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Aula dia 09/02/2021 = Revisão

Condições da ação
1)Legitimação “ad causam” = Legitimação ativa e
legitimação passiva.
Locador x locatário => ação de despejo
Legitimação ordinária = ninguém pode em nome
próprio, pleitear direito alheio.
Legitimação extraordinária = exceto se autorizado
por lei.
2)Interesse processual = Necessidade/adequação
Interesse necessidade
Interesse adequação

Elementos da ação
1)Partes = autor x réu
2)Causa de pedir = “causa petendi” = causa de
pedir remota e causa de pedir próxima.
3)Pedido = pedido imediato (sentença = tutela
jurisdicional) pedido mediato (bem jurídico
pretendido pelo autor ou bem da vida
pretendido pelo autor)
Tipos de processos:
- Processo de conhecimento
- Processo de execução

- Processo de conhecimento => procedimentos


(ritos)
a) procedimento comum
b) procedimentos especiais (taxativos)

Procedimento comum
P.I. => citação do réu => audiência de conciliação
ou mediação => contestação (matérias preliminares
= defesa processual/Fatos impeditivos, modificativos
ou extintivos = defesa indireta de mérito/Defesa
direta de mérito) ou reconvenção => providências
preliminares => Se o réu alegar matéria preliminar
ou fato impeditivo, modificativo ou extintivo, o juiz
dará prazo de 15 dias para réplica => saneamento =>
audiência de instrução e julgamento => sentença
(“an debeatur” = certeza do direito) => recursos =>
Liquidação de sentença (“quantum debeatur” =
quantia devida) => cumprimento de sentença
(processo sincrético)
Procedimentos especiais de jurisdição contenciosa =
consignação em pagamento, prestação de contas,
possessórias etc.
23/02/2021
Jurisdição voluntária:
Natureza: É verdadeira jurisdição => O juiz atuará
dentro do processo de forma administrativa =>
interesses privados.
Jurisdição => A função do Estado de dizer o direito.
Função jurisdicional = Poder Judiciário => O juiz
resolve o caso concreto, onde houver uma lide =>
Lide ou litígio = Há uma pretensão (autor) resistida
pelo réu.
Jurisdição voluntária => não há lide => não há
partes, mas, sim, interessados => Atuação da função
jurisdicional (Poder Judiciário).
Situação conflituosa a ser resolvida pelo Poder
Judiciário (isso não significa que seja uma lide) =>
Jurisdição voluntária => Não há a condenação em
honorários de advogado, pois não há lide.
Surgimento de lide => Se eventualmente, a outra
parte oferecer contestação e/ou reconvenção (lide), o
processo não será mais de jurisdição voluntária, mas,
sim, passará a ser de jurisdição contenciosa =>
Segundo o STJ, haverá a condenação em honorários
de advogado contra o sucumbente.
Partes:
1) Processo de conhecimento (procedimento comum
ou procedimentos especiais de jurisdição
contenciosa) => Demandante (autor) x Demandado
(réu).
2) Processo de conhecimento (procedimentos
especiais de jurisdição voluntária) => Interessados.
3) Processo de execução => Credor (exequente) x
Devedor (executado).

Art. 2º, CPC => Princípio da demanda => A


jurisdição é provocada pelo interessado. Há
exceções a essa regra que deverão estar previstas em
lei => Necessidade de uma petição inicial
(pressuposto processual de existência).

