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SISTEMA DE REFERÊNCIAS

Como usar este Sistema de Refências

Este sistema de referências foi criado para oferecer in-


formações sobre diversos temas e permite constantes
atualizações. Para isso, utiliza a encadernação tipo co-
lecionador que permite a inserção de novas seções e
capítulos.

Você recebrá periodicamente novos conteúdos com ins-


truções sobre onde o material deve ser inserido. Esses
novos capítulos serão acompanhados de fichas separa-
doras, indicando que se trata de uma nova seção com
novos índices e novos temas.
Com este sistema de informação você terá, não apenas
um manual com várias seções, mas vários manuais
abordando diversos assuntos, devidamente separados
e organizados por índices específicos.

O objetivo desta iniciativa é permitir que você tenha


em mão os dados, as normas e os procedimentos ne-
cessários ao desempenho de suas funções. Para isso,
outros índices já estão em produção.

Para esclarecer quaisquer dúvidas, pedir novos exem-


plares ou fazer sugestões, entrar em contato com:
____________________________________________________
____________________________________________________
O objetivo deste manual é estabelecer os padrões técnicos mínimos, abso-
lutamente essenciais ao trabalho de fiscalização de obras em vias rurais. O
conteúdo foi baseado em estudos de especialistas e serviram de referência os
seguintes documentos:

 oteiro para Fiscalização


R
Engº Manuel Elias Aguiar - DER/MG 1974

Especificações Gerais de Obras Rodoviárias – DNIT

Recomendações Técnicas - DER/MG

Manual de Pavimentação – DNIT

Pavimentação Asfáltica – Programa Asfalto na Universidade

1
I
FASE DO DEVERES DA
TRABALHO FISCALIZAÇÃO

CONDIÇÕES GERAIS
Os órgãos rodoviários contratam o serviço de quanto à solução de problemas, todas as observações de suas funções. Visando sempre à melhor solução,
empresas particulares. No desempenho dessa função, e todas as recomendações específicas da Fiscalização. o fiscal deve ter um cuidado especial nos casos em
tais empresas são conhecidas como empreiteiras Também devem ser lançados todos os assuntos relativos que existam problemas decorrentes de imprevisão PLANEJAMENTO Ser claro. Ser objetivo. Conhecer bem o
e, neste manual, são designadas também como a às relações de trabalho envolvendo a Fiscalização e a de projeto, situação esta que exigirá dele atenção Projeto, as Especificações, as Normas, as
Contratada ou o Empreiteiro. Empreiteira. O diário será mantido sob responsabilidade às especificações. O Contrato tem como objetivo Instruções e o Contrato. Antecipar os
da Empreiteira em seu escritório local e, à medida especificar os padrões técnicos da obra e garantir problemas que possam surgir.
Uma vez contratadas, as empresas são fiscalizadas que suas folhas forem sendo preenchidas, devem ser uma boa relação entre Fiscal e Empreiteiro a fim de
pelos órgãos rodoviários, segundo as especificações, cronologicamente numeradas, datadas e rubricadas INSTRUÇÕES Ser claro, preciso e conciso. Emitir
facilitar o andamento do trabalho.
as ordens por escrito. Respeitar a
normas técnicas, administrativas e as cláusulas pelo Engenheiro Fiscal e pelo Engenheiro preposto do
hierarquia da empreiteira. Evitar atrasos.
contratuais vigentes. O trabalho de fiscalização Empreiteiro. Essa exigência está prevista no DECRETO É importante ressaltar que, em uma etapa preliminar,
é exercido por um grupo de técnicos chamado Nº 73.140, ART. 89, CAPÍTULO IV, de 09/11/73. Fiscal e Empreiteiro devem estudar em todos os seus EXECUÇÃO Não deixar faltar elementos, para não
de Equipe de Fiscalização. Essa fiscalização deve pormenores: o projeto, as normas técnicas (vide www. prejudicar a produção do Empreiteiro.
estabelecer, de comum acordo com o Empreiteiro, A Fiscalização deve acompanhar as datas de der.mg.gov.br), as especificações da obra, o edital e Manter Controle de Qualidade. Manter-
um Plano de Trabalho que possibilite a conclusão entrega das notas de serviço, o valor contratual e as cláusulas contratuais. A análise criteriosa desses se entrosado com o Empreiteiro. Atuar
de trechos contínuos, incluindo todos os serviços os prazos, tomando em tempo hábil as providências tópicos é fundamental para a execução segura do com segurança e autoridade, sem ser
regulamentares. serviço. Uma boa Equipe de Fiscalização é aquela que autoritário. Ser ético.
complementares prontos e em condições de tráfego
permanente. A liberação do tráfego permite que se consegue um serviço de boa qualidade sem prejuízo da FISCALIZAÇÃO Manter equipe de pessoal capaz e em
Apesar da natureza das responsabilidades, as funções
observe o comportamento do pavimento. No caso de produção. Ao longo de todo o processo, a equipe deve quantidade necessária e suficiente.
do Fiscal e a do Empreiteiro não são antagônicas ou
alguma deficiência, é possível antecipar a sua correção colaborar - sem ser transigente - , observando todas Ter cortesia e desenvoltura. Ter
mesmo divergentes. As tarefas de cada parte devem conhecimento técnico. Manter registros.
analisando a causa do problema. as especificações vigentes. Em resumo, a boa Equipe
ser exercidas em cooperação e perfeita sinergia de Controlar periodicamente os serviços
de Fiscalização deve ter em foco as características
Diário de Ocorrências esforços visando ao mesmo objetivo: a constante busca executados, de forma a ser possível
apresentadas no quadro a seguir.
das melhores soluções técnicas e econômicas para a prever o que se medirá ao final do mês.
Deve ser mantido no canteiro de obras um Diário execução da obra conforme o projeto. Essa meta deve
de Ocorrências, fornecido pela Diretoria de levar sempre em consideração as especificações e o MEDIÇÃO Medir com precisão. Exigir o
Infraestrutura do DER/MG, (artigo 89 – Dec-73.140 cronograma existentes. A Fiscalização não deve ser acompanhamento pelo Empreiteiro.
de 09 de novembro de 1973). Nesse diário devem ser um obstáculo, mas um facilitador do processo. O Fiscal Cumprir os prazos determinados.
registradas todas as ocorrências, todos os ajustes deve observar, analisar, sugerir e exigir nos limites

