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Curso: Teórico CFO-PMMG 2021


Data:
Disciplina: Direito Administrativo
Professor: Núbia de Paula
Bloco: 28 a 31

S
Monitor: Jéssica Weingarten

CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

O
Controle dos atos da administração. Esses atos podem ser controlados pela própria administração,

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(quem emana o ato) e pelo Poderes Judiciário e Legislativo.

 Formas da Controle U
T
a) Legislativo: faz controle político e financeiro
S

b) Judiciário: faz controle de legalidade/legitimidade do ato


E

c) Administração: faz controle de legalidade/legitimidade e mérito administrativo


N

O controle de mérito é quando a administração faz juízo de conveniência e o oportunidade do ato.


IO

Esse controle pode ser feito através da tutela e da autotutela.

 Espécies de controle
R

_Quanto a extensão do controle


O

a) Interno: é realizado pelo ente responsável pela edição do ato

b) Externo: é realizado por ente diverso daquele que editou o ato.

c) Popular: feito através da publicização das contas públicas. A partir dessa publicidade, o povo
pode fiscalizar e ajuizar ações populares.

_Quanto ao momento do controle

a) Prévio/Preventivo: antes da efetivação/consumação do ato administrativo

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b) Concomitante: durante a consumação do ato administrativo.

c) Posterior ou corretivo: ocorre após a consumação do ato. Revisão do ato administrativo com o
fim de aprovação, anulação, revogação, convalidação, etc.

_Quanto a natureza do controle (quanto ao conteúdo)

a) Controle de Legalidade: verificação dos pressupostos legais. Pode ser feito pela própria
administração, pelo judiciário e pelo Legislativo.

O controle de legalidade feito pelo Poder Legislativo é restrito, pois somente poderá ocorrer nas

S
hipóteses previstas na Constituição

O
b) Controle de Mérito: análise de conveniência e oportunidade. Presente apenas em atos
discricionários (no motivo e objeto do ato).

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Somente o ente que praticou o ato poderá fazer o controle de mérito. Portanto, o controle de mérito
sempre será interno. U
T
 Controle Administrativo: pode ser de legalidade e de mérito.
S

A Administração irá exercer este controle através da tutela e da autotutela.


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Princípio da Autotutela Princípio da Tutela


Utilizado quando existe hierarquia. Advém da descentralização, do controle
N

finalístico. Há vinculação.
IO

Controle interno da Administração.


Controle externo da Administração
Administração irá exercer o controle dos órgão
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e de seu agente. Controle das entidades que integram as


O

entidades da Administração

Súmula 346 “A Administração Pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos” e
Súmula 473 do STF “A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de
vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por
motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada,
em todos os casos, a apreciação judicial.”

 Controle do Legislativo: Art. 71 da CR/88

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Controle de legalidade restrita, executado pelo Congresso Nacional (em âmbito federal) auxiliado
pelo Tribunal de Contas da União.

O controle do Legislativo é político e financeiro em relação aos atos dos outros poderes.

Controle dos próprios atos, pode ser de mérito, de legalidade ampla, etc.

Obs.: 1) O controle externo pode ser amplamente realizado pelo Congresso Nacional? Não, pois o
controle externo é sempre de legalidade. Somente podendo ocorrer nas hipóteses autorizadas pela
Constituição

S
2) Quando o Poder legislativo estiver fiscalizando seus próprios atos, que tipo de controle estará
exercendo? Controle interno de legalidade ou de mérito.

O
 Controle do Judiciário: controle de legalidade ampla. Controle de mérito somente dos

D
próprios atos

Mérito Administrativo
U
CONTRELE EXTERNO
Atos Políticos Atos interna corporis
T
Somente quando houver Somente quando houver Somente quando houver
S

lesão/ameaça de lesão a lesão/ameaça de lesão a lesão/ameaça de lesão a


direito e em análise dos direito direito
E

princípios de
proporcionalidade e
N

razoabilidade (redundam em
IO

atos de ilegalidade)
R
O

INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE

O direito de propriedade é Constitucional, mas não é absoluto. O direito de propriedade está


condicionado a sua função social. Dessa forma, é possível a restrição ou supressão do direito de
propriedade com o fim de resguardar o interesse da coletividade. Atenção!! A intervenção do Estado
na propriedade privada não é regra, somente acontecerá quando não houver outra possibilidade.

