibilizados em
tempo real nas estações de monitoramento, e tem como principal objetivo informar a
população sobre a qualidade do ar no local.

Alguns efeitos naturais de diminuição da poluição são dispersão, precipitação,


transformações químicas e assimilação biológica. No entanto o alcance desses efeitos é
limitado, e devido a esses limites cabe aos seres humanos auxiliar no processo de recuperação
ambiental, independente do custo. Algumas medidas antropogênicas que podem ser tomadas
para reparar os danos causados ao meio ambiente são:

● Utilizar transportes públicos ou meios alternativos como bicicleta, de modo a diminuir


a emissão de gases provenientes da queima de combustíveis em veículos automotores;
● Usar produtos provenientes de indústrias ou fontes locais, o que torna desnecessário o
transporte de produtos por meio de caminhões e trens movidos a combustíveis fósseis;
● Desligar, quando possível, eletroeletrônicos e eletrodomésticos, economizando energia
e tornando desnecessário o uso exacerbado de termelétricas;
● Reciclar o lixo doméstico, diminuindo o consumo de energia e de matéria-prima para
a fabricação de novos produtos, pelo mesmo motivo que o item anterior;
● Escolher produtos de empresa com menor pegada ambiental;
● Evitar queimadas no campo em época de plantio ou colheita, que além de poluir a
atmosfera causam eventual diminuição da matéria orgânica e falta de nutrientes;
● Implantar a utilização de tecnologias renováveis (como o uso de fontes solares de
energia e a utilização de madeira de reflorestamento) no processo produtivo nas
empresas;
● Racionar o processo industrial, economizando matéria prima e energia;
● Incentivar o uso em larga escala de filtros de ar, para evitar que processos
indispensáveis ainda assim poluam a atmosfera.

Além disso, o Carvão Ativado, material de carbono poroso com capacidade de armazenar
gases, líquidos e impurezas entre os seus poros, pode ser usado para evitar a poluição do ar,
por meio da adsorção de gases tóxicos obtidos do processo industrial, como o CO2. O ar
comprimido também é purificado pelo Carvão Ativado, de modo que são retirados vapores de
combustíveis, hidrocarbonetos. No entanto, seu uso mais importante é a retenção de gases
radioativos liberados por turbinas de reatores nucleares durante o período necessário para que
haja o decaimento radioativo das partículas sólidas que estão misturadas ao gás, enquanto o ar
é filtrado pelos poros do carvão.
3. Chuva Ácida

Talvez o subproduto da poluição atmosférica mais nocivo aos seres vivos, a chuva ácida é
um dos principais problemas ambientais desde o século XX, apesar de ser documentada desde
o século XVIII. Ela se forma a partir de várias reações, dentre elas a de nitrogênio gasoso (N 2)
com oxigênio molecular (O2), formando monóxido de nitrogênio (NO). No entanto essa não é
uma reação espontânea, já que necessita de uma injeção energia para acontecer.

Uma das fontes da energia necessária para a formação do NO é a queima de


combustível em veículos automotores ou em fornos industriais. Essas queimas ocorrem a altas
temperaturas, fornecendo a energia necessária para a reação de formação, dada por:

N2 (g) + O2 (g) → 2 NO (g) (altas temperaturas)

O monóxido de nitrogênio na atmosfera é oxidado, resultando em dióxido de


nitrogênio (NO2), um gás que em altas concentrações tinge a atmosfera de marrom. Esse
efeito é conhecido como smog fotoquímico, e, como era de se esperar pelas fontes de
monóxido de nitrogênio existentes, afeta grandes centros urbanos. Ademais, ao entrar em
contato com água, seja por vapor d’água presente no ambiente, seja por conta de
precipitações, o dióxido de enxofre outra reação química, dessa vez formando o ácido nítrico
(HNO3), sendo ele um dos causadores da chuva ácida.

Entretanto o gás que mais diminui o pH pluviométrico é o dióxido de enxofre (SO 2),
que é produzido como subproduto da queima de combustíveis fósseis como óleo diesel,
carvão e gasolina. Os mais impuros como o óleo diesel e o carvão contêm grandes
porcentagens de enxofre, servindo de fornecedores de grande parte da emissão de SO 2.
Atualmente, no Brasil, altos investimentos são feitos pela Petrobrás com objetivo de aumentar
a tecnologia disponível para purificação das impurezas do diesel e outros combustíveis
derivados do petróleo, de modo a tornar o processo mais eficiente e menos custoso.

As reações do dióxido de enxofre ocorrem de forma análoga às do dióxido de


nitrogênio, e são dadas por:

SO2 (g) + H2O (l) → H2SO3 (aq)

H2SO3 (aq)  → H+(aq) + HSO3- (aq)


Sendo essas reações as reações de formação do ácido sulfuroso.

Contudo o dióxido de enxofre, quando oxidado na atmosfera, forma o trióxido de


enxofre (SO3), que em contato com precipitação e vapor d’água forma o ácido sulfúrico
(H2SO4) classificado como um ácido forte (alto grau de ionização; a grande maioria das
moléculas se divide em H+ e SO42-). Essas reações são dadas por:

SO2 (g) + ½ O2 (g) →  SO3 (g)

SO3 (g) +  H2O (l)  →  H2SO4 (aq)

H2SO4 (aq)  →  2H+ (aq) + SO42- (aq)

