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military-tribunal-at-nuremberg-photographs
NUREMBERGA: O JULGAMENTO DOS NAZIS
Uma série documental realista e impressionante que nos fala daquele que foi considerado o
julgamento do século XX
Nuremberga, a cidade símbolo dos primórdios do partido nazi, foi o local escolhido pelos Aliados para o
julgamento dos principais dirigentes do nacional-socialismo.
A 20 de Novembro de 1945 dava-se início ao julgamento de 22 criminosos de guerra nazis. Chamaram-lhe
"o maior processo da História". De facto no banco dos réus sentavam-se vinte e duas pessoas responsáveis
pelo nazismo, a expressão máxima da barbarie na Europa do século XX.
Os réus tinham origens e responsabilidades muito diferentes. Uns, como Hermann Goering faziam parte do
círculo mais próximo de Hitler. Outros, como Heinrich Himmler, um dos mais poderosos homens da
Alemanha Nazi, dirigente das SS e da Gestapo, tinham tido um papel chave na organização do Holocausto.
Outros ainda, como Joseph Goebbels, responsável pela propaganda do partido, não estavam fisicamente
presentes por se terem suicidado antes de serem capturados.

Os Julgamentos de Nuremberga, organizados entre novembro de 1945 e outubro de 1946, constituem um


marco histórico da justiça internacional e da luta contra a impunidade pelas atrocidades cometidas
durante a segunda guerra pelo regime Nazi.

Tiveram uma decisiva influência nos trabalhos da Comissão de Direito Internacional das Nações Unidas
informando a adoção dos Princípios de Nuremberga na segunda sessão da Comissão, em 1950.

E constituíram uma decisiva referência para o desenvolvimento de tribunais internacionais de investigação


e combate contra crimes de guerra, genocídio e contra a humanidade, incluindo os estabelecidos para a
Ex-Jugoslávia e o Ruanda, bem como para a criação, em 1998, do Tribunal Penal Internacional, tribunal
permanente instituído no seio do sistema das Nações Unidas.

Aqui no Politize!, nós já conversamos sobre a Segunda Guerra Mundial e as diversas consequências que ela
trouxe para a humanidade. Uma dessas consequências foi o estabelecimento do Tribunal de Nuremberg,
entre 1945 e 1946, para julgar alguns dos crimes cometidos durante o período do conflito. Esse tribunal foi
importante pela possibilidade que trouxe de mostrar ao mundo grande imposição das autoridades no
controle, regulamento e ordem sobre a crueldade e a barbaridade.

Para além disso, ele foi significativo para o estudo do Direito Internacional ajudando na configuração de sua
estrutura e servindo de aprendizagem para um novo modelo de juízo. Por fim, ainda auxiliou no
desenvolvimento internacional acolhendo os Direitos Humanos como ideia fundamental e indispensável de
uma nação. Ficou curioso (a) para entender mais sobre esse Tribunal? Então segue com a gente!

O que foi o Tribunal de Nuremberg?


Após a segunda Guerra Mundial, os representantes dos governos dos Estados Unidos, França, Grã-Bretanha
e União Soviética constituíram um acordo para decidir as atitudes a serem tomadas em relação aos crimes
ocorridos durante a guerra. E assim surgiu o Tribunal de Nuremberg.

Ele foi um tribunal de exceção e pioneiro – ou seja criado com condição temporária e em momento futuro ao
episódio ocorrido – sendo responsável pelo julgamento de lideranças do partido nazista alemão, assim como
Martin Bormann vice-líder do Partido Nazista e assessor próximo de Hitler, Rudolf Hess vice-líder do
Partido Nazista e Wilhelm Frick Ministro do Interior.
Quer mais conteúdo sobre o regime nazista, confira nosso vídeo!

O tribunal foi formado por quatro juízes, com a possibilidade de nomeação para um juiz substituto, e
concebido com a finalidade de julgar as atrocidades ocorridas durante a guerra.

As controvérsias do Tribunal de Nuremberg


Apesar de marcante, este tribunal não foi isento de controvérsias. Ele foi originado para julgar os crimes dos
alemães, mas não apresentava previsão legal (conformidade com a lei) para isso, trazendo o debate sobre a
real finalidade dessa justiça e os princípios fundamentais necessários que o estado precisa ter em seu
ordenamento jurídico como forma de segurança.

Dessa forma, o tribunal sofreu várias críticas por parte da defesa pois não havia a possibilidade
de questionamento de legitimidade e imparcialidade ou qualquer alegação de cumprimento de ordens dos
alemães pelos seus superiores.

Leia também: o que é uma Ação Civil Pública?

Essa justificativa (ter agido por estar cumprindo ordens) não acarretaria na remissão do crime (possibilidade
de absolvição ou perdão), podendo apenas acarretar a hipótese de diminuição da pena. Ou seja, se um oficial
alemão desse como justificativa que fez alguma coisa porque recebeu ordens e não tinha outra alternativa,
não havia a possibilidade de ele ser absolvido por conta disso, mas poderia ter sua pena reduzida

O princípio da legalidade
Outro ponto de questionamento do tribunal foi a alegação de não ter sido respeitado o princípio da
legalidade, ou seja, a proibição de leis que recaiam sobre fatos anteriores a sua ocorrência. Nesse caso,
os alemães estavam sendo julgados por crimes que não estavam previstos no momento em que as ações
foram realizadas.

