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RESUMO
RESUMEN
En este breve trabajo, nos acercaremos el temático del concepto de los crímenes
internacionales, en otros términos, el estudio de las acciones humanas tratadas como los
crímenes internacionales para la Ley, destacando la estructura e imputación de los
crímenes internacionales primeramente, para, después, hacer un parámetro con aquéllos
previstos en el Estatuto de Roma, una ley que creó la Corte Penal Internacional, de cuya
competencia es juzgar los autores de los crímenes constante en su lista. En el curso del
trabajo tomaremos al lector el conocimiento - aunque ese superficial - del competência
ratione materiae de la Corte Penal Internacional, con la descripción de los crímenes del
genocidio, los crímenes contra la humanidad, crímenes de guerra y crímenes de la
agresión, discutiendo sobre la suficiencia o insuficiencia de sus tipos.
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INTRODUÇÃO
A noção de crime internacional não é uma tarefa fácil de ser realizada, tendo em
vista sua conceituação ampla.[1]
Historicamente, a primeira noção de crime internacional talvez tenha sido tratada com a
ação humana de pirataria cometida em alto-mar. Como outros exemplos de ações
humanas tratadas como delituosas internacionalmente, pode-se ainda mencionar o
tráfico de escravos, o tráfico de mulheres e de crianças, o tráfico de entorpecentes, o
apoderamento ilícito de aeronaves, o terrorismo e a lavagem de dinheiro. Para Schabas,
essas espécies de crimes, para ser objeto de processo e julgamento, necessitava de
regras de jurisdição especiais e, sobretudo, de cooperação entre Estados.[2]
Dessa maneira, considera que seriam crimes internacionais somente as seguintes figuras
delitivas: crimes de guerra, crimes contra a humanidade, genocídio, tortura, agressão e
algumas formas extremas de terrorismo (quando patrocinado pelo Estado ou, ao menos,
tolerado por este).[4]
Ainda há outros doutrinadores que entendem haver dois sentidos para crimes
internacionais. Um primeiro sentido ou classificação seria referente aos crimes
cometidos pelos representantes do Estado, que ofenderiam a ordem, a legalidade e a
segurança internacional. Assim, seriam infrações internacionais os crimes contra a paz,
os crimes de guerra e os crimes contra a humanidade. Segundo esses mesmos autores,
uma outra classificação que compreenderia as infrações internacionais cometidas por
particulares, que seriam, por exemplo, a pirataria, o tráfico internacional de
entorpecentes, falsificação de moedas, crimes ambientais internacionais, crimes
informáticos etc. Deste modo, enquanto a primeira categoria teria, fundamentalmente,
objetivos políticos, na segunda tal fato não ocorreria.[5]
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Os propriamente ditos ou em sentido estrito, são aqueles crimes primeiramente
previstos no Estatuto do Tribunal Militar Internacional de Nuremberg, ou seja, os
crimes contra a paz, os de guerra e os crimes contra a humanidade, crimes estes que
constam atualmente no Estatuto de Roma. Tais delitos são os que atingem bens ou
interesses jurídicos supranacionais, gerando uma responsabilidade penal imediata
fundada diretamente no Direito Internacional.
Além disso, há diferenças importantes entre o Direito penal interno dos Estados e o
Direito Penal Internacional nas questões mais básicas da teoria geral do Direito penal,
como, por exemplo, no caso do princípio da reserva legal. Na esfera interna, tal
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princípio é adotado à quase totalidade das legislações modernas, já no Direito
Internacional, ainda pairam dúvidas sobre sua real significação e alcance.[8]
Espera-se, assim, que com a crescente afirmação do Tribunal Penal Internacional, haja
uma adoção de regras mais claras e concretas no que concerne não só ao princípio da
reserva legal, mas a todos os critérios de teoria geral do direito, direito material e direito
processual.