2 3
II II
O Engenheiro Fiscal deve verificar se os locais indica- Consultar o projetista sempre que necessário.
Tarefas do Engenheiro Fiscal na fase inicial No exame local, o Engenheiro Fiscal deve verificar
CONDIÇÕES ESPECÍFICAS

CONDIÇÕES ESPECÍFICAS
dos para bota-fora não agridem o meio ambiente. Caso
também os prováveis casos de desapropriação existen-
isso ocorra, deve procurar alternativas que sejam eco-
Ao assumir a fiscalização de uma determinada obra, tes na faixa, principalmente as benfeitorias e as águas
nomicamente viáveis e que, ao mesmo tempo, preser-
o Engenheiro Fiscal deve ter as cópias do Projeto, do de serventia que devem ser atingidas. Outros fatores
vem o meio ambiente.
Edital, do Contrato e da Composição de Preço Unitário a serem avaliados são os postes da rede elétrica e da
apresentados pela Empreiteira. De posse do projeto, telefônica, bem como áreas de preservação ambiental No que se refere às Obras de Arte Especiais, o Enge-
ele deve percorrer todo o traçado da via, verificando e redes de água e de esgoto. nheiro Fiscal deve:
se as possíveis interferências foram cadastradas. Para
reduzir custos, o Engenheiro Fiscal deve analisar tam- O Engenheiro Fiscal deve percorrer todas as jazidas,  onferir se as cotas do tabuleiro e do pavimento acaba-
C
bém as alternativas de traçado, comunicando o fato à pedreiras areais e outras fontes de materiais indica- do coincidem com as do greide dos encabeçamentos;
Diretoria de Projetos. Para isso, ele deve observar os dos no projeto. Deve estar atento à existência de fa- Verificar se no projeto constam as cotas de greide,
seguintes aspectos: tores que possam impedir ou onerar a exploração do assentamento, arrasamento das fundações, elemen-
local, tais como: nascentes e cursos d’água, áreas de tos de curva vertical e horizontal;
 rechos alagadiços em locais assoreados ou de turfa;
T preservação ambiental, benfeitorias, espólio e dificul- Conferir os desenhos de locação das fundações antes
Trechos com rocha aflorada e região de tálus; dades de acesso. Deve confirmar, juntamente com o da marcação no campo;
Trechos em meia encosta com sinais de deslizamento Empreiteiro, os volumes dos materiais das jazidas in- Comparar as cotas do perfil natural do terreno com
e queda de barreiras; dicados em projeto. aquele representado em projeto (Caso haja divergên-
Trechos com nascentes de água nas proximidades cia, o fato deve ser informado à Diretoria de Projeto.);
do eixo; O Engenheiro Fiscal deve investigar a existência de Analisar os boletins de sondagem (local dos furos,
Trechos cuja diretriz se mantém próxima ou paralela outras fontes de materiais, procurando informações materiais e resistência);
a cursos d’água. junto aos proprietários lindeiros, à Prefeitura e aos Analisar a adequação dos tipos de fundação proje-
escritórios locais do INCRA e do IBAMA. tados com a geologia local e com a sondagem. Pes-
O Engenheiro Fiscal deve examinar todos os talvegues quisar a existência de exploração de areia nas pro-
e travessias de cursos d’água, de modo a detectar pos- O Engenheiro Fiscal deve estar de posse das licenças ximidades da OAE e comunicar o fato à Diretoria de
síveis transposições de água sobre a pista existente. de lavra e de exploração junto ao DNPM, bem como Projetos;
Deve ainda estudar o histórico de enchentes, buscan- das licenças ambientais para execução junto aos ór- Verificar se no projeto estão representados todos os de-
do informações com moradores locais. gãos ambientais IEF, IGAM e IBAMA. senhos necessários à implantação de formas e armação;

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Laboratório varanda, onde se pode construir o tanque para imer-
III Cabe ao Empreiteiro determinar o local onde deve ser Canteiro Central III
são dos corpos de prova.
instalado o canteiro de obras. Entretanto, compete à O laboratório deve ser instalado em outra construção,