Efeitos da chuva ácida


A chuva ácida, como explicado anteriormente, ocorre quando dióxido de enxofre e
alguns tipos de óxidos nítricos são lançados na atmosfera e se combinam com moléculas de
vapor d'água, formando ácido sulfúrico e nítrico, respectivamente. Esses ácidos então
retornam para a superfície terrestre em várias formas, desde neve a neblinas, além da forma
mais conhecida, a chuva ácida. No entanto, ao contrário do que indica o senso comum, não é
só com água que se depositam ácidos na superfície. Há também a deposição seca, causada
pela gravidade, que deposita aos poucos moléculas ácidas já presentes na atmosfera.
O fenômeno da chuva ácida é um problema estritamente regional, afetando apenas as
áreas em que os óxidos são emitidos e áreas adjacentes, alcançáveis pelo vento. Logo, não é
um problema que afeta o Brasil como um todo, mas apenas regiões mais industrializadas (e.g.
São Paulo). Entretanto não pode ser ignorado, já que seus danos já acarretaram em perdas
acumuladas na ordem de bilhões de reais, além de afetar as áreas mais populosas do país.
Pata análise dos efeitos da chuva ácida, dividimos esta sessão em duas partes: efeitos
aquáticos, efeitos terrestres. Ademais, há um capítulo à parte abordando o assunto de efeitos
da chuva ácida na construção civil.
Efeitos aquáticos: Um efeito comum em locais com chuva ácida é a contaminação de
sistemas aquáticos. Ela possui como efeito direto a redução da população de zooplâncton e
fitoplâncton, desestabilizando cadeias alimentares aquáticas. Além disso alguns peixes (truta e
salmão) também são sensíveis à diminuição do pH em lagos e rios, como demonstrado por
estudos (Beamish et al., 1975).
No entanto o maior efeito da chuva ácida em corpos d'água não é a diminuição direta
do pH, mas sim no que essa diminuição acarreta. Na maioria dos lagos e rios existem solos,
rochas e sedimentos com altas concentrações de alumínio, antes insolúvel, mas que com a
diminuição do pH começam a se solubilizar. Esse alumínio é a principal causa da morte de
fauna marinha. Estudos da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos (1980)
demonstraram que a faixa de pH em que a liberação de alumínio se torna fatal para peixes é
de 5,0.
O menor pH em lagos e rios, além de matar peixes diretamente, também impede que
uma grande parte da população entre em seus estágios reprodutivos. Por conta disso as
populações de peixes ficam cada vez mais velhas, até que eventualmente desaparecem.
Fazendo a transição entre efeitos aquáticos e terrestres da chuva ácida estão os
anfíbios. Ovos de anfíbios são constantemente expostos aos ácidos, o que causa deformações
ou mesmo morte prematura. Para salamandras, por exemplo, exposição a águas com pH
menor que 6,0 resulta numa falha de 80% dos ovos. Uma diminuição drástica na população de
anfíbios é problemática, pois eles são membros significativos tanto de ambientes aquáticos
como de terrestres, se alimentando de insetos aquáticos e servindo de grande fonte de proteína
para pássaros e mamíferos.
Efeitos terrestres: Para iniciar essa sessão, temos os efeitos da chuva ácida em
florestas. Foi notado em estudos que chuvas ácidas moderadas, de pH 4,6, já podem danificar
árvores em estágio inicial de desenvolvimento. Além disso, milhares de hectares de floresta
nativa já foram destruídos na região da Alemanha, em sua porção oriental, e da antiga
Tchecoslováquia, nos últimos 20 anos. E, apesar de pesquisas da OTAN indicarem que desde
1990 há mostras de recuperação do solo, há 25 a acidez das chuvas tem aumentado na
Alemanha.
O alumínio presente no solo é liberado de maneira análoga ao que ocorre em
ambientes marinhos, e quando sua concentração aumenta, causa envenenamento de raízes de
plantas. Ademais, um aumento na concentração de alumínio também gera aumento
populacional de bactérias patogênicas para plantas, bactérias essas que eventualmente ajudam
no declínio da floresta nativa afetada.
É válido notar que as florestas nativas como um todo ao redor do globo estão
adaptadas a solos mais ácidos, já que a acidificação é um processo natural que ocorre de
tempos em tempos. No entanto, o que causa inquietação na comunidade científica (e por
tabela nos governos e população em geral) é que não se sabe até que ponto as plantas estão
adaptadas, e se existe um limiar que não deve ser ultrapassado. A resposta, apesar de crucial,
não é conhecida no tempo presente.
Além do efeito em florestas, vamos agora abordar o efeito em plantações. Alguns
estudos não conseguiram chegar a uma relação clara entre chuva ácida e queda na produção
de sementes. No entanto, num estudo de 1980 por Lee e Neely, nos Estados Unidos, danos
visíveis à folhagem de plantações ocorreu com chuvas de pH 3,0 (o que ocorre de 0,5% a
1,0% das vezes em regiões afetadas da América do Norte). Isso leva a uma queda na produção
de plantas dependentes de uma folhagem saudável, como soja e tabaco. Outros estudos, de
plantações de Ontario, Canadá, indicam uma queda de até 11,4% na produção de diversas
plantas, o que poderia acarretar em perdas de milhões de dólares anuais aos Estados Unidos e
Canadá. Vale notar que, apesar de esses estudos estarem localizados na porção norte das
Américas, seus efeitos também são observáveis no Brasil, que possui uma economia em
grande parte agroexportadora.
É possível, com isso, perceber que ambientes terrestres são menos afetados que
ambientes marinhos (até 11,4% de queda na produção de plantações contra 100% de extinção
de certas populações marinhas). No entanto, é válido notar que apesar de menor dano
percentual, uma maior parte da economia global se deve a commodities como soja e trigo,
advindos da produção agrícola.

Algumas propostas de solução para problemas relacionados à chuva ácida: As


propostas para remediar e controlar a chuva ácida envolvem altos custos, o que gera a
necessidade de ações efetivas, que não resolverão o problema instantaneamente, mas em
décadas. Logo, é necessário, primeiramente, impedir a poluição do ar, principalmente dos
óxidos sulfúricos, o que pode ser feito de diversos meios, seja antes, durante ou depois da
combustão.

Em relação às medidas antes da combustão, a finalidade principal é evitar a combustão


do enxofre. Para isso, é preciso diminuir o uso de combustíveis com alto teor de enxofre, o
que pode ser feito nos combustíveis pela substituição ou mistura desses com combustíveis
com baixa concentração de enxofre, como o álcool. Além disso, a remoção do enxofre pode
ser feita por meio da reação química de hidrogenação, na qual adiciona-se hidrogênio à
determinado composto orgânico, de modo a liberar o sulfeto de hidrogênio (H 2S), composto
reciclado e reutilizado nesse processo. Já na produção de energia, deve-se evitar,
principalmente, as usinas termoelétricas, e incentivar o uso de energia eólica.

