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ATUALIZAÇÃO EM

REABILITAÇÃO
FISIOTERAPEUTICA
PÓS-COVID-19
CREFITO-4

Prof. Fábio Luiz Mendonça Martins


Prof. UFVJM – Diamantina
Comissão de Educação CREFITO-4
Pandemia Covid-19

Transformação sem precedentes da


nossa vida diária

novos padrões e restrições

Impacto generalizado na saúde e no


bem-estar
Duas pandemias anteriores devido a
CORONAVÍRUS neste século
1- A Síndrome Respiratória Aguda Grave -
relatada em Guangdong, China, em
fev/2003, e espalhou-se por 26 países.
Os casos foram registrados em todas as
idades, com 8.422 pessoas infectadas e 916
mortes.
Duas pandemias anteriores devido a
CORONAVÍRUS neste século

2- Um novo coronavírus - Arábia Saudita em


2012 = Síndrome Respiratória do Oriente
Médio (MERS).
A pandemia MERS resultou em 2.494 casos
em 27 países e 858 mortes.
Taxas de mortalidade de SARS,
MERS e COVID-19
SARS = 9,6%
MERS = 34,3%
COVID-19 = cerca de 2,14%
Problema: muito mais poder de infecção /
contaminação / disseminação.
Coronavírus
SARS-CoV-2

Grupo de vírus que causa síndromes


respiratórias agudas, que podem variar de
sintomas leves a condições graves.
Silva e Sousa, 2020
Coronavírus = SARS-CoV-2

Apesar do comprometimento respiratório


ser comum e o mais conhecido, vários
outros sistemas são envolvidos (nervoso,
renal, cardiovascular, gastrointestinal,
musculoesquelético, etc).
Por ser altamente contagiosa
30 / janeiro / 2020
OMS declara Emergência de Saúde Pública
de Importancia Internacional

11 / março / 2020

OMS declara pandemia.


16 / MARÇO / 2020 - PORTARIA Nº 12
Institui o Comitê de Acompanhamento das
Ações de Prevenção e Enfrentamento do
novo Coronavírus (COVID-19).
Anderson Luís Coelho, Clarissa Maria de Pinho
Matos, Juliana Carvalho Reis, Marcelo Zager e
Maria da Glória Rodrigues Machado.
Transmissão

Indireta = Direta =
objeto contaminado humano para humano
Sintomas = podem ocorrer 2 a 10 dias antes
do individuo se tornar sintomatico.
Fator que dificulta o controle da
disseminação.
Transmissão
Goticulas de secrecao do nariz ou
da boca.

Ar ????
Tempo de sobrevida do COVID-19 em
diferentes superfícies
Multiplicação do COVID no organismo

O vírus se fixa na
O vírus se liga à anzima membrana celular e libera
conversora de angiotensina seu RNA no interior da
(ACE2), presente na célula.
superfíce das células.
Multiplicação do COVID no organismo

A célula infectada
entende que o RNA é Cada célula infectada pode liberar
seu e começa a milhões de cópias – que infectarão
produzir proteínas outras células ou serão eliminadas
que irão multiplicar o pelas vias aéreas.
vírus.
Sintomas da COVID-19

Literatura internacional

Febre Tosse seca Cansaço


Sintomas da COVID-19
No Brasil
Dor de cabeça Tosse Febre
Mudanças no olfato ou paladar Dor de garganta
Dificuldade para respirar Dor no corpo Diarreia
Palpitação Tremores Vômito

Outras conjuntivite, erupcao cutanea, descoloração


dos dedos das mãos ou pés
Estágios de evolução da COVID-19

Sem Hipóxia Com Hipóxia


Situação da Covid
Dados de 19/01/2021
Casos Óbitos
Mundo 96.218.601 2.058.534
EUA 24.311.264 401.823
Pop 328 M 7,4% 1,7%
Brasil 8.573.864 211.491
Pop 210 M 4,1% 2,5%
São Paulo 1.644.225 50.318
Rio de Janeiro 486.806 28.026
Minas Gerais 651.956 13.507
O grande número de pacientes com
COVID-19 deve leva a comunidade
científica e de saúde a perguntar:

- O que vem agora?


