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All content following this page was uploaded by Júlio Da Silveira Moreira on 20 October 2021.
caso do conflito em Darfur, Sudão, país que não é parte, mas do qual
vários nacionais, inclusive o atual presidente, Omar al-Bashir, estão
sendo processados.
Mas para essa questão não pode ser ignorado o problema dos
membros permanentes e com poder de veto no Conselho de
Segurança da ONU. Qualquer um desses 5 Estados (EUA, França,
Reino Unido, China e Rússia) pode vetar qualquer decisão no
Conselho de Segurança, inclusive a decisão de encaminhar uma
denúncia ao TPI. Conclusão: se o criminoso for agente estatal desses
países, ou de qualquer país a eles aliado, a questão será vetada.
Volta-se ao ataque de Israel à Frota da Liberdade: o Conselho de
Segurança jamais encaminharia uma denúncia ou sanção contra
Israel, especialmente por sua aliança estratégica com os EUA.
E os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU
não têm apenas o poder passivo de vetar uma denúncia a ser
encaminhada ao TPI, mas também o poder ativo de suspender
qualquer processo no tribunal pelo período de 12 meses, na forma do
art. 16 do Estatuto de Roma.
Outro ponto problemático é o princípio da jurisdição
complementar, em que só há processo se o país do conflito não tiver
instituições políticas e judiciais suficientemente estáveis e eficientes
para conduzir um julgamento dentro dos requisitos de
imparcialidade e devido processo legal. Muitos países podem
facilmente mostrar, invocando suas “democracias” eleitorais de
fachada, que possuem regimes estáveis capazes de julgar seus
criminosos.
Referências