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BIOSSEGURANÇA NA ESTÉTICA | Sane Almeida Cursos


CURSO BÁSICO

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BIOSSEGURANÇA NA ESTÉTICA | Sane Almeida Cursos
2018

TERMOS E CONDIÇÕES

Ao contratar o serviço, o aluno em questão se responsabiliza


automaticamente em preservar os direitos autorais contidos nesta apostila,
conforme a Lei 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, reservando para seu autor o
direito exclusivo sobre a reprodução de seus trabalhos.

Por isso, é expressamente proibido sua cópia, reprodução, difusão,


transmissão, utilização, modificação, venda, publicação, distribuição ou qualquer
outro uso, na totalidade ou em parte, em qualquer tipo de suporte, fora dos casos
expressamente previstos ou sem prévia autorização por escrito.

Excetuam-se a esta interdição os usos livres autorizados por lei,


nomeadamente o direito de citação, desde que claramente identificada a sua
origem e autoria.

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LEGISLAÇÃO DE CURSOS LIVRES PROFISSIONALIZANTES

Definição de cursos livres: Além das modalidades de ensino Fundamental,


Médio, Técnico e Superior, a legislação brasileira regulamentou a categoria
Curso Livre, que atende público a partir do nível fundamental, com objetivo de
oferecer profissionalização rápida para diversas áreas de atuação no mercado
de trabalho, como ex: esteticista, tatuador, maquiador, barbeiro, manicure,
informática, micropigmentador, e afins.

As escolas que oferecem estes tipos de cursos têm direito de emitir


certificado ao aluno em conformidade com a lei nº 9394/96 e Decreto nº 2.208/97.
Cooperativas e profissionais autônomos também podem ministrar tais cursos e
emitir certificado. Não há um limite determinado para a carga horária, podendo
variar entre algumas horas ou vários meses de duração

A lei nº. 9394/96, o Decreto nº. 5.154/04 e a Deliberação CEE 14/97


(Indicação CEE 14/97) citam que os cursos chamados “livres” não necessitam
de prévia autorização para funcionamento nem de posterior reconhecimento do
Conselho de Educação competente. Assim, os cursos livres não dependem de
registro ou autorização do MEC ou do CEE e são para fins culturais,
conhecimentos e curriculares.

O Art 42 da Lei nº 9.394/96 (Diretrizes e Bases da Educação Nacional) e


Lei nº 11.741/08 trataram da Educação Profissional, como Educação Profissional
de Nível Básico. É uma modalidade de educação não-formal de duração variável,
destinada a proporcionar ao trabalhador conhecimentos que lhe permitam
profissionalizar-se, qualificar-se e atualizar-se para o trabalho. Não há exigência
de escolaridade anterior.

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OBJETIVO DO CURSO

Nosso objetivo é promover conhecimento, visando garantir a segurança


dos envolvidos no ambiente de trabalho, trabalhadores e pacientes,
esclarecendo os princípios básicos e práticas de biossegurança, bem como o
correto uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), além de medidas
que evitem os acidentes mais comuns no exercício das profissões em área de
estética.

Metodologia

▪ Prova final: Objetiva, dissertativa.

Incluso

• Certificado Digital de curso livre

• Apostila Digital

Público alvo

Pessoas com ensino fundamental completo.

O curso de Biossegurança é de categoria livre.

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BIOSSEGURANÇA EM PROFISSÕES DE ESTÉTICA

INTRODUÇÃO

Os cuidados com a estética, abrangendo as mais variadas classes sociais,


poder aquisitivo, faixa etária e sexo, gera uma maior concorrência do mercado,
iniciando a tão famosa e conhecida competitividade “qualidade x preços”. O
problema é que os investimentos são direcionados especificamente para atrair o
consumidor, porém negligenciando o principal que é tomar medidas para
adequação e proteção contra os fatores de risco biológicos, e o que normalmente
beneficiaria o consumidor por proporcionar maior variedade em opções, na
verdade se torna o ambiente perfeito para fatores de risco em relação a
contaminações, além de mostrar uma total falta de profissionalismo e respeito
ao cliente.