- Quais as consequências do COVID no
organismo após a alta hospitalar?
Sabe-se hoje que existem sequelas de
longo prazo, que necessitam dos cuidados
dos serviços de saúde, em especial da
Fisioterapia, pois podem trazer
consequências importantes para a função
dos indivíduos.
Nos próximos meses (anos?), a
ênfase envolverá gradualmente o
cuidado pós-agudo de sobreviventes
de COVID-19.
Rivera-Lillo, Torres-Castro, Fregonezi
(UFRN), Vilaró e Puppo (2020)
Trabalho conjunto Chile-Brasil-Espanha
Pacientes, no Pós-COVID-19 frequentemente
desenvolvem morbidade significativa de longo
prazo = complicações extrapulmonares.
Sequelas físicas e psicológicas de longo prazo
que afetam a qualidade de vida por até 5 anos a
partir do momento de sua doença crítica.
Rivera-Lillo, Torres-Castro, Fregonezi
(UFRN), Vilaró e Puppo (2020)
• 48% dos pacientes não voltam ao trabalho 1
ano pós-alta
• 32% dos pacientes morrem em 5 anos.
As consequências físicas e funcionais são
mais pronunciadas quando co-morbidades
estão presentes.
Somado a isso, ainda
temos as PICS =
SÍNDROME PÓS-
CUIDADOS INTENSIVOS
Pacientes de todas as idades, que necessitem ou
não de ventilação mecânica na fase aguda e
sobrevivem à COVID-19, desenvolvem, a longo
prazo, consequências físicas da doença e podem
vivenciar efeitos colaterais.
Silva e Sousa, 2020
SÍNDROME PÓS-CUIDADOS
INTENSIVOS - PICS
Caracteriza-se primariamente
por incapacidade prolongada
e tem como efeitos
secundários disfunção
muscular, fadiga, dor e
dispneia. Silva e Sousa, 2020
Outras consequências:
Silva e Sousa, 2020
• Fraqueza pela imobilidade, controle glicêmico abaixo do
ideal e uso de esteroides e bloqueadores
neuromusculares.
• Polineuropatia/miopatia do paciente crítico.
• Descondicionamento cardiorrespiratório
• Instabilidade postural
• Tromboembolismo venoso
• Encurtamento muscular e contraturas
• Úlceras por pressão.
ALGUMAS
REFERÊNCIAS E
ESTUDOS...
The long‐term impact of severe acute
respiratory syndrome on pulmonary function,
exercise capacity and health status
NGAI et al., 2010
Estudo com população de sobreviventes da SARS
(Severe Acute Respiratory Syndrome – Síndrome
Aguda Respiratória Severa).
Avaliações seriadas 24 meses: função pulmonar,
teste caminhada 6 min, SF-36 e status de trabalho.
Conclusão:

Comprometimento persistente da difusão pulmonar


para o monóxido de carbono (DPCO - exame que
mede a habilidade do pulmão realizar trocas
gasosas), da Pressão Inspiratória Máxima (PImax),
capacidade de realizar exercício e estado de saúde.
Após 2 anos... 52% dos pacientes tiveram redução
de difusão pulmonar.
Outro dado importante:

Jovens, de 20 a 30 anos, apresentaram uma


redução de 100 metros no teste de caminhada de 6
min.
Indivíduos com mais de 50 anos apresentaram uma
redução de mais de 200 metros.
E a SARS da COVID é considerada mais grave e
mais incapacitante que a outras SARS.
Fatigue symptoms during the first year
following SARS = Sintomas de fadiga após
o primeiro ano de SARS
Neufeld et al., 2020

70% dos pacientes com


SARS que saem de uma
UTI ainda apresentam
fadiga após 1 ano.
Post-intensive care syndrome and
COVID: crisis after a crisis?
Jaffri e Jaffri - Heart & Lung, 2020
A PICS será uma nova crise?
Essa Síndrome provavelmente será a nova
crise de saúde pública mundial.
Mas esta nova crise chegou!!!
Persistent fatigue following SARS-CoV-2
infection is common and independent of
severity of initial infection (A fadiga persistente
após a infecção por SARS-CoV-2 é comum e
independente da gravidade da infecção inicial)
- Townsend et al, 2020
52% = fadiga persistente após 10 semanas dos
sintomas iniciais. Não houve associação entre a
gravidade do COVID-19 (internação, oxigênio
suplementar ou UTI) e fadiga após o COVID-19.
Diretrizes Brasileiras de Mobilização
Precoce em Unidade de Terapia Intensiva
Aquim et al., 2020

A mobilização precoce é segura?