Art. 723, parágrafo único, CPC => Não observância


da legalidade estrita => Processo de conhecimento =
o juiz resolverá o caso concreto aplicando o direito
(lei) => princípio jura novit curia (o juiz conhece a
lei/direito) => No caso do art. 723, o CPC estabelece
que o juiz não necessitará observar estritamente a
legalidade, podendo decidir por equidade => O juiz
poderá utilizar-se da conveniência ou oportunidade
(poder discricionário do juiz) para decidir.
02/03/2021
Sentença definitiva <=> Sentença terminativa
Sentença definitiva = coisa julgada material
Sentença terminativa = coisa julgada formal
(preclusão máxima).
Ação de perdas e danos => P.I. => citação =>
audiência de conciliação => contestação (alegação
de matéria preliminar) => réplica => Sentença
acolhimento da matéria preliminar, sem resolução de
mérito (p.ex.: falta de interesse processual) =>
Trânsito em julgado (coisa julgada formal =
preclusão máxima).
Ação de perdas e danos => P.I. => citação =>
audiência de conciliação => contestação (alegação
de matéria preliminar) => réplica => providências
preliminares => saneamento => instrução processual
=> sentença (procedente ou improcedente = mérito)
=> Trânsito em julgado (coisa julgada formal =
preclusão máxima; e coisa julgada material =
mérito).
- Jurisdição voluntária => não ocorrerá a autoridade
da coisa julgada material => Havendo circunstâncias
supervenientes é possível modificar-se aquela
sentença => P.ex.: levantamento de interdição.
Título executivo: Na jurisdição voluntária não há a
formação de título executivo judicial. Porque a
sentença não é condenatória.
Espécies de sentença:
1) Sentença declaratória => é aquela em que o juiz
declara a existência ou não de relação jurídica. Não
há formação de título executivo judicial.
2) Sentença constitutiva ou desconstitutiva => é
aquela que cria, modifica ou extingue relação
jurídica. Não há formação de título executivo
judicial.
3) Sentença condenatória => é aquela em que a parte
é condenada a pagar quantia, a cumprir obrigação de
fazer ou não fazer ou obrigação de dar. Formação de
título executivo judicial. Obs.: Há doutrinadores que
falam sobre sentença mandamental (obrigação de
fazer ou não fazer) e sobre sentença executiva “lato
sensu” (obrigação de dar).
Regras gerais de procedimento => Estão nos arts.
720 a 724 do CPC. No entanto, há alguns
procedimentos na jurisdição voluntária que não
seguirão essas regras gerais de procedimento, como,
p.ex., ação de interdição (procedimento próprio).
Competência => A competência da jurisdição
voluntária segue as regras do CPC e da CF. P.ex.: Se
em um pedido de alvará judicial houver interesse da
União ou autarquia federal, a ação tramitará na
Justiça Federal.
Legitimidade ativa => Não há partes no processo
de jurisdição voluntária (autor e réu). Há, sim,
interessados. Outros legitimados ativos: Ministério
Público, a Defensoria Pública e o magistrado de
ofício (exceção).
Petição inicial => Há a necessidade de petição
inicial com os requisitos gerais do art. 319 do CPC
nas ações de jurisdição voluntária.
Causa de pedir e pedido => O art. 319, III, prevê
como requisito necessário a exposição do fato e dos
fundamentos jurídicos (causa de pedir) e o inciso IV
prevê o pedido com suas especificações => Se faltar
a causa de pedir ou o pedido, o juiz determinará a
emenda da petição inicial => Não havendo a emenda
da inicial, o juiz extinguirá o processo
(indeferimento da petição inicial).