Ademais, a queima do carvão é um dos grandes responsáveis pela liberação do


enxofre. Com o objetivo de evitá-la, o processo de lavagem do carvão é uma ótima opção,
apesar do alto custo, uma vez que este remove o enxofre e outras impurezas de sua superfície
por meio da flotação, haja vista que esses componentes possuem uma densidade menor. Por
sua vez, a limpeza do carvão com o uso de um elemento químico pode remover o enxofre
presentes nos compostos orgânicos.

Já durante a combustão, uma das alternativas para diminuir a quantidade de enxofre é


a realização da combustão do carvão juntamente com arenito. Tal reação química poder ser
realizada com o equipamento FBC (FluidizedBedCombustion) - representado na Figura II -, e
com o processo de LIMB (LimestoneInjection in MultistageBurners). Enquanto este injeta
grãos de arenito em um aquecedor especial com o carvão, o primeiro mistura grãos de arenito
com carvão, de modo a suspender as partículas menos densa. Por meio desse processo, é
possível realizar a retirada de 95% do enxofre.

Outrossim, após a combustão, além da utilização de filtros em escapamentos e em


chaminés industriais, que podem conter imantação magnética, pode-se aplicar a
dessulfurizarão com o gás F2 (Flúor), na qual mistura-se um componente químico capaz de
absorver o enxofre, como areia, arenito ou até água do mar, com o gás flúor, o qual remove o
dióxido de enxofre da mistura gasosa. Ademais, a troca do processo de produção também
pode influenciar em uma menor produção de enxofre, ou em um maior controle de resíduo
produzido.

A vantagem do uso medidas que reduzem o lançamento de óxidos de enxofre na


atmosférica é que o dióxido de enxofre retido pode ser transformado em diversos compostos
úteis à produção industrial, como ácido sulfúrico, usado como fertilizante), o SO2 líquido,
usado na fabricação de papel e na conservação de poupas de frutas, além do enxofre
elementar.

4. Efeito Estufa
Pode-se associar o efeito estufa a um acontecimento do dia a dia, quando em dias
quentes um carro exposto ao sol por um longo período de tempo tem sua temperatura interna
elevada. O fenômeno observado é causado pela radiação liberada pelo sol, a maior parte dessa
está na faixa de luz visível (de 380 a 750 nm) que consegue passar pelo vidro para o interior
do veículo. Parte dessa radiação é absorvida pelos componentes internos do carro, enquanto
que outra parte refletida.

A radiação refletida é chamada de radiação infravermelha (4 a 40 µm), que, devido a


seu grande comprimento de onda, não passa pelo vidro, ficando presa dentro do automóvel e
provocando o aumento da temperatura. De modo análogo, observa-se um fenômeno
semelhante na Terra. Quando atingida pela luz solar a atmosfera se esquenta gradativamente,
por conta da mesma radiação infravermelha.

Essa radiação recebida pela terra é armazenada na forma de energia pelos ditos gases
do efeito estufa. Os principais representantes desse grupo são o gás carbônico (CO 2), o
metano (CH4), vapor d’água (H2O) e outros gases raros (chamado assim devido à sua pequena
porcentagem na atmosfera). Esses gases possuem alto calor específico, uma grandeza física
que representa o quanto de calor é retido por um determinado material. Por conta disso esses
gases funcionam como uma espécie de barreira, impedindo a dissipação eficiente da energia
acumulada e mantendo a superfície da terra com uma temperatura relativamente estável e
propícia para a vida em quase toda a sua extensão.

Entretanto, principalmente após a Revolução Industrial, houve um acréscimo


vertiginoso na concentração dos gases do efeito estufa na atmosfera, causando uma maior
retenção de energia. Por conta desse excesso temos o que hoje é chamado aquecimento
global.

O clima da Terra é resultado de bilhões de anos de formação, e até poucos séculos


atrás se mantinha em relativo equilíbrio. Era possível que de um ano para outro houvessem
oscilações na temperatura média, ou até mesmo de algumas décadas para outras. No entanto
essa variação nunca era algo tão alarmante, chegando apenas a pouco mais de um grau
Celsius. O clima terrestre depende de uma interação complexa entre oceanos, seres vivos,
atmosfera, calotas polares, rochas, sedimentos, entre outros.
No entanto, com o aumento da concentração dos gases do efeito estufa, como já mencionado,
esse equilíbrio do clima terrestre ameaça se romper. Previsões feitas por cientistas da ONU,
após estudos detalhados de tendências estatísticas do clima global, alertam para uma mudança
de até 4,8 graus Celsius no século XXI.

Apesar de soarem alarmantes, essas estatísticas são encaradas com felicidade por alguns
povos próximos aos círculos polares. Um aumento na temperatura média global iria tornar
cultivável muitas terras que hoje não são classificadas como tal, como grande parte do Canadá
e da Rússia.

Por outro lado, um aumento na temperatura global causaria derretimento de grande parte das
calotas polares, o que faria subir os níveis dos mares e oceanos. Esse incremento na altitude
das marés pode chegar a desalojar até 23% de toda a população humana, que vive em áreas
costeiras. Isso acarretaria em um êxodo massivo para cidades mais altas, o que criaria ou
agravaria problemas de infraestrutura de cidades interioranas.

Por incrível que pareça, o gás do efeito estufa mais atuante é o vapor d’água (H 2O). Como
tem extrema facilidade em mudar de fase nas condições atmosféricas e nessas mudanças
libera ou absorve calor latente, associado ao transporte de vapor d’água pela atmosfera, atua
na distribuição do calor sobre o planeta. Porém só ocorrerá o aumento do vapor d’água
quando a concentração dos gases do efeito estufa aumentar, o que significa dizer que ele não
interfere diretamente no incremento do efeito estufa. O que realmente interfere é a
intensificação na liberação de alguns gases pelas atividades humanas, estando o dióxido de
carbono (CO2, 53% de contribuição), o metano (CH 4, 17% de contribuição) e (CFCs,12% de
contribuição)entre esses gases.