Quando se fala de segurança na mobilização
precoce, as principais premissas citadas são os
eventos adversos, mortalidade e critérios de
segurança.
Estratégias de mobilização e exercícios
terapêuticos precoces para pacientes em
ventilação mecânica por insuficiência
respiratória aguda secundária à COVID-19
– ASSOBRAFIR, 2020
Principais impedimentos:
• Saturação de O2 menor que 90%
• Pressão arterial descontrolada
• Bradicardia aguardando marcapasso
• Taquiarritimia ventricular... Etc...
ASSOBRAFIR também tem parâmetros
para estimulação elétrica muscular
(Indicação e uso da estimulação elétrica
neuromuscular no tratamento de pacientes
adultos críticos com COVID-19 – 2020).
The Stanford Hall consensus statement for
postCOVID-19 rehabilitation
Davies et al., 2020
Reúne recomendações (gerais e específicas) de
reabilitação.
Todas as recomendações tem nível de evidência
científica aceitável (maioria nível 5).
As recomendações com nível 5 de
evidência são:
1- Os profissionais de saúde devem
seguir medidas preventivas, usar
equipamentos de proteção individual
adequados e devem ser tomadas
medidas para evitar ou reduzir o risco
de geração de aerossol durante as
intervenções e atividades.
Nível de evidência: Nível 5.
2. Os planos de tratamento de reabilitação devem
ser individualizados de acordo com as
necessidades do paciente, levando em
consideração suas comorbidades.
Nível de evidência: Nível 5.
3. Para pacientes com COVID-19, a reabilitação
deve ter como objetivo aliviar os sintomas de
dispneia, sofrimento psicológico e melhorar a
participação na reabilitação, função física e
qualidade de vida.
Nível de evidência: Nível 5.
8- O exercício de baixa intensidade (≤3 METs
= caminhar a 4 km/h ou pedalar com
resistência de 50 W) deve ser considerado
inicialmente para pacientes que
necessitaram oxigenoterapia, monitorando
os sinais vitais (frequência cardíaca,
oximetria de pulso e pressão arterial).
O aumento gradual do exercício
deve ser baseado nos sintomas.
Nível de evidência: Nível 5
9- As sequelas cardíacas devem ser consideradas
em todos os pacientes pós-COVID-19,
independentemente da gravidade, e todos os
pacientes devem ter seus sintomas cardíacos
avaliados. Dependendo da avaliação inicial do
paciente, aconselhamento especializado deve
ser procurado.
Nível de evidência: Nível 5
10- Um período de repouso pós-infecção,
dependendo dos sintomas e complicações, reduz
o risco de insuficiência cardíaca pós-infecção
secundária à miocardite. Nível de evidência: 5
11- Se houver patologia cardíaca, os programas
de reabilitação cardíaca específicos devem ser
individualizados, com base na avaliação.
Nível de evidência: 5
16- Pacientes com COVID-19 que apresentam os
seguintes sintomas: forte dor de garganta,
dores no corpo, falta de respiração, fadiga
geral, dor no peito, tosse ou febre devem evitar
exercícios por entre 2 a 3 semanas após a
cessação desses sintomas.
Nível de evidência: Nível 5.
17- Pacientes com sintomas muito leves que
podem ou não ser devidos à COVID-19, devem
se limitar às atividades leves (≤3METs ou
equivalente), mas limitar também os períodos
sedentários. Aumentar períodos de descanso se
os sintomas piorarem. Treinamento exaustivo ou
o de alta intensidade deve ser evitado.
Nível de evidência: Nível 5.
18- Contatos assintomáticos de
casos de COVID-19 positivos
devem continuar a se exercitar
como fariam normalmente dentro
restrições definidas pelas
autoridades locais.
Nível de evidência: Nível 5.
19- No retorno de uma infecção leve/moderada por
COVID-19, uma semana de alongamento de
baixo nível e atividade de fortalecimento
muscular leve deve ser testada antes de atingir o
alvo de sessões cardiovasculares. Pacientes
graves devem realizar progressão do exercício
após uma abordagem da reabilitação pulmonar.
Nível de evidência: Nível 5.
24- Todos os pacientes que requerem
reabilitação após COVID-19 devem
ter uma avaliação funcional para
determinar deficiências
musculoesqueléticas residuais, a
fim de determinar a reabilitação
apropriada.
Nível de evidência: Nível 5.
25- Os pacientes que passaram pela UTI devem ter
um abordagem de equipe multidisciplinar para
reabilitação.
Nível de evidência: Nível 5.
26- Pacientes que apresentam síndrome de
cuidado pós-intensivo devem realizar
reabilitação com foco nos três domínios de
deficiências: psicológicas, físicas e cognitivas.
Nível de evidência: Nível 5.
27- A reabilitação física após COVID-19 pode ser
realizada em uma série de configurações,
incluindo internação, ambulatório, telessaúde ou
exercícios domiciliares direcionados ao
paciente, de acordo com suas necessidades.
Nível de evidência: Nível 5.
31- Sintomas graves podem potencialmente
resultar em comprometimento significativo ou
que mudará a vida, portanto, internação
multidisciplinar a reabilitação é recomendada
para pacientes com sintomas neurológicos
moderados a graves para maximizar a
recuperação.
Nível de evidência: Nível 5.
32- Avaliações físicas, cognitivas e funcionais
devem ser consideradas para apoiar o retorno
ao trabalho de acordo com ambiente
ocupacional.
Nível de evidência: Nível 5.
COVID-19: Interim Guidance on
Rehabilitation in the Hospital and Post-
Hospital Phase from a European
Respiratory Society and American Thoracic
Society
Spruit et al., 2020
COVID-19: Orientação provisória sobre
reabilitação em a Fase Hospitalar e Pós-
Hospitalar.
93 especialistas.
COVID-19: Interim Guidance on Rehabilitation
in the Hospital and Post-Hospital Phase from a
European Respiratory Society and American
Thoracic Society - Spruit et al., 2020
Consenso (baseado em evidências e experiência
clínica) sobre a necessidade de reabilitação precoce
durante a internação hospitalar e encaminhamento
para reabilitação dos pacientes na alta e após 6-8
semanas da alta. Atenção para a condição músculo-
esquelética e para a restauração funcional e mental.
Recursos e técnicas fisioterapêuticas que
devem ser utilizadas com cautela ou
evitadas em pacientes com COVID-19
ASSOBRAFIR, 2020
Exercício físico, treinamento muscular
respiratório e espirometria de incentivo, que
podem demandar maior gasto energético, caso
sejam utilizadas, devem ter adequado controle de
intensidade.
Além disso, o número
de casos COVID-19
29/jun
1595
24/set
1703
continua a aumentar.
Portanto, a
reabilitação funcional
desses pacientes
precisa ser incluída na
agenda dos serviços
de saúde.
Você sabia?