De acordo com informações da Associação Brasileira da Indústria de


Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), o Brasil é o terceiro maior
mercado de beleza, perdendo somente para os Estados Unidos e o Japão, e
esse dado deveria ser visto com seriedade pelos profissionais envolvidos.
Entretanto, as negligências têm crescido por meio de formação deficiente nos
cursos livres, falta de informação técnico-científica, desinteresse e despreparo
profissional, infraestrutura e procedimentos inadequados, colocando em risco a
saúde do paciente.

Portanto, visando minimizar o impacto destes problemas, é imprescindível


adotar medidas preventivas, a qual damos o nome de profilaxia biológica ou
biossegurança.

BIOSSEGURANÇA

Biossegurança significa: BIO = VIDA + SEGURANÇA. Em um sentido mais


amplo , pode ser conceituada como vida livre de perigos. Em sentido estrito, é
a prevenção, o controle, a redução ou eliminação de riscos inerentes às
atividades que possam prejudicar a vida humana.

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Para boa parte dos profissionais não recebem preparo técnico, e na maioria
dos casos um conhecimento básico de doenças que podem ser disseminadas
por contato físico dentro de ambientes fechados. Embora muitos saibam que a
cada dia, vírus, bactérias, fungos e outros micro-organismos nocivos aos seres
humanos, estão se tornando mais resistentes aos medicamentos e aos cuidados
médicos, como por exemplo o vírus da “gripe” o qual sofre constantes
mutações, os profissionais de estética, não têm dado importância devida ao
problema, o que trará consequências desastrosas ou até mesmo graves no
futuro, não só para o seu cliente/paciente, mas até para si mesmo, já que a
relação entre o profissional e o cliente, exige uma maior proximidade e o contato
físico. Portanto, o profissional precisa entender que além de ser um alvo de
contaminações, ele também é um ser que pode contaminar seu paciente, frente
à exposição aos organismos patógenos.

• Riscos biológicos

São considerados riscos biológicos: os vírus, as bactérias, os parasitas, os


protozoários, os fungos e os bacilos.

Os riscos biológicos ocorrem por meio do contato direto com o indivíduo,


ambiente, ou qualquer material contaminado.

A contaminação biológica no ser humano ocorre de forma cutânea ou


percutânea, com ou sem lesões, contaminação via aérea (respiratória),
conjuntiva (pele), oral (ingestão) e via ocular (mucosa conjuntival).

Os principais são as bactérias. Elas necessitam de um modo de transporte


para a sua proliferação no ambiente, e são eles: as mãos, roupas, equipamentos,
utensílios e superfícies de contato.

As falhas vão desde reuso de materiais descartáveis como lâminas,


inadequada desinfecção e esterilização de instrumentais e equipamentos, uso
incorreto de soluções químicas desinfetantes, falta de assistência no pós trauma
à pele e mucosas, desconhecimento da necessidade de vacinar, o incorreto
descarte de materiais cortantes e perfurantes, o uso incorreto ou o não uso de
equipamentos de proteção individual (EPI’s) e as falhas na prevenção de
acidentes
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A contaminação pode ocorrer pela via direta ou indireta.

• Via direta - se baseia na transmissão do agente biológico sem a


intermediação de veículos ou vetores. Exemplos: transmissão aérea por
bioaerossóis, transmissão por gotículas, contato com a mucosa dos olhos e
via cutânea.

• Via Indireta – transmissão do agente biológico por meio de veículos


ou vetores. Exemplos: transmissão por meio de mãos, como em
perfurocortantes, luvas, roupas, instrumentos, vetores, água, alimentos e
superfícies.

ORGÃOS FISCALIZADORES

Diversos profissionais ligados à área de saúde estética, como esteticistas,


manicures, pedólogos, cabeleireiros, tatuadores, micropigmentadores e afins,
precisam seguir regras e normas estipuladas pela Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) para obter o Alvará Sanitário, sem o qual o estabelecimento
não pode funcionar. O papel da Anvisa é o de fiscalizar e fazer cumprir essas
regras de biossegurança, podendo a empresa ser inspecionada sem prévio
aviso.

Existe a necessidade de cumprir as regras de Biossegurança, tais como:

• A esterilização de materiais usados

• O tamanho adequado do local de trabalho

• O que pode e o que não pode estar nesse ambiente de trabalho

• As boas condições físico-estruturais

• O local dos equipamentos para evitar a contaminação cruzada

• Boas práticas dos profissionais.