O dióxido de carbono, por sua vez, é absorvido naturalmentepelas plantas e algas durante a
fotossíntese, e incorporado ao corpo desses na forma de carbono, sendo difundido para toda
biota (“todos seres vivos sobre a superfície da terra, dominada em termos de volume, pela
vida vegetal”), o solo e os oceanos. Dessa forma, caso não houvesse interferência antrópica,
haveria uma tendência ao equilíbrio do CO2 entre a biota e a atmosfera.

Contudo, devido aos grandes índices de gases liberados pela queima de combustíveis fósseis,
são liberados, em média,3,0 Gt (Gigatonelada = 1 bilhão de toneladas) atualmente, e 175Gt de
Dióxido de Carbono no ar desde 1860. Parte dos gases liberados nesse século, por sua vez,
está presente na atmosfera atualmente, uma vez que o CO 2 apesar de absorver menos calor
que outros compostos orgânicos, demora 105 anos para reduzir a sua concentração na
atmosférica em 50%, aproximadamente, se as emissões de gás carbônico cessassem nesse
momento.
Já o Metano (CH4) é o segundo GEES mais importante, sendo produzido pela rizicultura
(cultivo de arroz) diversos animais, e nos aterros sanitários e lixões. Logo, uma das causas de
sua liberação está relacionada com o grande número de animais cultivados para o consumo
humano.
Tal aumento é bem menor se comparado ao dos outros gases, entretanto a molécula de metano
absorve 20 vezes mais a radiação infravermelha que a molécula de dióxido de carbono, de
modo que 1 kg de metano produz 63 vezes o aquecimento provocado por 1 kg de dióxido de
carbono em 20 anos.
O melhor método para determinação da concentração de CO 2 atmosférico em diferentes
épocas, ou até mesmo milhares de anos atrás, é estudar sua concentração na neve, encontrada
na Antártida, datada da época em questão. Para isso uma parte da neve é escavada, até que se
encontre neve comprimida, na forma de gelo. Após esse processo retira-se um pedaço do gelo
encontrado, que depois é descongelado em condições controladas, de modo a determinar a
concentração de diversos componentes presentes nele. Diversos estudos como esse ajudam a
corroborar a hipótese de que uma maior concentração de CO 2 no ar está diretamente
relacionado a uma maior temperatura média da atmosfera. Esse teste só é possível por conta
da propriedade da neve de “levar consigo” as partículas suspensas no ar quando ela se
precipita.
Além da conclusão anterior, os mesmos estudos chegaram em dados alarmantes sobre
a concentração de CO2 na atmosfera: nunca houve aumento tão abrupto e intenso em sua
concentração como atualmente. E esse aumento está acarretando em outros problemas.
Os oceanos são responsáveis por absorver grande parte do gás carbônico atmosférico,
através de sua dissolução natural na água. Além disso componentes do fitoplâncton usam CO 2
para realizar a fotossíntese. No entanto, por conta das propriedades coligativas da água, uma
maior temperatura da água acarreta numa menor capacidade de absorção de carbono. Isso cria
um ciclo autocatalítico, em que uma maior concentração de CO 2 atmosférico gera o aumento
da temperatura global, diminuindo a capacidade de absorção e aumentando ainda mais a
concentração do gás no ar.
Outros agentes responsáveis por absorver grandes quantidades de CO 2 são as florestas em
desenvolvimento, ou seja, que não alcançaram seu clímax. Essa retirada também se dá pelo
processo de fotossíntese, análogo ao processo realizado pelo fitoplâncton marinho. No
entanto, com o desmatamento de grandes áreas florestadas, além de queimadas intencionas
para agricultura, além de não intencionais, uma grande quantidade de carbono está sendo
“devolvida” à atmosfera.
Em relação aos Clorofluorcarbonos (CFCs), estes são usados em geladeiras, sprays, ar-
condicionado, entre outros, e possuem capacidade de absorver calor 8.100 vezes maior que o
gás carbônico. Foi proibido em 1987 no Protocolo de Montreal, e foi substituído pelo
HFC(Gases hidrofluorcarbonetos). No entanto, segundo um estudo do Programa das Nações
Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) de 2005, a destruição da Camada de Ozônio continua
aumentando.
Tal fato gerou, mais recentemente ainda, a criação de um grupo de cientistas que possuem
opiniões duvidosas sobre o aquecimento global, de modo a afirmar que a camada de ozônio é,
na verdade, uma nuvem, de maneira a possuir. Além disso, eles, conhecidos como céticos,
também afirmam que o aquecimento global é apenas parte de um processo natural de
aquecimento do planeta, uma vez que, no ano de 2012, a temperatura média da Terra
diminuiu um grau Celsius, o que, segundo eles, é o início do processo de resfriamento do
planeta.Logo, ainda não se sabe qual versão é a correta: dos defensores do aquecimento
global, ou os céticos.
A fim de entender as mudanças observadas no clima atual, de prever possíveis efeitos
einequivocamente atribuí-los às atividades humanas, é primordial, primeiramente, a
compreensão da variabilidade natural do clima. Entender as condições climáticas na Terra no
passado permite discernir os mecanismos determinantes e condutores de mudanças climáticas
globais, dando subsídios para atribuição das contribuições naturais e antropogênicas no
recente aquecimento global.
De forma a procurar uma análise ponderada sobre a influência humana no clima terrestre,
acadêmicos da USP, UNB e Unicamp realizaram um estudo voltado à compilação de dados
relacionados às causas naturais de mudanças climáticas, pouco mencionadas quando o assunto
'Efeito Estufa' é colocado em pauta.
O estudo, publicado em um artigo divido em duas partes, evidencia a relação intrínseca
existente entre diversos padrões de comportamento observados em muitos agentes naturais
terrestres e extraterrestres, possibilitando o entendimento de 'clima' como um fenômeno de
essência cíclica, reconhecendo inicialmente a natureza periódica das alterações terrestres para
posteriormente, estabelecer uma conexão com as ações humanas na superfície terrestre.
As influências relativas de fatores antropogênicos e naturais no clima podem ser comparadas
concomitantemente de um modo amplo, usando o conceito de ‘forçamento radioativo’,
processo que se refere à perturbação do balanço referente à radiação recebida a partir do Sol e
da radiação de saída da Terra. Ao alterar o balanço de energia do sistema climático, as
alterações em diferentes processos afetam a absorção, reflexão, dispersão e emissão da
radiação na atmosfera e na superfície terrestre.
O Balanço da radiação terrestre varia de acordo com três fatores:
1. Emissão da radiação: fator primário determinado por variações solares, como os ciclos
solares e outros.
2. Recepção da radiação: fator secundário determinado por variações da posição terrestre em
relação ao Sol, conforme observado nos ciclos diários, ciclos anuais e ciclos de Milankovitch
(Referentes à excentricidade do movimento e da órbita terrestre).
3. Reflexão, absorção, distribuição do calor e emissão da radiação: fator terciário determinado
por alterações da composição atmosférica, da superfície terrestre e dos oceanos,
compreendendo mudanças no uso dos solos, na quantidade de nuvens e na circulação
oceânica.
Nota-se dessa forma, que a interferência antrópica pode apenas existir na terceira categoria;
através da alteração de gases e partículas presentes na atmosfera além do uso e da ocupação
dos solos. Dessa forma, as causas de mudanças climáticas podem ser classificadas em ‘Causas
externas’, relacionadas aos agentes modificadores exteriores ao sistema climático, e as
‘Causas internas’, que compreendem os agentes da superfície terrestre (incluindo a ação do
homem).
Dentre as “Causas externas”, destacam-se estudos referentes ao aumento da temperatura
média terrestre global e do nível médio dos mares, derretimento de geleiras e calotas polares,
mudanças na precipitação e em eventos climáticos extremos, como secas, chuvas intensas,
tempestades, furacões, ondas de calor, entre outros.
Já as “Causas internas” referem-se, principalmente, ao lançamento de gases do efeito estufa
na atmosfera, decorrente da criação extensiva de gado e queima de combustíveis fósseis. O
estudo evidencia, entretanto, que a magnitude relativa das causas naturais no clima terrestre é
extraordinariamente superior a tais fatores, desmistificando assim a impressão de que o
homem seria o principal causador das mudanças climáticas atuais.
Diante das circunstâncias apresentadas, o artigo é concluído com uma reflexão, a de entender
e analisar 'clima' sob uma nova perspectiva: diferente de uma concepção de imutabilidade do
clima seguida por um aquecimento causado exclusivamente pelo homem, o aquecimento
global atual pode ser entendido como uma decorrência da inevitabilidade da mudança do
clima, conforme ciclos naturais que representaram no passado alterações de ordem bastante
superiores às atuais. Em outras palavras, o clima sempre mudou, e muito, no passado.
Relativamente pequena perante às mudanças já ocorridas naturalmente, a mudança atual pode
ser interpretada como parte de variações naturais, que periodicamente oscilam entre períodos
de aquecimento e resfriamento.
Algumas propostas de solução para minimizar o efeito estufa:A redução de emissões de
carbono deve ser feita tanto coletivamente quanto individualmente. Isso pode ser feito
reduzindo-se a quantidade de cada produto consumido, além de repensando que produtos
consumir, dando preferência aos que afetam menos o meio ambiente. Ademais é importante
reciclar produtos que possam ser reciclados de maneira eficiente, como o alumínio presente
em latas de refrigerante. Dessarte podemos reutilizar materiais escassos e de difícil extração
do solo e diminuir dispêndios econômicos, que podem ser canalizados para outras áreas, de
modo a reduzir danos ambientais.

