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• Vantagens:
Por outro lado, tem custos mais baixos, pois no fundo aproveitam-se as instalações que já
existem, já há uma logística preparada, só vindo os juízes de fora;
Pode-se fazer isto em países que não tenham subscrito o Estatuto de Roma do PBI, podem-se
julgar pessoas que não cabiam na jurisdição, etc.
No Cambodja haviam minorias de etnia chinesa e vietnamita e então vieram contra essas emis,
dando-se uma carnificina;
1999 - A ONU recomenda que seja fora do Cambodja e o governo considera isto um atentado à
sua soberania;
2001 – Jurisdição
No Cambodja, o genocídio foi cometido entre pessoas da mesma etnia, língua, cultura e
religião, sendo um auto-genocídio, extravasando os limites (positivados) da convenção de
genocídio. Não se poderá, portanto, chamar a isto de genocídio, mas crime contra a
humanidade.
Guerra civil de 1991 - Frente unida revolucionária (apoiado pelo Presidente Liberiano Charles
Taylor e por Muammar Qadahfi) contra o Exército da Serra Leoa. Combate contra a classe
política corrupta e etilista ou luta pelo controlo das minas de Diamantes? (ver filme diamantes
de sangue)
Jurisdição pessoal: Responsáveis máximos pelos crimes cometidos, membros das missões de
paz da ONU e ECOWAS, menores entre 15 e 18 anos
Ne bis in idem (Ninguém pode ser julgado duas vezes por um mesmo crime);
Dificuldades criadas pelas amnistias e imunidades concedidas pelos acordos de Lomé de 1999.
É de chamar a atenção para uma doutrina que envolvia o brasil no tribunal (…)-americano dos
direitos do homem.
Do ponto de vista do direito internacional penal e dos direitos humanos, as amnistias daqueles
que cometem crimes contra a humanidade não são válidas.
A constituição da serra leoa concede habeas corpus no caso de detenção por crimes
perdoados.
Os chefes de Estados (Charles Taylor) não podem invocar a imunidade de jurisdição diante dos
Tribunais internacionalizados – Tribunal de Recurso.
Os Estados não têm legitimidade processual passiva, não podem ser demandados, ou seja, não
podem ser julgados no Tribunal Internacional Penal. A unidade primária do direito
internacional traduz que só os indivíduos podem ser demandados perante o Tribunal
Internacional Penal.
Já o Tribunal Internacional de Justiça, julga Estados. Os indivíduos não podem ser demandados
perante o Tribunal Internacional de Justiça.
(Ir buscar à secção de textos, caso não tenha nos textos fundamentais: Direito Internacional
Público e Responsabilidade internacional dos Estados; Memorando da Organização Mundial de
Comércio, MERL; Trazer também, para as aulas, os textos fundamentais e a CRP.)
Quem pode ser demandado no TPI? Nunca os Estados, pois não têm legitimidade processual
passiva perante o tribunal, mas apenas os indivíduos.
2 situações distintas mas que podem coincidir: o mesmo facto pode originar 2
responsabilidades distintas
Caso prático
Cenários desagradáveis do qual resultam dois processos com a intervenção de duas jurisdições
ou tribunais distintos:
Dica - Ver sempre que o mesmo facto pode dar origem a dois tipos de atuações perante o TIJ
ou o TPI.
Implicações económicas:
A Europa considerava isso uma ameaça à segurança da Europa. Isso vai começar a mudar no
séc. XV quando portugueses e espanhóis começam os seus descobrimentos, em busca de uma
rota que permita ao sector cristão, por um lado, levar a fé cristã a todo o mundo e conter o
avanço do islamismo na Europa. Por outro lado, desejavam retirar aos islâmicos o controlo das
rotas comerciais e o poder monetário que lhes permitia tornarem-se poderosos militar e
politicamente.
O objectivo era, apos o papa dividir os mares em 1484 e o Tratado de Tordesilhas, levar a fé
ma procurar caminhos alternativos para controlar a economia.