CANTEIRO DE OBRAS
E INSTALAÇÕES INDUSTRIAIS
CANTEIRO DE OBRAS
E INSTALAÇÕES INDUSTRIAIS

Fiscalização observar se o laboratório da obra e as sa- O Canteiro Central concentra as edificações dos seto- de preferência afastado da via de passagem de má-
O laboratório de betume deve ter alguns instrumen-
las a serem utilizadas pela Fiscalização estão instala- res administrativo, técnico, recreativo, ambulatorial, quinas e veículos. Deve ter todo o equipamento e ins-
trumental para a realização dos ensaios especificados tais junto à usina de asfalto para acompanhamento
dos em locais estratégicos. Para agilizar os trabalhos, alimentar, além de almoxarifado, oficinas, posto de
para solos, betumes e concreto-cimento. direto e imediato das misturas produzidas.
essas posições devem ser definidas em comum acordo abastecimento e alojamentos.
entre o Empreiteiro e a Fiscalização.
Durante a construção da oficina e do lavador, a Fisca-
Sobre o Canteiro lização deve verificar a existência e o funcionamento
de Serviços e as Instalações Industriais dos seguintes dispositivos:

Canteiro de Serviços  alhas, para evitar que os óleos usados atinjam os


C
cursos d’água;
O Canteiro de Serviço é a disposição física das fontes Caixas separadoras de óleos;
de materiais, das edificações e dasconstruções neces- Filtros para graxas e óleos;
sárias. Seu desenho tem como objetivo concentrar a Ponto de coleta de óleos usados;
estrutura e o apoio logístico indispensáveis tanto ao Proteção nos tanques de combustível e no material
gerenciamento quanto à execução da obra. betuminoso. Essa medida deve evitar derramamento
de óleo e de asfalto nos cursos d’água e a contamina-
O Canteiro de Serviço pode ser dividido em: ção do sub-solo.
Laboratório de Solos Laboratório de Asfalto

 anteiro Central;
C Durante as obras, deve-se evitar o excesso de ruído
No projeto de construção, é conveniente ter em conta Recomenda-se a construção de uma câmara úmida
Laboratório; próximo às áreas urbanas. O mesmo deve ser feito em
o local para recebimento e estocagem das amostras, para cura, preservação e controle dos corpos de prova
Canteiros Auxiliares. relação ao pó, à lama e aos restos de material trans-
secagem, quarteamento e execução do ensaio de com- de concreto moldados na obra.
portado. É necessário observar também fatores de ris-
pactação. Dentro do canteiro, esse local deve ter aces-
co, tais como o excesso de velocidade dos veículos, as
so independente e, externamente, uma meio-água com
máquinas e os equipamentos na obra.

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rosféricos rocha/rocha, ou moinhos de barra ou de Grande Porte
III Recomenda-se uma área mínima edificada para o la- Na maioria das vezes, há condições de montar as usi- bola. III
capacidade nominal 100 m3/h;
boratório de 130m2, com área de secagem de amostras nas junto à britagem. Com esse procedimento, centra-
Grande Porte com britagem quaternária
de 50m2. liza-se o controle, a central de geração de energia e os
capacidade nominal 100 m3/h.
procedimentos que controlam a poluição ambiental.

Exploração de Pedreira
É imprescindível construir uma instalação junto à
usina de asfalto. Tal medida é fundamental para que
Durante a escolha de uma pedreira, deve-se levar em
os ensaios de granulometria dos agregados, penetra-
consideração os seguintes fatores:
ção do asfalto e moldagens do Marshall possam ser re-
alizados. Uma balança para pesagem das carretas de
 icença Ambiental e do Departamento Nacional de
L
asfalto recebidas deve ser instalada na obra e aferida
Produção Mineral - DNPM;
pelo INMETRO.
Qualidade da rocha;
Volume aproveitável;
Instalações de Pedreiras e Esquemas de Britagem
Espessura do material não aproveitável;
Facilidade do desmonte;
Visando atender especificações e normas técnicas de Britadores
Distância até a aplicação;
projeto para produção de agregados graúdos e miú-
Determinação da Densidade In-situ Impedimentos legais e técnicos.
dos, o processo de redução de diâmetro dos agregados A necessidade dessas fases no processo de britagem
se faz por: está diretamente ligada às faixas e aos volumes gra-
Canteiros Auxiliares Investigação
nulométricos exigidos no projeto.
 ase1 – Britagem Primária – Britadores de mandí-
F
Nos canteiros auxiliares, ficam as edificações de apoio Caso haja impedimento para utilização da pedreira in-
bula; Os Britadores podem ser:
às instalações industriais ou de frentes de serviços. É dicada em projeto, deve-se buscar uma nova fonte.
Fase 2 – Britagem Secundária – Rebritadores de
nesse local que se encontram a pedreira, a britagem, mandíbula/girosféricos (rebritadores de cone); Pequeno Porte
a usina de asfalto ou a usina de solos e as centrais de Inicialmente, as indicações são feitas por meio de ma-
Fase 3 – Britagem Terciária – Girosféricos (rebrita- capacidade nominal 25 m3/h (móvel);
concreto e cimento, conforme for o caso. pas e fotografias aéreas. No campo, na fase de pro-
dores de cone); Médio Porte
jeto, são coletadas as amostras a partir de poços, de
Fase 4 – Britagem Quartenária – Hidrocônicos, gi- capacidade nominal 50 m3/h (móvel);

