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Introdução 

 
Embora sejam cotidianas as notícias acerca de diversos litígios ao redor 
do mundo, o recurso à guerra é expressamente vedado pelo Direito 
Internacional. Ainda que sejam admitidas exceções a essa proibição, 
diversas são as normas que buscam regular os conflitos internacionais, 
sob o arcabouço do Direito Internacional Humanitário (DIH). Os crimes de 
guerra incluem diversas condutas proibidas e são alvos de muitos debates 
e polêmicas. 
 
Primeira Guerra Mundial e suas Violações: 
 
A primeira guerra mundial foi um período de extrema tensão no continente 
europeu. As Investidas imperialistas na África fomentaram o conflito entre 
as grandes potências europeias, o qual foi deflagrado pelo assassinato do 
Arquiduque Francisco Ferdinando e da recém formada tríplice aliança, 
poderosa união do Império Alemão, Italiano e Austro-Húngaro. 
 
“Nunca pense que uma guerra, sendo justificável ou necessária, não será 
um crime”. A frase de Ernest Hemingway explicita bem o decorrer da então 
chamada “Grande Guerra”. O homem nunca tinha se envolvido em uma 
disputa tão tecnológica quanto agora, e os interesses tinham atingidos 
outros patamares. Chegamos enfim a parte mais emblemática, e a visão 
que basicamente todos têm, da Grande Guerra. Ataques de Gás, 
Trincheiras Insalubres e as atrocidades da terra de ninguém. 
 
Trincheiras: 
A Trincheira média britânica tinha 1.90 a 2.5 metros de profundidade, 
menos de 1.5 de largura e 0 sanitização ou algum cuidado com os 
homens. Não eram casos fora do comum, ocorrências de doenças dadas a 
inundações mal contidas, pragas que rapidamente se espalhavam ou aos 
montes de corpos de irmãos caidos.   
 
 
Segunda Guerra Mundial 
 
Ao final da Segunda Guerra Mundial, o mundo despertou do horror com 
uma destruição que nunca havia conhecido: 60 milhões de mortos e uma 
nova forma de crime, o extermínio industrial de todo um povo, para o qual 
foi preciso criar uma palavra, g​ enocídio​. O então primeiro-ministro 
britânico, Winston Churchill, p
​ ropôs fuzilar sem julgamento os líderes 
nazistas à medida que fossem capturados.​ Ao final, o direito se impôs, e 
foram abertos os processos de Nuremberg, durante os quais f​ oram 
julgados e condenados​ os 24 principais dirigentes do regime de Hitler que, 
ao contrário do seu líder, haviam sido capturados com vida. 
 
O conceito de ​Crimes de Guerra ​só surgiu mesmo após o conflito
mundial e a revelação das ações exageradas. A partir de então, surgiram
leis internacionais que se destinavam a condenar tais ações. Já nos anos
de 1945 e 1946, o ​Tribunal de Nuremberg ​julgou e condenou os
nazistas por seus crimes cometidos na Segunda Guerra Mundial. Na
ocasião, foram executados doze líderes nazistas. Da mesma forma, um
tribunal julgou e condenou sete comandantes japoneses à morte em
Tóquio, em 1948. 

Mas após vários j​ ulgamentos em Nuremberg​ contra criminosos m ​ enos 


relevantes​ e processos em países que haviam sofrido de forma 
especialmente dura a crueldade hitlerista, como a Polônia, os casos foram 
esfriando, e m​ uitos nazistas conseguiram fugir​ para a Espanha ou a 
América Latina através dos famosos caminhos dos ratos. A ​ queles que 
tiveram um papel menos destacado simplesmente voltaram para a sua 
vida cotidiana na Alemanha e conseguiram ficar de fora do radar durante 
décadas.​ É verdade que Adolf Eichmann, um dos arquitetos do Holocausto, 
foi capturado em 1960 na Argentina pelo Mossad, o serviço secreto de 
Israel, país que o levou a julgamento; mas Josef Mengele, o sádico médico 
de Auschwitz, afogou-se no Brasil em 1979, e Ante Pavelic, o ​ dirigente do 
Estado genocida croata responsável por milhões de mortes de sérvios e 
judeus, morreu tranquilamente​ na Espanha em 1959. 
 
Um outro exemplo de crime de guerra que aconteceu durante a segunda 
guerra mundial foi a Batalha de Berlim , que aconteceu quando os soviéticos , 
já no final da guerra, invadiram a capital alemã. C
​ om os soviéticos 
conquistando a capital alemã, iniciou-se um frenesi de ataques contra a 
população local, com saques e estupros em massa acontecendo. Antony 
Beevor afirma que as demonstrações de violência dos soviéticos em Berlim 
foi menor do que a demonstrada em outros locais, no entanto, ainda assim, 
estima-se que até 1​ 30 mil mulheres podem ter sido estupradas​ por soldados 
soviéticos, muitas das quais foram estupradas por diversas vezes 
 
Já do outro lado da guerra , no oceano pacífico, o ataque do Japão a base 
americana de Pearl Harbor. O objetivo do Japão com o ataque realizado em 7 
de dezembro de 1941 era a destruição completa da frota naval americana no 
Pacífico, o que garantiria ao Japão caminho livre para expandir-se.O ataque – 
comandado por ​Chuichu​ ​Nagumo​ – a Pearl Harbor, apesar de ter pego os 
americanos de surpresa e gerado um número alto de destruição e mortes foi 
mal executado. O ataque afundou alguns importantes navios americanos, 
mas esteve longe de destruir totalmente a frota naval no Havaí. 
A consequência do ataque foi a retaliação por parte dos americanos ao 
realizarem os primeiros ataques nucleares da historia as cidades de 
Hiroshima e Nagasaki, que geraram um total de 180 mil mortos. Muitos, por 
sorte, sobreviveram sem nenhum tipo de ferimento ou com ferimentos leves. 
Entretanto, não somente o calor da bomba fez mortos. A ​radiação​ foi um 
inimigo que perseguiu ferozmente os sobreviventes. 
A  quantidade  de  radiação  espalhada  por  ambas  as  cidades  era  grande 
demais para o corpo humano resistir. 