O COVID-19 pode ter um grande impacto no


estado de saúde física, cognitiva, mental e
social, mesmo em pacientes com
apresentação leve da doença.
Surtos anteriores de Coronavírus
foram associados a:
comprometimento persistente fraqueza
da função pulmonar muscular
dor ansiedade depressão fadiga
redução da qualidade de vida
A pergunta que não quer calar...
Se uma proporção substancial de pessoas que
receberam alta após a hospitalização por
COVID-19 terá necessidades de reabilitação...
Nós, Fisioterapeutas, estamos preparados para
implementar as melhores práticas para
melhorar a funcionalidade a longo prazo e a
qualidade de vida desses pacientes?
Estamos voltados para as UTIs, os
ventiladores... nos alegramos com
as altas... mas estamos esquecidos
das sequelas.
Que podem levar a
grandes incapacidades
e podem durar anos...
Mas... Antes de tratar as
incapacidades/disfunções...
Precisamos avaliá-las!
E surge outra pergunta:
O QUE AVALIAR???
FUNCIONALIDADE

Índice de Vulnerabilidade
Clínico-funcional
IVCF-20
UFMG
AVD, cognição, humor,
mobilidade, comunicação e co-
morbidades = 20 questões
https://www.ivcf20.com.br/impressao
FUNCIONALIDADE