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tuintes das camadas do pavimento, conforme determi- No caso do cimento ou da cal, é necessária a dosagem
III sondagens rotativas e de pequenas detonações, já que  arregamento e detonação do maciço;
C nação do projeto geotécnico. III
desses materiais, oriundos de um silo vertical. A sua
a coleta se faz indispensável para a realização dos en- Carga e transporte até a instalação de britagem.
adição é feita na correia que transporta o solo ou agre-
saios necessários à aprovação da ocorrência.
gado proveniente do silo de solo para o misturador.
Limpeza da Camada Estéril
Plano de Ataque
A emulsão é adicionada, em quantidade definida no
A limpeza pode ser executada com trator de esteira
projeto da mistura, aos agregados (já no “pug-mill”),
Dependendo de condições, tais como o volume a ser quando a espessura é pequena e a distância de trans-
por meio de bomba apropriada.
explorado, o prazo, as produções e a altura do maciço, porte é de, no máximo, 50m. As decapagens maiores
as praças de trabalho devem ser projetadas estabele- são feitas com trator de esteira, carregadeira e cami-
Com a utilização da usina, a uniformidade da mistura
cendo-se a altura das bancadas, dos acessos, da decli- nhões basculantes. Sempre que possível, deve aprovei-
é praticamente perfeita, desde que se mantenha estrei-
vidade, da drenagem e dos locais para bota-fora. Dessa tar-se o bota-fora para melhorar os acessos. Em casos
ta vigilância nas saídas de materiais dos silos, evitan-
forma, o plano de ataque deve ser elaborado pela cons- esporádicos, pode-se utilizar explosivos.
do-se variações que possam afetar sua uniformidade.
trutora e submetido à aprovação pela Fiscalização.
A limpeza fina do maciço deve ser executada por meio
As principais peças que compõem a usina, bem como
É importante a elaboração de um planejamento que de serviço braçal, deixando-se a rocha em condições de
Usina de Solos o processo executivo correspondente, são descritos a
reduza ao mínimo a agressão ao meio ambiente ou, ser perfurada sem o perigo de contaminação do mate-
seguir:
se for possível, a sua recomposição parcial ou total. rial rochoso pelo estéril, após a detonação.
Em se tratando de misturas de cimento ou de cal, es-
Às vezes, a autorização para a exploração da pedreira
ses materiais devem ser acondicionados em silos ver- Silos de solos
exige a elaboração e aprovação do RIMA. Usina de Solos
ticais fechados, de forma a não absorverem umidade.
A dosagem deve ser feita pela regulagem da rotação São os depósitos destinados a receber os materiais a
Exploração A usina de solos destina-se a homogeneizar, em planta
do eixo sem fim (helicoidal), situada abaixo do silo, de serem utilizados na mistura e a descarregá-los nas
fixa, a mistura de dois ou mais solos, de solos mais
maneira a cair na correia alimentadora, a quantidade correias transportadoras, nas proporções estabeleci-
A exploração propriamente dita é composta pelas se- agregados, dos agregados provenientes de britagem
de aditivo prevista em projeto. das em projeto.
guintes atividades: entre si e de solos ou agregados com aglomerantes
hidráulicos ou ligantes betuminosos.
No caso de misturas com betume (emulsão asfáltica), a São constituídos de chapas metálicas, em forma de
 impeza da camada estéril;
L
injeção é feita diretamente no “pug-mill”. tronco de pirâmide, com capacidade para permitir a
Perfuração da rocha; Os materiais resultantes dessa mistura são consti-

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A mistura de solos, assim usinada, é descarregada em do agregado, na quantidade definida para a mistura.
III produção contínua da mistura, e nas quantidades re- los, com inclinação suficiente para despejar os mate- III
caminhão basculante e transportada para a pista. Os silos frios devem ter depósitos para três tipos de
queridas. O nível de carregamento dos silos deve ser riais no misturador em altura conveniente, para que o
materiais, no mínimo.
mantido constante, a fim de manter um regime igual carregamento dos caminhões se faça por gravidade. Usinas de Asfalto
de saída.
Os agregados são descarregados nos silos frios, por
Depósito de água para usina de sólidos O concreto betuminoso é produzido em usinas apro- meio de pás carregadeiras ou diretamente dos cami-
A calibração dos silos de solo obedece ao seguinte es- priadas com várias capacidades de produção (em ter- nhões basculantes.
quema: Deve fornecer a água necessária para se atingir o teor mos de toneladas/horas).
ótimo de umidade. Os depósitos são preenchidos por É conveniente, por outro lado, que durante a opera-
 bre-se para cada silo, independentemente, a com-
A caminhões tanques ou por bombeamento de alguma Existem dois tipos básicos, a saber: ção, os níveis de agregados nos silos sejam mantidos
porta durante um tempo adotado e igual para todas fonte d’água. constantes, a fim de que as condições de densidade
as alturas das comportas;  sinas descontínuas – que apresentam produção
U no fundo do silo se mantenham uniformes durante a
Traça-se uma curva, relacionando a altura da com- Misturador descontinua; gravimétricas, operação da usina.
porta do silo, em abscissa, e o peso do material para Usinas contínuas – que apresentam produção conti-
cada altura, em ordenadas; Geralmente é constituído por dois eixos dotados de nua; as volumétricas e as TSM – Tambor – Secador A qualidade da mistura e a uniformidade da produção
Partindo-se da produção horária pretendida, obtêm- pás, tipo “pug-mill”. Os eixos giram em sentido con- – Misturador (“Drum-Mixer”). dependem grandemente da alimentação dos silos frios
se as aberturas necessárias para as comportas de trário, jogando os materiais contra as paredes. É e do isolamento de cada agregado nos depósitos.
cada silo. conveniente que, inicialmente, seja feita apenas a As partes constituintes destas Usinas são:
mistura com os solos. Após a homogeneização dessa Correias Transportadoras
O carregamento dos silos, da usina de solos, deve ser Silos Frios
mistura, adiciona-se a água de acordo com a propor-
feito com carregadeira ou basculantes, devendo a usi-
ção prevista. A função da correia transportadora é conduzir os agre-
na ser instalada, preferencialmente, junto à jazida Os silos frios são construídos com chapas metálicas, gados provenientes dos alimentadores, para a base do
cujo material tem maior porcentagem na mistura. em forma de tronco de pirâmide invertido e, destinam-
No caso de misturadores do tipo contínuo, a água é elevador frio.
adicionada continuamente, pois o tempo de mistura é se a receber os agregados naturais e artificiais que
Correias transportadoras vão ser utilizados no preparo do concreto asfáltico.
limitado pela passagem dos materiais pelas palhetas Elevador Frio
do eixo misturador.
Geralmente, utiliza-se uma única correia transporta- Na parte inferior destes silos, localizam-se os chama- É normalmente constituído por transportador de cor-
dora, que passa sob os portões de saída dos silos de so- dos alimentadores frios, que permitem regular o fluxo reia ou de caçamba e tem por finalidade elevar a mis-