Esse é um princípio que serve para a proteção da sociedade, trazendo segurança jurídica e resguardando
ataques arbitrários por parte do Estado em suas atribuições independentes. Esse princípio atua defendendo a
lei e as decisões baseadas em regras e normas estabelecidas através de fundamentos igualitários, freando
aqueles que tentam se utilizar de alegações arbitrárias para se desrespeitar a lei.

Legitimidade e imparcialidade
Indagações sobre a legitimidade e imparcialidade do tribunal também foram levantadas, visto que as leis
foram elaboradas pelos países vencedores da guerra e os juízes selecionados também foram escolhidos pelos
vencedores.

A objeção dos alemães era justamente alegar que o tribunal foi construído como forma de punição aos
infratores nomeados. Para eles, tratava-se de um tribunal ad hoc (tribunal criado provisoriamente para
julgar um evento específico que ocorreu após os acontecimentos dos fatos), sem previsão legal.
Traziam também o debate do conceito real de justiça, posicionando os julgadores através de uma honra
excessiva, que viria de uma maneira vingativa.

Em contrapartida, os países vencedores defendiam a previsão dos crimes de guerra postos pelo direito
internacional e alegavam o conhecimento dos réus sobre a finalidade dos seus atos por parte dos enunciados
da guerra elaborados pelos outros países. Apresentavam um Direito Internacional fundado nos
comportamentos e condutas da época, não sendo possível a utilização do princípio da legalidade com o
fundamento do resultado do desenvolvimento e crescimento do direito à justiça.

Veja também: o que são tratados internacionais?

A importância do tribunal
Foi através do tribunal que houve uma ressignificação do direito internacional, configurando um novo
modelo no sistema externo que buscou cada vez mais o acolhimento aos direitos humanos. Ele direcionou a
novos caminhos processuais e estabeleceu limites no que concerne a brutalidade, crueldade e violência da
guerra.

O Tribunal de Nuremberg procurou meios de responsabilizar àqueles que cometeram tantas barbaridades a
um povo, buscando a efetivação permanente dos direitos humanos na esfera do direito internacional.
Estabeleceu os crimes de guerra (violação das normas que integram o Direito Internacional), crimes
contra a paz (planejamento ou envolvimento em guerra que infringe tratados internacionais) e crimes
contra a humanidade (ataque difuso e sistemático contra a população civil) pois as atrocidades e todas as
mortes cometidas contra os judeus não tinham uma finalidade territorial e econômica que as guerras exigem.

Douglas Calvis Crelis


09/04/2020 às 09:34
O ser humano mais fraco é aquele que não tem uma gota de amor no coração!

Reflexão sobre filme O Julgamento de Nuremberg


por Douglas Calvis Crelis

O protagonismo da trama se desenrola em tribunal reconstruído em Nuremberg. Os


réus foram denunciados aos seguintes crimes 1- Conspiração para cometer agressão,
2- crimes contra a paz, 3- crimes de guerra, 4-crimes contra a humanidade. As
condenações variaram desde a morte por enforcamento, prisão perpétua, prisão e
absolvição.

O julgamento foi realizado contra 24 membros da liderança nazista, de variados ramos,


militares, econômicos, políticos, entre outros.

Nesse sentido, não puder deixar de lado os princípios do Direito, entre eles o que me
chamou atenção foi o Princípio da Legalidade, seu conceito é que não há crime sem lei
anterior que o defina, um conceito onde todos os países democráticos possuem, o
Brasil vai além, e complementa, não há pena sem prévia cominação legal, segunda
parte do art. 1º, do Código Penal.

Por não existir precedentes e nada prescrito em lei, o julgamento de Nuremberg foi
realizado um tribunal internacional que foram compostas pelas quatro potências
mundiais, União Soviética, EUA, França e Inglaterra, sendo encarregados de
sentenciar estes homens.

A Justiça sendo mais ampla que o Direito, afirma que, o Princípio da Justiça será
superior ao do Princípio da Legalidade, do contrário, estes homens poderiam ter sido
considerados inocentes.

O que é Justiça? Passariamos por vários caminhos para chegar a um bom


entendimento, como de Aristóteles, autores como Bentham e Mill da corrente
utilitarista, depois Immanuel Kant defendendo a liberdade, enfim, seria um bom tema
para discorrer posteriormente, sugiro o livro “Justiça - O que é fazer a coisa certa?” de
Michael Sandel.

Finalizo e fomento refletir dando meia volta, e ficar de frente para o passado, as
causas das catástrofes humanas e as normalidades de todos os carrascos não devem
ser toleradas. Devemos levantar questionamentos e abri-los para debates,
principalmente nos dias atuais, onde principalmente o sistema político e todas as suas
vertentes e polarizações estão embate, devemos refletir para que possamos fazer
diferente e não condenar os seres humanos a líderes totalitaristas. Plantar o desejo de
liberdade e criar novas condições de respeito, com certeza só atingiremos este
objetivo através da educação, do amor e do exemplo.

O ser humano mais fraco é aquele que não tem uma gota de amor no coração!

Indico o filme!

https://www.bertrand.pt/livro/os-julgamentos-de-nuremberga-bernard-michal/22765855
Uma galeria de monstros onde o grande ausente foi Hitler.