Escala de Status Funcional Pós-COVID-19


ESFPC
Klok, Boon, Barco, et al., 2020
Promove avaliação funcional de sequelas e
monitora a recuperação direta
na alta hospitalar
É utilizada 4 semanas após a alta
8 semanas após a alta
6 meses após a alta
Não vem substituir outros instrumentos para
medir QV, cansaço ou dispneia = medida
adicional para avaliar as consequências
finais do COVID-19 na função.
Obs.:
Esta escala ainda não é validada - no
entanto, se implementada junto com os
resultados existentes, pode gerar evidências
para tirar conclusões formais para orientar o
cuidado pós-COVID-19.
Em quanto você está atualmente afetado em sua
vida cotidiana por COVID-19? (indique qual das
seguintes afirmações se aplicam mais a você)
1. Não tenho limitações na minha vida cotidiana e não tenho
falta de ar/dispneia, fadiga, fraqueza muscular, perda de
memória, dor, depressão ou ansiedade relacionados à
infecção.
GRAU 0 = SEM LIMITAÇÕES FUNCIONAIS
2. Tenho limitações insignificantes no meu dia a dia, pois
posso realizar todas as tarefas ou atividades habituais,
embora eu ainda tenha falta de ar/dispneia, fadiga, fraqueza
muscular, perda de memória, dor, depressão ou ansiedade.
GRAU 1 = LIMITAÇÕES FUNCIONAIS INSIGNIFICANTES
3. Eu sofro de limitações na minha vida cotidiana e
ocasionalmente preciso evitar ou reduzir deveres e
atividades usuais ou necessidade de espalhar estes ao
longo do tempo devido a falta de ar/dispneia, fadiga,
fraqueza muscular, perda de memória, dor, depressão ou
ansiedade. Eu sou, no entanto, capaz de realizar todas as
atividades sem qualquer assistência.
GRAU 2 = LIMITAÇÕES FUNCIONAIS LEVES
4. Eu sofro de limitações na minha vida cotidiana e não sou
capaz de realizar todas as tarefas ou atividades habituais
devido a falta de ar/dispneia, fadiga, fraqueza muscular,
perda de memória, dor, depressão ou ansiedade. Sou, no
entanto, capaz de cuidar de mim mesmo sem qualquer
ajuda.
GRAU 3 = LIMITAÇÕES FUNCIONAIS MODERADAS
5. Eu sofro de limitações severas no meu dia a dia: não sou
capaz de cuidar de mim e portanto, sou dependente de
cuidados de enfermagem e/ou assistência de outra pessoa
devido a falta de ar/dispneia, fadiga, fraqueza muscular,
perda de memória, dor, depressão ou ansiedade.
GRAU 4 = LIMITAÇÕES FUNCIONAIS GRAVES
Orientação: Caso duas notas pareçam adequadas, escolha
sempre a maior nota, com a maioria das limitações.
Avaliação Geral/Global
FORÇA
Avaliação Específica
- Dinamometria manual

- Five time sit to stand (sentar e levantar 5 vezes,


maracar o tempo)
- 30 second chair stand (mínimo de 8 vezes)
FORÇA
- Arm Curl (flexões de cotovelo em 30 seg –
mulheres com carga de 2,2 kg e
homens com carga de 3,6 kg – zona
de risco = menos de 11 flexões)
FORÇA
Avaliação Específica

- Teste Manual = Graduação de 0 a 5


Confiabilidade baixa (apenas 60%)
- Teste do esfigmomanômetro
Boa confiabilidade e
reprodutibilidade.
FORÇA
Avaliação Específica

- Teste de 1 RM (uma resistência máxima)


Realizado por tentativa e erro, com carga
aumentada progressivamente, com intervalos de
90-120 segundos de descanso entre elas.
Objetivo: atingir a maior carga que pode
ser levantada uma vez de maneira correta.
CAPACIDADE
CARDIORESPIRATÓRIA (FADIGA)
 Teste de caminhada de 6 min (corredor de 30m).
Trabalha-se com a distância média percorrida (DMP).
Eficiente para avaliar a morbidade e mortalidade em
pacientes portadores de doenças pulmonares e/ou
cardiovasculares
Risco = percorrer menos de 300 metros
Pessoas saudáveis = 400 a 700 metros .
Se não for possível, realizar outros testes:
- teste de caminhada de 2 min – adequado para
pacientes graves/com fadiga importante.
- 2 min step test = Marcha estacionária, elevando
joelhos até ponto médio entre a patela e a EIAS
(zona de risco = menos de 65 elevações).
- Shuttle walking test

Corredor de 10m + utilização de um sinal sonoro.


