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10/09/2021 16:48 Lei sancionada altera o CPC e prioriza citação por meio eletrônico

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Ritos processuais

Lei sancionada altera o CPC e prioriza citação


por meio eletrônico
Norma sancionada ontem determina que citação será feita preferencialmente por meio
eletrônico e que a ausência de confirmação implicará a realização da citação por correio,
oficial de justiça, escrivão e edital.
sexta-feira, 27 de agosto de 2021

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O presidente Jair Bolsonaro sancionou, nesta quinta-feira, 26, a lei  14.195/21, que
facilita a abertura de empresas com o objetivo de modernizar o ambiente de negócios
nacional - estratégia de recuperação econômica pós-pandemia.

A nova norma altera o CPC determinando que a citação será feita preferencialmente
por meio eletrônico, no prazo de até dois dias úteis, contado da decisão que a
determinar, por meio dos endereços eletrônicos indicados pelo citando no banco de
dados do Poder Judiciário, conforme regulamento do CNJ.

De acordo com o texto, a ausência de confirmação, em até três dias úteis, contados do
recebimento da citação eletrônica, implicará a realização da citação pelo correio; por
oficial de justiça; pelo escrivão ou chefe de secretaria, se o citando comparecer em
cartório e por edital.

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10/09/2021 16:48 Lei sancionada altera o CPC e prioriza citação por meio eletrônico

Nova norma altera o CPC e prioriza citação por meio eletrônico. (Imagem: Pexels)

Veja a mudança:

DA RACIONALIZAÇÃO PROCESSUAL

Art. 44. A Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil), passa a


vigorar com as seguintes alterações:

"Art. 77. ...............................................................................................................

.........................................................................................................................................

VII - informar e manter atualizados seus dados cadastrais perante os órgãos do


Poder Judiciário e, no caso do § 6º do art. 246 deste Código, da Administração
Tributária, para recebimento de citações e intimações.

.............................................................................................................................." (NR)

"Art. 231. ...............................................................................................................

..........................................................................................................................................

IX - o quinto dia útil seguinte à confirmação, na forma prevista na mensagem de


citação, do recebimento da citação realizada por meio eletrônico.

..............................................................................................................................." (NR)

"Art 238
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Art. 238. ..............................................................................................................

Parágrafo único. A citação será efetivada em até 45 (quarenta e cinco) dias a partir
da propositura da ação." (NR)

"Art. 246. A citação será feita preferencialmente por meio eletrônico, no prazo de
até 2 (dois) dias úteis, contado da decisão que a determinar, por meio dos

endereços eletrônicos indicados pelo citando no banco de dados do Poder


Judiciário, conforme regulamento do Conselho Nacional de Justiça.

I - (revogado);

II - (revogado);

III - (revogado);

IV - (revogado);

V - (revogado).

§ 1º As empresas públicas e privadas são obrigadas a manter cadastro nos


sistemas de processo em autos eletrônicos, para efeito de recebimento de
citações e intimações, as quais serão efetuadas preferencialmente por esse meio.

§ 1º-A A ausência de confirmação, em até 3 (três) dias úteis, contados do


recebimento da citação eletrônica, implicará a realização da citação:

I - pelo correio;

II - por oficial de justiça;

III - pelo escrivão ou chefe de secretaria, se o citando comparecer em cartório;

IV - por edital.

§ 1º-B Na primeira oportunidade de falar nos autos, o réu citado nas formas
previstas nos incisos I, II, III e IV do § 1º-A deste artigo deverá apresentar justa
causa para a ausência de confirmação do recebimento da citação enviada
eletronicamente.

§ 1º-C Considera-se ato atentatório à dignidade da justiça, passível de multa de até


5% (cinco por cento) do valor da causa, deixar de confirmar no prazo legal, sem
justa causa, o recebimento da citação recebida por meio eletrônico.

..........................................................................................................................................

§ 4º As citações por correio eletrônico serão acompanhadas das orientações para


realização da confirmação de recebimento e de código identificador que permitirá
a sua identificação na página eletrônica do órgão judicial citante.

§ 5º As microempresas e as pequenas empresas somente se sujeitam ao disposto


no § 1º deste artigo quando não possuírem endereço eletrônico cadastrado no
sistema integrado da Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da
Legalização de Empresas e Negócios (Redesim)
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Legalização de Empresas e Negócios (Redesim).