Obs.: Fundamento jurídico (causa de pedir) é


diferente de fundamento legal (fundamento na lei)
=> O fundamento legal é dado pelo juiz (princípio
“jura novit curia”) e o fundamento jurídico pelos
advogados dos interessados (“partes”).
Valor da causa => Observar as regras dos artigos
291 e 292 do CPC.
Citação => Há necessidade de citação de todos os
interessados na jurisdição voluntária.
Despesas processuais => Na jurisdição voluntária
cabe ao interessado adiantar as despesas processuais,
mas ao final do procedimento essas despesas serão
rateadas com os demais interessados.
09/03/2021
Procedimento da jurisdição voluntária:
Ministério Público: Havendo necessidade de
intervenção do MP, este será intimado para se
manifestar no prazo de 15 dias. P.ex.: Se houver
interesse de incapaz.
Fazenda Pública: Havendo interesse da Fazenda
Pública, esta será intimada para se manifestar no
prazo de 15 dias. P.ex.: Se houver interesse fiscal.
Resposta: O(s) interessado(s) será (ão) citados para
se manifestarem no prazo de 15 dias. Poderão
impugnar o pedido do interessado (“autor”). O
interessado (“réu”) poderá alegar matérias
processuais do art. 337, CPC. P.ex.: ilegitimidade do
interessado ou falta de interesse processual.
Instrução: Eventualmente, se houver necessidade de
produção de provas orais, o juiz designará audiência
de instrução e julgamento. É um procedimento
concentrado, pois a jurisdição voluntária,
normalmente é mais célere (o procedimento é
sumário).
Sentença: Deverá conter relatório, fundamentação e
dispositivo. No entanto, o juiz não precisará aplicar
estritamente o princípio da legalidade, conforme
dispõe o art. 723, CPC.
Recursos: Em tese, será cabível agravo de
instrumento das decisões interlocutórias que se
enquadrarem no art. 1.015 do CPC. São cabíveis
também embargos de declaração, apelação, recurso
especial etc.
Procedimento da jurisdição voluntária (regra
geral):
P.I. (art. 720) => citação de todos os interessados
(art. 721) => manifestação, ou seja, apresentar
resposta no prazo de 15 dias (art. 721) => intimação
do Ministério Público, se for o caso (hipóteses do
art. 178), para se manifestar no prazo de 15 dias (art.
721) => intimação da Fazenda Pública, se for o caso
(art. 722) => se houver necessidade de produção de
provas orais, o juiz designará audiência de instrução
=> o juiz decidirá no prazo de 10 dias (art. 723) =>
sentença => apelação (art. 724).
Este procedimento geral é observado nas hipóteses
previstas no art. 725 do CPC. Esse rol não é
taxativo, podendo haver a possibilidade de utilização
desse procedimento da jurisdição voluntária em
outras hipóteses.