Os Julgamentos de Nuremberga foram o mais importante processo internacional de todos os tempos.


Tiveram início a 20 de novembro de 1945 e marcaram definitivamente o fim da Segunda Guerra Mundial.
Os «crimes contra a Humanidade» ganharam novos contornos ao responsabilizar-se não só quem os praticou
mas também aqueles que, pelos seus conselhos e influência, contribuíram para o deflagrar da guerra. Os
alvos eram as mais altas personalidades do Terceiro Reich, civis e militares: Goering, Hess, Ribbentrop,
Keitel ou Rosenberg. Hitler foi o grande ausente.

Como se chegou a semelhante processo? Teriam os Aliados o direito de se arvorarem em juízes e carrascos
de um país e de um regime vencidos? Seria o processo legítimo? E se a guerra tivesse sido ganha pelos
nazis, teria o mundo assistido a um «Nuremberga» ao contrário? Estas são algumas das questões a que este
livro procura dar resposta.

Speer, um dos réus, declarará, ao reconhecer a culpabilidade do regime de Hitler: «Este processo é
necessário. Mesmo sob uma ditadura, crimes tão abomináveis exigem uma responsabilidade comum. Seria
uma desculpa inadmissível pretender escondermo-nos por detrás da obediência às ordens.»

OPINIÃO DOS LIVREIROS


 Muito interessante...

Daniela Dengucho - Livraria Bertrand Espinho | 22-06-2021

Fruto de um longo processo de investigação, este livro permite-nos compreender melhor o fim da
segunda guerra mundial e a forma como o mundo reagiu às atrocidades cometidas durante o
holocausto. Recomendo a sua leitura a todos os amantes de história.

 Muito Bom

Rui Cardoso- Livraria Bertrand W Shopping | 25-05-2019

Retrata um dia muito importante da historia mundial, onde muitos dos culpados de um dos maiores
genocidios da historia foram julgados. Uma leitura recomendada para adultos e adolescentes e que
nos faz entender muito do que aconteceu.

DETALHES DO PRODUTO
Os Julgamentos de Nuremberga
de Bernard Michal
ISBN:

9789898892249

Ano de edição:

01-2019

Editor:

Desassossego

Idioma:

Português

Dimensões:

158 x 229 x 24 mm

Encadernação:

Capa mole
Páginas:

400

Tipo de Produto:

Livro

Classificação Temática:

Livros > Livros em Português > História > História em Geral

https://encyclopedia.ushmm.org/content/pt-br/article/the-
nuremberg-trials
Em 1945 e 1946, após o término da Guerra, alguns dos
responsáveis pelos crimes cometidos durante o período do
Holocausto foram levados a julgamento na cidade de Nuremberg,
na Alemanha. Juízes das Forças Aliadas (Grã-Bretanha, França,
União Soviética e Estados Unidos) presidiram os interrogatórios de
22 dos principais criminosos nazistas.
Doze deles receberam pena de morte. A maioria dos acusados
assumiu os crimes de que eram acusados, porém muitos alegaram
que estavam "apenas seguindo ordens de autoridades superiores".
Aqueles envolvidos diretamente nos assassinatos receberam as
sentenças mais severas, mas outros indivíduos que
desempenharam papéis importantes no Holocausto, incluindo
oficiais do alto escalão do governo nazista e executivos que
usaram prisioneiros dos campos de concentração para trabalho
escravo, foram condenados a curtos períodos de detenção ou não
receberam nenhuma penalidade.
A maior autoridade nazista, o maior culpado pelo Holocausto, Adolf
Hitler, não estava presente nos julgamentos de Guerra, pois havia
covardemente se suicidado, assim como vários de seus
companheiros. Muitos outros criminosos nunca foram julgados.
Alguns fugiram da Alemanha para viver no exterior, incluindo
centenas que foram para os Estados Unidos.
Os julgamentos de nazistas continuaram acontecendo na
Alemanha e em muitos outros países. Simon Wiesenthal [um
sobrevivente dos campos de concentração], o mais famoso
“caçador de nazistas”, encontrou Adolf Eichmann escondido na
Argentina. Eichmann, que ajudou a planejar e executar a
deportação de milhões de judeus, foi levado a julgamento em
Israel. Os depoimentos de centenas de testemunhas, muitas delas
sobreviventes de suas atrocidades, foram transmitidos e escutados
em todo o mundo. Eichmann foi declarado culpado e executado
em 1962.