§ 6º Para os fins do § 5º deste artigo, deverá haver compartilhamento de cadastro


com o órgão do Poder Judiciário, incluído o endereço eletrônico constante do
sistema integrado da Redesim, nos termos da legislação aplicável ao sigilo fiscal e
ao tratamento de dados pessoais." (NR)

"Art. 247. A citação será feita por meio eletrônico ou pelo correio para qualquer
comarca do País, exceto:

..............................................................................................................................." (NR)

"Art. 397. ...............................................................................................................

I - a descrição, tão completa quanto possível, do documento ou da coisa, ou das


categorias de documentos ou de coisas buscados;

II - a finalidade da prova, com indicação dos fatos que se relacionam com o


documento ou com a coisa, ou com suas categorias;

III - as circunstâncias em que se funda o requerente para afirmar que o documento


ou a coisa existe, ainda que a referência seja a categoria de documentos ou de
coisas, e se acha em poder da parte contrária." (NR)

"Art. 921. ...............................................................................................................

..........................................................................................................................................

III - quando não for localizado o executado ou bens penhoráveis;

..........................................................................................................................................

§ 4º O termo inicial da prescrição no curso do processo será a ciência da primeira


tentativa infrutífera de localização do devedor ou de bens penhoráveis, e será
suspensa, por uma única vez, pelo prazo máximo previsto no § 1º deste artigo.

§ 4º-A A efetiva citação, intimação do devedor ou constrição de bens penhoráveis


interrompe o prazo de prescrição, que não corre pelo tempo necessário à citação e
à intimação do devedor, bem como para as formalidades da constrição patrimonial,
se necessária, desde que o credor cumpra os prazos previstos na lei processual ou
fixados pelo juiz.

§ 5º O juiz, depois de ouvidas as partes, no prazo de 15 (quinze) dias, poderá, de


ofício, reconhecer a prescrição no curso do processo e extingui-lo, sem ônus para
as partes.

§ 6º A alegação de nulidade quanto ao procedimento previsto neste artigo


somente será conhecida caso demonstrada a ocorrência de efetivo prejuízo, que
será presumido apenas em caso de inexistência da intimação de que trata o § 4º
deste artigo.

§ 7º Aplica-se o disposto neste artigo ao cumprimento de sentença de que trata o


art. 523 deste Código." (NR)
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Por: Redação do Migalhas

Atualizado em: 30/8/2021 10:03

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MP 1.040

Lei que facilita abertura de empresas é


sancionada
Foi vetada a proposta que extinguia a sociedade simples por contrariar os interesses
públicos por mudanças profundas no regime societário.
quinta-feira, 26 de agosto de 2021

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O presidente Jair Bolsonaro sancionou, nesta quinta-feira, 26, a lei  14.195/21, que
facilita a abertura de empresas. Oriunda da MP 1.040/21, a norma tem o objetivo de
modernizar o ambiente de negócios nacional, como estratégia de recuperação
econômica pós-pandemia.

Trecho polêmico da medida provisória, que extinguia a sociedade simples, foi vetado.
Segundo a mensagem de veto, o dispositivo contraria os interesses públicos por
mudanças profundas no regime societário.

(Imagem: Freepik)

A lei sancionada pretende trazer inovações e reduz a burocracia em processos que


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A lei sancionada pretende trazer inovações e reduz a burocracia em processos que
permeiam o ciclo de vida das empresas, como procedimentos para abertura de
estabelecimentos, comércio exterior e execução de dívidas.

Entre as principais inovações, está a desburocratização do processo de abertura de


empresas com, por exemplo, a unificação de inscrições fiscais federal, estadual e
municipal no CNPJ, a eliminação de análises prévias feitas apenas no Brasil dos
endereços das empresas, a automatização da checagem de nome empresarial em

segundos, além de tratar de composição, funcionamento e as competências do


Comitê Gestor da Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de
Empresas e Negócios.