Este sinal indica o tempo em que o paciente deve
fazer o percurso e retornar ao ponto de partida,
aumentando a velocidade para percorrer a distância.
A cada minuto, o tempo entre os sinais acústicos é
diminuído - o paciente deve aumentar a velocidade
da caminhada.
Mede-se a distância percorrida.
EQUILÍBRIO

 Testes sentado para de pé


 Marcha Tandem e Semi-tandem
 Timed up and Go Test
 Step test
COORDENAÇÃO

 Index-nariz
 Calcanhar-joelho
FUNÇÃO
PULMONAR
• Espirometria (equipamentos
de R$2.000 a R$15.000)
• Manovacuômetro (R$1.300 a
R$2.000)
• Ventilômetro
(R$7.000 a 12.000)
FUNÇÃO PULMONAR
Power Breathe
Mede a PIMÁX e o Peak flow (Teste de
fluxo)
R$200 – R$500 (dependendo da
resistência – inidca-se equipamentos
que atinjam cerca de 170 cm de H2O).
PRESCRIÇÃO
FISIOTERAPÊUTICA
CONDICIONAMENTO
CARDIOVASCULAR
American College of Sports Medicine
Frequência:
• exercícios leves a moderados 5 dias/semana
• exercícios vigorosos 3 dias/semana.
Intensidade:
• indivíduos sadios: moderada a vigorosa
• indivíduos destreinados: leve a moderada
• indivíduos com patologia conhecidas: leve
CONDICIONAMENTO
CARDIOVASCULAR
American College of Sports Medicine
Tempo:
• 150 min / semana
• 30 min / dia
• Menos de 20 min / dia só serão benéficos para
indivíduos sedentários ou com patologias
conhecidas.
CONDICIONAMENTO
CARDIOVASCULAR
American College of Sports Medicine

Volume:
• 500 a 1.000 METs/min/semana.
• 7.000 passos/dia = mínimo para retirar o indivíduo
do sedentarismo.
• Abaixo disso = indivíduos com patologia conhecida.
FORTALECIMENTO
American College of Sports Medicine
Intensidade:
• 20 a 50% de 1 RM (leve) para idosos ou indivíduos
com patologias conhecidas
• 60 a 70% de 1 RM (moderado) para indivíduos
destreinados
• 80 a 90% de 1 RM (intenso) para indivíduos
treinados.
FORTALECIMENTO
American College of Sports Medicine

Repetições:
• 8 a 12 repetições para melhora força de adultos
• 10 a 15 repetições para melhorar força de
indivíduos de meia idade destreinados
• 15 a 20 repetições para melhorar a resistência
muscular (endurance).
FORTALECIMENTO
American College of Sports Medicine
Séries:
• 2 a 4 séries para ganhar força em adultos
• 1 ou 2 séries para idosos ou indivíduos com
patologias conhecidas.
Repouso: Intervalos de 2 a 3 min entre as séries /
intervalos de 48 horas entre os grupos musculares
trabalhados.
ALONGAMENTO
American College of Sports Medicine

3 vezes por semana


• Manutenção do músculo em posição alongada de
forma estática por 30 seg em indivíduos adultos e
60 seg em idosos.
• FNP
EXERCÍCIOS NEUROMOTORES
American College of Sports Medicine
2 a 3 vezes por semana
Exercícios de equilíbrio, coordenação, agilidade e
marcha.
São indicados, ainda, atividades globais (Tai chi,
ioga, etc.).
Não há preocupação com tempo (mas geralmente
pelo menos 20 min/dia) e intensidade.
CINESIOTERAPIA RESPIRATÓRIA
• Ativação do diafragma.
• RESPIRON – incentivador respiratório a
fluxo. Indicado apenas para fase inicial de
reabilitação (ativação neuromotora e não
reforço muscular). Tem a facilidade de ter
baixo custo (R$40).
• VOLDYNE – incentivador respiratório a fluxo.
PROPOSTA DE TREINAMENTO PÓS-ALTA DE
COVID-19 (exercícios respiratórios)

Power Breathe
Incentivador respiratório, que
fortalece a musculatura inspiratória,
reduzindo a falta de ar, melhorando a
tolerância ao exercício e melhoria da
qualidade de vida.

Nepomuceno Júnior et al., 2015


PROPOSTA DE TREINAMENTO PÓS-ALTA DE
COVID-19 (exercícios respiratórios)
Shaker Plus
É um exercitador respiratório e
incentivador da higiene brônquica de
alta frequência.
Mobiliza as secreções pulmonares e
estimula a expectoração; reduz a
dispneia (falta de ar) e a fadiga.
R$30,00 – R$40,00.
OBRIGADO
Fábio Luiz Mendonça
Martins
fmartins.ufvjm@gmail.com

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