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regular a chama do maçarico com maior eficiência e  iâmetro máximo do agregado;
D
III tura de agregados, transportados pela correia dos si- parcela de finos recuperada e, nesse caso, os gases rapidez, é conveniente a instalação de um pirômetro III
Granulometria da mistura dos agregados ;
los frios, para o secador. são expelidos pela chaminé. Se há uma perfeita com- (termômetro) na estrutura do elevador do material. Número de silos quentes disponíveis;
bustão no maçarico, os gases apresentam a cor cinza
Capacidade de peneiramento dos dispositivos.
Secador clara. Se tiverem a cor variando de cinza escuro para Dispositivo de Peneiramento
preta, significa que a combustão está incompleta e há
Os agregados retidos na tela superior são recolhidos
A função do secador é, através do aquecimento dos contaminação dos gases pelo combustível. Nesse caso, Os agregados aquecidos - provenientes do secador e num compartimento e descarregados por uma calha
agregados até a temperatura especificada para a mis- a usina deve ser paralisada. transportados pelo elevador quente - são introduzidos no solo.
tura, promover a remoção da água neles contida. num dispositivo de peneiramento onde são separados
Por questões ambientais, busca-se reduzir o lança- em duas ou mais frações granulométricas. Silos Quentes
Sistema Coletor de Pó mento de sólidos na atmosfera e para isso se exige a
instalação de filtros por via seca (filtros de mangas) ou Não é recomendável a utilização de usinas que não pos- Os Silos Quentes - como o nome sugere - são destina-
São instalados Sistemas Coletores de Pó nas usinas por via úmida. suam dispositivo de peneiramento. Sem esse processo, dos a receber os agregados aquecidos provenientes do
para reduzir os inconvenientes que resultam do lan- o agregado é aquecido e armazenado num único silo. peneiramento no caso de usinas descontínuas e do se-
çamento do pó na atmosfera. Outra função desses co- O filtro por via seca opera e reintegra aos processos de Nesse caso, a composição granulométrica da mistura cador nas usinas contínuas. O número de silos quen-
letores é possibilitar a recuperação de uma parcela dos usinagem os finos retidos na filtragem. No segundo é norteada exclusivamente pela alimentação fria e não tes que a usina dispõe determina o número de frações
finos que são retirados dos agregados no secador. tipo, a filtragem é feita pela passagem dos gases em apresenta possibilidade de correção posterior. Outro em que deve ser dividida a mistura de agregados. De-
tanques com água, onde ocorre, então, a decantação inconveniente é a segregação do agregado, que ocorre vem ter capacidade total de, no mínimo, três vezes a
O Sistema Coletor é constituído fundamentalmente dos finos. Nesse processo, não é possível a recupera- com mais frequência quando armazenado num único capacidade do misturador.
por uma tubulação na qual são instalados, pela ordem, ção e reintegração dos finos. silo quente.
uma ventoinha e um ciclone. A mistura – composta de Na sua parte inferior, cada um dos silos quentes deve
gases mais pó seccionados no interior do secador por Elevador Quente ser equipado com dispositivos destinados à determi-
Os dispositivos de peneiramento empregados são do
meio da ventoinha – , é encaminhada para o ciclone, nação correta da temperatura dos agregados armaze-
tipo vibratório.
onde os finos são separados pelos gases e pela força O Elevador Quente é constituído por caçambas acopla- nados, usando para isso termômetros ou pirômetros
centrífuga. das às correntes e sua função é a elevação da mistura constituídos por pares termoelétricos. Na parte supe-
A seleção das malhas que constituem as peneiras deve
quente dos agregados saídos do secador. É recober- rior, os silos em questão possuem “ladrões” que ser-
ser feita em função da análise conjunta de vários fato-
Em outras usinas, esse processo não ocorre. Entre- to por uma estrutura metálica de seção retangular à vem para evitar o transbordamento de agregado de
res, tais como: um silo para o outro.
tanto, ocorre a possibilidade de se estocar à parte a qual se conecta a estrutura da peneira e dos silos. Para