Como exemplo de reciclagem temos o papel. Para cada tonelada de papel reciclado, 10 a 20
árvores não são derrubadas, além de utilizar-se cerca de 50 vezes menos água do que na
produção inicial do papel. Além disso o processo de reciclagem usa 50% menos energia que a
convecção de papel novo.
Outro exemplo é a reciclagem de alumínio, produto usado principalmente em latas de
refrigerante. Para a fabricação de novas latas usa-se aproximadamente 5% da energia que foi
gasta na extração inicial do alumínio. Ademais, para cada quilograma de alumínio reciclado
deixa-se de extrair outros cinco quilogramas de bauxita, mineral que além de alumínio contém
substâncias poluentes.
Dois últimos exemplos são as reciclagens de vidro e plástico. A reciclagem do vidro
ajuda a reduzir o volume de aterros sanitários, além de evitar alterações em ecossistemas
naturais para a extração de areia, calcário e outros componentes. Já a reciclagem de plástico
evita que mais petróleo precise ser extraído, além de, como o vidro, reduzir o volume de
aterros sanitários. A reciclagem do plástico é especialmente vantajosa também porque utiliza
apenas 10% de energia, em comparação com a produção inicial.
Em relação aos animais causadores do efeito estufa, como os bovinos, pode-se diminuir a
produção de carne, uma vez que parte dessa não é consumida porque não é consumida em seu
devido prazo de validade.
Outra maneira de tentar minimizar a influência da ação antrópica no efeito estufa é a
realização de conferências globais a fim de possibilitar a criação de metas a serem cumpridas.
No entanto, a maioria dessas conferências são realizadas com enorme quantidade de países,
como a Rio-92, que contou com 117 chefes de Estado, sendo que muitos deles apresentam
interesses econômicos e ambientais divergentes.
Além disso, nessas conferências, dois fatores dificultam a realização das metas: o fato dessas
possuírem longos prazos para serem cumpridas, e também serem muito abstratas. Ambos os
fatos ocorreram nos eventos responsáveis por dar continuidade à Rio-92, como a Rio+ 10 e a
Rio+20, as quais, consoante a jornalista KumiNaidoo, não obtiveram sucesso, pois algumas
metas são abstratas e não correspondem à realidade.
Na Conferência Rio+ 20 foram discutidos inúmeros temas, mas não houve a formação de
um consenso sobre o estabelecimento de metas. Isso se deve, segundo OdedeGrajew,
integrante do Comitê Internacional do FSM (Fundo Social Mundial), ao fato de 2012, ano de
realização da Rio +20, ser o ano de eleições nos EUA, França e Alemanha, o que demonstra a
prioridade, por parte dos políticos desses países, em se eleger novamente, em detrimento das
consequências do efeito estufa. Por conseguinte, as conferências devem ser realizadas com
um número menor de países, e haver a criação de metas concretas a curto prazos para a
facilitar a execução dessas.
No Protocolo de Kyoto, em 1997, criou-se o mercado de crédito de carbono, que possibilita
a diminuição da emissão de gases causadores do efeito estufa por parte das empresas dos
países altamente industrializados. Esse sistema possibilita a compra de créditos de outra
empresa que tenha feito alguma ação para a redução da liberação de gases. No entanto, para a
ativista Graciela Rodrigues, a instituição de compra e venda desses créditos mercantiliza
elementos da natureza e, na prática, permite que agentes poluidores continuem agindo, sem
que necessariamente reduzam suas emissões, uma vez que é mais lucrativo para determinada
empresa comprar crédito de carbono ao invés de criar meios que visam a erradicação da
poluição.
Já em relação à liberação de combustíveis fósseis, é viável que as empresas petrolíferas, ao
invés de injetarem ar ou água no poço de petróleo para expulsar o óleo do interior da crosta
terrestre, por diferença de pressão, podem substituir esses pelo gás carbônico. Tal fato é
possível pois a queima de um combustível fóssil gera, no mínimo, 70% de gás carbônico e
30% de água.
Logo, os bolsões podem ser usados para armazenar essa porcentagem de CO 2, além de sobrar
30%, porcentagem essa que pode ser usada para o armazenamento do dióxido de carbono
liberado pela combustão do carvão mineral.Ademais, o gás carbônico, além de ser
armazenado, funcionaria como suporte para as camadas de rocha sob pressão, uma vez que,
por possuir tendência a sofrer reações ácidas, o que aumenta a resistência das paredes devido
à formação de rochas calcárias.
5. Poluição do Ar, Chuva Ácida e Efeito estufa e suas relações com a Construção
Civil

