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INSTITUTO ESPERANÇA DE ENSINO SUPERIOR - IESPES

CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO


Disciplina: Direitos Humanos
Docente: Ramon Santos
Discente: Daniel Cunha Leão
Turma: Segundo semestre (Vespertino)

RESENHA: Julgamento de Nuremberg

O filme documenta os detalhes do Julgamento de Nuremberg, julgado


mediante um Tribunal Internacional criado para julgar os crimes de guerra cometidos
por militares nazistas, o tribunal julgou 22 pessoas. As principais acusações eram:
Conspiração, crime contra paz e atos de agressão, crimes de guerra, crimes contra
a humanidade perseguição e extermínio. Os réus do caso Nuremberg estavam todos
diretamente associados ao partido Neonazista comandado por Adolf Hitler, dentre
eles estavam ministros, generais, comandantes, banqueiros, jornalistas, médicos e
cientistas, todos detiveram de significativa importância pra o extermínio de quase 6
milhões de judeus dentro e fora dos campos de concentração. A acusação sobre os
crimes previamente citados se baseava justamente na ativa participação dos
acusados a promover, divulgar ou financiar as atrocidades cometidas por Hitler.

Primeiramente o julgamento se contextualiza perante um cenário de


destroços pós guerra, o palácio da justiça escolhido para sediar o julgamento
localizado na cidade de Nürnberg na Alemanha foi palco para os debates, mesmo
tendo sido alvo da guerra nazista, o palácio se perpetuava firme. O Tribunal era
constituído por representantes da Grã-Bretanha, União Soviética, Estados Unidos e
da França, tendo o interesse em comum pelo acordo de criação do Tribunal, firmado
em 1945. A tribuna de juízes que atuaram no processo era constituída por juízes
norte americanos, ingleses, franceses e russos, ambos selecionados conforme a
legalidade do tribunal. O promotor norte-americano Robert Jackson liderava a
acusação juntamente com os demais integrantes, Jackson visava a condenação dos
réus principalmente para o estabelecimento de uma jurisdição para julgamentos
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internacionais, o julgamento carregava um simbolismo de criminalização das ações


cometidas por todo o partido neonazista contra a população judaica, sendo
estabelecido assim a nível internacional a criminalização de tais atitudes para que se
perpetuasse os direitos humanos que outrora haviam sido violentamente negados a
população semita.

Jackson inicia a acusação com uma avalanche de documentos altamente


comprometedores sobre as atrocidades cometidas pelo partido neonazista no qual
os réus faziam parte, atrocidades essas que estavam devidamente catalogadas com
riqueza de detalhes, todas as leis, declarações, ordens militares, pesquisas
científicas, até mesmo diários disponibilizadas a análise foram utilizados como prova
pela promotoria norte-americana, com intuito de chocar a tribuna mediante as ações
tomadas durante o holocausto e executadas pelos réus, seja ela de forma direta ou
indireta, a promotoria não buscava estabelecer um nível de culpa diante os fatos,
mas sim determinar que todos os réus fizeram parte de uma cadeia de atrocidades
sustentada por uma ideologia vaga de soberania, todos eles se faziam conscientes
das suas decisões, seja eles soldados treinados para obedecer ordens ou cientistas
contratados para executar um trabalho, todos eles possuíam o domínio de distinguir
as violações brutais cometidas pelo partido neonazista, porém escolheram seguir em
seus postos dentro do partido fortalecendo o extermínio de uma população.

A prova documentada em vídeo, mostrando a realidade do holocausto vivido


pela população judaica, onde pilhas e pilhas de corpos eram coletadas e
descartadas, e pessoas eram reduzidas a mero nada tendo suas vidas destruídas, e
seu corpo violado, evidenciaram a gravidade das acusações apresentadas pela
promotoria, onde os réus jamais poderiam se abster da responsabilidade de suas
ações, muito menos alegar desconhecimento dos acontecimentos.

A defesa se constituiu basicamente na invalidação da culpa dos réus,


segundo eles todas as acusações de baseiam nas atitudes de um sistema no geral
não apenas nas dos réus, para a defesa eles estavam apenas cumprindo um papel
de subordinação no qual os obrigava a executar suas funções dentre o partido
neonazista, porém a escassez de provas que viessem atestar o testemunho dos
reus e a própria materialidade do massacre cometido pelos mesmos culminaram
mas condenações estabelecidas pelo tribunal.
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Mesmo tendo várias nuances perante a responsabilidade de cada réu, alguns


se destacavam por exercer uma função mais relevante dentre o partido neonazista,
tal qual o comandante da força aérea, Luftwaffe, presidente do Parlamento alemão e
ministro da Prússia, Herman Göring foi uma das faces do julgamento, sua
responsabilização era eminente mediante as diversas provas reveladas ao juizado,
por exercer elevada relevância durante o holocausto, diversos foram os crimes
cometidos por ele contra a comunidade judaica, o mesmo instaurou leis, comandou
operações de ataque, além das diversas declarações antissemitas proferidas por
ele. Herman, assim como a maioria dos réus, compartilhava dos mesmos ideais de
Hitler onde a soberania alemã era premissa para o extermínio semita, segundo ele
não se podia questionar as decisões de um superior uma vez que isso poderia lhe
levar à morte ou ao desmembramento do partido, porém apesar da tentativa falha de
se abster da culpa diante do discurso de ordenamento militar estabelecido no
exército nazista, Herman foi condenado à morte juntamente com outros 12 réus, por
colaborar, executar e fomentar os massacres realizados pela SS (Schutzstaffel)
durante a guerra, ambos os réus detinham de discernimento suficiente para
distinguir a regularidade de suas ações, eles eram capazes de identificar que os
ideais nazistas eram totalmente infundados.

Jackson em seu discurso final delibera sobre o princípio do debate que havia
se instaurado no tribunal, os réus detinham sim do conhecimento pleno de suas
ações, assim como eram capazes suficientemente de intervir e não corroborar com
as ações de Hitler, segundo Jackson os réus fomentaram o ego de um homem sem
escrúpulos, e o ajudaram a construir uma ideologia supremacista baseada no mero
prazer, Hitler não passava de um homem qualquer que conseguiu convencer gente o
suficiente para financiar suas atrocidades e executar suas vontades, os réus foram
instrumento usado para que tais vontades se concretizassem, através deles Hitler
conquistou e dizimou centenas de vidas judaicas. A sentença de morte jamais
apagaria a macha histórica causada pelo holocausto nem a dor e sofrimento de uma
população inteira que foi exterminada pelo partido neonazista, porém através deste
julgamento um marco histórico foi estabelecido, um marco de justiça as vítimas e de
garantias de direitos humanos como plano fundamental do funcionamento social
dentre qualquer comunidade de quaker etnia e nacionalidade existente no mundo.

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