Outra mudança refere-se à proteção de investidores minoritários, por meio da


alteração da Lei das S.As,. para aumentar o poder de decisão dos acionistas, inclusive
minoritários, mediante a ampliação do prazo de antecedência para o envio de
informações para uso nas assembleias; o aprimoramento dos dispositivos relacionados
à comunicação; a vedação ao acúmulo de funções entre o principal dirigente da
empresa e o presidente do Conselho de Administração.

Também foi criado o voto plural (tipo de ação que dá direito a controlar a empresa
mesmo que o acionista não possua participação societária majoritária na companhia),
que evita que empresas abram o capital no exterior para manter o controle acionário
por meio desse instrumento, até então vedado no Brasil, fomentando o acesso ao
mercado de capitais.

A desburocratização, a simplificação e a facilitação do comércio exterior de bens e


serviço foram possibilitadas, com a sanção da lei, através da disponibilização de
guichê único eletrônico aos operadores de comércio exterior e da padronização e
simplificação do pagamento de taxas relacionadas às operações dessa atividade.
Houve alteração também na forma de tratamento para o estabelecimento de
condições para operações baseadas em características das mercadorias,
modernizando o sistema de verificação de regras de origem não preferenciais.

A medida abrange ainda a regulamentação das profissões de Tradutor Público e de


Intérprete Comercial, com modernização e desburocratização dessas profissões.
Revogando o defasado Decreto nº 13.609, de 21 de outubro de 1943, a nova lei permite
que tradutores atuem em todo país e possam realizar seu trabalho em meio eletrônico,
garantindo maior segurança jurídica à matéria, indispensável ao desenvolvimento do
comércio exterior e à evolução do Brasil em diversos outros indicadores relacionados
ao ambiente de negócios.

Outro ponto de destaque é o aumento da agilidade na cobrança e recuperação de


crédito mediante a autorização do Poder Executivo para instituir o Sistema Integrado
de Recuperação de Ativos (SIRA), sistema capaz de reunir dados de pessoas físicas e
jurídicas com o objetivo de reduzir o custo de transação da concessão de crédito
através do aumento da efetividade das ações judiciais que envolvam a recuperação de
créditos.

A lei também prevê a criação do cadastro fiscal positivo, instrumento que premia o
bom contribuinte, atribuindo tratamento adequado conforme o histórico de
conformidade do beneficiado. 

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Outras inovações da lei são o aumento da segurança jurídica via consagração legal da
prescrição intercorrente e da citação eletrônica de empresas públicas e privadas; e a
desjudicialização das cobranças dos Conselhos Profissionais, os quais continuarão
podendo tomar medidas administrativas de cobrança, tais como a notificação
extrajudicial e a inclusão em cadastros de inadimplentes, contribuindo para diminuir a
sobrecarga judiciária brasileira.

Por fim, a norma traz a possibilidade de as sociedades anônimas, limitadas e


corporativas emitirem notas comerciais, observadas as regras de seus respectivos atos
constitutivos. A nota comercial é título executivo extrajudicial, que pode ser executado
independe de protesto, com base em certidão emitida pelo escriturador ou depositário
central, conforme o caso, sendo que ela poderá ser vencida na hipótese de
inadimplemento da obrigação constante de seu termo de emissão.

Vetos
O presidente vetou o preceito que dispensava a emissão de Anotação de
Responsabilidade Técnica ou documento equivalente nas obras imprescindíveis à
obtenção de eletricidade. Segundo a secretaria, o veto se deu em razão de tal previsão
poder comprometer a segurança das pessoas e interesses dos consumidores, em caso
de danos e acidentes decorrentes de eventuais erros de projeto ou de execução.

Por contrariedade ao interesse público, foi vetada a proposta de extinção da sociedade


simples, por mudanças profundas no regime societário, e de revogação do dispositivo
legal que instituiu o Departamento Nacional de Registro Empresarial e Integração, em
razão de competir ao aludido Departamento "coordenar a manutenção, a coleta de
dados e a atualização da Base Nacional de Empresas", atual denominação do cadastro
nacional das empresas mercantis em funcionamento no país.

Da mesma forma, foram vetados dispositivos que poderiam acarretar problemas de


governança no âmbito da Rede Nacional para a Simplificação do Registro de Empresa
e da Legalização das Empresas e Negócios e disposição que atribuía à Comissão de
Valores Mobiliários a obrigação de elaborar e tornar público material de orientação aos
agentes de mercado, atividade que a CVM já faz, de modo que o dispositivo vetado, da
forma como redigido, poderia gerar insegurança jurídica quanto às rotinas e
procedimentos da CVM e para o mercado em geral.