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Na maioria dos municípios existe a vigilância sanitária, do qual enumera
diversas exigências para se garantir um ambiente livre de contaminações. A
prefeitura do Rio de janeiro, por exemplo, faz a s seguintes exigências:

• O local deve oferecer privacidade, iluminação, ventilação adequada, e ter


paredes e pisos que permitam limpeza úmida;

• O filtro do aparelho de ar condicionado deve ser limpo periodicamente;

• Deve haver lavatório com toalheiro de papel, sabonete líquido e lixeira


acionada por pedal;

• Macas, cadeiras, suportes, cabos, bancadas devem ser desinfetados por


fricção com álcool a 70º;

• Recomenda-se o uso de protetor descartável nas macas;

• O estabelecimento deve realizar o cadastro dos clientes atendidos com


data, nome, idade, endereço, descrição, localização da tatuagem e
identificação do profissional.

• É necessário também um livro de registro para a anotação de acidentes


de qualquer natureza, tanto com o profissional como com o cliente;

• É obrigatória a esterilização dos instrumentais de acordo com as normas


sanitárias vigentes, em equipamento como autoclave, e em embalagens
individuais apropriadas;

• É indispensável a coleta de lixo seletivo por empresa cadastrada junto ao


órgão responsável

SOBRE A IMPORTÂNCIA DOS COSMÉTICOS E PRODUTOS


REGISTRADOS NO MINISTÉRIO DA SAÚDE (MS)

Os produtos cosméticos, segundo a Anvisa, classificam-se em produtos


grau I e produtos grau II.

Grau I - são produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes


constituídos por substâncias naturais ou sintéticas, de uso externo nas diversas
partes do corpo humano, pele, sistema capilar, unhas, lábios, órgãos genitais
externos, dentes e membranas mucosas da cavidade oral, com o objetivo
exclusivo de limpá-los, perfumálos, alterar sua aparência e ou corrigir odores

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corporais, e ou protegê-los ou mantê-los em bom estado. Caracterizam-se
por possuir propriedades básicas ou elementares, cuja comprovação não seja
inicialmente necessária e não requeiram informações detalhadas quanto ao seu
modo de usar e suas restrições de uso, devido às características intrínsecas do
produto.

Grau II - apresentam a mesma definição dos produtos grau I, porém se


caracterizam por possuir indicações específicas e exigir comprovação de
segurança e ou eficácia, bem como informações e cuidados, modo e restrições
de uso.

Antes de serem comercializados, toda a documentação de formulação,


embalagem, rótulo, modo de uso, precauções, características físico-químicas,
microbiológicas, estabilidade do produto devem ser apresentadas para a Anvisa.
E, no caso de produtos de grau II, além destas documentações citadas, devem
ser apresentados os testes de segurança e eficácia.

Os processos de produtos grau I não são analisados logo que se faz o


peticionamento eletrônico na internet. A Anvisa pode futuramente analisar o
processo e solicitar à empresa apresentação de documentações adicionais que
ela julgue necessário.

Os produtos grau I podem ser comercializados assim que for realizada a


notificação por meio do site da Anvisa. Já os produtos grau II, devem seguir este
mesmo peticionamento eletrônico no site do órgão, porém o processo,
juntamente com todos os testes, deve ser encaminhado à Agência e será
submetido à análise. Este produto somente poderá ser comercializado após
aprovação da Anvisa e publicação no Diário Oficial.

Por este motivo é importante o uso de cosméticos que sejam devidamente


registrados no Ministério da Saúde, pois estes produtos passam por análises dos
técnicos deste órgão, que é extremamente exigente.

• LOTE E VALIDADE

É importante observar na embalagem do produto os dados do número de


lote e validade, informações estas de extrema importância e que são exigidas
pela Anvisa.

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Lote - é importante para que se possa ter rastreabilidade do produto caso
venha a ocorrer algum problema futuro.

Validade - indica se este produto ainda está próprio para o uso ou não.