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Já Schabas considera que tais princípios de forma expressa no Estatuto,
representaram um avanço na tentativa de se estabelecer um concreto Direito Penal
Internacional. Logicamente que a Parte Geral do Estatuto de Roma representa uma
tentativa de codificação dos princípios gerais do Direito Penal Internacional. Por certo
que, um documento produzido numa Conferência Diplomática, onde havia a
participação de mais de cento e cinquenta países integrantes e com visões distintas,
tenha muitas imperfeições.[14]
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dando origem aos artigos 5º a 8º, responsáveis por descrever a competência material do
Tribunal. A segunda categoria de crimes proposta, cuja denominação foi de treaty
crimes, tinha base em infrações previstas em diversos tratados internacionais. Estes
crimes eram os contra o pessoal das Nações Unidas, tortura, atos de terrorismo, tráfico
ilícito de entorpecentes, apartheid, pirataria, entre outros.
Apesar de alguns países terem feito pressões para que os treaty crimes entrassem
no rol dos crimes de competência do Tribunal Penal Internacional, outros apresentaram
forte resistência, alegando a dificuldade de definir as infrações ou mesmo de se chegar a
um acordo sobre suas conceituações.
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"[...] se folhearmos as páginas do Torá defrontamos o episódio em que os irmãos de
Diná com o intuito de vingar o ultraje a esta praticado por Shichem, mataram todos os
varões de sua tribo e levaram, ainda, como escravos as mulheres e crianças dos
Schichemitas (Genesis 34.1-31)"[21]
Mas foi somente no período pós-Segunda Guerra que se voltou a cotejar de tais
crimes, em virtude das inúmeras atrocidades cometidas pelo Estado em que se
converteu a Alemanha Nazista no Holocausto.
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A ampliação definitiva deste tipo delituoso veio aparecer no art. 7º, parágrafo 1º,
do Estatuto de Roma do TPI, segundo o qual são "crimes contra a humanidade"
quaisquer um dos atos seguintes, quando cometidos no quadro de um ataque,
generalizado ou sistemático, contra qualquer população civil, havendo conhecimento
desse ataque, a saber: a) homicídio; b) extermínio; c) escravidão; d) deportação ou
transferência forçada de uma população; e) prisão ou outra forma de privação da
liberdade física grave, em violação das normas fundamentais de direito internacional; f)
tortura; g) agressão sexual, escravatura sexual, prostituição forçada, gravidez forçada,
esterilização forçada ou qualquer outra forma de violência no campo sexual de
gravidade comparável; h) perseguição de um grupo ou coletividade que possa ser
identificado, por motivos políticos, raciais, nacionais, étnicos, culturais, religiosos ou de
gênero, ou em função de oturos critérios universalmente reconhecidos como
inaceitáveis no direito internacional, relacionados com qualquer ato referido neste
mesmo parágrafo ou com qualquer crime da competência do Tribunal; i)
desaparecimento forçado de pessoas; j) crime de apartheid; e ainda k) outros atos
desumanos de caráter semelhante, que causem intencionalmente grande sofrimento, ou
afetem gravemente a integridade física ou a saúde física ou mental das pessoas.
Dessa forma, pode-se dizer que para se chegar a um conceito de crimes contra a
humanidade, devem ser levados em conta dois critérios: quantitativo ou qualitativo, ou
seja, que ocorra em larga escala. Mais do que isso, pode ser entendido que o Estatuto de
Roma demonstra a necessidade de que a conduta implique no cometimento de múltiplos
atos contra a população civil, em conformidade com uma política estatal ou de uma
determinada organização.[25]
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Comitê Internacional da Cruz Vermelha, ganhando foros de juridicidade com as quatro
Convenções de Genebra, de 12 de agosto de 1949, e com as bases teóricas do direito
costumeiro de guerra.[27]
Por sua vez, o Código de Manu, escrito na língua clássica indiana sânscrito, que
foi a legislação do mundo indiano no período compreendido entre os séculos II a.C. e II
d. C., apresentou diversas normas sobre a guerra.[31]
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Também não se pode deixar de mencionar a considerável contribuição dos
Tribunais ad hoc para a ex-Iugoslávia e Ruanda, constituídos pelo Conselho de
Segurança. Seus Estatutos fazem referência às violações das leis e costumes de guerra
em conflitos internacionais, mas o mais importante foi a jurisprudência desses
Tribunais, que inovaram sensivelmente o campo de aplicação do delito, já que
anteriormente os crimes de guerra abrangiam somente as violações de regras
internacionais ocorridas em conflitos armados internacionais, no entanto, o Tribunal
para a ex-Iugoslávia sedimentou o entendimento de que ocorrem, igualmente, crimes de
guerra quando em conflitos internos.