16/03/2021
Alienação judicial => art. 730 do CPC => A alienação
judicial observará o procedimento geral da jurisdição
voluntária. => Após o juiz proferir sentença
determinando a alienação do bem, o processo deverá
observar o procedimento previsto nos arts. 879 a 903
do CPC, que é o mesmo da execução (expropriação de
bens).
Alienação judicial (processo autônomo) => As
hipóteses estão previstas no art. 725, incisos III a V,
do CPC. P.ex.: Alienação de um bem pertencente a
incapaz. Nesta hipótese, haverá a necessidade da
intervenção do Ministério Público; Alienação de bem
comum de condôminos. Nesta hipótese não haverá a
necessidade de intervenção do Ministério Público. =>
Deve ser observado o procedimento geral dos arts.
720 a 724 do CPC.
Alienação judicial (procedimento incidental) => Nesta
hipótese há um processo de jurisdição contenciosa
em andamento e no curso desta ação há a
necessidade de alienação judicial. O procedimento a
ser observado é aquele previsto no art. 730 do CPC.
Esta alienação poderá ser determinada de ofício pelo
juiz ou a requerimento do interessado. => Essa
alienação será feita por jurisdição voluntária, mas
não é necessário um novo processo. A alienação será
feita incidentalmente. P.ex.: Inventário => há um bem
em que deve ser feita a alienação para pagar as
despesas do processo e os herdeiros não se entendem
em relação à alienação do bem. => Aplica-se a
alienação judicial incidental somente no processo de
conhecimento.
Execução => Tanto na execução por título
extrajudicial, quanto no cumprimento de sentença
por título judicial, não se aplica a alienação judicial
incidental do art. 730 do CPC. => A alienação judicial
do bem na execução e no cumprimento de sentença já
é um procedimento normal e deve ser observado os
arts. 879 a 903 do CPC (expropriação de bens).
Contraditório na alienação incidental => Contraditório
significa bilateralidade de audiência, ou seja, o juiz
antes de tomar qualquer decisão deverá ouvir os
interessados. Portanto, eles terão o prazo de 15 dias
para se manifestarem. Mesmo quando o juiz
determinar a alienação judicial de ofício, antes deverá
ouvir os interessados.
Leilão => Na alienação judicial haverá o leilão na
forma do art. 879 do CPC, que poderá ser feita por: a)
iniciativa particular; ou b) leilão judicial eletrônico o
presencial.
Compromisso de compra e venda de imóvel =>
Compromissários compradores (2 pessoas = João e
Marcos) x Compromissário vendedor => A propriedade
será transmitida somente com a escritura pública =>
É possível alienação judicial de compromisso de
compra e venda? Segundo o STJ, é possível a
alienação judicial com base no compromisso de
compra e venda, independentemente da existência da
escritura, mediante concordância do compromissário
vendedor. => P.ex.: O João ajuíza ação de alienação
judicial em face de Marcos para a venda do imóvel
objeto do compromisso de compra e venda. O
compromissário vendedor deverá ser intimado para se
manifestar.
23/03/2021
Notificação, interpelação e protesto (CPC, arts. 726 a
729):
Notificação => É ato formal pelo qual se dá
conhecimento a alguém para que cumpra algo, ou
seja, cientificação de um preceito. P.ex.: 1.501, CC =>
Ação de execução: João x Mario => Mário é citado
para pagar, mas não efetua o pagamento => João
pede a penhora de um imóvel de Mario => Este imóvel
pertencente ao Mario está gravado com hipoteca ao
Banco ABC S/A => O oficial de justiça promove a
penhora e a avaliação do bem => Intimação do
executado => Intimação do credor hipotecário => O
credor hipotecário não se manifesta => Leilão =>
Arrematação (3ª pessoa) => O arrematante poderá
ajuizar notificação pelo procedimento da jurisdição
voluntária contra o credor hipotecário.
Interpelação => É manifestação de vontade dirigida a
alguém para que faça ou deixe de fazer aquilo que o
requerente entenda do seu direito. O objetivo da
interpelação é a produção de efeito jurídico a partir de
uma ação ou omissão do interpelado. P.ex.: art. 397,
parágrafo único, do CC => Uma nota promissória com
vencimento à vista => Nesta hipótese, o credor poderá
promover a interpelação judicial para constituir em
mora do devedor.
Obs.: Tanto a notificação, quanto a interpelação
podem ser judicial ou extrajudicial. No caso da
interpelação ou notificação extrajudicial, elas poderão
ser realizadas no Cartório de Títulos e Documentos.
Protesto => É a manifestação de vontade realizada
com a finalidade de ressalvar ou conservar direitos.
P.Ex.: art. 202, II do CC e 301 do CPC => É possível a
interrupção da prescrição por meio do protesto
judicial com base no procedimento da jurisdição
voluntária => Com o ajuizamento desta ação de
protesto, já haverá a interrupção da prescrição, mas o
interessado deverá promover a intimação do
requerido no prazo de 30 dias.
Procedimento => Como regra o juiz determinará o
cumprimento da notificação, interpelação ou protesto,
sem que haja o contraditório do requerido. O juiz não
analisa o mérito da interpelação, protesto ou
notificação.
Contraditório => O art. 728 do CPC prevê duas
hipóteses onde haverá necessidade do contraditório,
ou seja, o requerido será ouvido antes do deferimento
da medida: a) se houver suspeita de que o requerente,
por meio da notificação ou do edital, pretende
alcançar fim ilícito; b) se tiver sido requerida a
averbação da notificação em registro público.