Conceito de intervenção do Estado na propriedade privada: são imposições, restrições colocadas


pelo Estado de forma a limitar, condicionar o uso da propriedade privada. Não há, portanto, uma
derrogação de direitos. Somente haverá intervenção quando existir permissão legal. A intervenção

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estatal poderá restringir, condicionar ou retirar parcialmente direitos, com o fim de atender ao
interesse público.

 Fundamentos da Intervenção do Estado na propriedade

a) Descumprimento da função social da propriedade (art.5º,XXXII, CR/88) (punitivo)

b) Supremacia do interesse público (não punitiva)

 Espécies de Intervenção

1) Limitação Administrativa: intervenção restritiva, pois não desapropria o particular. É imposta

S
através de atos normativos (ex. decretos), impõe obrigações positivas ou negativas (obrigação de

O
fazer ou de não fazer) a pessoas indeterminadas. Possuem caráter geral e abstrato, é unilateral
e de ordem pública (vincula o cumprimento), ou seja, condiciona liberdades.

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As limitações administrativas, em regra, não geram direito a indenização, pois é abstrata e
U
indeterminada. Excepcionalmente, poderá ensejar indenização se a limitação for póstuma e trouxer
encargos ao proprietário. O prazo para propor a ação de indenização será de 5 anos a contar do
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dano.
S

Poderá incidir sobre atividades, serviços e direitos.


E

2) Servidão Administrativa: possui caráter restritivo, pois o proprietário não perde a propriedade.
N

Neste caso, a Administração utilizará a propriedade do particular para a prestação do serviço


público.
IO

A servidão administrativa é direito real sobre coisa alheia. Por isso, existe a figura do serviente
R

(propriedade particular).
O

Incidirá, obrigatoriamente, sobre bens imóveis. Portanto, a inscrição da servidão na matrícula do


imóvel é requisito de validade do ato.

Não haverá, em regra, direito de indenização. Exceto se o proprietário provar que houve dano. Este
dano precisa ser anormal e específico. O prazo para propor a ação de indenização será de 5 anos
a contar do dano.

Se a servidão acarretar a impossibilidade de usar a propriedade, haverá desapropriação indireta.


O proprietário poderá propor ação de desapropriação indireta.

A servidão administrativa é definitiva.

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3) Requisição Administrativa: possui caráter restritivo, pois o proprietário não perde a


propriedade.

“Art.5º, XXV, CR/88 - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de
propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;”

A requisição é autoexecutável, ou seja, não é necessária medida autorizativa prévia. Somente é


admitida em caso de perigo iminente.

Podem ser objeto da requisição: bens móveis/imóveis/semoventes, serviços, valor econômico.

S
A requisição administrativa é temporária, somente irá acontecer enquanto perdurar o perigo
público.

O
A indenização será ulterior e somente acontecerá se houver dano. O prazo para propor a ação de

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indenização será de 5 anos a contar do dano.

U
4) Ocupação Temporária: somente irá incidir sobre bens imóveis. É intervenção restritiva, pois
não desapropria o particular. A administração irá utilizar propriedade particular para auxiliar/apoiar
T
obra pública. Dessa forma, o uso da propriedade particular será transitório, pois a administração irá
S

executar obra em imóvel vizinho.