Houve veto ainda à alteração da nomenclatura dos Agentes Autônomos de


Investimentos, com o intuito de manter a dita nomenclatura alinhada com outros
diplomas legais que tratam do tema. Finalmente, também foram vetadas determinadas
revogações em distintos diplomas legais envolvendo modificações de formas
societárias, para fins de evitar indesejados reflexos tributários à população ativa,
sobremaneira no contexto da retomada econômica das atividades, tendo em conta a
pandemia da covid-19.

Apesar dos vetos pontuais, convém ressaltar que a sanção parcial da lei de conversão
da MP do Ambiente de Negócios constitui um importante marco e coroamento de um
esforço do Governo Federal em modernizar o ambiente de negócios, contribuir para a
melhoria do ranking do Brasil no relatório Doing Business e atrair investimento
estrangeiro, valores tão importantes para a geração de emprego e renda para o País e
para os brasileiros.
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pa a os b as le os

________

"Oveto do presidente tem o mérito de manter a sociedade simples, importante para


manter a atual organicidade dos escritórios de advocacia", Marcus Vinícius Coelho , ex-
presidente nacional da OAB.
Por: Redação do Migalhas

Atualizado em: 27/8/2021 08:04

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Pontos relevantes da citação no Processo


Civil
Luís Rodolfo Cruz e Creuz

Considerações sobre a citação no novo Código de Processo Civil instituído pela lei 13.105,
de 16 de março de 2015.
quarta-feira, 14 de junho de 2017

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A lei 13.105/15 instituiu o novo CPC/15, e dentre seus diversos regramentos, interessa-
nos aqui tratar da citação. Trata-se de ato pelo qual são convocados o réu, o executado
ou o interessado para integrar a relação processual (art. 238, CPC/15), sendo que a
citação válida, ainda quando ordenada por juízo incompetente, induz litispendência,
torna litigiosa a coisa e constitui em mora o devedor (art. 240), ressalvados os casos
expressos previstos em lei (p.ex. inadimplemento de obrigação positiva e líquida (art.
397 do CC) ou a mora de obrigações provenientes de ato ilícito (art. 398 CC).

A reflexão que trazermos merece a atenção tanto por parte de pessoas naturais
(físicas) quanto de pessoas jurídicas em geral, em função da importância deste
instituto processual.

A citação como ato convocatório é evento que marca o início da contagem dos prazos
processuais, para as partes (incluindo procurador, Advocacia Pública, Defensoria
Pública e Ministério Público) (art. 230). Logo, para todos os envolvidos, é vital que por
um lado se tenha a maior regularidade no ato citatório, e por outro, sejam evitados
quaisquer inconvenientes, que possam levar a nulidades de citação, ou até mesmo ao
desconhecimento da demanda e posterior revelia.

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O art. 231 do CPC especifica quais as situações que são consideradas como o " dia do
começo do prazo", sendo que havendo mais de um intimado, o prazo é contado
individualmente para cada e quando houver mais de um réu, o dia do começo do
prazo para contestar, para a maior parte das hipóteses, corresponderá à última das
datas fixadas na norma. Estes eventos podem envolver, p.ex., a data de juntada aos
autos do aviso de recebimento, quando a citação ou a intimação for pelo correio, ou a
data de juntada aos autos do mandado cumprido, quando a citação ou a intimação for

por oficial de justiça, ou ainda, o dia útil seguinte ao fim da dilação assinada pelo juiz,
quando a citação ou a intimação for por edital.

Como regra geral, a citação deve ser pessoal, podendo, no entanto, ser feita na pessoa
do representante legal ou do procurador do réu, do executado ou do interessado (art.
242). Mas existem diversas situações que merecem considerável atenção, conforme já
indicado.