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Misturador – Introdução do Ligante Tempo de Misturação Seca
III Em suas bases, os silos quentes das usinas descontí- As especificações da AASHTO exigem que a sensibili- III
nuas dispõem de comportas acionadas por alavancas, dade do mostrador da balança utilizada permita o re- Os agregados aquecidos e convenientemente propor- Nas usinas descontínuas, os agregados e o filler são
localizadas diretamente sobre o receptáculo da balan- gistro de até 0,5% da carga máxima suportada pela cionados na balança, no caso das usinas descontínuas, inicialmente misturados sem ligante. O intervalo de
ça. No caso de usinas contínuas, os silos quentes são balança. ou provenientes dos portões dos silos quentes, no caso tempo que decorre entre a abertura da comporta da
equipados com portões semelhantes aos utilizados nos das usinas contínuas, são introduzidos no mistura- balança e o início da injeção do ligante - por meio da
alimentadores frios. Através desses portões, escoa o O painel da balança é localizado na cabine de comando dor. barra distribuidora - é denominado “tempo de mistu-
agregado quente, levado, então, por uma esteira me- de operação da usina, onde estão instaladas as chaves
ração seca”. Esse intervalo deve ser fixado de forma a
tálica ao segundo elevador quente ou, em outros tipos, elétricas de acionamento de todos os motores. A pesa- O misturador consiste essencialmente nas seguintes ser suficiente para que se possa processar uma homo-
diretamente ao misturador. gem dos agregados é cumulativa e a injeção do asfalto partes: uma caixa térmica de fundo curvo com uma geneização perfeita entre os agregados e o filler.
é feita por tempo de acionamento da bomba. Todas as comporta para descarga operada pneumaticamente.
Introdução do Filler operações de funcionamento da mistura e de adição do Dois eixos horizontais paralelos providos de braços Tempo de Misturação Úmida
ligante são definidas durante o processo de calibração com palhetas reversíveis, substituíveis e animados por
O Filler é o único material componente da mistura as- da usina. movimento de rotação quando colocados em operação. O “tempo de misturação úmida” é o intervalo decorri-
fáltica que não é aquecido. Estocado em galpões perto Esses movimentos têm sentidos opostos e isso ocorre do entre o término da injeção do ligante e o momento
do misturador e pesado à parte, ele é transportado por A cabine deve ser instalada numa posição que torne para promover a elevação do material localizado entre da abertura da comporta do misturador.
um elevador e descarregado diretamente no mistura- possível obter uma visão das atividades mais impor- eles, e, em seguida, lançá-lo de encontro à parede do
dor. Isso é feito por intermédio de um parafuso sem tantes da operação da usina. A cabine deve, também, misturador. A delimitação de “tempo de misturação úmida” deve
fim, seja para as usinas contínuas, seja para as usinas ser totalmente vedada, dispor de sistema de clima- ser feita de forma que, ao fim do processo, todas as
descontínuas. Há usinas contínuas (volumétricas) em tização, de isolamento acústico e de exaustão. Qual- A capacidade do misturador é calculada a partir dos partículas da mistura de agregados e o filler estejam
que o Filler, dosado em bases volumétricas, é lançado quer paralisação da usina inicia-se na interrupção do seguintes parâmetros: volume do sólido formado pelo recobertas uniformemente pelo ligante. Obviamente, a
no pé do segundo elevador quente. funcionamento do silo frio. Todos os dias, no início plano que passa pela seção média dos eixos e o seu fixação dos “tempos de misturação” está condicionada
da operação da usina, o conteúdo do reservatório de fundo, função desse volume, densidade dos materiais tanto à ordem de grandeza do “traço” como às caracte-
Balança ligante deve ser aferido. Isso é feito pela da pesagem e do tempo de mistura, o qual não pode ser menor do rísticas da própria massa produzida.
por diferença do volume de ligante a ser incorporado que quarenta segundos.
Nas usinas descontínuas, o estágio final da dosagem ao misturador em cada traço.
dos agregados é efetuado sob a forma de pesagens
cumulativas. Isso é feito em uma balança sobre a qual
estão localizadas as comportas dos silos quentes.

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ções. O aquecimento deve ser feito por meio de serpen-
III deve registrar apenas a descarga do recipiente de as- III
tina e vapor, eletricidade ou outro meio. O importante
falto e evitar o registro de quaisquer traços secos.
é que não haja contato da chama com o tanque.
Nas usinas contínuas, a incorporação do ligante aos
agregados (ou à mistura de agregados mais filler) se Para o processo de circulação do ligante no depósito,
processa de modo contínuo e ocorre pouco antes de- deve ser instalado um sistema de bombas.
les penetrarem no misturador. Nos misturadores das
usinas contínuas, a disposição das palhetas, além de Todas as tubulações e acessórios devem ser revestidos
permitir a operação da mistura, possibilita o desloca- com camisas de vapor ou isolamento térmico, de modo
mento de massa em direção à saída do misturador. O a se evitar perdas de calor.
tempo de mistura é o tempo que ocorre entre a entra-
da de uma partícula no misturador e sua saída. Pode A capacidade dos depósitos deve ser suficiente para
ser aumentado ou diminuído, respectivamente, pela três dias ou mais de serviço. Tal medida ocorre em
elevação ou pelo rebaixamento de uma comporta exis- Usina Drum-mixer função da distância dos depósitos da distribuidora de
Usina de Asfalto Gravimétrica
tente na saída do misturador. ligantes ao canteiro da obra.
A soma dos “tempos” de mistura seca e úmida não Nas usinas intermitentes, a quantidade do ligante, cor-
Como consequência, o tempo de injeção pode ser am- respondente a uma injeção, é dosada, em geral, com ba- Debaixo das comportas do misturador e numa altura
deve ser menor do que 40 segundos. Diante disso, a
pliado, sem implicar decréscimo de produção. A des- ses volumétricas. Isso é feito por meio de um depósito que possibilite o esvaziamento sobre a caçamba do bas-
produção horária de uma usina é o produto da capaci-
carga do ligante é assegurada por uma bomba, a cujo cujo enchimento é comandado por uma válvula de três culante, as usinas devem ser equipadas com um pré-si-
dade do misturador em toneladas por 80 (número das
misturas feitas, no intervalo de tempo de 45 segun- eixo está solidária uma engrenagem que é acoplada estágios. Essa válvula regula o fluxo do ligante que é lo para estocar por pouco tempo a mistura quente. Isso
dos, em uma hora). por uma transmissão de corrente a uma outra engre- inserido no processo por uma bomba apropriada. evita a interrupção do funcionamento da usina. Esse
nagem fixada no eixo motriz. Esse eixo é geralmente pré-silo tem um alçapão que é aberto pelo contato com
O controle de tempo das misturas deve ser flexível e o próprio eixo que comanda o movimento da esteira Depósitos a caçamba, descarregando nela a mistura estocada.
capaz de ser ajustado em intervalos de não mais do do alimentador do silo quente. Como o número de re-
que 5 (cinco) segundos, por de ciclos de três minutos. voluções desse último eixo é constante, a descarga de Os ligantes são depositados em tanques que devem ser
ligante pode ser variada, desde que sejam possibilita- capazes de manter o aquecimento controlado de acor-
Um contador mecânico de traços deve ser colocado das combinações diversas entre as duas engrenagens do com as temperaturas determinadas nas especifica-
como parte do equipamento de controle de tempo. Ele referidas.