Ao buscar em um cosmético o seu registro junto ao MS, o profissional de


estética está garantindo, também, sua segurança jurídica. Em caso de reações
alérgicas ou tóxicas, o profissional não terá respaldo da justiça caso esteja
utilizando um produto sem registro. A presença dele garante a procedência do
produto e assegura que seu fabricante e sua equipe técnica poderão responder
legalmente por eventuais irregularidades. O mesmo já não acontece com
cosméticos sem registro que, inclusive, colocam em risco o funcionamento de
clínicas de estética, já que o Ministério da Saúde pode autuar e fechar
estabelecimentos que utilizam produtos não licenciados. Empresas sérias se
preocupam em notificar e registrar seus produtos e, ainda, passam a
comercializá-los apenas depois da publicação do registro no Diário Oficial.
Também se preocupam em especificar nas embalagens todos os dados exigidos
pela Anvisa. Infelizmente, essas empresas sérias concorrem, muitas vezes, com
estabelecimentos de fundo de quintal, que praticam preços absurdamente
baixos, pois não têm gastos com testes, registros e não informam o mínimo
necessário para orientações do consumidor. É muito importante que tudo isso
seja observado ao adquirir um cosmético.

Importante ressaltar também que os lençóis que recobrem a maca e o


cliente devem estar sempre limpos e impecáveis, assim como todo o ambiente
de atendimento, demonstrando o quanto o profissional se importa com a saúde
e higiene.

Outro ponto importante é com relação aos produtos. A melhor forma de


armazená-los é na sua embalagem original. Deve-se evitar a troca da mesma
devido ao risco de contaminação, mesmo que seja do mesmo tipo de produto,
não é aconselhado passar de uma para outra. Os produtos devem ser bem
fechados após o uso para evitar contaminação por micro-organismos
provenientes do ambiente. Além disso, dependendo do produto, se permanecer
muito tempo aberto em contato com o ar pode oxidar, ficar com cheiro rançoso

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e ter sua cor alterada. Geralmente o cosmético oxidado vai ficando
amarelado com o tempo. Após o uso, as tampas, bem como a boca do frasco,
devem ser devidamente limpas e de preferência feita assepsia com produtos à
base de clorhexidina ou outro similar existente no local de trabalho.

Para retirar os cosméticos dos potes deve-se utilizar espátulas, de


preferência descartáveis, mas se não for possível, usar espátulas limpas e
assépticas. Nunca retirar do frasco diretamente com as mãos, nem que seja para
remover apenas o que está na tampa, pois conforme exposto anteriormente, a
nossa flora cutânea possui bactérias que, ao entrarem em contato com o
produto, podem vir a contaminar o mesmo.

A aparência do frasco também é muito importante. Embalagens sujas


externamente pelo próprio produto ou qualquer outra substância, podem não
oferecer risco de contaminação do conteúdo, mas deixam um péssimo aspecto.
Por isso é muito importante mantê-los limpos e, com isso, contribuir com a boa
imagem do ambiente.

CONDUTAS PRÁTICAS DE BIOSSEGURANÇA

É indispensável a implementação de ações que contribuam para a melhoria


da qualidade da assistência à saúde do cliente/paciente, pois as medidas de
controle de infecção nos espaços estéticos atuam na prevenção e no controle
das infecções desses estabelecimentos, contribuindo significativamente com a
saúde coletiva.

LOCAL DE TRABALHO

Um ambiente organizado e limpo é sem dúvida um cartão de visitas que


demonstra seu cuidado e higiene o que por sua vez, traduz-se em
profissionalismo. Não pode:

• Alimentos

• Bebidas

• Fumaça de tabaco.
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• Animais

HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS

Parece mentira, mas o simples ato de higienizar as mãos antes de


qualquer procedimento é frequentemente ignorado por muitos profissionais.

Os profissionais devem adotar este procedimento como um hábito e


seguir as recomendações. Mas existem critérios na hora de escolher o produto
de higienização. Por exemplo, o sabonete em barra, ao formar rachaduras, pode
abrigar muitas bactérias. A própria água da saboneteira, somada aos restos que
se dissolveram, também é criadouro para os micro-organismos, pois não contém
álcool em sua formulação. Além disso, para oferecer uma higienização mais
profunda, evitando a propagação de germes que podem ocasionar infecções, é
indicado o complemento com o uso de um produto antisséptico.

