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FILOSOFIA E ÉTICA

TRABALHO DISCENTE EFETIVO 2

DIREITO - NOITE

1º ANO BRANCO

Alexandre Pereira dos Santos

Mírian Teles Feitosa De Miranda

Poliana Costa Alves Figueiredo

Thaynara Amaro Alves de Alencar

Juazeiro do Norte – CE
 Tendo em consideração a problemática exposta no filme Julgamento em Nuremberg
(1961), responda à seguinte questão:

Juízes que durante o exercício de sua atividade julgaram conforme ordenamento


jurídico considerado manifestamente injusto devem ser condenados?

Redija um texto de uma página (A4, Fonte Times New Roman 12) com argumentos
coerentes com a posição defendida.

Não será avaliada propriamente a posição tomada, mas sim a coerência e lógica dos
argumentos que sustentam a resposta.

A resposta deve ser entregue através dessa plataforma, nessa atividade, em PDF ou
Word.

Atividade em grupo de até quatro alunos.

A qualquer trabalho com indício de plágio será atribuído nota zero.


De novembro de 1945 a outubro de 1946, exatamente 315 dias de duração, o
Julgamento de Nuremberg, como é conhecido, aconteceu pela vontade dos países
aliados e vencedores da Segunda Guerra mundial (Estados Unidos, França, Inglaterra e
União Soviética) de fazer justiça as barbáries que ocorreram durante a guerra e
conceder, de forma justa e principalmente imparcial, aos acusados, que eram o núcleo
da cúpula do III Reich, de cometerem atrocidades em nome da Alemanha uma
penalidade coerente. Foi organizado um Tribunal Militar Internacional para julgar o alto
escalão nazista por crimes de guerra e contra a humanidade realizados durante o
confronto. Dentre os 24 acusados, apenas 22 deles compareceram as sessões: Robert
Ley cometeu suicídio e Gustav Krupp conseguiu dispensa por questões de saúde. Neste
número estavam militares, integrantes do partido nazista, ministros e estruturadores do
regime de Adolf Hitler. Mesmo assim, não se pode deixar de lado o fato de todo o
processo de julgamento ter sido presidido por representantes daqueles países que saíram
vitoriosos da Guerra, e que por isso houve uma sensação de que havia um teor de
vingança promovida pelos vencedores. Em defesa disto há um ponto de vista que
defende que muitos atos da legislação foram burlados ou até mesmo infringidos, e que
aquele julgamento foi totalmente errado em uma perspectiva legislativa. Todavia não se
pode negar que mesmo não tendo sido totalmente correto, aquele tribunal foi pioneiro
em vários acontecimentos positivos para o surgimento de leis e projetos de segurança
mundial.

Para compor a tese defendida pela promotoria atuante naquele julgamento existiam
muitas provas e arquivos que corroboraram com a culpabilidade dos acusados. Mais de
uma tonelada em documentos recolhidos e horas de vídeos gravados com imagens das
ações autorizadas pelos acusados. Em todo o processo foi mostrado que as atitudes
tomadas “em nome da justiça e para o bem da Alemanha” pelas autoridades do regime
nazista feriram arbitrariamente os princípios do Direito, como o Princípio do Processo
Legal e o Princípio da Dignidade da Pessoa Humana. E também, como coloca Douglas
Crelis em seu artigo Reflexão sobre filme O Julgamento de Nuremberg, a Justiça é mais
ampla que o Direito, por isso afirma que, o Princípio da Justiça é superior ao do
Princípio da Legalidade, do contrário, os acusados poderiam ter sido considerados
inocentes, já que os reconhecidos crimes foram feitos com a legitimidade do
ordenamento jurídico alemão vigente durante o Regime Nazista, e o Princípio da Justiça
que afirma que não há crime sem lei anterior que o defina. Há ainda o Princípio de
Territorialidade que foi alterado, já que alemães foram julgados e sentenciados por
magistrados de outras nacionalidades e, além disso, a promotoria fazia parte do tribunal,
o que é ilegal. Dentro de um contexto nada satisfatório para o desfecho do julgamento,
visto que vários pontos essenciais para que se tenha um processo finalizado da forma
mais justa e coerente possível, o quesito da moral foi absolutamente deixado de lado
para que se pudesse aplicar uma sansão teoricamente justa aos acusados.

Portanto, em que pese o julgamento de Nuremberg ter sido considerado por diversas
correntes de pensamento um julgamento justo e fundamentado à base da teoria jurídica
e do aparato legal vigente na época, e tendo passado pelo levantamento de provas
documentais, oitiva de testemunhas e diversos outros ritos, que ao longo de tanto tempo
– quase um ano, foram apreciadas, pode-se afirmar que o processo esteve o tempo todo
cercado de alguns “vícios” que fragilizaram o alcance real da JUSTIÇA, propriamente
dita, porquanto não tem como ser considerado isento de tendências para uma ou outra
parte, dada a participação de pessoas com interesses viciados na condenação, além de
utilização de legislação diversa do país e a própria consideração de normas que foram
alteradas à época do Nazismo independentemente de uma validação real como sendo
norma justa. Assim sendo, considera-se que diante de um arcabouço legal mais
moderno, o resultado mais justo poderia ser outro bastante diverso.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CRELIS, Douglas Calvis. Reflexão sobre filme O Julgamento de Nuremberg.


jus.com.br, 2020. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/81071/reflexao-sobre-film
e-o-julgamento-de-nuremberg> Acesso em: 11/05/2021.

HORTA, Henrique Clauzo. Uma análise crítica a respeito da moral e da política


envolvidas no Tribunal de Nuremberg. jus.com.br, 2016. Disponível em: <https://jus.
com.br/artigos/53010/uma-analise-critica-a-respeito-da-moral-e-da-politica-envolvidasn
o-tribunal-de-nuremberg> Acesso em: 11/05/2021.

ZOCOLER, Marcos Rafael. O Tribunal Militar Internacional para a Alemanha –


Tribunal de Nuremberg. jus.com.br, 2013. Disponível em: < https://jus.com.br/artigos/
25599/o- tribunal- militar- internacional-para-a-alemanha-tri bunal-de-nuremberg>
Acesso em: 11/05/2021.
CABRAL, Danilo Cezar. O que foi o julgamento de Nuremberg? Super Interessante,
2012. Disponível em: <https://super.abril.com.br/mundo-estranho/o-que-foi-o-julgamen
to-de-nuremberg/> Acesso em: 11/05/2021.

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