Caso seja verificada a ausência do citando, a regra geral é flexibilizada admitindo-se


que a citação seja feita na pessoa de seu mandatário, administrador, preposto ou
gerente, quando a ação se originar de atos por eles praticados (art. 242, § 1º). Esta
ressalva é importantíssima especialmente para pessoas jurídicas de qualquer natureza,
que tenham atuação em território brasileiro. O art. 248, § 2º determina que para os
casos de citação de pessoa jurídica, é considerada válida a entrega do mandado de
citação para pessoa com poderes de gerência geral ou de administração ou, ainda, a
funcionário responsável pelo recebimento de correspondências.

Merece destaque a regra inscrita no § 3º do art. 75 do CPC/15, que determina que o


gerente de filial ou agência presume-se autorizado pela pessoa jurídica estrangeira a
receber citação para qualquer processo. E aqui a regra é generalista e abrangente - o
que traz boa reflexão aos gestores de tais tipos de entidades legais.

Outra importante pontuação se insere na esfera imobiliária / de locações e pode


atingir até mesmo empresas imobiliárias e gestoras de administração de imóveis. Para
pessoas (locadores) titulares de imóveis locados e que se ausentem do país sem
cientificar o locatário que na localidade onde estiver situado o imóvel existirá um
procurador com poderes para receber citação, poderá ser citado e considerado
habilitado para representar o locador em juízo a pessoa que estiver na condição de
administrador do imóvel encarregado do recebimento dos aluguéis (art. 242, § 1º).

Por fim, registramos especial destaque para o § 4º do art. 248, que trata da citação em
caso de condomínios edilícios ou nos loteamentos com controle de acesso - ou seja,
um problema mais que recorrente em grandes cidades e capitais, tanto para pessoas
naturais quanto para pessoas jurídicas. O artigo fixa que em tais localidades será
considerada válida a entrega do mandado citatório a funcionário da portaria
responsável pelo recebimento de correspondência, ou seja, contrariando
expressamente o disposto no caput do art. 242, CPC/15. A regra pode, em diversas
hipóteses, causar constrangimento, problemas e até mesmo levar uma parte a ser
condenada à revelia, caso este sistema de recebimento de correspondência de
condomínios edilícios ou nos loteamentos com controle de acesso não funcione a
contento ou em seus tramites permita que a citação seja extraviada. Isto sem contar os
casos de "descontrole", quando o mandado é entregue mas não existem registros
fidedignos ou efetivamente rastreáveis do documento. Nestas hipóteses, o próprio § 4º
do art 248 oferece uma solução para a questão ao determinar na parte final de sua
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do art. 248 oferece uma solução para a questão, ao determinar, na parte final de sua
redação, que o funcionário da portaria poderá recusar o recebimento, se declarar, por
escrito, sob as penas da lei, que o destinatário da correspondência está ausente (art.
248, § 4º).

Em conclusão, avaliamos que pessoas jurídicas devem, por um lado, rever


procedimentos de recebimento de correspondências em suas sedes, visando uma
maior e efetiva rastreabilidade das mesmas e, em paralelo, avaliar corretamente
procurações outorgadas, redação de contratos e estatutos sociais, e demais práticas
perante terceiros (o que inclui o disclosure de informações relacionadas aos partícipes
da gestão e administração e suas competências e responsabilidades). Para imobiliárias
e gestoras de administração de imóveis, torna-se vital revisar os contratos de
prestação de serviços e de gestão de bens de terceiros, assim como atentar-se para as
regras ora expostas. E por fim, para o caso de condomínios edilícios ou nos
loteamentos com controle de acesso - tanto para pessoas naturais quanto para
pessoas jurídicas - é necessária a devida revisão de regras, procedimentos, normas de
condutas, políticas de acesso a documentos, regras gerais de condomínio, práticas a
serem revistas por síndicos e gestores de propriedades, visando evitar problemas com
o recebimento de mandados de citação.

_______________

*Luís Rodolfo Cruz e Creuz é sócio de Cruz & Creuz Advogados.

Atualizado em: 14/6/2017 08:01

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Luís Rodolfo Cruz e Creuz
Penalidades e sanções administrativas previstas na LGPD passam a ser aplicadas a
partir do início de agosto de 2021.

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https://www.migalhas.com.br/quentes/350824/lei-sancionada-altera-o-cpc-e-prioriza-citacao-por-meio-eletronico 10/12
10/09/2021 16:48 Lei sancionada altera o CPC e prioriza citação por meio eletrônico
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