Grandes companhias comerciais e rivalidades, onde no séc. XVII, Adam Smith vai escrever um
livro sobre a natureza e causa da Riqueza das Nações e criticar essa teoria mercantilista,
defendendo que teríamos era de expandir as trocas comerciais, procurando racionalizar e
secularizar a economia.
Com as épocas napoleónicas, novas rivalidades, a Santa Aliança e nova rivalidade na Europa no
séc. XIX. A certa altura, após a Guerra dos 7 Anos, as Guerras Franco-Porceanas, os europeus,
em 1835, convocam uma Conferência em Berlim decidem fazer uma divisão por todos para
terminar as guerras que duravam há séculos. Isto gerou descontentamento para as partes. O
pretexto para iniciar nova guerra seria o assassinato do sucessor ao trono austro-húngaro. O
objectivo era os alemães vencerem os ingleses e os franceses.
Após a I Guerra Mundial, a II. Os judeus são perseguidos, dá-se o Holocausto e em 1948 dá-se
o reconhecimento do Estado de Israel.
- Acordo de Bretton Woods, 1944 – Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Mundoal
(BM) (…)
Em 6 de abril de 2011 o cidadão croata Davor Ive Khock foi detido pelas autoridades policiais
na capital Zagrev. Este cidadão tinha sido indiciado pela prática de crimes de guerra e de
crimes contra a humanidade, tendo o procurador do Tribunal Internacional dado início a um
inquérito sobre os referidos crimes, no dia 4 de janeiro de 2011. Paralelamente, o Ministério
Público do Estado da Croácia abrira um inquérito em 12 de fevereiro de 2011, respeitante à
prática daquele tipo de crimes pelo cidadão Ive Kock, e que conduziu à sua detenção no dia 6
de abril de 2011. Hoje, junho de 2011, o cidadão em causa é notificado para ser interrogado
pelo juiz de instrução criminal de primeira instância de Zagrev.
Estamos perante uma situação específica de responsabilidade penal internacional que nos leva
à aplicação do Estatuto de Roma do TPI. O Estatuto de Roma foi concluído em 1998 e, após as
necessárias ratificações, entrou em vigor em 2002. O Estatuto do TPI é uma convenção
internacional, um tratado internacional que foi produzido no âmbito de uma conferência
diplomática – artigo 38º do Estatuto do TPI e artigos 1º e 2º da Convenção de Viena.
Vamos fazer intervir, neste caso, o TPI, o estatuto que o cria e que o regula, nomeadamente
que regula o processo no TPI. Quando falarmos de direito internacional penal e do TPI em
particular estamos no âmbito de matéria jurídico-internacional que respeita à protecção dos
direitos humanos e (…)
Por um lado, o direito internacional penal quer referir que se impõe a tutela e protecção dos
direitos da pessoa humana (jurisdicional) contra as ofensas mais graves à dignidade das
pessoas com âmbito internacional – necessidade de protecção dos direitos humanos contra as
ofensas que são perpretadas por outros sujeitos. Por um lado, a dimensão da protecção da
pessoa humana (reforço da ideia de que o indivíduo é o principal sujeito de direito
internacional e, em segundo lugar, quando se responsabiliza criminalmente esse mesmo
indivíduo no plano internacional pela prática desses crimes, estamos também a elevar a
personalidade jurídico-internacional, mas no âmbito pacífico.
Também é o indivíduo que é criminalizado, que vem a ser punido pela prática desses crimes e
a prova disso é um conjunto de normas que encontramos no Estatuto do TPI e no Estatuto de
Roma. O que está em causa é obviamente a protecção dos direitos humanos contra os
atentados/crimes, com uma responsabilização individual do indivíduo, o que leva à sua
criminalização e punição.
Antes de chegarmos a 2002 (entrada em vigor do TPI), tanto Portugal como o Brasil
ratificaram o estatuto do TPI, o que significa que prestaram o seu consentimento perante a
ordem jurídica internacional.
Toda a jurisdição internacional nunca é uma jurisdição compulsória. Qualquer decisão de uma
jurisdição internacional, para ser efectivada, necessita do consentimento desse estado –
Princípio da Consensualidade. É este princípio que está na base do acordo que é o Estatuto de
Roma e que foi, por isso, ratificado por Portugal e pelo Brasil.
