Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Influência do direito natural. Salvaguarda do direito dos mais fraco contra o direito do
mais forte. Afastamento da concepção positivista, meramente formalista segundo a qual
o ordenamento jurídico seria indiferente a valores éticos. Alguns direitos são superiores
ao direito positivo, posto pelo Estado.
Questões de direitos humanos consideradas como de âmbito interno até a metade do
século XX. Horrores cometidos na Segunda Guerra Mundial, internacionalização dos
direitos humanos. Ênfase na moralidade e dignidade do indivíduo. Indivíduo como fim
em si mesmo, jamais como meio.
Reconhecimento de direitos e deveres ao indivíduo que fazem com que ele seja
considerado sujeito de direito internacional, seria ainda mais efetivo se correspondesse
uma plena capacidade processual de reclamar os direitos no plano internacional.
Visto que o direito internacional contemporâneo reconhece direitos e deveres aos
indivíduos, não é possível negar aos mesmos a personalidade internacional, sem a qual
aquele reconhecimento não poderia ocorrer. Ao reconhecer direitos inerentes ao ser
humano, o direito internacional derruba o dogma positivista que pretendia reduzir
aqueles direitos apenas aos concedidos pelo Estado.
Uma vez, existia o instituto da proteção diplomática que o Estado exercitava em prol do
indivíduo de forma discricionária caso esse último tivesse sido lesado por ato de outros
Estados. Outros autores como Scelle e Lauterpacht que afirmam o indivíduo como
sujeito supremo do ordenamento internacional. Emancipação do indivíduo da tutela do
seu próprio Estado.
Foi criado o órgão do Alto comissariado da ONU com a resolução 48/41 da AGNU,
entendido para ser o órgão com a principal responsabilidade pelas atividades da ONU
ligadas a direitos humanos. Responsável por promover e proteger o gozo efetivo por
todos dos direitos, fornecendo serviços de assessoria e assistência aos governos e
diálogos com os mesmos. Faz recomendações a corpos da ONU para promover e
proteger os direitos humanos.
Elaboração dos dois Pactos de 1966, um sobre direitos civis, políticos e outro sobre
direitos econômicos, sociais e culturais. O pacto sobre direitos civis e políticos foi
aprovado pela AGNU em 1966, e aberto à adesão dos Estados mais o protocolo
facultativo referente ao pacto internacional sobre direitos civis e políticos. Os dois
pactos são os primeiros instrumentos a caráter universal contendo obrigações jurídicas
vinculantes em matéria de direitos humanos a serem respeitadas pelos Estados partes. O
protocolo facultativo permite aos indivíduos de apresentarem comunicações a um órgão
de controle específico: o comitê dos direitos humanos.
Diferença entre os direitos previstos entre os Pactos e declaração universal de 1948: o
Pacto sobre direitos civis e políticos tutela direitos coletivos também, não apenas
individuais. Exemplo: direito à autodeterminação, direitos das minorias.
Mecanismos de tutela dos direitos afirmados no Pacto: artigo 40: Estados se
comprometem em submeter relatórios periódicos ao Comitê dos direitos humanos,
órgão criado em virtude do artigo 28, composto por 18 membros que se reúnem 3 vezes
por ano em sessões de 3 semanas cada. Ele remete à AGNU um relatório anual sobre as
atividades desenvolvidas. As principais funções que possui o comitê são: análise de
relatórios apresentados pelos Estados e de comunicações apresentadas pelos Estados e
pelos indivíduos. Nesses relatórios, os Estados descrevem as medidas que tomaram para
tornar efetivas as disposições do tratado. Os relatórios são analisados e discutidos pelo
comitê juntamente com os representantes do Estado em causa, e emite observações,
ressaltando os pontos positivos e problemas detectados. O comitê não possui meios
coercitivos para obrigar os Estados a apresentarem esses relatórios, o que conta é a boa-
fé dos Estados. Esse é o único mecanismo de controle obrigatório para os Estados
partes, sendo que existem outros dois mecanismos, pelos quais é necessário que o
Estado tenha dado sua aprovação. O artigo 41 do Pacto prevê a possibilidade que um
Estado proponha recurso contra outro Estado junto ao comitê. Nesse caso, ambos os
Estados devem ter aceito a competência do comitê para esse fim. Esse sistema de
qualquer forma é pouco usado. Existe certa reticencia por parte dos Estados de queixar-
se de violações cometidas por outros Estados. Existe uma tentativa de solução amigável
da controvérsia através dos meios como bons ofícios. Se não se chega a uma solução
satisfatória, o comitê nomeia uma comissão de conciliação ad hoc, que tenta chegar a
uma solução.