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em perigo a saúde; h) matar ou ferir à traição pessoas pertencentes à nação ou ao
exército inimigo etc.
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Mesmo assim, significou um grande avanço incluir esse tipo penal, ainda que
apenas em teoria, pois consolidou-se como bem jurídico protegido pelo direito penal
internacional, a paz mundial, objetivo fundamental do Tribunal e das Nações
Unidas.[37]
CONSIDERAÇÕES FINAIS
É neste intuito que inúmeros autores, de diversos países, apóiam a idéia de uma
ampliação da competência da Corte, principalmente a favor da inclusão do crime de
terrorismo, defendendo que o seu combate não exige apenas ações militares, clássicas
cooperações policiais ou judiciais entre os Estados, mas exige, ainda, que haja o
alargamento das competências do Tribunal Penal Internacional aos crimes de
terrorismo.
Deste modo, pode-se dizer que, antigamente, o terror era tido como uma forma
de governar a fim de manter e preservar a soberania de um Estado, posto que era
considerado um meio legítimo de defesa da ordem social. Nesta época, contemporânea à
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Revolução Francesa, o terror era exercido abusivamente pelo Estado contra seus
cidadãos, impondo-lhes um regime de terror, sob o impacto de leis de exceção, tribunais
revolucionários, guilhotina e fuzilamentos sumários, e considera-se que nesta época é
que se deu o início da prática terrorista moderna.
Em análise às legislações de diversos países, pode-se perceber que a maior parte delas já
contempla uma definição do terrorismo e considera tais atos como crimes que, na sua
maioria, são infrações de direito comum que ganham uma característica diferenciada em
razão das motivações de seus autores.
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quaisquer que sejam as considerações de cunho político, filosófico, ideológico, racial,
étnico, religioso ou outro que possam ser invocadas para justificá-los”
Entretanto, encontrar uma definição unânime para o terrorismo tem sido uma questão
deveras dificultosa, em razão da pluralidade de condutas e pelas quais pode ser
praticado e, em razão da ampla interpretação que o este termo comporta, é
defendido que o terrorismo não pode ser definido pelo direito por razões técnicas e
jurídicas, devendo os direitos penal e processual penal rejeitarem, por imperativo de
sobrevivência, as palavras que trazem ambigüidade, o que representaria uma via aberta
para o arbítrio.[39]
Diante de tal fato é que, por falta de consenso, não houve a inclusão do crime de
terrorismo no rol da competência ratione materiae do Tribunal Penal Internacional.
BIBLIOGRAFIA UTILIZADA
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dogmática. Bogotá: Temis, 2005.
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Janeiro: Lumen Juris, 2005.
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do processo e processo de conhecimento. 6. ed. São Paulo: RT, 2003, v. 1
3068
[1] VERHAEGEN, Jacques. Les crimes internationaux et le droit pénal internationale.
In: Revue Internationale de Droit Pénal, vol. 60. Toulouse: Érès, 1989, p. 127.
[3] CASESSE, Antonio. International criminal law. Oxford: Oxford University Press,
2003, p. 23.
[4] CASESSE, Antonio. International criminal law. Oxford: Oxford University Press,
2003, p. 24.
[5] MOISESCU, Sorin; SABAU, Dorin. Quelques considerations au sujet des crimes
internationaux et le droit penal roumain. Trabalho apresentado na "International
Experts Conference on International Criminal Justice: Historic and Contemporary
Perspectives", Siracusa: ISISC, 1994, (não publicado), p. 5. In: JAPIASSU, Carlos
Eduardo Adriano. O direito penal internacional. Belo Horizonte: Del Rey, 2009. p. 14-
15.
