O Julgamento de Nuremberg foi um marco que retrata os horrores da 2ª
guerra mundial e suas atrocidades. A partir do relato dos fatos contidos no filme, baseado em fatos reais, foi que a humanidade pode realmente dimensionar a barbárie que Hitler e seus seguidores cometeram contra a humanidade, principalmente aos judeus. Isso por se considerarem uma raça superior. Em Nuremberg, na Alemanha, após a segunda guerra, foi montado um tribunal Militar internacional para julgar os crimes de guerra cometidos pelo alto escalão nazista subordinado a Hitler. Durante esse julgamento que chegou a durar quase um ano, foram juntas diversas provas e testemunhos para a condenação dos envolvidos no holocausto. Holocausto foi o nome dado a maior carnificina, ao extermínio humano no século XX, foi a maior atrocidade contra a humanidade e, portanto, não poderia ficar impune. Os alemães perpetraram inúmeros crimes contra a humanidade. No filme, é citado que eles, infringiram a Convenção de Genebra e Convenção de Haia, com sede, na Holanda, tribunal, que julga criminosos de Guerra. Esse foi o primeiro julgamento em que uma nação foi julgada por crimes contra outras nações, mostrando através das filmagens reais das carnificinas dos campos de concentração que o homem realmente é lobo do homem. Raça insana que aniquila os seus. Os réus alemães foram julgados (menos Adolf Hitler e outros que haviam se matado anteriormente) e, em sua maioria condenados, alguns a força, outros a prisão perpétua, outros a prisão de anos e alguns poucos foram absolvidos. O filme retrata que a guerra é um ato insano e cruel, pois só quem sofre com isso são as minorias e o povo. Os que comandam as guerras estão, em sua maioria, senão todos, no alto escalão social e político, livre de todas as mazelas e horrores advindas da mesma. Todas as atrocidades cometidas pelos alemães durante a 2ª guerra foram cometidas em nome da lei. A lei autorizava todas as atrocidades. O ministro da justiça do estado nazista do Reich alemão em 1943 fez um decreto que dizia mulheres estrangeiras podem abortar. O estado nazista não protege a sua vida intrauterina, pode abortar à vontade. Mulheres da raça ariana não podem, pois é crime, o produto da sua concepção pertence ao estado não a elas. Isso nos dá um exemplo de como a aplicação da lei sem interpretação pode trazer graves distorções. Diante disso, depois da segunda guerra, Hans frisou que: o direito penal não está nos livros, nas bibliotecas eruditas, nem nos discursos dogmáticos. O direito penal, antes de ser uma ciência jurídica, é uma ciência social. O direito penal tem os pés fincados no direito social e o operador do direito deve ter o referencial sociológico na sua pauta de interpretação. Não dá para analisar um fato a luz de um direito que pune e castiga desconsiderando os aspectos sociais contextuais e políticos. Por isso Hans Welzel, após a 2 guerra mundial, resolveu acrescentar a sua teria finalista que diz que fato típico é composto de subsunção formal, mas dolo ou culpa, mais um elemento na sua fase pós finalista o elemento social. Fato típico é sempre um fato doloso ou culposo descrito em lei como crime, desde que produza um dano socialmente relevante. O dano socialmente relevante passou a ser mais um elemento do fato típico. Com isso, passamos a ter a teoria social da ação, ou seja, crime é todo fato definido em lei como tal, praticado mediante dolo ou culpa que seja considerado socialmente inadequado. Por isso nós passamos a ter então no quadro dogmático pós 2ª guerra mundial o crime dividido em três etapas: fato típico antijurídico/ilícito e culpável. O fato típico passa a ser composto de três elementos dolo culpa subsunção formal e dano socialmente relevante na ilicitude ou antijuridicidade as suas causas de exclusão: legitima defesa, estado de necessidade, estrito cumprimento do dever legal e exercício regular do direito; por fim vem a culpabilidade composta de imputabilidade, consciência da ilicitude e exigibilidade de conduta diversa.