A construção civil é um dos setores que mais apresenta problemas com a poluição do ar e,
principalmente, com a chuva ácida, sendo esta responsável pela corrosão e desgaste de
materiais como tinta, pedra, metal, alvenaria, plásticos e aço, de modo a causar danos
extremamente caros, estimados em bilhões de dólares anuais, ou até mesmo irreversíveis.
Além disso, os desgastes de construções que ocorrem naturalmente devido ao vento e à chuva,
sofrem aceleração da chuva ácida, uma vez que ela corrói estruturas que revestem, por
exemplo, prédios e estátuas.

As ações dos poluentes aéreos ocorrem devido à presença de CaCO 3 (Carbonato de Cálcio)
em rochas usadas na construção civil, como o mármore e o calcário. Quando poluentes de
enxofre presentes na atmosfera, como os gases SO2 e SO3 – dióxido de enxofre e trióxido de
enxofre, respectivamente - são depositados na superfície de alguma dessas rochas, eles
reagem com o CaCO3, formando o CaSO4, o gesso. Tal fenômeno ocorre mais rapidamente
em uma cidade poluída do que na zona rural, uma vez que esta reação química ocorre mais
rapidamente quando há o aumento da concentração dos óxidos derivados de enxofre.

Em relação à chuva ácida, os ácidos H2SO4 e H2SO3 – ácido sulfúrico e ácido sulfuroso,
respectivamente - quando diluídos nas gotas de água, reagem com o CaCO 3, e também
formam o gesso. Este, por sua vez, além de possuir resistência à tensão praticamente
desprezível em comparação com o mármore, é dissolvido pela água da chuva, de modo a
enfraquecer a rigidez da estrutura. No entanto, não apenas danos estruturais são causados pela
transformação de Carbonato de Cálcio em Carbonato de Sulfato, uma vez que também ocorre
poluição do ar devido à liberação de CO2 por parte dessa reação.

Ademais, inúmeras esculturas e estátuas feitas com mármores sofrem danos históricos e
arqueológicos irreparáveis devido à chuva ácida e à poluição do ar. Tal fato pode ser
comprovado pela dissolução da Acrópole, em Atenas, na Grécia, e de preciosidades artísticas
italianas ter acelerado incrivelmente nos últimos 30 anos em comparação com o que foi
analisado em séculos.

Outro ramo da construção civil afetado pelas chuvas ácidas, apesar de mais novo e pouco
conhecido pelos leigos, é a reciclagem de concreto, atividade esta mais comum nos países
europeus, como Dinamarca, Holanda e Bélgica. Por sua vez, o concreto reciclado, presente
em sub-base de pavimentos de estradas no Brasil e em CAD – Concreto de Alto Desempenho
– na Bélgica, pode ter sua vida útil reduzida em mais de 50%, em relação ao concreto
convencional, caso seja mantido em contato com a chuva ácida, uma vez que esta é a
responsável pelo aumento do índice de Sulfato de Cálcio(CaSO 4), além da diminuição de sua
resistência. "Os concretos obtidos com agregados reciclados devem ser protegidos com
revestimento ou impermeabilização da superfície, contra ação de agentes agressivos como
água potável em movimento, chuva ácida e águas servidas", consoante afirma Márcio
Estefano de Oliveira, ex-professor de Engenharia Civil da Unesp, membro do Comitê CT 206
Meio Ambiente do Ibracon(Instituro Brasileiro do Concreto) e Coordenador do Grupo de
Trabalho de Agregado Reciclado do SindusCon -SP (Sindicato das Indústrias da Construção). 

Como consequência, é natural que a grande redução da vida útil do concreto reciclado seja
uma das causas do baixo índice de reciclagem de resíduos de construção civil no Brasil, entre
outros fatores, como pior rendimento do concreto reciclado e diminuição do módulo de
elasticidade do material quando comparado ao concreto convencional, além da ausência da
cultura de reciclagem no país. Logo, não apenas o concreto, mas inúmeros resíduos da
construção civil são descartados em aterros sanitários, lixões, terrenos baldios, margens de
rios, ruas das periferias, entre outros locais impróprios. Uma das consequências originadas
por tal ação equívoca é a liberação de íons metálicos pertencentes ao concreto, principalmente
de Cálcio, Sódio e Potássio, como o que pode ser comprovado perante a análise dos dados da
tabela I. Tal ação ocorre na presença de chuva, mas aumenta quando esta é ácida.