E

Servidão Administrativa Ocupação Temporária


Perpétua/permanente Temporária
N

O serviço é executado na propriedade do A propriedade particular serve como


particular meio/instrumento para obra principal.
IO

Bens imóveis edificados ou não Bens imóveis não edificados


R

A indenização é devida independentemente de dano, pois a ocupação temporária corresponde a


um “aluguel”. Se não houver acordo entre as partes sobre o valor da indenização o particular poderá
O

ajuizar ação de indenização no prazo de 5 anos a contar da ocupação temporária.

5) Tombamento: possui caráter restritivo, pois o proprietário não perde a propriedade.

Art. 216/CR-88 e Decreto 25/37

Todos os entes federativos podem realizar o tombamento. A competência será, portanto,


concorrente.

Através do tombamento há proteção do patrimônio histórico, artístico, paisagístico e cultural. Todos


de interesse difuso e coletivo. O objetivo não é tomar a propriedade, mas sim proteger o patrimônio.

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O tombamento poderá incidir sobre bens móveis e imóveis. Atenção!! Bens imateriais não são
tombáveis. Bens públicos podem ser tombados, não há hierarquia federativa.

Consequências do tombamento:
a) Para o proprietário: dever de conservar a coisa.
b) Para Administração Pública: dever de fiscalizar a conservação do bem tombado e conservar o
bem se o proprietário não tiver condições ou se o tombamento trouxe gastos adicionais.
c) Para os vizinhos: dever de entorno ou visibilidade. Os imóveis vizinhos (que ladeiam o imóvel
tombado) terão limitação administrativa.

S
O tombamento pode ensejar direito a indenização se o proprietário ou o vizinho provarem dano
(anormal e específico) se comprovarem dano decorrente do tombamento. Além disso, o proprietário

O
terá direito a uma indenização específica devida pelo aumento dos custos das benfeitorias (úteis e
necessárias) para conservar o bem.

D
Prazo para propor ação de indenização: 5 anos
U
T
6) Desapropriação: única modalidade de intervenção na propriedade que é supressiva, ou seja, o
particular perde a propriedade.
S
E

Toda desapropriação será indenizável.


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Desapropriação Usucapião
Instituto do Direito Público. Poderá ter caráter Instituto do direito privado. É decorrente do
IO

sancionatório ou por interesse público (não descumprimento da função social da


punitivo) sociedade. Sempre será uma sanção.
R

Sempre será indenizada. Não gera direito a indenização, pois é uma


O

O interesse é coletivo. prescrição do direito de propriedade.


Interesse privado.

O objeto da desapropriação será qualquer bem de valor econômico.


Súmula 476 do STF “Desapropriadas as ações de uma sociedade, o Poder desapropriante,
imitido na posse, pode exercer, desde logo, todos os direitos inerentes aos respectivos
títulos.”

Súmula 157 do STF “É necessária prévia autorização do Presidente da República para


desapropriação, pelos Estados, de empresa de energia elétrica.”

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Bens públicos podem ser desapropriados? Sim, mas é preciso observar a hierarquia
federativa, ou seja, a União pode desapropriar bens dos Estados, Municípios e particulares. Os
Estados poderão desapropriar bens de particulares e dos municípios. Os municípios só podem
desapropria bens de particulares. Sempre será necessária autorização legislativa e se dará de
ofício.

Não é possível desapropriar margem de rio.


Súmula 479 do STF “As margens dos rios navegáveis são de domínio público, insuscetíveis
de expropriação e, por isso mesmo, excluídas de indenização.”

S
_ Formas de Desapropriação

a) Comum ou Ordinária: acontece por supremacia do interesse público, sob os seguintes

O
fundamentos:

D
_Necessidade Pública: há urgência/emergência. Ex. contenção de barragem
_Utilidade Pública: o bem será destinado para uso do poder público. Ex. construção de hospital
_ Interesse social: o bem é destinado para uso de pessoas específicas, com o fim de combater
U
desigualdades sociais. Ex.: construção de casas populares.

Não é sanção. Apenas há preponderância do interesse público sobre o particular.