DATAS IMPORTANTESClick here to


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8 DE AGOSTO DE 1945
ATO CONSTITUTIVO DO TRIBUNAL MILITAR INTERNACIONAL
(IMT) ANUNCIADO NA CONFERÊNCIA DE LONDRES
O Tribunal Militar Internacional é composto por juízes dos Estados
Unidos, Grã-Bretanha, França e União Soviética. Os líderes
nazistas serão acusados e julgados em Nuremberg, Alemanha,
sob o Artigo 6º do Ato Constitutivo do IMT pelos seguintes crimes:
(1) Conspiração para cometer os atos constantes nas acusações
2, 3 e 4 definidas a seguir; (2) Crimes contra a paz – definidos
como a participação no planejamento e provocação de guerra em
violação a vários tratados internacionais; (3) Crimes de guerra –
definidos como violações das leis e das regras internacionais
acordadas para a deflagração de uma guerra; e (4) Crimes contra
a humanidade – "ou seja, assassinato, extermínio, escravização,
deportação e qualquer outro ato desumano cometido contra
quaisquer populações civis, antes ou durante a guerra; ou
perseguição baseada em questões políticas, raciais ou religiosas,
na execução de ou em conexão com qualquer crime sob a alçada
deste Tribunal, estejam ou não violando as leis dos países onde
sejam perpetrados".
6 DE OUTUBRO DE 1945
LÍDERES NAZISTAS ACUSADOS POR CRIMES DE GUERRA
Os quatro principais promotores do Tribunal Militar Internacional
(IMT) – Robert H. Jackson (Estados Unidos), Francois de Menthon
(França), Roman A. Rudenko (União Soviética), e Sir Hartley
Shawcross (Grã-Bretanha) – apresentaram as acusações contra
24 oficiais da alta liderança nazista. Os acusados incluíam
Hermann Goering (herdeiro indicado por Hitler), Rudolf Hess (vice-
líder do Partido Nazista), Joachim von Ribbentrop (ministro das
relações exteriores), Wilhelm Keitel (chefe das forças armadas),
Wilhelm Frick (ministro do interior), Ernst Kaltenbrunner (chefe das
forças de segurança), Hans Frank (governador-geral da Polônia
ocupada), Konstantin von Neurath (governador da Boêmia e da
Morávia), Erich Raeder (chefe das forças navais), Karl Doenitz
(sucessor de Raeder), Alfred Jodl (comando das forças armadas),
Alfred Rosenberg (ministro dos territórios ocupados do leste),
Baldur von Schirach (chefe da Juventude Hitleriana), Julius
Streicher (nazista, editor antissemita radical), Fritz Sauckel (chefe
da alocação de trabalhadores escravos), Albert Speer (ministro de
armamentos) e Arthur Seyss-Inquart (comissário para a Holanda
ocupada). Martin Bormann (ajudante de Hitler) foi julgado in
absentia.
1º DE OUTUBRO DE 1946
VEREDICTO EM NUREMBERG
O Tribunal Militar Internacional (IMT) anunciou os veredictos. Ele
decretou a pena de morte para 12 dos acusados (Goering,
Ribbentrop, Keitel, Kaltenbrunner, Rosenberg, Frank, Frick,
Streicher, Sauckel, Jodl, SeyssInquart e Bormann). Três foram
condenados à prisão perpétua (Hess, o ministro da fazenda
Walther Funk, e Raeder). Quatro receberam penas de 10 a 20
anos de prisão (Doenitz, Schirach, Speer e Neurath). O tribunal
absolveu três dos acusados: Hjalmar Schacht (ministro da
fazenda), Franz von Papen (político alemão que desempenhou um
papel importante na nomeação de Hitler como chanceler) e Hans
Fritzsche (chefe de imprensa e rádio). As sentenças de morte
foram executadas em 16 de outubro de 1946, com duas exceções:
Goering cometeu suicídio pouco antes de sua execução, e
Bormann estava desaparecido. Os outros 10 acusados foram
enforcados, seus corpos cremados e suas cinzas colocadas no Rio
Isar. Os sete principais criminosos de guerra condenados à prisão
foram enviados para o presídio de Spandau, em Berlim.
TTribunal de Nuremberg: o julgamento que condenou os nazistas

Escrito por Juliana Bezerra

Professora de História

Tribunal de Nuremberg foi uma corte internacional criada em 1945 para julgar os crimes cometidos pelos
nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.

Os julgamentos começaram em 20 de novembro de 1945 e terminaram em 1º de outubro de 1946.

No total, 185 pessoas foram acusadas, das quais 35 foram absolvidas.

Criação do Tribunal de Nuremberg

D
e frente para atrás e da esquerda para direita: Göring, Hess, Ribbentrop, Keitel, Dönitz, Raeder, Schirach e Sauckel

Quando a Segunda Guerra Mundial terminou, os países vencedores – Reino Unido, Estados Unidos, França
e União Soviética - instalaram um tribunal para julgar os nazistas. Pela primeira vez na História, os
responsáveis por um conflito foram a juízo.

Com isso, os Aliados queriam dar um significado moral à vitória militar. O Tribunal de Nuremberg foi
composto por juízes norte-americanos, ingleses, franceses e russos. A cidade de Nuremberg não foi
escolhida por acaso. Foi ali que Adolf Hitler havia reunido seus simpatizantes para numerosos congressos e
promulgado as primeiras leis antissemitas.

Sentaram-se nos bancos de acusados 39 médicos e advogados; 56 integrantes do Partido Nazista e da


Polícia; 42 industriais e gestores; 26 líderes militares e 22 ministros e altos funcionários do governo.

Os mais influentes participantes da guerra, contudo, não foram julgados. Adolf Hitler (1889-1945),
chanceler alemão, suicidou-se após tomar conhecimento da derrota da Alemanha para os Aliados.

Haviam se suicidado também Heinrich Himmler, comandante da SS e supervisor dos campos de


concentração; e Joseph Goebbels, ministro da Propaganda. Certos oficiais e médicos que trabalharam
diretamente no extermínio dos judeus, como Josef Mengele, estavam foragidos.