Enfim, existem os recursos individuais, estabelecidos pelo protocolo facultativo. Os
estados, porém, devem ter ratificado esse documento para poder aparecer como réus.
Uma vez declarada a comunicação admissível, o comitê requer ao Estado uma
clarificação e explicação do problema e lhe pede se foi já tomada alguma medida para
resolver. É dada a oportunidade ao autor de comentar a resposta do Estado. Após isso, o
comitê envia sua resposta ao indivíduo e ao Estado supostamente infrator. Possibilidade
de adotar medidas cautelares. Não existe garantia de cumprimento: boa fé dos Estados
em observar as constatações do comitê.
O pacto sobre direitos sociais, econômicos e culturais também prevê um órgão ad hoc
criado em 1987 que supervisiona o cumprimento das obrigações previstas. Os direitos
tutelados são por exemplo o direito ao trabalho (artigo 6), direito dos trabalhadores
(remuneração justa, segurança e higiene no trabalho etc), direitos sociais
(previdenciários, assistência familiar, direito à tutela da saúde física e mental), direitos
culturais como direito à educação, sendo instrução primária obrigatória e gratuita para
todos. A natureza desses direitos é programática no sentido que o Estado se compromete
em adotar medidas para assegurar progressivamente a atuação completa desses direitos.
Diferentemente do pacto sobre direitos civis, políticos que admite derrogação de alguns
direitos em caso de emergência, esse pacto não contém essa claúsula. Nos termos 16 e
17 do Pacto, os Estados se comprometem em a apresentar relatórios descrevendo as
várias medidas que tomaram para assegurar o gozo dos direitos consagrados no Pacto.
Os estados partes também devem apresentar dados relativos a ao grau em que os direitos
são implementados e as áreas em que encontram dificuldades a este respeito. Antes da
análise por parte do comitê na sua integralidade, é um grupo de trabalho que analisa os
relatórios, desenvolvendo uma lista de perguntas escritas que são relativas as
informações constantes do relatório que posteriormente são apresentadas ao Estado
parte envolvido. O Estado deve responder às perguntas antes da discussão do relatório
perante o comitê. Após um colóquio entre comitê e Estados, o comitê formula
observações finais onde coloca os pontos positivos, os pontos problemáticos, algumas
sugestões ou recomendações. Existe também um protocolo facultativo entrado em vigor
em 2013 onde é prevista a possibilidade de comunicação individual ao comitê. O Brasil
ainda não ratificou o documento. Previstos recursos interestaduais e individuais.
Conselho da Europa (1949) Elaboração da CEDH (ass. em 1950 e entr. em vig. 1953).
14 protocolos adicionais adotados. Direitos civis e políticos. Direitos sociais,
econômicos e culturais: Carta social europeia. Mecanismo de tutela: anterior ao
protocolo 11 e posterior ao protocolo 11. 47 Estados partes, Turquia incluída.
Corte Européia dos Direitos Humanos [única corte que julga violações de indivíduos e
Estados]: instituída no âmbito da CEDH (1950). A CEDH fundamenta-se sobre o
assim denominado princípio da dupla proteção : as previsões do tratado em pauta
integram a tutela já proporcionada nos ordenamentos internos, os quais permanecem
livres em tutelar direitos adicionais ou fornecer uma proteção mais intensa no que diz
respeito aos direitos contemplados pelo próprio tratado. Cabe observar que as pessoas
protegidas são quaisquer pessoas que estejam sujeitas à jurisdição do Estado-parte em
causa, independentemente de sua nacionalidade. A CEDH é composta por três títulos,
onde o primeiro elenca os direitos e liberdades fundamentais, o segundo regulamenta a
estrutura e o funcionamento da Corte Europeia (cedh) e o terceiro lida com aspectos da
mais variada natureza, como denúncias, reservas da CEDH. Os juízes da Corte europeia
são eleitos pela Assembleia parlamentar do Conselho d’Europa, a maioria dos votos
expressos, da uma lista de três candidatos apresentada pelo Estado em questão e
permanecem em função por 6 anos. A Corte é assistida no desempenho das duas
funções por uma chancelaria e nomina o seu próprio Presidente e dois vice-presidentes e
adota o seu próprio Regulamento interno.