18 19
baixa pressão. É aqui o local onde o agregado processa deve abrir-se de forma intermitente, permitindo que a
III Usina – Tambor Secador Misturador – TSM – Drum mesa de controle, é possível acompanhar também a lei- de modo mais intenso o aquecimento e a secagem. III
massa asfáltica não forme um só monte na caçamba
Mixer tura das pesagens dos agregados na correia. Outros
do caminhão. Além disso, o caminhão deve manobrar
controles a partir da cabine são a rotação da bomba de Controles de Usinagem para frente e para trás, de forma que a massa não caia
As usinas Drum Mixer podem ser de dois tipos: asfalto e da comporta de descarga da mistura.
somente em um mesmo ponto da caçamba.
Como nessas usinas só há um sistema de alimentação,
 luxo paralelo – onde os agregados entram no tam-
F O filler é também incorporado aos agregados nessa deve-se tomar o cuidado para que não haja contami-
bor secador pelo mesmo lado da chama de secagem; correia. Isso é feito após a descarga do depósito em nação dos agregados nos silos frios. Da mesma for-
Contra-fluxo – onde os agregados entram no lado uma correia com dosador ponderal, que quantifica o
ma, deve-se tomar precauções quanto à alimentação
oposto ao da entrada da chama de secagem. peso do filler na mistura. Dessa forma, o filler é incor-
de agregados nos silos. Tais medidas visam não pre-
porado aos agregados antes da entrada no secador.
judicar a mistura usinada por falta de material. Outra
As usinas do tipo TSM dispensam as peneiras, silos precaução importante nas usinas é quanto ao excesso
quentes e principalmente o misturador, já que o tambor A grande solução mecânica para o funcionamento des-
de umidade dos agregados. Caso isso ocorra, há o ris-
do secador também faz a função de misturador. Esta é sas usinas está dentro do secador, por meio da confi-
guração das aletas. No momento da carga, no início do co de vaporizar o ligante asfáltico durante a mistura,
a principal diferença em relação às gravimétricas. provocando, assim, a sua degradação. E, para que os
tambor do secador, as aletas têm a forma de espirais,
responsáveis por conter parte do material. Assim, evi- agregados não fiquem com umidade excessiva, é preci-
Como foi classificada, a TSM é uma usina contínua e so protegê-los com uma cobertura adequada nos silos.
tam com um véu de pouco material o afogamento da
por essa razão a sua calibração é feita pelas alturas
chama do queimador.
das comportas dos silos frios, como descrito anterior- Descarga de Massa Asfáltica
mente.
Na parte média do tambor, as aletas com formato de
um “j” promovem a queda do material formando um A descarga de massa asfáltica para o carregamento
Na correia que alimenta o secador com os agregados véu completo. Isso impede a penetração da chama do dos caminhões deve ser efetuada de forma intermi-
dos silos frios, pode-se adaptar o chamado controle queimador a partir dessa seção. O formato das aletas tente e é importante que a comporta não fique aberta
ponderal. Esse recurso pesa eletronicamente a quanti- cria, portanto, duas zonas no tambor, a zona de radia- por mais de sete (7) segundos. Esse cuidado visa evitar
dade de agregado considerando um determinado com- ção e a zona de convecção. a segregação durante a carga. Isso significa que, ao
primento da correia e sua velocidade. abastecer o caminhão, é preciso inicialmente aguardar
A zona de radiação tem a maior quantidade de energia até que parte do silo esteja cheio. Só então a comporta
O controle ponderal é comandado da cabine e, pela calorífica fornecida pela chama do queimador a óleo de

20 21
Tão logo seja designado para um determinado trecho, Os horários de trabalho da fiscalização devem ser os
o Engenheiro Fiscal deve tratar de montar o escritó- mesmos do empreiteiro, devendo haver coincidência
IV IV
rio, bem como formar a equipe de fiscalização que irá nos turnos. Equipe de Fiscalização
auxiliá-lo. O escritório de fiscalização é montado atra-