Veja também: Nazismo

Julgamentos de Nuremberg

C
orte do Julgamento de Nuremberg

O Tribunal de Nuremberg ficou responsável pelo julgamento de criminosos envolvidos com o assassinato,
extermínio, escravidão, deportação, abuso de poder, entre outros crimes.

O julgamento mais esperado era o dos 24 oficiais que trabalharam na estrutura do governo nazista ou nas
Forças Armadas.

Estes responderam pelos crimes de conspiração; crimes contra a paz; crimes de guerra e crimes contra a
humanidade.

Veja também: Antissemitismo

Condenados pelo Tribunal de Nuremberg


A maioria dos acusados assumiu a culpa pelas acusações que receberam, contudo, afirmaram que estavam
apenas cumprindo ordens superiores.
As penas mais severas foram aplicadas àqueles que atuaram diretamente na execução em massa de pessoas e
contribuíram para o projeto do Solução Final, no qual estava prevista a eliminação física de todos os judeus
da Europa.

Durante o julgamento dos participantes da hierarquia nazista foram realizadas 219 sessões e o tribunal ditou
seu veredito em 1º de outubro de 1946. Dos 24 julgados, 12 foram condenados à morte, três absolvidos, três
pegaram prisão perpétua e quatro foram confinados à prisão de 15 a 20 anos.

Entre os condenados à morte pelo Tribunal de Nuremberg estão líderes do Partido Nazista, como Alfred
Rosenberg e ministros como Joachim von Ribbentrop. Também receberam a pena capital comandantes de
territórios ocupados, como Hans Frank e chefes das forças armadas como Hermann Göring.

O tribunal de Nuremberg inaugurou uma era para o Direito Internacional e os crimes de guerra ao mostrar
que a justiça poderia ser aplicada em qualquer território.

Veja também: Holocausto: o que foi e como aconteceu

Críticas ao Tribunal de Nuremberg


O Tribunal de Nuremberg foi criticado do ponto de vista jurídico porque desrespeitava uma série de normas.
O princípio de territorialidade foi alterado, pois os alemães foram julgados por magistrados de outros países
e, além disso, os acusadores formaram parte do tribunal, algo que é proibido.

O Tribunal só considerou os nazistas alemães como criminosos de guerra. Nenhuma outra pessoa de
nacionalidade diferente da alemã ou ideologia política que a nazista foi acusada. Gostou? Tem mais textos
sobre este tema para voc

Tribunal de Nuremberg foi uma corte internacional criada em 1945


para julgar os crimes cometidos pelos nazistas durante a Segunda Guerra
Mundial. Os julgamentos começaram em 20 de novembro de 1945 e
terminaram em 1º de outubro de 1946. No total, 185 pessoas foram acusadas,
das quais 35 foram absolvidas.

Tribunal de Nuremberg: o julgamento que condenou os nazistas

Escrito por Juliana Bezerra

Professora de História

Tribunal de Nuremberg foi uma corte internacional criada em 1945 para julgar os crimes cometidos pelos
nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.

Os julgamentos começaram em 20 de novembro de 1945 e terminaram em 1º de outubro de 1946.


No total, 185 pessoas foram acusadas, das quais 35 foram absolvidas.

Criação do Tribunal de Nuremberg

D
e frente para atrás e da esquerda para direita: Göring, Hess, Ribbentrop, Keitel, Dönitz, Raeder, Schirach e Sauckel

Quando a Segunda Guerra Mundial terminou, os países vencedores – Reino Unido, Estados Unidos, França
e União Soviética - instalaram um tribunal para julgar os nazistas. Pela primeira vez na História, os
responsáveis por um conflito foram a juízo.

Com isso, os Aliados queriam dar um significado moral à vitória militar. O Tribunal de Nuremberg foi
composto por juízes norte-americanos, ingleses, franceses e russos. A cidade de Nuremberg não foi
escolhida por acaso. Foi ali que Adolf Hitler havia reunido seus simpatizantes para numerosos congressos e
promulgado as primeiras leis antissemitas.

Sentaram-se nos bancos de acusados 39 médicos e advogados; 56 integrantes do Partido Nazista e da


Polícia; 42 industriais e gestores; 26 líderes militares e 22 ministros e altos funcionários do governo.

Os mais influentes participantes da guerra, contudo, não foram julgados. Adolf Hitler (1889-1945),
chanceler alemão, suicidou-se após tomar conhecimento da derrota da Alemanha para os Aliados.

Haviam se suicidado também Heinrich Himmler, comandante da SS e supervisor dos campos de


concentração; e Joseph Goebbels, ministro da Propaganda. Certos oficiais e médicos que trabalharam
diretamente no extermínio dos judeus, como Josef Mengele, estavam foragidos.
Julgamentos de Nuremberga