No entanto, esta não é a única forma de liberação de íons metálicos que a chuva ácida causa
no ramo da engenharia civil, uma vez que o sistema de encanamento de água, o qual é o
responsável pela absorção da chuva ácida, também sofre o processo de corrosão em meio
ácido. Desse modo, os canos conduzem diretamente diversos tipos de metais para o consumo
humano, como o Cobre, predominante em encanamentos no Canadá e na região leste da
América do Norte, em geral, além da Suécia. Neste país, já foram registradas mudanças da cor
do cabelo para verde devido à lavagem desse em água com altas concentrações de cobre, além
de casos em que crianças contraíram diarreia devido à ingestão de água contaminada com
cobre em concentração inferior a 0,5mg Cu/L.
Tal fato, além de contrariar o pensamento dos leigos de que uma pequena quantidade de
metal dissolvida na água não afeta a saúde humana, demonstra a ineficiência da OMS, a
Organização Mundial da Saúde, haja vista que essa instituição recomenda o consumo de água
com concentrações de cobre máxima de 1,5mg Cu/L. Todavia, tal índice é irrelevante se
comparado às concentrações de 20mg Cu/L e 45mg Cu/L registradas em encanamentos de
água fria e quente, respectivamente, na Suécia. Tal exemplo comprova que a solubilidade do
cobre aumenta consoante o incremento da temperatura, assim como aumenta nitidamente
quando o pH fica abaixo de 5.0.

Além do Cobre, outros metais usados em encanamentos sofrem o processo de corrosão pela
chuva ácida, como o Chumbo, presente em residências antigas na Inglaterra e na Irlanda e nas
juntas de encanamentos soldadas, juntamente com o Cádmio. Ademais, ao contrário do que
muitos pensam, a galvanização do encanamento não evita a corrosão, uma vez que o Zinco
continua sofrendo o processo corrosivo eletroquímico.

Tais íons metálicos, sejam oriundos do contato da chuva ácida com a construção civil,
corrosão de encanamentos ou são dissolvidos em água quando esta é ácida, juntamente com
alumínio originado da base rochosa. Como consequência, pode-se contaminar aquíferos, rios,
o solo e, por conseguinte, alimentos, de modo a causar doenças ao ser humano, especialmente
na zona rural. Nesse ambiente, é comum a retirada da água do solo pelo uso de poços sem o
devido tratamento antes do consumo, a qual, devido ao seu baixo pH, pode causar problemas
de saúde em grande parte da população. Tal fato ocorre na Suécia desde 1982, quando
segundo o Ministério da Agricultura Local, o pH das águas subterrâneas é menor que 6 em
todo país, sendo, na região sudoeste, entre 4 e 5, com uma pequena parte menor que 4.0, o que
colocou em risco a saúde de 1 milhão de suecos, sendo que aproximadamente 500 mil desses
moravam em áreas próximas a lagos acidificados pela chuva ácida.

Entretanto, não apenas a chuva ácida e a poluição do ar geram prejuízo à construção civil,
mas também a indústria da construção civil causa danos ao meio ambiente. Tal fato acontece
especialmente com a liberação de gases, como CO2, CO, CH4, NOx e MP(Material
Particulado), por parte da indústria do cimento. Ademais, no processo de produção de
cimento, o Carbonato de Cálcio se decompõe em Óxido de Cálcio, reação esta que libera Gás
Carbônico para atmosfera, de modo a causar a poluição do ar. A liberação de CO 2 também
ocorre devido à corrosão do concreto por parte da chuva ácida, conforme mostra o Gráfico II.
Este gás, por sua vez, é liberado em setores da construção civil, conforme demonstra a tabela
II, como na formação de lajes pré-moldadas, no preparo do concreto e, especialmente, na
preparação da argamassa, além do uso de lâmpadas incandescentes. Essas, caso fossem
trocadas, em 2010, totalmente por lâmpadas compactas fluorescentes em 2010, poupariam
470 milhões de toneladas de CO2 devido ao maior consumo de energia elétrica, consoante
afirmou, na época, Achim Steiner, Vice-secretário Geral da ONU e Diretor Executivo
do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP). Logo, não é de se admirar
que a construção civil mundial contribui com cerca de 7% das emissões de gases relacionados
ao Efeito Estufa, em comparação com outros setores da cadeia produtiva, além de ter
potencial para reduzir 1,8 bilhão de toneladas de dióxido de carbono, quantidade quase três
vezes igual a meta traçada durante o Protocolo de Kyoto. 

Tal redução pode ocorrer pelo controle de poluentes emitidos por máquinas, equipamentos e
veículos usados no canteiro obras, além de uma melhor escolha de materiais e produtos, como
cimento, cal, tintas e plástico. Isso ocorre devido ao fato do volume dos gases liberados por
esses materiais variar conforme o tipo deles e conforme a empresa que os produz. Além disso,
o processo de reciclagem do concreto é outra alternativa que evita maior produção de
concreto e, consequentemente, de CO2.

Outrossim, outro problema originado pela construção civil, mais especificamente da falta de
consciência ambiental de inúmeros engenheiros, é à inadequação durante o processo
construção de fontes de produção de energia elétrica, como nas termoelétricas e nas
hidroelétricas. Nestas, os materiais orgânicos deixados no fundo do lago, que deveriam ser
desmatados, acabam sofrendo o processo de decomposição por bactérias anaeróbicas,
principalmente nos primeiros 30 anos de existência do lago, o que gera a liberação de CO 2 e
CH4, os principais gases responsáveis pelo efeito estufa, sendo que o primeiro não contribui
tanto quanto o segundo para o efeito estufa, uma vez que é absorvido pelas árvores e algas do
ecossistema local. Esses gases também chegam à atmosfera por três vias: pelas turbinas da
barragem, pela correnteza desta e pelo lago, sendo que cerca de 85% das emissões ocorrem
neste, seja por ebulição ou difusão, por meio de bolhas.