Segue o passo a passo de como higienizar as mãos corretamente, e não


deixe de acessar o link que você encontrará no Bibliografia no inal da apostila.

• Retirar todo e qualquer adorno de mãos e antebraços: anéis, pulseiras e


relógio;

• Abrir a torneira com acionamento por pedal ou cotovelos ou, ainda, por
sensores térmicos elétricos;

• Realizar higienização prévia (lavagem simples), seguindo técnica


anteriormente descrita;

• Iniciar fricção utilizando escova o degermante, sendo mais utilizados os


produtos à base de clorexidina e iodo (estão disponíveis nomercado
nacional escovas descartáveis impregnadas com agente químico);

• Iniciar a escovação de cada mão pelas unhas, passar para face ventral
da mão, dorsal, as interdigitais, punho, antebraço cotovelo;

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• Enxaguar com água corrente, das pontas dos dedos em direção ao
cotovelo;

• Pode ser utilizado um anti-séptico para último enxágüe, com indicação do


Ministério da Saúde para esta finalidade, a exemplo do álcool A70%. O
produto deve ser utilizado sob forma de aspersão, nunca por imersão.

• Enxugar com movimentos helicoidais com compressas ou toalhas


estéreis, sendo que essa secagem é feita de um dos lados da toalha para
cada braço.

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI’S)

Os equipamentos de proteção individual (EPI’s) possuem o objetivo de


proteger o profissional de microorganismos provenientes de pacientes, por meio
de excreções salivares, fluidos orgânicos e sangue. Dentre os equipamentos
necessários estão luvas (látex, PVC e luvas térmicas quando preciso), jalecos
de mangas longas de algodão ou descartáveis, gorros sanfonados, máscaras
descartáveis e óculos de proteção.

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Os profissionais que atuam na área da estética, seja qual for, podem entrar
em contato com micro-organismos patógenos nas mãos, roupas, cabelos e
equipamentos, prejudicando a si mesmo e o paciente/cliente.

Entre os diversos micro-organismos causadores de doenças, estão:

• Hepatite A, B e C - transmitidas pelo sangue, secreções, lágrimas e suor

• Herpes Labial e Genital - uso de equipamentos em outro cliente


contaminado sem devida esterilização e limpeza

• Gripes - incluindo a H1N1

• Tuberculose - por isso é importante o uso de máscaras do profissional

• Micoses - oriundas de equipamentos compartilhados

• AIDS - Agulhas contaminadas.

EPIS MAIS UTILIZADOS

• Avental

É indicado como barreira para proteger a roupa do profissional. Deve ser


preferencialmente de cor clara para melhor visualização da sujidade, de mangas
compridas e decote alto. Deve ser utilizado exclusivamente no ambiente de
trabalho, sendo a troca realizada por período quando estiver visivelmente sujo.
O avental, após sua retirada, deve ser transportado pelo avesso em embalagem
plástica.

A limpeza do avental, quando não é feita no próprio estabelecimento, deve


ser separada das demais roupas da família em recipiente exclusivo.

• Máscara

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Indicada como barreira das vias aéreas superiores, o seu uso deve seguir
os princípios de conforto e adaptação. Deve ser descartável e a troca deve
ocorrer a cada atendimento e quando estiver suja ou molhada.

É contra-indicado permanecer com a máscara ao redor do pescoço entre


atendimentos fora do local de trabalho.

• Óculos

Protegem os olhos dos profissionais, principalmente no momento de


extração quando não se utiliza a lupa. Os olhos são áreas de fácil contaminação.

• Touca

o emprego da touca pelo profissional previne contaminação cruzada do


profissional para o cliente por micro-organismos que possam estar presentes no
cabelo, sendo assim uma possível fonte de contaminação. Também é uma forma
de proteção para o profissional contra uma possível contaminação dos cabelos
por secreções que possam ocorrer conforme o procedimento estético a ser
realizado. Protege o cliente também dos cosméticos utilizados, principalmente
quando este tiver cabelos longos.

• Calçado fechado

Durante a manipulação dos instrumentos e utensílios nos tratamentos


estéticos, há grande risco de derrubá-los, se contaminados podem ser
prejudiciais.