Em 8 de agosto de 1945 foi assinado em Londres um acordo que envolvia representantes de


quatro potências aliadas - os Estados Unidos, a França, a Grã-Bretanha e a União Soviética,
criando assim um Tribunal Militar Internacional destinado ao julgamento dos crimes de guerra
(e seus autores) que tivessem uma localização geográfica específica. Foi então criado o Tribunal
de Nuremberga.
Os julgamentos de Nuremberga, resultado de decisão da Conferência de Potsdam, decorreram
ao longo de vários meses e 403 sessões (de 20 de novembro de 1945 a 1 de outubro de 1946) e
tiveram como fim julgar perante um tribunal militar vinte e quatro membros do partido nazi e
seis organizações, acusados de crimes contra a paz, de crimes de guerra e de crimes contra a
Humanidade perpetrados durante a Segunda Grande Guerra.
O coletivo de quatro juízes era composto pelos seguintes elementos: Henri Donnedieu Vabres,
professor na Academia de Direito Internacional de Haia e na Sorbone; Francis Briddle, dos
Estados Unidos; Geofrey Lawrence, pertencente ao Tribunal de Apelação do Reino Unido; e T.
Nikitchenko, vice-presidente do Supremo Tribunal da União Soviética. O veredito condenou os
julgados da seguinte forma: a forca para Göring, que acabou por se suicidar em 15 de outubro,
von Ribbentrop, Rosenberg, Franck, Frick, Streicher, Sauckel, Seyss-Inquart, Kaltenbrunner,
Keitel e Jodl; a prisão perpétua para Raeder, Hess e Funk; vinte anos de prisão para B. von
Schirach e Speer; quinze anos de prisão para K. von Neurath; dez anos de prisão para Dönitz; a
absolvição para Schacht, Fritsch e F. von Papen; Ley suicidou-se em outubro de 1945; Martin
Bormann, que se encontrava em fuga, foi condenado à forca, por contumácia; o processo de
Krupp foi separado. Todos os condenados, exceto Räder, Dönitz e Hess, foram condenados por
crimes contra a Humanidade. Os condenados à morte foram executados a 16 de outubro de 1946
em Nuremberga e os condenados a prisão foram encerrados na prisão de Spandau.
Três dos acusados no julgamento de Nuremberga: Goring, Hess e VonRibbentrop

Das seis organizações julgadas apenas quatro foram condenadas: o N. S. D. A. P., a Gestapo, as
S. S. e o serviço de segurança S. D.
A partir dos resultados deste julgamento a Organização das Nações Unidas passou a definir o
crime de genocídio.

A fim de julgar os crimes de cometidos pelos nazistas, uma série de


julgamentos foi realizada na cidade alemã de Nuremberg, entre 1945 e
1949. Entre os acusados estavam oficiais do Partido Nazista e militares de
alta patente, bem como empresários, advogados e médicos que
colaboraram ativamente com o projeto nazista. É importante lembrar
que Adolf Hitler não foi a julgamento porque cometeu suicídio em 30 de
abril de 1945, quando o Exército Vermelho (URSS) se aproximava de Berlim
e com ele a derrota nazista. Outros dois importantes membros do Partido
Nazista, Joseph Goebbels, ministro da propaganda, e Heinrich Himmler,
comandante da SS (Schutzstaffel - organização paramilitar), cometeram
suicídio em maio de 1945, portanto antes do início do julgamento de
Nuremberg.

Julgamento de Nuremberg. Foto: National Archives/NARA/USA


As leis e procedimentos a serem adotados em Nuremberg foram
estabelecidos pelos Aliados na Carta de Londres, lançada em 8 de agosto de
1945. Neste documento ficaram estabelecidos três categorias de crimes
pelas quais os acusados seriam julgados: crimes contra a paz
(planejamento e engajamento em atividades de guerra que descumprissem
acordos internacionais), crimes de guerra (como tratamento impróprio a
civis e prisioneiros de guerra) e crimes contra a humanidade (assassinato,
escravização, deportação e perseguição a civis com base em motivos
políticos, religiosos ou raciais). Ficou ainda decidido que tanto militares
quanto civis poderiam ser acusados de tais crimes.

Pode-se dizer que dois motivos levaram à escolha de Nuremberg, no estado


da Bavária, para a realização dos julgamentos. Anualmente, durante
o Terceiro Reich, comícios e passeatas de propaganda nazista eram
realizados na cidade. Assim, a instalação do Tribunal tinha um caráter
simbólico de marcar o fim do nazismo e as consequências das políticas
adotadas pelo Partido Nacional-socialista e seus adeptos. Outro elemento
considerado foi o fato de que o Palácio de Justiça da cidade havia sido pouco
destruído pela guerra e oferecia uma boa estrutura para receber tanto os
prisioneiros quanto aqueles que acompanhariam os eventos, como
jornalistas de diversas partes do mundo. Além do público de diferentes
lugares, acusados e juízes falavam quatro idiomas diferentes - inglês,
francês, alemão e russo. Pela primeira vez na história foi feito uso de
tradução simultânea com fones de ouvido.

Foram 24 indiciados, dos quais um não foi a julgamento por motivos de


saúde e outro por ter cometido suicídio antes do início do mesmo. O
principal argumento utilizado pelos advogados de defesa foi o de que os
crimes de que os réus estavam sendo acusados não eram ainda
considerados crimes quando aconteceram, o que é chamado de juízo ex
post facto. Dos 22 réus, 3 foram absolvidos; 12 condenados à morte; 3
condenados à prisão perpétua; e 4 condenados a cumprir entre 10 e 20
anos de prisão. As execuções ocorreram em 16 de outubro de 1946,

