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Fenômenos de

Transporte
Cinemática dos fluidos

Felipe Eugenio de Oliveira Vaz Sampaio


Engenheiro Civil
Analista do MPU/Perícia/Engenharia Civil
Mestre em Tecnologia Ambiental e Recursos Hídricos (UnB - PTARH)
E-mail para contato: felsvaz@yahoo.com.br

Slides próprios e obtidos do Prof. Douglas Esteves


Regimes ou Movimentos Variado e Permanente

Regime permanente é aquele em que as propriedades do fluido são invariáveis


em cada ponto com o passar do tempo. Note – se que as propriedades do fluido
podem variar de ponto para ponto, desde que não haja variações com o tempo.
Para isso a configuração de suas propriedades em qualquer instante deve
permanecer a mesma.

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Escoamentos Permanentes Ocorre quando o gradiente da velocidade e do
nível são nulos, ou seja, não existe variação de estado no sistema. (não há
variação)

Q y
 0 (não há variação)
t t

Regime Variado é aquele em que as condições do fluido em alguns pontos ou


regiões de pontos variam com o passar do tempo.

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Denomina-se reservatório de grandes dimensões um reservatório do qual se extrai
fluido, mas devido a sua dimensão transversal muito extensa, o nível não varia
sensivelmente com o passar do tempo.

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Escoamento Laminar

Ocorre quando as partículas de um fluido movem-se ao longo de


trajetórias bem definidas, apresentando lâminas ou camadas (daí o nome
laminar) cada uma delas preservando sua característica no meio.

No escoamento laminar a viscosidade age no fluido no sentido de


amortecer a tendência de surgimento da turbulência. Este escoamento
ocorre geralmente a baixas velocidades e em fluídos que apresentem grande
viscosidade.

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No escoamento laminar as partículas se deslocam em lâminas
individualizadas, sem trocas de massa entre elas. Podemos observar esse tipo de
escoamento em um filete de água de uma torneira pouco aberta ou no início da
trajetória seguida pela fumaça do cigarro.

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Escoamento Turbulento
Ocorre quando as partículas de um fluido não movem se ao longo de
trajetórias bem definidas, ou seja as partículas descrevem trajetórias irregulares,
com movimento aleatório, produzindo uma transferência de quantidade de
movimento entre regiões de massa líquida. Este escoamento é comum na
água, cuja a viscosidade e relativamente baixa.

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Visualização de Escoamentos Laminar e Turbulento em Tubos Fechados

( Escoamento Laminar )

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( Escoamento Turbulento )

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Número de Reynolds

O número de Reynolds (abreviado como Re) é um número


adimensional usado em mecânica dos fluídos para o cálculo do regime de
escoamento de determinado fluido dentro de um tubo ou sobre uma superfície.
É utilizado, por exemplo, em projetos de tubulações industriais e asas de
aviões.
O seu nome vem de Osborne Reynolds, um físico e engenheiro
irlandês. O seu significado físico é um quociente entre as forças de inércia e as
forças de viscosidade.

Número de Reynolds em Tubos

Re < 2000 – Escoamento Laminar.


2000 < Re < 2400 – Escoamento de Transição.
Re > 2400 – Escoamento Turbulento.

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Equação para o número de Reynolds

Onde:

𝜌 = 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐í𝑓𝑖𝑐𝑎 𝑑𝑜 𝑓𝑙𝑢𝑖𝑑𝑜

𝜇 = 𝑣𝑖𝑠𝑐𝑜𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑖𝑛â𝑚𝑖𝑐𝑎 𝑑𝑜 𝑓𝑙𝑢𝑖𝑑𝑜


𝑣 = 𝑣𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑜 𝑒𝑠𝑐𝑜𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜
𝐷 = 𝑑𝑖â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑑𝑎 𝑡𝑢𝑏𝑢𝑙𝑎çã𝑜

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Tabelas de Viscosidade Dinâmica

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Importância do Número de Reynolds

A importância fundamental do número de Reynolds é a


possibilidade de se avaliar a estabilidade do fluxo podendo obter uma
indicação se o escoamento flui de forma laminar Ou turbulenta.
O número de Reynolds constitui a base do comportamento de
sistemas reais, pelo uso de modelos reduzidos. Um exemplo comum é o
túnel aerodinâmico onde se medem forças desta natureza em modelos
de asas de aviões.
Pode se dizer que dois sistemas são dinamicamente
semelhantes se o número de Reynolds, for o mesmo para ambos.

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Exemplo de Escoamento laminar e Turbulento em um Ensaio de Túnel de Vento

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Exemplos de aplicação:

1) Calcular o número de Reynolds e identificar se o escoamento é laminar ou


turbulento sabendo-se que em uma tubulação com diâmetro de 4cm escoa
água com uma velocidade de 0,05m/s.

Solução:
Viscosidade dinâmica da água vale 𝜇 1,0030 𝑥 10−3 𝑁𝑠/𝑚2

𝜌 . 𝑣 .𝐷 1000 𝑥 0,05 𝑥 0,04


𝑅𝑒 = → 𝑅𝑒 = = 1994 ( 𝑒𝑠𝑐𝑜𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑙𝑎𝑚𝑖𝑛𝑎𝑟 )
𝜇 1,0030 . 10−3

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Trajetórias e Linhas de Corrente

Trajetória é o lugar geométrico dos pontos ocupados por uma partícula em


instantes sucessivos, como por exemplo um flutuante colorido colocado num fluido
em movimento.