06/04/2021

Prazo para o requerido se manifestar na hipótese do


art. 728 => Será a regra geral de 15 dias.
Contraprotesto => Como em regra geral não há
contraditório no protesto, o requerido poderá em
processo autônomo de jurisdição voluntária
ingressar com contraprotesto => Não há um prazo
específico para o ajuizamento desta ação.
Procedimento => Petição inicial => O requerente
deverá cumprir os requisitos do art. 319, III, do
CPC, expondo os fatos e fundamentos jurídicos da
notificação, da interpelação ou do protesto =>
Significa expor a causa de pedir do protesto, da
notificação ou da interpelação (exposição da
situação fática-jurídica do caso).
Competência => Em relação à competência da
notificação, da interpelação e do protesto, o
requerente deverá observar as regras de competência
previstas na lei (arts. 42 a 53 do CPC).
Intimação => No caso da interpelação, protesto ou
notificação não há contraditório (regra) e nem lide.
Portanto, o requerido não será citado, mas sim
intimado dos termos da notificação, interpelação ou
protesto. No entanto, essa intimação será realizada
com o mesmo procedimento da citação (via postal,
oficial de justiça, meio eletrônico, pelo escrivão ou
chefe de secretaria ou edital).
Intimação por editais => O art. 726, parágrafo 1º, do
CPC, estabelece que “Se a pretensão for a de dar
conhecimento geral ao público, mediante edital, o
juiz só a deferirá se a tiver por fundada e necessária
ao resguardo de direito”.
Indeferimento da petição inicial => O juiz indeferirá
a petição inicial se o requerente da notificação,
protesto ou interpelação não demonstrar o interesse
da manifestação de vontade (art. 726, caput, do
CPC) => Nesta hipótese, teremos uma sentença,
cujo recurso será a apelação.
Recurso => Contra a decisão proferida pelo juiz
deferindo o protesto, a notificação ou a interpelação
não caberá recurso de apelação por parte do
requerido, pois ele não terá interesse recursal (não há
contraditório). No entanto, a doutrina e a
jurisprudência têm entendido que será possível a
impetração de mandado de segurança contra ato do
juiz por ilegalidade ou abuso de poder. Há decisões
do STJ a respeito.
Entrega dos autos ao requerente => O procedimento
da notificação, interpelação ou protesto termina com
a entrega dos autos ao requerente, se eles forem
físicos. Caso sejam eletrônicos, o processo fica à
disposição do interessado. => Não há possibilidade
de apelação => Pagas as custas, o processo será
arquivado, se forem eletrônicos.
Dissolução consensual da sociedade e do vínculo
conjugal (arts. 731 a 733) => A sociedade conjugal
termina com a separação ou o divórcio (neste último
caso, há a dissolução do vínculo conjugal).
Petição inicial => A petição inicial da separação
judicial ou do divórcio deverá estar assinada por
ambos os cônjuges e deverá conter os requisitos do
art. 731, inciso I a IV, do CPC.

