“A Trajetória do Genocídio Nazista” é um documentário produzido pelo Museu
Memorial do Holocausto dos Estados Unidos, em parceria com a UNIC Rio
para a distribuição com legendas em português. A produção de pouco menos de 40 minutos tem como objetivo retratar a ascensão do nazismo na Europa, incluindo suas motivações que se estendem desde o fim da Primeira Guerra Mundial, com ênfase especial à perseguição aos judeus durante o Holocausto. Com início na chamada Belle Époque, a Primeira Guerra Mundial foi um conflito completamente devastador aos envolvidos, em decorrência do enorme número de baixas e a quebra da economia de todos os países que nela participaram. No fim do conflito, foi assinado o Tratado de Versalhes, que culpava a Alemanha por toda a guerra, além de diminuir seu poder e produção bélica, 13% de seu território e dando a obrigação ao país de pagar indenizações. Essa situação de humilhação perante o resto da Europa na qual o Tratado deixou a Alemanha foi crucial para a ascensão do nazismo 20 anos depois. Com uma economia desestruturada após o fim da Primeira Guerra, anos depois a crise de 29 piorou ainda mais a situação econômica no país, que combinada ao rápido crescimento urbano levou Adolf Hitler, líder do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, a tentar derrubar o governo, levando à sua prisão. No tempo que passou preso, a história e julgamento de Hitler conferiu a ele vários seguidores e admiradores, além de ter escrito o livro “Mein Kampf”, que organizava e expunha as principais ideologias que marcaram o nazismo. Após os poucos anos de prisão, Hitler e seus seguidores fundaram um jornal com o fim de disseminar os ideais descritos em “Mein Kampf”, hipnotizando a população com soluções para a crise da Alemanha enquanto escondia os lados mais radicais de suas ideias. Assim, o Partido Nazista cresceu em aprovação e apoio popular, mas ainda assim não ganhou nenhuma eleição. Apesar dessa série de derrotas, o presidente Paul Von Hinderburg convidou Hitler ao cargo de Chanceler da Alemanha em decorrência de sua fama entre a população. Pouco tempo depois, um incêndio criminoso no Parlamento alemão teve apontado como principais culpados os comunistas, e com o desespero de uma ameaça comunista o presidente assinou um decreto que revogava os direitos civis básicos e proteções constitucionais, dando margem à polícia alemã de iniciar uma série de operações para a perseguição de líderes políticos da oposição e enviá-los aos recém-construídos campos de concentração. Posteriormente, a reabertura do Parlamento veio com propostas de reconectar o país ao antigo Império Alemão, consolidadas após a morte de Hinderburg em 1934, elevando Hitler ao cargo de Führer e Chanceler do Reich e iniciando o período da ditadura nazista, marcada por medidas que reestruturaram a economia da Alemanha e o retorno do alistamento militar e produção bélica em 1935, contrariando o Tratado de Versalhes e levando à prometida reestruturação e fortalecimento da Alemanha, o que fez a população relevar e, em alguns casos, concordar as políticas radicais nazistas. Em setembro de 1935, na reunião do partido nazista em Nuremberg, novas leis raciais foram divulgadas e impostas, visando a disseminação da “raça pura” através da necessidade de parentesco alemão para ser considerado um cidadão do país, além da proibição do casamento entre alemães e judeus os ideais racistas começaram a ser fortemente espalhados pela sociedade, sendo até mesmo ensinados em escolas, excluindo completamente da sociedade todos os judeus, eslavos, negros, ciganos e pessoas com deficiência a perseguição aos judeus foi a mais intensa, já que esta isolou-os completamente da sociedade por meio da destruição de lojas com donos judeus e sinagogas, além da divulgação em jornais e outros meios de comunicação de que os judeus eram inferiores e amaldiçoados, além da prisão destes nos campos de concentração. Além disso, a ocupação alemã da Dinamarca, Noruega, França, Holanda, Luxemburgo e Bélgica em abril de 1940 expandiu os territórios do Reich em junho, a França se rendeu, saciando o desejo vingativo da Alemanha que vinha sendo alimentado desde a assinatura do Tratado de Versalhes, aumentando significantemente o apoio e a confiança da população alemã em Adolf Hitler. A constante ocupação alemã sobre territórios da Europa ocidental expandiu os ideais antissemitas do nazismo de maneiras ainda mais radicais, forçando os judeus a se relocarem para áreas que ficaram conhecidas como guetos. Como consequência da invasão de Hitler à união soviética, os soviéticos capturados como prisioneiros de guerra também sofreram perseguição e maus tratos desumanos. Em julho de 1941, foram autorizados todas as preparações necessárias para a chamada “solução para a questão judaica”. Nos territórios que pertenciam à Alemanha, todas as forças militares foram organizadas em esquadrões de extermínio que tinham como objetivo erradicar os judeus. A péssima qualidade de vida nos guetos, especialmente em Varsóvia, levava à morte de milhares de judeus. Posteriormente na Guerra, eram oferecidas aos moradores dos guetos propostas de transporte a “assentamentos” no leste europeu, que teriam melhores condições de vida para os judeus o transporte era feito em trens com ausência de comida e água aos transportados, que levava à morte de muitos deles antes do destino final: os campos de extermínio que foram estabelecidos, como Auschwitz, onde os judeus eram obrigados a trabalhar, submetidos a testes em laboratórios e, posteriormente, mortos em paredões de fuzilamento, câmaras de gás ou fornos, levando ao número de mais de 3 milhões de mortos apenas nesses campos. Ao fim da Segunda Guerra Mundial, os Aliados se depararam com toda a crueldade e condições de subvida dentro dos campos de concentração, à medida que penetravam nos territórios controlados pela Alemanha até a desestruturação do domínio nazista com o suicídio de Adolf Hitler. Os soldados que libertaram os campos narram a situação de desespero das vítimas, que eram, em sua esmagadora maioria, judeus, encontrados em completa situação de trauma e choque. O Holocausto deixou cerca de 6 milhões de mortos, marcando o maior genocídio da história e deixando para as próximas gerações um trágico conto sobre preconceito e resistência, que será perpetuado pelos diversos museus e monumentos em homenagem a todos os que sofreram por esse episódio, mas principalmente pelas vítimas que sobreviveram e seus descendentes.