• Luvas

Estão disponíveis no mercado luvas de vinil, estéreis e não-estéreis


indicadas para os profissionais com hipersensibilidade ao látex. É contra
indicado o reprocessamento de luvas estéreis de procedimento por qualquer
meio. Se a luva perfurar ou rasgar, troque-a imediatamente. O uso das luvas é
uma precaução importante tanto para o paciente como para o profissional.

Tipos de luvas:
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• Luvas estéreis: são indicadas em todos os procedimentos invasivos e para
realização dos processos de desinfecção de alto nível esterilização química em
Glutaraldeído. São descartáveis e de uso único. Seu uso deve ser precedido da
anti-sepsia das mãos.

• Luvas de procedimento: indicadas para procedimentos não-invasivos para


desinfecção de superfícies. São descartáveis e de uso único. Sua utilização deve
ser precedida de higienização das mãos. Não se deve tocar com as mãos
enluvadas superfícies fora da área, como canetas, fichas de pacientes, telefone,
maçaneta de portas, óculos, materiais de consumo, entre outros.

• Luvas grossas: indicadas para os procedimentos de lavagem de


instrumentais, serviço de limpeza em geral e para a coleta do lixo. Separe as
luvas por cores para cada uma destas atividades. São reutilizáveis e devem ser
submetidas à limpeza diariamente, e substituídas sempre que apresentarem
furos e desgaste, ou se tornarem pegajosas.

• Luvas térmicas: indicadas para os procedimentos de esterilização em


estufa e autoclave. Devem ser guardadas em local seco.

PROCESSOS DE DESINFECÇÃO E ESTERILIZAÇÃO

É um momento importante que inclui limpeza, desinfecção e/ou


esterilização. É importante saber classificar os objetos, pois de acordo com a
classificação é que se poderá definir se passará pelo processo de desinfecção
ou deverá ser esterilizado.

Considerando que as agulhas e lâminas utilizadas em procedimentos


estéticos devem ser descartáveis, assim como as biqueiras, podemos classificar
as ferramentas de semicríticos e os não críticos.

• Semicríticos – destinados ao contato com a pele não intacta ou com


mucosas íntegras. Exemplo: Tebori, dermógrafo, pinça.

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• Não críticos – Exemplo: Paquímetro e escovinha. Requerem limpeza ou
desinfecção de médio ou baixo nível.

DESINFECÇÃO

• Médio nível ou nível intermediário - destrói microrganismos na forma


vegetativa, com exceção dos microorganismos esporulados, inativa o bacilo da
tuberculose, maioria dos vírus e fungos.

• Baixo nível – destrói microrganismos na forma vegetativa, alguns vírus e


fungos. Não elimina bacilo da tuberculose, nem os microrganismos esporulados.

Os produtos indicados mais utilizados em nosso país para desinfecção, de


nível intermediário de artigos, são hipoclorito de sódio 1% por imersão de 30
minutos seguido de enxágüe e álcool a 70% aplicado sob fricção, deixando
secar e repetindo a operação por três vezes (aproximadamente 30 segundos de
contato).

ESTERILIZAÇÃO

Se os seus instrumentos não forem descartáveis e entrar em contato direto


com o cliente, eles deverão ser esterilizados.

A esterilização deve ser realizada em um local exclusivo ou na área de


procedimento de modo a facilitar a remoção completa de riscos frente a
contaminações.

Antes da esterilização é preciso a higienização de equipamentos como


espátulas, cureta e demais equipamentos que sejam de metais. Ela também
pode ser feita com equipamentos específicos para este fim, como as autoclaves
e estufas.

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DESCARTE DE RESÍDUOS

Outro cuidado importante diz respeito ao descarte do material residual do


processo. É que, na prática, eles devem seguir as mesmas normas de descarte
de materiais hospitalares, uma vez que as agulhas, lâminas ou cartuchos,
contendo resíduos de sangue, podem contaminar catadores e profissionais
envolvidos no recolhimento do lixo “comum”.

Como muitos estabelecimentos não contam com a coleta seletiva destes


resíduos, boas opções podem ser contratar um serviço especial de coleta ou
tentar fazer um acordo com os estabelecimentos de saúde do município. Dessa
forma, o material dos estúdios de tatuagem será acondicionado e descartado
corretamente. Pode parecer um cuidado excessivo, mas é uma iniciativa de
responsabilidade social.

