Você está na página 1de 4

Júlia Luchtenberg Eyng

ADVOGADA – OAB/SC 60777

AO JUIZO DE DIREITO DA 1 VARA CRIMINAL DA COMARCA DA CAPITAL

Autos do processo Nº 123456/2021

MINISTÉRIO PÚBLICO, já qualificado nos autos de nº 123456 em epígrafe, que


lhe move a Justiça Pública, por seu advogado signatário, inconformado com a r.
decisão, que o pronunciou, vem, respeitosamente, dentro do prazo legal, perante
Vossa Excelência, interpor RECURSO EM SENTIDO ESTRITO, com fulcro no
art. 581, inciso IV, do CPP.

Requer seja recebido e processado o presente recurso e, caso Vossa Excelência


entenda que deva ser mantida a respeitável decisão, que seja encaminhado ao
Egrégio Tribunal de Justiça com as inclusas razões.

Nestes termos,

Pedem e esperam deferimento,

Rio do Sul/SC, 10 de setembro de 2021.

Júlia Luchtenberg Eyng


OAB/SC 60777
[ assinatura digital ]

Rua José Koerich, 57 – Sala 202 – Edifício Salto Grande


Salto Grande – Ituporanga/SC – CEP 88400-000
Fones (47) 3533-7747 / 98827-6508
Julia.eyng@unidavi.edu.br
Júlia Luchtenberg Eyng
ADVOGADA – OAB/SC 60777

RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO Comentado [M1]: Título da peça

1 Vara Criminal da Comarca da Capital


Autos nº: 123456/2021

Apelante: Ministério Público do Estado de Santa Catarina


Apelado: Estélia Nataria Comentado [M2]: Indicação das partes

Egrégio Tribunal de Justiça,


Colenda Câmara,
Douta Procuradoria de Justiça,

Em que pese o indiscutível saber jurídico do MM. juiz "a quo", impõe-se a reforma
de respeitável sentença que pronunciou o Recorrente, pelas seguintes razões
de fato e fundamentos a seguir expostas:

DOS FATOS

A recorrida foi denunciada pela prática de crime prevista no Art. 155, caput, c/c
art. 14, II, ambos do Código Penal. Quando no dia 03 de abril de 2021, por volta
das 17 horas, a recorrida dirigiu-se ao Supermercado Imperatriz, localizado no
Shopping BeiraMar e colocou dentro de sua mochila 5 shampoos e 4
desodorantes, o que foi captado pelas câmeras de segurança do local. Assim,
apenas foi impedida de deixar o local em face de o gerente do supermercado
que rapidamente a abordou na parte de fora do estabelecimento com a posterior
ajuda da polícia militar.

Entendeu por bem o digno Magistrado em rejeitar a denúncia, alegando “ falta à


ação justa causa, consistente na tipicidade material da conduta da denunciada,
tendo em vista a imperativa aplicação do princípio da insignificância”

Com o devido respeito, agiu o Magistrado de maneira açodada, julgando a


causa, apreciando o mérito, sendo certo que embasou sua conclusão em
premissa errônea.

Portanto, merece reforma a r. decisão.


Rua José Koerich, 57 – Sala 202 – Edifício Salto Grande
Salto Grande – Ituporanga/SC – CEP 88400-000
Fones (47) 3533-7747 / 98827-6508
Julia.eyng@unidavi.edu.br
Júlia Luchtenberg Eyng
ADVOGADA – OAB/SC 60777

DO DIREITO

Apesar do pequeno valor do produto do crime, a inaplicação do princípio da


insignificância é evidente uma vez que a recorrida responde por diversos
processos criminais em curso pela prática de crime contra o patrimônio. Dessa
forma tem-se a habitualidade criminosa, que evidencia um caráter orientado à
prática de crimes, o que sem dúvida eleva o grau de reprovabilidade da conduta,
tendo em vista que o agente faz do crime um verdadeiro meio de vida.

Dessa forma, observa-se que a Corte estadual decidiu em harmonia com a


jurisprudência do STJ no sentido de que a reiteração criminosa inviabiliza a
aplicação do princípio da insignificância.

PENAL E PROCESSO PENAL. AGRAVO REGIMENTAL


NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. CRIME DE
FURTO. HABITUALIDADE DELITIVA. PRINCÍPIO DA
INSIGNIFICÂNCIA. INAPLICABILIDADE. RESTITUIÇÃO
DO BEM. RAZÃO INSUFICIENTE PARA A APLICAÇÃO
DO PRINCÍPIO. AGRAVO NÃO PROVIDO. 1. A
jurisprudência desta Quinta Turma reconhece que o
princípio da insignificância não tem aplicabilidade em
casos de reiteração da conduta delitiva, salvo
excepcionalmente, quando as instâncias ordinárias
entenderem ser tal medida recomendável diante das
circunstâncias concretas do caso, o que não se infere na
hipótese em apreço, máxime por se tratar de réu
reincidente específico e ainda responder por diversos
outros processos criminais. Precedentes. 2. O simples
fato de o bem haver sido restituído à vítima, não constitui,
por si só, razão suficiente para a aplicação do princípio da
insignificância. 3. Agravo regimental não provido. (AgRg
no AREsp n. 1.553.855-RS, relator Ministro Ribeiro
Dantas, publicado no DJe de 26/11/2019.)”.

RECURSO CRIMINAL - CRIME CONTRA O


PATRIMÔNIO - TENTATIVA DE FURTO - REJEIÇÃO
DA DENÚNCIA SOB O FUNDAMENTO DA APLICAÇÃO
DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA -
INAPLICABILIDADE - CONDIÇÕES PESSOAIS DO
RÉU DESFAVORÁVEIS - REINCIDÊNCIA ESPECÍFICA
- RECEBIMENTO DA DENÚNCIA - RECURSO
PROVIDO. O princípio da insignificância não se aplica
ao agente que é reincidente específico, revela
Rua José Koerich, 57 – Sala 202 – Edifício Salto Grande
Salto Grande – Ituporanga/SC – CEP 88400-000
Fones (47) 3533-7747 / 98827-6508
Julia.eyng@unidavi.edu.br
Júlia Luchtenberg Eyng
ADVOGADA – OAB/SC 60777

personalidade distorcida e conduta social desajustada,


muito embora o valor da coisa furtada seja diminuto.

(TJ-SC - RCCR: 610455 SC 2007.061045-5, Relator:


Solon d´Eça Neves, Data de Julgamento: 14/04/2008,
Primeira Câmara Criminal, Data de Publicação: Recurso
Criminal n. de Joinville)

DO PEDIDO

Pelo exposto, o ministério Público requer, após o parecer da culta procuradoria


de Justiça, seja este recurso conhecido e provido com o recebimento da inicial
acusatória.

Nestes termos,

Pedem e esperam deferimento,

Rio do Sul/SC, 10 de setembro de 2021.

Júlia Luchtenberg Eyng


OAB/SC 60777

[ assinatura digital ]

Rua José Koerich, 57 – Sala 202 – Edifício Salto Grande


Salto Grande – Ituporanga/SC – CEP 88400-000
Fones (47) 3533-7747 / 98827-6508
Julia.eyng@unidavi.edu.br

Você também pode gostar