[6] MOISESCU, Sorin; SABAU, Dorin. Quelques considerations au sujet des crimes
internationaux et le droit penal roumain. Trabalho apresentado na "International
Experts Conference on International Criminal Justice: Historic and Contemporary
Perspectives", Siracusa: ISISC, 1994, (não publicado), p. 5. In: JAPIASSU, Carlos
Eduardo Adriano. O direito penal internacional. Belo Horizonte: Del Rey, 2009. p. 14-
15.
[7] AMBOS, Kai. La parte general de Derecho Penal: bases para uma elaboración
dogmática. Bogotá: Temis, 2005, p. 44 e ss.
[9] GIL GIL, Alícia. Derecho penal internacional. Madri: Tecnos, 1999. p. 67.
[11] GIL GIL, Alícia. Derecho penal internacional. Madri: Tecnos, 1999. p. 68.
[13] AMBOS, Kai; CARVALHO, Salo de. O Direito Penal no estatuto de Roma:
leituras sobre os fundamentos e a aplicabilidade do Tribunal Penal Internacional. Rio de
Janeiro: Lumen Juris, 2005. p. 100/101.
3069
[15] WAMBIER, Luiz Rodrigues (Coord.). Curso avançado de processo civil: teoria
geral do processo e processo de conhecimento. 6. ed. São Paulo: RT, 2003, v. 1, p. 92.
[16] SILVA, Carlos Auguso Canêdo Gonçalves da. O genocídio como crime
internacional. Belo Horizonte: Del Rey, 2000, p. 13.
[18] LIMA, Renata Mantovani de; COSTA BRINA, Marina Martins da. O Tribunal
Penal Internacional. Belo Horizonte: Del Rey, 2006, p. 106.
[19] BIANCHI, Giorgio. Genocídio. In: Dicionário de Política. 5. ed. Brasília: Unb. São
Paulo: Imprensa Oficial do Estado, 2000, p. 543.
[21] ARAÚJO, Luis Ivani de Amorim. Direito internacional penal: delicta iuris
gentium. Rio de Janeiro: Forense, 2000, pp. 112-113.
[23] JARDIM, Tarciso Dal Maso. O Tribunal Penal Internacional e sua importância
para os direitos humanos. In: O que é o Tribunal Penal Internacional. Brasília: Câmara
dos Deputados/Coordenação de Publicações, 2000 (Série ação parlamentar, n. 110, pp.
15-33).
[28] MELLO, Celso Renato D. Albuquerque. Direito penal e direito internacional. Rio
de Janeiro: Freitas Bastos, 1978, p. 103.
3070
[30] SUN TZU. A arte da guerra. São Paulo: Cultura, 1994.
[31] MELLO, Celso Renato D. Albuquerque. Direito penal e direito internacional. Rio
de Janeiro: Freitas Bastos, 1978, p. 103.
[34] JARDIM, Tarciso Dal Maso. O Tribunal Penal Internacional e sua importância
para os direitos humanos. In: O que é o Tribunal Penal Internacional. Brasília: Câmara
dos Deputados/Coordenação de Publicações, 2000 (Série ação parlamentar, n. 110, p.
26). In: MAZUOLLI, Valério de Oliveira. Tribunal Penal Internacional e o direito
brasileiro. São Paulo: Premier Máxima, 2005, p. 55.
< http://emersonmalheiro.blogspot.com/2008/06/ausncia-de-definio-do-crime-de-
agresso.html>. Acesso em: 7 jan. 09.
“Terrorism has existed, in one form or another, in many societies for as long as history
has been recorded. The differences between its various manifestations, however, have
been as to methods, means, and weapons. As the means available to inflict significant
damage to society improve, the harmful impact of terrorism increases. And as weapons
of mass destruction become more accessible, the dangers to the world community
increase”.
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