TIPOS DE RESÍDUOS COMUNS EM SALAS DE ESTÉTICA

Os resíduos gerados são em sua maioria dos tipos A, D e E.

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Acondicionamento dos tipos A

O Tipo A é jogado em sacos de lixo específicos. Os sacos são BRANCOS,


identificados com o símbolo correto.

TUDO que tiver contato com o cliente, deve ser tratado como infectante e
descartado neste saco de lixo, como por exemplo:

• luvas

• Batoques
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• Plástico Filme

• Biqueiras SEM agulha

• Papel Toalha Usado

• Protetores de Bancada e Maca

• Algodões usados, cotonetes, palitos, e afins

• Copos que estiveram em contato com material biológico, etc

Acondicionamento dos tipos E

O Tipo E é jogado em recipientes para Perfurocortantes. São Caixas


reforçadas de papelão, com saco plástico interno antivazamento, proteções
adicionais, que evita furo da caixa, esse é o famoso Descarpack.

Todo e qualquer objeto que possa perfurar o saco de lixo e machucar os


coletores, como:

•Agulhas

•Lâminas

•Cartuchos de microagulhamento, afins

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DESCARTE

O profissional deve procurar o órgão responsável da prefeitura da sua


cidade e inscrever seu estúdio corretamente.

Entrar em contato com a empresa que faz o recolhimento de resíduos da


sua região e contratar a coleta especial.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Quando se fala em vida profissional, para termos um viver pautado na ética,


é necessário olhar criticamente para as nossas práticas e para as relações com
os nossos clientes.

Como profissionais da beleza, parece que na prática do dia-a-dia,


fundamentalmente, o que buscamos é o reconhecimento e o dinheiro, mas
negligenciamos a prevenção e a saúde deles, que ao entrar no nosso
estabelecimento, passa a ser de nossa responsabilidade.

Entretanto, é importante entender que nessa profissão, o sucesso só se


mantém com a biossegurança e a ética. Praticar tais cuidados é mostrar
profissionalismo e provar que sua empresa se preocupa com a saúde coletiva,
especialmente com a saúde do seu cliente ou paciente e até consigo mesmo.

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BIBLIOGRAFIA

Associação paulista de estudos controle de infecção hospitalar. Orientações para controle de infecções em pessoal da
área de saúde. São Paulo, 1998.

Garbaccio JL, Oliveira AC De. Biossegurança e risco ocupacional entre os profissionais do segmento de beleza e
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Lunardi VL, Lunardi WD Filho, Silveira RS, Soares NV, Lipinski JM. O cuidado de si como condição para o cuidado dos
outros na prática de saúde. Rev Latino-am Enfermagem 2004 novembro-dezembro; 12(6):933-9

Moreira A, Bambace J, Olavo A, Jorge C. Efficacy of chlorexidine aqueous solutions to desinfect surfaces. Rev
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RUBIN E. , M. D.; FARBER J. L.Patologia. Rio de Janeiro: Interlivros, 1990.

Secretaria Estadual de saúde do Rio de Janeiro. Guia Prático de Controle de Infecção Hospitalar. Rio de Janeiro:
Coordenação Estadual de Controle de Infecção Hospitalar / Superintendência de Saúde, 2002. Manual de
Biossegurança em Acupuntura. Rio de Janeiro: Secretaria Estadual de Saúde, 2003.

Zanatta FB, Rösing CK. Chlorhexidine: action’s mechanisms and recent evidences of it's efficacy over supragengival
biofilm context. Sci - A. 2007;1(2):35–43.

Neste link é possível ver o passo a passo de como higienizar as mãos:

https://www.youtube.com/watch?v=3W58FPmjJvc

Como calçar luvas de procedimento:

https://www.youtube.com/watch?v=A1tFIXJ-FPI&t=110s

Como retirar luvas de procedimento sem contaminar as mãos https://www.youtube.com/watch?v=kP4zN7GGmoE

Resolução ANVISA
http://www.rio.rj.gov.br/dlstatic/10112/5126700/4133523/ResoluuodaAnvisaRDC55de6deagostode2008.pdf

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