- Sistema anterior ao protocolo 11 (1998): comissão, comitê de ministros e
(eventualmente) Corte. Recursos individuais e estatais para Comissão. Corte era
acessada pela Comissão ou Estados. Relatório formulado pela Comissão enviado ao
comitê de ministros.
- Jurisdição da Corte apenas com aceitação por parte de um Estado da cláusula
facultativa de jurisdição obrigatória. Acesso para os indivíduos com Protocolo n. 9.
- Protocolo 11: Corte única que faz função de filtro, admissibilidade e mérito. Art 33.
Recursos estatais; art. 34: recursos individuais. Indivíduo tem direito de acesso direito e
jus standi durante todas as fases do processo.
- Presença de uma situação de prejuízo do indivíduo, condição de vítima.
- Competência consultiva e contenciosa: consultiva solicitada pelo comitê dos ministros
(nunca aproveitada).
- Funcionamento Corte: comitês (3 membros), câmaras (7 membros) e Tribunal Pleno
(17 membros).
- Condições de admissibilidade (art. 35): prévio esgotamento recursos internos; etc.
- A sentença no mérito pode ser evitada no caso em que as partes escolham de resolver
o litígio por meio de uma composição amigável, por meio de conciliação
substancialmente. Caso em que as partes não optem pela solução amigável, a Corte
procede, decidindo conforme as alegações das Partes, mas ela possui poderes
autônomos instrutorios e de inquérito. O exame do mérito conclui-se com a sentença da
Corte na qual se afirma se houve ou não violação da CEDH ou de um Protocolo. Se as
partes não requerem um reenvio ao Tribunal Pleno ou se os cincos juízes do Pleno
rejeitam a petição, a sentença torna-se definitiva a menos que possa ser revisionada
quando por exemplo se tenha descoberto um novo fato de importância decisiva. A
CEDH não faz nenhuma referência explicita à possibilidade da Corte de poder adotar
medidas provisórias, mesmo que o regulamento da Corte preveja no artigo 39 a
possibilidade de adoção de tais medidas.
- Sentença juridicamente vinculante e declaratória. Cessação do ilícito por parte do
Estado, restitutio in integrum onde possível, justa reparação em caso a restitutio
não seja possível ou apenas parcialmente; medidas ulteriores como modificações
legislativas ou reformas administrativas.
- protocolo 14: modificações durada mandato juízes (9 anos, não mais 6, juiz único,
três juízes por casos repetitivos). Protocolo 15 e 16 abertos à firma e ratificação em
2013.
- supervisão da execução da sentença pelo comitê dos ministros (artigo 46).
Enfim, entrou em vigor em 2010 o protocolo 14 o qual prevê que apenas um juiz pode
analisar um recurso sozinho quando ele é manifestamente inadmissível ou apenas três
juízes e não mais 7 podem analisar os recursos manifestamente fundados (recursos
repetitivos) ou enfim um recurso individual pode ser rejeitado quando o recorrente não
tenha sofrido um prejuízo significativo. Para concluir minha exposição, ressalto que
dois protocolos (15 e 16) foram abertos para firma e ratificação em 2013: o protocolo 15
que reduz o prazo de 6 meses a 4 desde o momento da pronúncia da sentença definitiva
em âmbito interno para recorrer à Corte e o Protocolo 16 que prevê que as Cortes de
última instância dos Estados partes possam requerer opiniões consultivas (isso antes era
competência do Comitê) acerca da interpretação ou aplicação de direitos e liberdades
enunciados na convenção europeia e em seus protocolos.
Contudo, apesar dos indivíduos ou ONGs não terem acesso direto à Corte, se a
Comissão submeter o caso a esta, as vítimas, os parentes ou representantes podem
submeter de forma autônoma seus argumentos, provas perante a Corte.
A decisão da Corte, uma vez proferida, tem força jurídica vinculante e obrigatória,
cabendo ao Estado seu imediato cumprimento.