13/04/2021
Não havendo acordo na partilha => Pode ocorrer de
os cônjuges concordarem com a separação judicial
ou o divórcio, mas não estarem de acordo com a
partilha. Nesta hipótese, a partilha dos bens far-se-á
depois de homologada a separação ou o divórcio, na
forma estabelecida para a partilha no inventário. É o
mesmo procedimento.
Procedimento da separação ou divórcio => Petição
inicial com os requisitos dos arts. 319 e 731 do CPC
=> Ministério Público (intimação) => Sentença
homologatória.
Obs.: O juiz pode recusar a homologação e não
decretar a separação judicial ou o divórcio na forma
do art. 1.574, parágrafo único, CC.
Homologação judicial da extinção consensual da
união estável => É possível também a extinção
consensual da união estável com homologação
judicial, observando-se, no que couber, o disposto
no art. 731 do CPC (mesmo procedimento da
separação e do divórcio consensuais).
Escritura pública => É possível a separação, o
divórcio e a extinção consensual da união estável
por meio de escritura pública no Tabelionato de
Notas, conforme dispõe o art. 733 do CPC. Se as
partes tiverem filhos menores, será possível somente
pela via judicial.
Testamentos e codicilos (arts. 735 a 737, CPC)
Testamento => é ato personalíssimo e revogável que
serve para que alguém disponha sobre a totalidade
de seu patrimônio ou parte dele para depois de sua
morte, além de servir para prestação de outras
declarações de última vontade (art. 1.857 e 1.858,
CC).
Codicilo => O conceito de codicilo como ato de
última vontade da pessoa está no art. 1.881 do CC.
A disciplina do testamento e do codicilo pertence
ao direito material (arts. 1.857 a 1.940, CC).
Formas normais de testamento => São o
testamento público, o cerrado e o particular (art.
1.862, CC).
Formas especiais => São o marítimo, o aeronáutico
e o militar (art. 1.886, CC).
Testamento público => É o testamento escrito por
tabelião de notas e este testamento é acessível desde
logo ao interessado => O testamento público é
regido, em relação à sua abertura, registro e
cumprimento, pelo art. 735 do CPC (art. 736, CPC).
Testamento cerrado => Ele é feito por instrumento
particular que é escrito pelo testador ou por alguém a
seu rogo. Após isso o tabelião de notas deverá lavrar
o auto de aprovação do testamento cerrado. Ao final,
ele deverá cerrar e costurar o testamento, lacrando-o.
Este testamento só pode ser revelado após a sua
morte => É regido, quanto à sua abertura, registro e
cumprimento pelo art. 735 do CPC => Regramento
de direito material => arts. 1.868 a 1.875, CC.
Em relação à abertura, registro e cumprimento de
testamento, deve-se observar o procedimento
especial de jurisdição voluntária do art. 735 do CPC,
independentemente da abertura do inventário. Obs.:
São dois processos diferentes.