Tal fato ocorre na Hidroelétrica de Balbina. Esta, localizada no rio Uatumã, em Tocantins, foi
considerada a Usina Brasileira que mais liberava Dióxido de Carbono pelo geógrafo Marco
Aurélio dos Santos, em 1998 e 1999, com 8.4574,5 miligramas de CO 2/m2 por dia. Essas, por
sua vez, são absorvidas, além do próprio ecossistema, por Câmaras Estáticas (baldes
flutuantes invertidos) e funis invertidos espalhados por parte do lago.

Contudo, apesar de gerar poluentes nos primeiros 30 anos de sua existência, a cada 12 anos,
metade da quantidade existente de metano é convertida para CO 2, devido ao fato do metano
ter vida curta. Isso significa que, depois de duas ou três décadas, a produção efetiva de
metano pela usina fica muito pequena.  Depois desse tempo, a quantidade de CH4 que é
liberada na saída da turbina, por ano, fica praticamente igual à quantidade que é convertida
para CO2.

Isso significa que, depois de duas ou três décadas, a produção efetiva de metano pela usina
fica muito pequena. Depois desse tempo, a quantidade de CH 4 liberada na saída da turbina,
por ano, fica praticamente igual à quantidade que é convertida para CO 2, sendo que parte
deste é utilizado no ciclo de vegetais e algas. Portanto, mesmo que uma usina hidroelétrica
seja mais poluente do que uma termoelétrica nos primeiros 20 anos, no decorrer de sua vida
esperada (possivelmente 100 anos ou mais) ela vai contribuir bem menos.

Já em relação às termelétricas, essas liberam grande quantidade de poluentes na atmosfera,


como CO2 e óxidos derivados do enxofre, como a usina termelétrica de Bagé, no Rio Grande
do Sul, a qual causa o aumento do efeito estufa, e também a precipitação da chuva ácida no
Uruguai, na Argentina e na própria região, onde estas causam danos a florestas da região e aos
anfíbios que as habitam. Ainda assim, o Governo do Rio Grande do Sul planeja a realização
da construção de uma nova termoelétrica na região, projeto este que já foi aprovado pelo
IBAMA. Como se não bastasse, o prefeito de Hulha Negra, município próximo à futura usina,
também disse estar satisfeito com a construção da nova termoelétrica devido à geração de
empregos.

A fim de solucionar o problema das termoelétricas, pode-se utilizar filtros nas chaminés das
usinas, bem como precipitadores que retêm as cinzas e outros resíduos voláteis resultantes da
combustão. As cinzas recuperadas podem ser usadas para aproveitamento em processos de
metalurgia e no campo da construção, onde são misturadas com o cimento.

No entanto, esta não é a única forma de reaproveitamento de resíduos relacionado à


construção civil. Na área de geotecnia, os aterros sanitários são responsáveis pela liberação de
biogás, que contém metano, sendo este gerado a partir dadegeneração anaeróbia de matéria
orgânica. Logo, assim como ocorre nos Aterros de Bandeirantes e São João, na cidade de São
Paulo, o biogás deve ser usado para a fabricação de energia elétrica,uma vez que tal energia
pode chegar a atingir 1,5 milhão de habitantes, apesar de não ter potencial para ser parte
expressiva da matriz energética brasileira. Somente esses aterros, que passaram a serem
chamados de Usinas, resultaram na diminuição de 20% das emissões de poluentes na cidade,
e abasteceu 800 mil pessoas.
Anexos

Gráfico I – Consumo de recursos naturais ao longo dos séculos

PARÂMETROS UNID CDDE-A1 CDDE-B1


Alumínio mg/l Al 1,060 0,349
Cádmio mg/l Cd < 0,020 < 0,020
Cálcio mg/l Ca 16,300 7,630
Ferro Total mg/l Fe 0,700 0,276
Magnésio mg/l Mg 0,870 0,633
Manganês mg/l Mn 0,101 0,130
Potássio mg/l K 3,314 2,489
Sódio mg/l Na 5,567 5,953
Sílica mg/l SiO2 < 3,000 < 3,000
Sulfato mg/l SO4 < 3,000 <3,000
PH - 9,1 7,6
Tabela I – Análise química da água de ataque de Resíduos de Obras de Construção de Prédios. CDDE-A1
foi retirado de Taubaté e, antes de ser feita a análise no laboratório, o material ficou estocado por 2 anos.
Já CDDE-B1 ficou estocado de 1994 a 1999 em Guaratinguetá.
Liberação de CO2 de amostras de CaCO3
em80solução ácida
72.5
70

60
Volume CO2 , ml

51
50
44

40
34

30
22
20
13

10

0
0
0.00 1.00 2.00 3.00 4.00 5.00 6.00 7.00 8.00 9.00
Massa CaCO3 , g
Gráfico 2- dados obtidos através de experimentos realizados pelos estudantes de Engenharia Civil do 1°
Ano de Curso de 2015 na matéria de Laboratório de Química, ministrada pelo professor João Roberto
Fernandes. No experimento, simulou-se a liberação de gás carbônico do concreto com Ácido Sulfúrico em
concentração muito maior em relação a de ácidos presentes na chuva ácida.
Instalações Toneladas deCO2

Instalações preliminares 1,37

Movimentação de terra 0, 00055

Preparo de concreto 13. 979,58


Fundações 57,05
Formas de madeira 1,2

Armaduras 1. 778,76

Lajes pré-moldadas 6. 681,55


Captação de água pluvial em 1,83
chapa galvanizada
Alvenaria 355,55
Esquadrias 121,96
Impermeabilização 914,85
Estrutura de madeira para 11,07
cobertura
Cobertura de fibrocimento e 26,01
acessórios
Argamassas 94. 519,90
Revestimentos de paredes 11,97
Revestimentos de forros e 41,79
acessórios
Revestimentos de pisos e 402,74
acessórios
Vidros 8,29
Instalações elétricas e 139,17
hidrossanitárias
Limpeza geral da obra 3,70

Tabela 2 – Dados estimados pela metodologia “GHG Protocol” da liberação de CO2 de determinada
construção predial.
Figur
a 2- Representação do FBC (FluidizedBedCombustion)
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