A despeito do último esforço que a Alemanha acaba de lançar contra 


guardas de Auschwitz, já nonagenários, e da Operação Última Chance, do 
Centro Wiesenthal, quando completam-se 70 anos do suicídio de Hitler, em 
30 de abril, e do final da II Guerra Mundial, em 8 de maio, ​tanto os 
historiadores como os caçadores de nazistas concordam: muitas vítimas 
não tiveram justiça.  
 
Os motivos são numerosos:​ o início da Guerra Fria, a impossibilidade de 
perseguir a todos os que cometeram atrocidades, porque seu número era 
imenso, a necessidade que a sociedade alemã sentiu de esquecer o 
assunto… 
 
“Os Julgamentos de Nuremberg foram pensados somente para os líderes 
nazistas”, assegura Efraim Zuroff, um dos últimos caçadores de nazistas 
do Centro Simon Wiesenthal. “​Seu objetivo nunca foi levar à justiça todos 
os criminosos de guerra nazistas, o que era uma missão impossível porque 
seu número era enorme”​, prossegue Zuroff, que reconhece que “​a guerra 
fria teve um efeito muito negativo” na busca de criminosos​. Alguns, como 
Klaus Barbie, foram ​recrutados pelos serviços secretos norte-americanos 
para utilizar a formação que possuíam. 
 
A magnitude dos crimes é difícil de imaginar:​ os campos de extermínio, os 
campos de concentração, os Einsatzgruppen que fuzilaram centenas de 
milhares de pessoas no Leste, os assassinatos de reféns, as torturas, as 
leis raciais, as atrocidades de todo tipo em dezenas de países. ​Crimes que, 
conforme o passar dos anos, são cada vez mais difíceis de provar em um 
tribunal, com o desaparecimento das testemunhas ou a degradação de sua 
memória. D ​ e fato, um dos casos mais famosos, o de ​John Demjanjuk​, 
baseou toda sua estratégia de defesa em não ter sido ele, que todas as 
testemunhas que diziam reconhecê-lo se confundiram. Cidadão ucraniano 
que fugiu aos Estados Unidos depois da guerra, sempre afirmou que era 
um refugiado inocente. F ​ oi condenado à morte em Israel ​nos anos oitenta 
acusado de ser Ivan o Terrível, um sádico guarda do campo de extermínio 
de Treblinka responsável por milhares de mortes. Cinco anos depois, 
entretanto, o ​ Supremo Tribunal retirou sua condenação:​ não era Ivan o 
Terrível, apesar de continuar sendo suspeito de genocídio. Foi finalmente 
condenado em Munique​ a cinco anos de prisão por ter sido guarda do 
campo nazista de Sobibor. Morreu em 2012. 
 
Sua sentença foi especialmente importante, não somente por encerrar um 
caso icônico da busca de antigos nazistas, mas, sobretudo, por ​abrir um 
precedente importantíssimo​ que permitiu o processo de 12 antigos 
guardas de Auschwitz na Alemanha​, de 88 a 100 anos: os juízes 
decretaram que s ​ omente o fato de terem trabalhado em um campo de 
extermínio é um crime em si​, ainda que não tenha sido demonstrado que 
tenham participado diretamente em assassinatos ou torturas. 
 
Os historiadores calculam que por volta de ​6.500 guardas passaram​ por 
Auschwitz. Na Alemanha, 43 SS foram julgados, ​nove foram condenados à 
prisão perpétua​, ​25 foram enviados à cadeia​ e o r​ esto foi absolvido​. 
Segundo recontagem do historiador Andreas Sander, desde 1945 os 
tribunais alemães ​emitiram 6.656 condenações relacionadas à guerra,​ por 
crimes que vão desde perjúrio até assassinato, ainda que 9 ​ 0% das penas 
tenham sido inferiores a cinco anos​. Cálculo do Centro Wiesenthal afirma 
que, desde Nuremberg, ​106.000 soldados alemães ou nazistas foram 
acusados de crimes de guerra, 13.000 foram declarados culpados e mais 
ou menos a metade sentenciada.​ Não existe nenhum cálculo das pessoas 
que possam ter participado em crimes de guerra, ainda que o grande 
historiador da II Guerra Mundial Max Hastings os numere “em várias 
centenas de milhares”. 
 
Fontes 
https://guiadoestudante.abril.com.br/blog/atualidades-vestibular/entenda-o-q
ue-sao-os-crimes-de-guerr/ 
https://www.google.com.br/amp/s/brasil.elpais.com/brasil/2015/04/28/inter
nacional/1430235800_289828.amp.html 
https://www.infoescola.com/direito/crimes-de-guerra/ 
https://brasilescola.uol.com.br/historiag/efeitos-das-bombas-atomicas-sobre
-hiroshima-nagasaki.htm 
https://www.historiadomundo.com.br/idade-contemporanea/batalha-berli
m-queda-nazismo.htm 
 
 
 

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