T
A indenização será previa (antes do proprietário sair do imóvel), justa (será o valor venal do
S

imóvel. As benfeitorias uteis e necessárias serão indenizadas) e em dinheiro (precatórios)


E

b) Extraordinária ou Sanção: Há um descumprimento da função social da propriedade rural (art.


N

184, CR/88) ou urbana (art.182,4º, III CR/88)


IO

Haverá indenização, mas será feita em títulos da dívida pública ou agrária. O s títulos d dívida
pública serão resgatáveis em até 10 anos. Os títulos da dívida agrária serão resgatáveis em até 20
anos. Além disso, a indenização será póstuma e justa (a indenização de benfeitorias necessárias
R

serão pagas em dinheiro). O valor da indenização corresponderá a terra nua.


O

A perda da propriedade urbana por descumprimento da função social será a última medida adotada.
Primeiro se tentará o parcelamento compulsório, depois o IPTU progressivo no tempo com alíquota
máxima de 15% para só então se realizar a desapropriação.

A desapropriação rural é decorrente de descumprimento do Estatuto da Terra. A grande


propriedade improdutiva será desapropriada para fins de reforma agrária.

_Procedimento para desapropriação (possui 3 fases)


1ª Fase – Legislativa: A competência para legislar sobre desapropriação é privativa da União
(art.22, II da CR/88). Estados e municípios somente poderão legislar em caráter residual

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2ª Fase – Declaratória: serão apresentados os motivos para desapropriar.

Fundamento Competência para declarar a desapropriação


Desapropriação Motivo da desapropriação é a Todos os entes federativos
Comum/Ordinária supremacia do interesse poderão desapropriar.
público. Competência comum ou
concorrente.
Desapropriação Motivo da desapropriação é Município/Distrito Federal.
Sancionatória/Extraordinária descumprimento da função Competência exclusiva
social urbana
Motivo da desapropriação é União. Competência exclusiva
descumprimento da função
social rural
Os Estados não possuem competência para realizar a

S
desapropriação sancionatória
Desapropriação Indireta Todos os entes da federação, mas é ilegal.

O
Quais são os feitos da fase declaratória?

D
A partir da declaração é que se conta o prazo para caducidade da desapropriação. A caducidade

U
é o prazo que a Administração tem para dar destinação ao bem desapropriado. Este prazo
dependerá do tipo:
T
_ Se por necessidade/utilidade: 5 anos da a contar da declaração
_Se por interesse social: 2 anos a contar da declaração.
S

_ A desapropriação sanção não está sujeita a prazo de caducidade


E

3ª Fase – Executiva: todos os entes têm competência. É a fase em que se executa a


N

desapropriação. Atenção! Concessionários também poderão realizar esta fase.


IO

 Direito de Extensão:
Decorre do direito do proprietário de pedir a desapropriação do restante da propriedade. Somente
R

poderá acontecer se o restante da propriedade ficou inaproveitável.


O

 Ação de Retrocessão:

Ação judicial, em que o proprietário pleiteia o bem propriedade do bem desapropriado. Poderá
ocorrer quando houver a tredestinação ilícita ou a caducidade da desapropriação.
É uma ação real, pois o particular pretende reaver o bem.

Obs.: A tredestinação ilícita: ocorre que a Administração Pública dá destinação diferente ao bem
daquela que estava prevista no decreto. Será ilícita se não mais atender ao interesse público.

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A tredestinação poderá ser lícita se continuar atendendo ao interesse público. Neste caso, não
poderá o particular solicitar o bem de volta.

 Desapropriação Indireta:

É ilegal, pois foi feita sem observância dos requisitos legais. Somente acontecerá por via judicial,
mas o proprietário não terá direito de reaver o bem, pois ele já estará afetado a uma destinação
pública.
É ação pessoal, em que se pede indenização pela desapropriação.

S
 Expropriação/Confisco

O
Não é espécie de desapropriação, decorre de atividade ilícita e não será indenizável. A

D
competência é exclusiva da União.

U
T
S
E
N
IO
R
O

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