20/04/2021
Competência => O ajuizamento da ação de
jurisdição voluntária de abertura do testamento ou
do codicilo será na vara da família, se houver essa
vara especializada.
Regras da competência => a) o foro do domicilio do
autor da herança (“de cujus”) é o competente para o
cumprimento de disposição de última vontade.
B) se o autor da herança não possuía domicílio certo,
é competente o foro da situação dos bens imóveis.
C) Se ele possuía imóveis em foros diversos,
qualquer deles será competente.
D) Se não houver bens imóveis, a competência será
no foro do local de qualquer dos bens do espólio
(art. 48, CPC).
Abertura => A abertura do testamento e do codicilo
é realizada em cognição sumária pelo juiz. Ele
analisará apenas as formalidades extrínsecas
essenciais.
Negativa do cumprimento => O juiz poderá negar
cumprimento ao testamento ou ao codicilo se achar
vício externo que possa tornar suspeito de nulidade
ou falsidade. (art. 735, CPC, e 1.875, CC).
Registro e cumprimento => Se o juiz declarar
suspeito o testamento ou codicilo, ele registrará e
arquivará o documento.
Se o juiz determinar o seu cumprimento, significa
que aparentemente não há vício externo no
documento => O juiz determina o “cumpra-se”.
Língua estrangeira => Se o testamento estiver
redigido em língua estrangeira, há duas situações: a)
se o testamento for cerrado, a tradução juramentada
só será possível e exigível depois de aberto em juízo;
b) se o testamento é aberto, então pode ser requerida
a sua abertura já acompanhada de tradução
juramentada.
Suspeito de nulidade ou falsidade => O juízo de
abertura não é competente para declarar a falsidade
ou decretar a sua nulidade. O juízo de apresentação
pode simplesmente negar cumprimento ao
testamento ou codicilo. => A declaração de falsidade
ou decretação de nulidade dependerá de ação
própria. Será uma ação declaratória e jurisdição
contenciosa, pelo procedimento comum.
Termo de abertura do testamento cerrado => Será
feito o termo de abertura do testamento cerrado onde
deverá constar os requisitos do art. 735, § 1º do
CPC.
Ministério Público => O MP será ouvido e não
havendo dúvidas a serem esclarecidas, o juiz
mandará registrar, arquivar e cumprir o testamento
(art. 735, § 2º) => O MP atua como fiscal da ordem
jurídica.
Intimação do testamenteiro => Após o registro, o
testamenteiro será intimado para assinar o termo da
testamentária (art. 735, § 3º).
Testamenteiro dativo => Ocorrerá nas hipóteses do
art. 735, § 4º.
Testamenteiro ausente => É aquele que desapareceu
de seu domicílio sem dele haver notícia (art. 22,
CC).
Declaração de ausência do testamenteiro => O juiz,
a requerimento de qualquer interessado ou do MP,
declarará a ausência do testamenteiro, mas antes será
citado por edital. Após o esgotamento do prazo de
comparecimento constante no edital é que se poderá
nomear testamenteiro dativo.
Preferência legal => A preferência legal para
nomeação de testamenteiro dativo está prevista no
art. 1.984, CC.
27/04/2021
Cumprimento do testamento => O testamenteiro
dever cumprir as disposições de ultima vontade do
testador constantes no testamento. Além disso,
deverá prestar contas de tudo que receber ou
despender, conforme disposto no art. 735, § 5º, CPC.
Testamento particular => Art. 1876 do CC => É o
testamento escrito de próprio punho ou mediante
processo eletrônico pelo próprio testador. Quando
for por meio eletrônico, não poderá conter rasuras ou
espaços em branco. O testador deverá assinar todas
as folhas do testamento eletrônico.
Aferição da Regularidade do Testamento Particular
=> A apresentação do testamento particular em juízo
serve para o juízo aferir a sua autenticidade e
validade. Quando o testador falece, o testamento é
publicado em juízo.
Legitimidade => art. 737 do CPC => Possuem
legitimidade para requerer a publicação do
testamento particular o herdeiro, o legatário ou o
testamenteiro => Todos os herdeiros legítimos serão
citados (art. 737, § 1º, CPC).
Ministério Público => O Ministério Público deverá
ser intimado para se manifestar sobre o testamento
particular na condição de fiscal da ordem jurídica
(art. 737, § 2º, CPC).
Reconhecimento de regularidade => Se as
testemunhas forem contestes (confirmarem) sobre o
fato da disposição, ou ao menos, sobre a sua leitura
perante elas, e se reconhecerem as próprias
assinaturas, assim como a do testador, o testamento
será confirmado pelo juízo.
Falta de testemunhas => Se faltarem testemunhas,
por morte ou ausência, e se pelo menos uma delas o
reconhecer, o testamento poderá ser confirmado se,
a critério do juiz, houver prova suficiência de sua
veracidade (art. 1.878, CC).
Prova pericial grafológica => Se o juiz tiver dúvida
em relação à autenticidade da assinatura do testador
ou das testemunhas instrumentais, ele poderá
determinar a realização de perícia grafológica. Os
interessados poderão nomear assistentes técnicos
para acompanhar a perícia.
Registro, arquivo e cumprimento => Se o testamento
particular estiver em termos, ou seja, o juiz entendeu
que o testamento não possui nenhum vício, será
registrado e arquivado. Depois disso, o juiz
determinará o seu cumprimento na forma do art. 735
do CPC.
Herança jacente => O art. 1.819, CC, considera
jacente a herança, falecendo alguém sem deixar
testamento nem herdeiro legítimo notoriamente
conhecido, ou se todos os chamados à sucessão
renunciarem à herança.
Objetivo => O processo de herança jacente tem por
objetivo aferir a existência de sucessor não
conhecido, a possibilitar a satisfação de eventuais
credores do falecido ou à declaração de vacância da
herança.

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