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Linhas de corrente são curvas imaginárias tomadas através do fluido para indicar
a direção da velocidade em diversas seções do escoamento no sistema fluido. Uma
tangente a curva em qualquer ponto representa a direção instantânea da
velocidade das partículas fluidas naquele ponto. O tempo não é uma variável, já
que a noção se refere a um certo instante.

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Tubo de corrente é um tubo imaginário envolvido por um conjunto de linhas de
corrente, que delimitam o escoamento. O tubo de corrente é também conhecido
como “veia líquida”. As linhas imaginárias fechadas que limitam o tubo é chamado
diretriz do tubo.

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Seção transversal. É cada superfície limitada pelo tubo (ou pelo filamento) de
corrente e traçada segundo a normal às linhas de corrente no ponto considerado.

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Escoamento Unidimensional

O escoamento unidimensional de um fluido incompressível ocorre quando a


direção e a intensidade da velocidade é a mesma para todos os pontos. Ou seja
temos uma única coordenada para descrever as propriedades do fluido. Para que
isso aconteça, é necessário que as propriedades sejam constantes em cada seção.

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Na figura anterior , pode-se observar que em cada seção a velocidade é
mesma, em qualquer ponto, sendo suficiente fornecer o seu valor em função da
coordenada x para se obter sua variação ao longo do escoamento. ( Neste caso o
escoamento é uniforme).

Escoamento Bidimensional
O escoamento bidimensional ocorre quando as partículas do fluído se
movem em planos ou em planos paralelos e, suas trajetórias são idênticas em cada
plano. As grandezas do escoamento variam em 2 dimensões.

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Vazão em volume

Vazão em volume é o volume de fluido que escoa através de uma certa seção em
um intervalo de tempo.

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Equação da continuidade para regime permanente

Para o escoamento permanente a massa de fluido que passa por todas as


seções de uma corrente de fluido por unidade de tempo é a mesma.
1 = 𝑄 2 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒
𝑄𝑚 𝑚

𝑣 . 𝐴 = 𝐾 ( 𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 𝑑𝑎 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑖𝑛𝑢𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 )

𝒗𝟏 . 𝑨𝟏 = 𝒗𝟐 . 𝑨𝟐

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Exemplos de Aplicação:

1)Na tubulação convergente da figura, calcule a vazão em volume e a velocidade


na seção 2 sabendo que o fluido é incompressível.

Solução:

A vazão em volume é:

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Exercícios:
1)Qual a vazão de água (em litros por segundo) circulando através de um tubo de
32 mm de diâmetro, considerando a velocidade da água como sendo 4 m/s?
Lembre-se que 1 m3 = 1000 litros
2) Qual a velocidade da água que escoa em um duto de 25 mm se a vazão é de 2
litros/s?
3) Determine o número de Reynolds numa tubulação de aço galvanizado novo de
300mm de diâmetro interno na qual escoa água a uma temperatura de 20ºC com
uma vazão de 60m3/h. Especifique se o escoamento é laminar ou turbulento.

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9) Calcular o número de Reynolds e identificar se o escoamento é laminar ou
turbulento sabendo-se que em uma tubulação com diâmetro 6 cm escoa água com
a uma velocidade de 0,2 m/s.

10) A seção 1 do equipamento da figura é quadrada de lado 2 m. A seção 2, de saída


do fluido é de seção circular de diâmetro 2 m. Encontre a relação de velocidades e
determine se a velocidade do fluido aumenta ou diminui?

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12) Uma torneira enche de água um tanque, cuja a capacidade é 6.000L, em
1h40min. Determine a vazão em volume, em massa e em peso em unidade do
1.000𝑘𝑔𝑓 𝑚
SI se 𝜌𝐻2𝑂 = 3 𝑒 𝑔 = 10 2 .
𝑚 𝑠

13) No tubo da figura, determinar a vazão em volume, em massa, em peso e a


velocidade média na seção (2) sabendo que o fluido é água e que A1= 10 cm2 e A2
1.000𝑘𝑔𝑓 𝑚
= 5 cm2(𝜌𝐻2𝑂 = 𝑚3 𝑒 𝑔 = 10 𝑠2 ). ( Exercício 3.5 do PLT)

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1.000𝑘𝑔𝑓
15) Um tubo admite água (𝜌𝐻2𝑂 = 𝑚3 ) num reservatório com uma vazão de 20
L/s. No mesmo reservatório é trazido óleo (𝜌 = 800𝑘𝑔/𝑚3 ) por outro tubo com uma
vazão de 10 L/s. a mistura homogênea formada descarregada por um tubo cuja
seção tem área de 30 cm2. Determinar a massa específica da mistura no tubo de
descarga e a velocidade da mesma.

16) Água é descarregada de um tanque cúbico de 5m de aresta por um tubo de 5


cm de diâmetro. A vazão no tubo é 10 L/s. Determinar a velocidade de descida da
superfície livre de água do tanque e, supondo desprezível a variação da vazão,
determinar quanto tempo o nível da água levará para descer 20 cm.

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17) 14 m3/s de água entram no sistema de distribuição da figura. Sabendo-se que a
velocidade na seção 3 é o dobro da velocidade da seção 2, pede-se determinar as
três velocidades envolvidas.

18) A figura abaixo mostra dois riachos, A e B, que se unem para formar um rio. O
riacho A tem largura de 2,0 m, profundidade de 0,50 m e a água flui com velocidade
de 4,0 m/s. O riacho B tem largura de 3,0 m, profundidade de 1,0 m e, nesse
riacho, a água flui a 2,0 m/s. Determine a profundidade do rio, sabendo que sua
largura é de 5,0 m e que a velocidade de suas águas é de 2,5 m/s.

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