Comissão Africana (artigo 30) existe desde 1987 e é um órgão político e quase judicial,
11 membros. Eleitos para um mandato renovável de 6 anos, por escrutínio secreto pela
conferência dos chefes de estado de governo. Promove direitos humanos e dos povos,
elabora estudos e pesquisas, formula princípios e regras, assegura a proteção dos
direitos humanos e dos povos, recorre ao método de investigação, cria relatorias
temáticas específicas, adota resoluções no campo dos direitos humanos e interpreta
disposições da Carta. Seja Estados quanto indivíduos podem interpor recurso. A
comissão aprecia relatórios que os Estados partes a cada 2 anos devem enviar contendo
as medidas legislativas e outras adotadas para efetivar os direitos e liberdades da Carta.
Falta de recursos suficientes assim como de independência dos Estados por parte da
comissão ameaça sua efetividade. ONGs possuem muita importância no sistema
africano.
O direito penal internacional é aquele ramo do direito internacional público que lida
com a responsabilidade direta penal dos indivíduos. Geralmente o direito internacional
se ocupa de direitos e responsabilidade dos Estados, enquanto o direito penal
propriamente dito lida com violações sujeitas a sanções cometidas pelos indivíduos. Na
velha comunidade internacional normalmente os indivíduos não eram diretamente
destinatários de normas internacionais. Se eles porventura se comportassem de forma
contrária ao direito internacional, enquanto particulares ou revestindo uma função
pública, podiam ser processados e condenados pelas autoridades competentes de um
Estado estrangeiro, no interior do sistema desse Estado, dada a presenças dessas
condições: a) que as normas internacionais fossem implementadas na ordem nacional do
Estado; b) tribunais possuíssem jurisdição e que tivesse um critério de conexão entre a
ofensa e o Estado (ofensa cometida no território, contra um nacional ou por um
nacional). Poucas exceções existiam: pirataria, qualquer Estado podia processar o pirata
independentemente de sua nacionalidade, nacionalidade das vítimas, território. Piratas
considerados hostes humani generis.
Inovação: Pela primeira vez Estados viram decair seu monopólio de jurisdição nacional
sobre crimes internacionais.
Normas importantes sucessivas: adoção de várias convenções internacionais: genocídio,
as 4 convenções de Genebra de 1949 e os dois protocolos de 1977. As convenções
preveem para os Estados que as adotarem a obrigação de punir as graves infrações das
convenções.
Tribunais ad Hoc: anos ’90 devido aos conflitos na Ex-Iugoslávia e Ruanda. CSNU
utilizando-se dos poderes que possui conforme capítulo VII da Carta da ONU cria dois
tribunais.
Resolução 827 de 1993 cria Tribunal para ex Iugoslávia e resolução 955 de 1994 cria o
da Ruanda.
Tribunal para ex-Iugoslávia: jurisdição sobre graves violações das Convenções de
Genebra, violações das leis e costumes de guerra, genocídio, crimes contra a
humanidade supostamente cometidos nos territórios da Ex-Iugoslávia desde 1 de janeiro
de 1991 não sendo previsto um prazo final. Primazia do tribunal para ex-Iugoslávia
sobre tribunais nacionais. Maioria dos condenados são servos ou servos da Bósnia, mas
houve também casos de condenações de outras etnias, como croatas, bósnios
muçulmanos, albaneses do Kosovo por crimes cometidos contra Sérvios e outros.
Desde 2003, esse Tribunal tem trabalhado em estrita colaboração com judiciários locais.
Entre os acusados, temos chefes de Estado, primeiros ministros, ministros do interior,
chefes do estado maior do exército, líderes políticos e militares dos mais variados
partidos. Esse tribunal persegue crimes cometidos por indivíduos de alto escalão e
hierarquia, confiando a persecução criminal de indivíduos de baixo ou médio nível à
persecução das cortes nacionais dos países da Ex-Iugoslávia.
Sede: Haia. Composição: câmaras, registro, escritório do promotor. 3 câmaras
processuais e 1 de apelação. Cada câmara: 3 juízes permanentes e juízes ad hoc eleitos
pelo CSNU. Câmaras de apelação: 7 juízes os mesmos do tribunal para Ruanda para
garantir uniformidade de jurisprudência, eleitos pela AGNU por 4 anos. 161 pessoas
indiciadas: famosos Milosevic que morreu no curso do processo, Mladic acusado do
genocídio de Srebenica, foragido e capturado na Sérvia em 2011.