Polêmicos na época, os julgamentos de Nuremberg são hoje compreendidos


como um marco no direito internacional e no estabelecimento de uma Corte
Internacional permanente. Desde de 1946 existe, no âmbito da Organização
das Nações Unidas (ONU), a Corte Internacional de Justiça (também
conhecida como Corte de Haia ou Tribunal de Haia), que tem por função
julgar Estados. Em 2002, criou-se a Corte Penal Internacional (ou Tribunal
Penal Internacional), que, como os julgamentos de Nuremberg, tem como
objetivo julgar indivíduos por crimes de guerra, crimes contra a
humanidade, genocídio e os crimes de agressão.
Os Julgamentos de Nuremberga (português europeu) ou de Nurembergue (português brasileiro) (oficialmente Tribunal Militar
Internacional vs. Hermann Göring et al) foram numa série de tribunais militares, organizados pelos Aliados,
depois da Segunda Guerra Mundial, e referentes aos processos contra 24 proeminentes membros da liderança
política, militar e econômica da Alemanha Nazista. Os julgamentos, a cargo de um Tribunal Militar
Internacional (em inglês, International Military Tribunal, IMT), ocorreram na cidade de Nuremberga, Alemanha,
entre 20 de novembro de 1945 e 1º de outubro de 1946. Esse tribunal serviu como base para a criação
do Tribunal Penal Internacional, com sede na cidade de Haia, nos Países Baixos.
Posteriormente, entre 1946 e 1949, foram julgados os Processos de Guerra de Nuremberg, em 12 outros
tribunais militares. Esses processos referiam-se a 117 acusações por crimes de guerra contra outros membros
da liderança nazista.[1]

Estatuto do julgamento
Em 8 de agosto de 1945, as quatro potências (Estados Unidos, União Soviética, Reino Unido e França)
assinavam, a Carta de Londres,[2] acordo sobre o Tribunal Militar Internacional e os estatutos pelos quais o
tribunal deveria ser regido. Estabelecia os direitos e obrigações de todos os que haviam de tomar parte no
mesmo, regulamentava a forma de proceder e fixava os fatos e princípios a que tinham de se sujeitar os juízes.
O artigo 24º dos estatutos estabelecia: "...O procedimento deve ser o seguinte:

 a) Será lida a acusação;


 b) O tribunal interrogará cada um dos acusados sobre se se considera culpado ou inocente;
 c) O acusador exporá a sua interpretação da acusação;
 d) O tribunal perguntará à acusação e à defesa sobre as provas que desejem apresentar ao tribunal
e decidirá sobre a conveniência da sua apresentação;
 e) Serão ouvidas as testemunhas de acusação. A seguir as testemunhas de defesa;
 f) O tribunal poderá dirigir a todo momento perguntas às testemunhas ou acusados;
 g) A acusação e a defesa interrogarão todas as testemunhas e acusados que apresentem uma
prova e estão autorizados a efetuar um contrainterrogatório;
 h) A defesa tomará a seguir a palavra;
 i) O acusado dirá a última palavra;
 j) O tribunal anunciará a sentença...".[3]

Acusados e suas penas


O tribunal de Nuremberga decretou 12 condenações à morte, três à prisão perpétua, duas a 20 anos de prisão,
uma a 15 anos e outra a 10 anos. Hans Fritzsche, Franz von Papen e Hjalmar Schacht foram absolvidos.

Nome Cargo Condenação


Vice-líder do Partido Nazi e secretário particular Morte por enforcamento (In
Martin Bormann
do Führer absentia)

Presidente da Alemanha e comandante


Karl Dönitz 10 anos de prisão
da Kriegsmarine

Hans Frank Governador-geral da Polônia Morte por enforcamento

Ministro do Interior, autorizou as Leis de


Wilhelm Frick Morte por enforcamento
Nuremberg

Ajudante de Joseph Goebbels no Ministério da


Hans Fritzsche Absolvido
Propaganda

Walther Funk Ministro de Economia Prisão perpétua

Comandante da Luftwaffe, Presidente Morte por enforcamento (suicidou-


Hermann Göring
do Reichstag e Ministro da Prússia. se antes de ser enforcado)

Rudolf Hess Vice-líder do Partido Nazi Prisão perpétua

Chefe de Operações do OKW (Oberkommando


Alfred Jodl Morte por enforcamento
Der Wehrmacht)

Ernst Chefe do RSHA e membro de maior escalão


Morte por enforcamento
Kaltenbrunner da Schutzstaffel vivo.

Wilhelm Keitel Chefe do OKW Morte por enforcamento

Acusações canceladas por saúde


Gustav Krupp Industrial que usufruiu de trabalho escravo
debilitada

Robert Ley Chefe do Corpo Alemão de Trabalho Suicidou-se na prisão

Konstantin von Ministro das Relações Exteriores, Protetor


15 anos de prisão
Neurath da Boêmia e Morávia

Franz von Papen Ministro e vice-chanceler Absolvido


Erich Raeder Comandante-chefe da Kriegsmarine Prisão perpétua

Joachim von
Ministro das Relações Exteriores Morte por enforcamento
Ribbentrop

Ideólogo do racismo e Ministro do Reich para os


Alfred Rosenberg Morte por enforcamento
Territórios Ocupados do Leste

Fritz Sauckel Diretor do programa de trabalho escravo Morte por enforcamento

Hjalmar Schacht Presidente do Reichsbank Absolvido

Baldur von
Líder da Juventude Hitleriana 20 anos de prisão
Schirach

Arthur Seyss- Líder da anexação da


Morte por enforcamento
Inquart Áustria e Gauleiter dos Países Baixos

Líder nazi, arquiteto do regime e Ministro de


Albert Speer 20 anos de prisão
Armamentos

Julius Streicher Chefe do periódico antissemita Der Stürmer Morte por enforcamento