Em 2003 foram nomeados os primeiros juízes para o TPI. Isto significa que o próprio TPI, no
âmbito do Estatuto, contempla um órgão sui generis, que não acontece com frequência
noutros tribunais. Estamos a falar (artigo 112º do Estatuto) na Assembleia dos Estados-Parte.
O próprio TPI tem este caráter sui generis. É um tribunal consensual, convencional - criado por
uma convenção (Estatuto de Roma/do TPI) - e é neste estatuto que encontramos este órgão
sui generis que é a Assembleia dos Estados-partes), o qual só vem assinalar o caráter
convencional do Estatuto.
Artigo 112º/1 – “É constituída pelo presente instrumento uma Assembleia dos Estados- parte.”
Uma das competências desta assembleia seria indicar e nomear os juízes para o tribunal
internacional.
Tendo presente o Estatuto de Roma, podemos dizer que para além do TPI ser considerado um
tribunal convencional, dizemos que este tribunal é também um tribunal permanente, por um
lado, e por outro, complementar e subsidiário.
É importante conjugar o preâmbulo deste estatuto com o artigo 1º, o qual diz que se cria um
tribunal internacional. Este, sendo uma instituição permanente. Nos termos do artigo 3º do
Estatuto, a sede é na Haia, Holanda. O TIJ também tem sede em Haia, tal como o TPI.
A questão que se colocou é que nos tribunais de Nuremberga e Tóquio, os acusados, foram-
nos por crimes contra a paz, a humanidade, de genocídio. Esses crimes não estavam previstos
na lei. Isto significa que se colocou a questão de como seria possível julgar pessoas sem haver
um crime tipificado na lei interna à data em que a conduta foi praticada? Invocaram-se como
fundamentos de atenuantes, o facto de estar a cumprir as leis dos Estados vencidos,
nomeadamente da Alemanha.
Apesar de não haver uma norma positiva escrita internacional (a convenção sobre o genocídio
só veio em 1948), entendeu-se que pelo menos essas condutas eram negadas, deviam ser
consideradas crime de acordo com a consciência axiológico-jurídica internacional.
Os Sete Princípios de Nuremberga mostraram que há determinado tipos de condutas que não
têm de estar tipificadas para que sejam consideradas crimes e, portanto, o indivíduo deve ser
responsabilizado pela prática dessas condutas.
Segundo patamar de tribunais que foram chamados Tribunais Penais Internacionais Ad Hoc
(depois do de Nuremberga) – Ex: TI da Jugoslávia e TI de Ruanda.
Tribunal Penal nternacionalizado/híbrido significa que estes tribunais não são verdadeiros
tribunais internacionais, são tribunais nacionais de raiz. Um exemplo foi o tribunal
internacional de Timor-Leste e o Tribunal do Cambodja e da Serra Leoa. São nacionais, mas na
constituição do tribunal recrutam-se juízes internacionais. A aplicação do direito até pela
fragilidade do direito interno, é também uma aplicação do direito internacional. Nestes
tribunais não temos portanto tribunais criados ao abrigo do direito internacional que aplicam
apenas o direito internacional. Temos tribunais nacionais que aplicam direito nacional e
internacional e o são por terem juízes internacionais. Distinguem-se dos tribunais
internacionais Ad Hoc.
1998
2002 – TPI. Logo nos termos do seu artigo 1º, dizemos que em conjugação com o seu
preâmbulo, este tribunal é convencional, permanente, com jurisdição sobre as pessoas
responsáveis pelos crimes de maior gravidade com alcance nacional e será complementar das
jurisdições penais nacionais.
No anexo desta lei – artigo 1º, artigo 7º, artigo 8º, artigo 9º, artigo 10º/11; 10; 11, artigo 17º.
Quando se pratica um crime tipificado pelo direito interno de um Estado como crime
internacional, esse indivíduo venha ser julgado nesse Estado, pelos tribunais desse Estado e
com a aplicação da legislação desse Estado.