Tribunal para Ruanda: crimes cometidos na guerra civil ruandês. Sede: Arusha
(Tanzânia). Primazia sobre jurisdições nacionais. Competência rationae materiae:
genocídio, crimes contra a humanidade, violações do artigo 3 comum às convenções de
Genebra e do segundo protocolo adicional supostamente cometidas em Ruanda (ou em
territórios de Estados próximos cometidas por cidadãos ruandeses); rationae temporis:
crimes cometidos entre 1 e 31 de Janeiro de 1994; rationae personae e loci: crimes
cometidos por ruandeses dentro do território do Ruanda e territórios vizinhos, bem
como cidadãos não ruandeses dentro do território ruandês. As pessoas acusadas que se
encontram em custódia do Tribunal foram presas e transferidas para diversos países.
Muitos países africanos têm cooperado com o Tribunal no desempenho de suas funções.
Mali primeiro país a ter assinado um acordo com o tribunal para providenciar os meios
para executar as decisões do tribunal. 75 processos.
Jurisprudência importante desenvolvida pelos tribunais ad hoc. Primeira vez que se
condenou alguém por genocídio: caso Akayesu. Interpretar normas antes nunca
aplicadas e preencher lacunas da parte geral do direito penal internacional.
Experiência dos tribunais híbridos ou mistos: No final da década de 90, inaugurou-se
uma experiência inédita, o dos tribunais mistos (Tribunal Especial para Camboja,
Tribunal Especial da Serra Leoa e Tribunal Especial para o Timor Leste). São tribunais
mistos no sentido de serem compostos por pessoal local e internacional e por serem
instituídos, também por acordos bilaterais com a ONU, por leis nacionais. Ideia de base
é que ao incluir nas jurisdições cidadãos e instituições do país que sofreu os crimes e ao
garantir assim uma maior proximidade e responsabilização das instituições locais, os
tribunais mistos revelar-se-iam mais eficazes em termos de pacificação e transição de
contextos de opressão ou guerra civil. Crítica: pouca imparcialidade em relação aos
tribunais ad hoc, vantagem: maior participação e informação das vítimas. Essas cortes
especiais possuem composição e regras processuais bastante diferentes. Instituído
Tribunal para Líbano, mas competente para julgar crimes comuns, não internacionais.
A execução da sanção (Parte X do Estatuto): as penas serão executadas nos Estados que
manifestaram – através de um acordo com o TPI – a disponibilidade em aceitar as
pessoas condenadas por esse tribunal.
Artigo 27 é importante: o Estatuto se aplica igualmente a todas as pessoas, sem
distinções baseadas em cargo oficial. Um chefe de estado ou de governo, qualquer cargo
oficial não será uma desculpa para eximir de responsabilidade penal a pessoa que
comete o crime nem importará em redução de pena.
Financiamento: pagamento das despesas é realizado por contribuições dos Estados
partes e recursos providenciados pela ONU, sujeitos a aprovação da assembleia geral,
em relação especialmente às despesas originadas em virtude das denúncias do Conselho
de Segurança e enfim, contribuições voluntárias de Governos, OIs, empresas, indivíduos
e outras entidades.
Promotor do TPI investigou várias situações na África com base em denúncia oferecida
pelos próprios Estados: Uganda, Congo. República centro-africana (denúncia do próprio
Estado). O Conselho de Segurança aprovou resolução sobre situação do Darfur,
Expedido mandado de prisão contra Omar al-Bashir (presidente em exercício);
Promotoria de próprio motu apresentou denúncia em relação à situação no Quênia. Em
2011, o CSNU decidiu submeter por unanimidade a situação da Líbia à promotoria do
TPI. No mesmo ano, a Promotoria próprio motu concluiu que havia uma base sólida
para abrir o processo relativo à ocorrência de graves crimes internacionais na Costa do
Marfim.
10 casos investigados atualmente (Geórgia, Uganda, Congo, Quênia, Líbia, Costa do
Marfim, República Centro-africana, Darfur, Mali).
Brasil ratificou o tratado em julho de 2000. Emenda constitucional n. 45 em 2004 que
incluiu o 4º inciso ao 5º artigo da CF, reconhecendo a submissão do Brasil à jurisdição
do TPI.