Processos no caso Nuremberga


Ver artigo principal: Processos de Guerra de Nuremberg

Vista do banco dos réus no tribunal de Nuremberga

 Caso I - Processo contra os Médicos, 9 de dezembro de 1946 - 20 de agosto de 1947 (ver: Código
de Nuremberg).
 Caso II - Processo Milch, 2 de janeiro - 17 de abril de 1947
 Caso III - Processo contra os juristas, 17 de fevereiro - 14 de dezembro de 1947
 Caso IV - Processo Pohl, 13 de janeiro - 3 de novembro de 1947
 Caso V - Processo Flick, 18 de abril - 22 de dezembro de 1947
 Caso VI - Processo IG Farben, 14 de agosto de 1947 - 30 de julho de 1948
 Caso VII - Processo de Generais no sudeste da Europa, 15 de julho de 1947 - 19 de fevereiro de
1948
 Caso VIII - Processo RuSHA, 1 de julho de 1947 - 10 de março de 1948
 Caso IX - Processo Einsatzgruppen, 15 de setembro de 1947 - 10 de abril de 1948
 Caso X - Processo Krupp, 8 de dezembro de 1947 - 31 de julho de 1948
 Caso XI - Processo Wilhelmstraßen, 4 de novembro de 1947 - 14 de abril de 1948
 Caso XII - Processo contra o Alto Comando, 30 de dezembro de 1947 - 29 de outubro de 1948

Um tribunal de exceção
Oito juízes, representantes dos quatro países vencedores da guerra, compuseram a corte. O presidente do
tribunal era britânico, mas coube aos estadunidenses o papel mais importante na preparação do processo.
Os países neutros não tiveram nenhuma participação.[4] Juristas têm levantado a questão das violações
dos direitos fundamentais com a realização de um tribunal ad hoc, um tribunal de exceção, sem a escolha
de advogados pelos réus. Segundo alguns doutrinadores do direito, um tribunal de exceção não poderia punir
com pena capital, mas somente com prisão, entre outras formas de responsabilização. Todavia, em
Nuremberga, os vencedores ditaram todas as regras e todo o funcionamento do tribunal, mesmo em detrimento
dos direitos fundamentais dos réus, como o princípio do juízo natural conhecidos dos ingleses desde a Magna
Carta de 1215.[5][6]
A aplicação da justiça dos vencedores poderia igualmente explicar por que jamais foi cogitada a possibilidade
de julgamento dos responsáveis pela mortandade de civis em decorrência dos inúmeros
bombardeios aliados contra as cidades alemãs
(Dresden, Colônia, Darmstadt, Hamburgo, Stuttgart e Königsberg, entre outras) ou do lançamento de bombas
atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki.[4] (ver: Crimes de guerra dos Aliados, Crimes de guerra dos Estados
Unidos e Crimes de guerra soviéticos)

Execução das sentenças


4:47CC
Noticiário de 17 de outubro de 1946 sobre as condenações em Nuremberga

Três cadafalsos foram instalados no presídio de Nuremberga para a execução, na manhã de 16 de


outubro de 1946, de dez penas de morte contra representantes do regime nazista, por enforcamento, usando-
se o chamado método da queda padrão, em vez de queda longa.[7][8] Posteriormente, o exército dos EUA negou
as acusações de que a queda fora curta demais, fazendo com que o condenado morresse lentamente,
por estrangulamento, em vez de ter o pescoço quebrado (o que causa paralisia imediata, imobilização e
provável inconsciência instantânea). Na execução de Ribbentrop, o historiador Giles MacDonogh registra que:
"o carrasco trabalhou mal na execução, e a corda estrangulou o ex-chanceler por 20 minutos antes que
ele morresse."[9][10][11]
Das 12 penas de morte, apenas 10 foram executadas. Martin Bormann, o assessor mais próximo de Adolf
Hitler em seu primeiro quartel-general, estava desaparecido, sendo julgado à revelia e condenado à morte.
Hermann Göring suicidou-se na véspera do dia 16. Quando os seguranças do presídio perceberam que ele
mantinha-se estranhamente imóvel deitado sobre seu banco, chamaram seus superiores e um médico.
Este constatou a morte de Göring por envenenamento. Nunca foi esclarecido quem lhe entregou o veneno,
em que pese várias hipóteses terem surgido no decorrer dos anos.
Porém, em 2005, Herbert Lee Stivers, um metalúrgico aposentado que vivia em Hesperia, localidade aos
arredores de Los Angeles, Estados Unidos, e foi guarda em Nuremberga durante o Julgamento (era do 26º
Regimento da 1ª Divisão de Infantaria, cuja Companhia D fora encarregada), afirmou que estavam todos
enganados: "Fui eu que lhe dei". Stivers tinha 78 anos, e disse que manteve este segredo durante quase 60
anos, com medo de poder vir a ser alvo de um processo por parte do Exército dos Estados Unidos e que
tinha decidido contar a história a pedido da filha. Na época só tinha 19 anos, e por querer impressionar uma
moça que encontrou na rua, aceitou levar "um remédio" a Goering, que supostamente estaria doente. [12]

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