MONTAGEM DO ESCRITÓRIO
E CRIAÇÃO DE EQUIPE DE FISCALIZAÇÃO
MONTAGEM DO ESCRITÓRIO
E CRIAÇÃO DE EQUIPE DE FISCALIZAÇÃO

vés da locação de um imóvel (de preferência uma casa) Classificando-se o tipo de obra em relação ao volume Cargo / Função Obra
na localidade atendida pela obra. de terraplenagem, podemos estabelecer:
Pequena Média Grande
Para maior eficiência, esse escritório deve ter: recep-  bra pequena: com volume de terraplenagem de até
O
30.000 m³/mês;
Engenheiro Fiscal 1 1 1
ção, sala para o engenheiro fiscal, sala para seção téc-
nica e sala de reuniões. Os móveis e os equipamentos Obra média: com terraplenagem entre 30.000 m³/ Engenheiro Auxiliar * 1 1
devem ser compatíveis com a estrutura e com as tare- mês e 60.000 m³/mês; Topógrafo 1 1 1
fas. Assim, a equipe deve contar com computadores e Obra grande: com volume de terraplenagem acima Nivelador 1 1 1
impressoras, cadeiras, prancheta, armários, estantes, de 60.000 m³/mês.
mesas de escritório e mesa de reuniões. De modo in-
Auxiliar de topografia 4 4 6
dependente do escritório, deve ser montada uma re- O dimensionamento do quadro de pessoal especializa- Fiscal de terraplenagem 1 1 1
sidência que sirva de alojamento para os técnicos da do deve ser o seguinte: Fiscal de pavimentação 2 2 2
equipe de fiscalização. Fiscal de drenagem/OAC 1 1 2
O quadro e a capacidade técnica do pessoal que forma-
Laboratorista 1 2 2
rá a equipe de fiscalização são fatores de suma impor- Tecnologista de concreto OAE * * *
tância para uma boa supervisão e para o acompanha- Auxiliar de laboratório 2 4 4
mento eficiente das obras. Dessa forma, cada membro
Recepcionista 1 1 1
deve ser treinado e ter conhecimento específico ineren-
te às fases e aos serviços em execução. Assim, estarão Seção técnica/cadista 1 1 1
prontos para realizar o trabalho com responsabilidade Digitador 1 1 1
e competência.
Dimensionamento de Pessoal

22 23
O transporte de pessoal para o desenvolvimento dos
trabalhos deve ser:
IV IV
 ara cada engenheiro:
P
01 veículo leve, tipo “sedan”;
Para cada equipe de topografia:
01 furgão, tipo Kombi ou similar;
Para cada equipe de laboratório:
01 furgão, tipo Kombi ou similar;
Para fiscais de terraplenagem e OAC:
01 veículo leve, tipo “sedan”;
Para fiscais de pavimentação:
01 veículo leve, tipo “sedan”.

*No caso de obra de arte especial, é preciso incluir um


especialista em concreto na equipe de fiscalização.

24 25
I

Terraplenagem ventia devem merecer especial atenção e cuidado tanto A faixa de domínio deve ser obrigatoriamente cercada. prietário sobre a possibilidade de se utilizar área em
da fiscalização quanto do Empreiteiro. Só deve ser cor- Porteiras devem ser instaladas nos locais necessários seu terreno. Isso visa evitar compensações onerosas
Serviços Preliminares tada a água existente quando for dada outra solução e no acesso às passagens de gado. para o órgão.
V para o abastecimento. V
Tão logo o empreiteiro receba a ordem de serviço de Na fase de construção, é importante observar que: O empréstimo, quando autorizado, deve:
EXECUÇÃO DOS TRABALHOS

EXECUÇÃO DOS TRABALHOS


um trecho, deve proceder inicialmente à locação do Feita a limpeza, a marcação dos “off-sets” deve ser re-
eixo, acompanhado pela equipe de fiscalização. alizada por meio de nivelamento geométrico para deli-  largura da faixa de domínio, ou seja, a distância
A  ornecer material de boa qualidade que atenda às
F
mitar, assim, a implantação do corpo estradal. entre as duas cercas, deve obedecer as especificações exigências de projeto para a construção da estrada
do projeto; e, se possível, à curta distância;
É conveniente que a marcação dos “off-sets” esteja A cerca deve ser construída, obedecendo a faixa de Melhorar as condições técnicas da estrada, aumen-
avançada em 5 km em relação à frente da terraplena- domínio indicada em projeto e deve manter-se 5km à tando a visibilidade ou a largura da plataforma e di-
gem. Isso é feito para que seja possível analisar pre- frente da terraplenagem. Quando a largura da faixa minuindo as rampas ou a inclinação dos taludes dos
ultrapassar a indicada, a cerca deve ser implantada cortes;
viamente possíveis interferências.
a 5m dos “off-sets”. Para evitar acidentes com ani- Melhorar as condições paisagísticas da rodovia;
mais, todo o serviço de terraplenagem deve ser exe- Possibilitar melhor escoamento das águas pluviais
A fiscalização deve determinar que a limpeza das áreas
cutado somente após a implantação das cercas; da pista, das sarjetas, dos taludes, protegendo, as-
compreendidas entre os “off-sets”, a dos empréstimos
Na construção de cercas, o arame deve situar-se no sim, o corpo estradal contra o efeito da erosão.
e das cascalheiras seja feita com a retirada da terra ve-
getal. A terra deve ser empilhada à margem para uso lado interno da propriedade;
Antes de autorizar a execução de um empréstimo para
posterior como recobrimento dos taludes dos aterros e Os acessos às sedes das propriedades atingidas pela
uso de corpo de aterro, o Engenheiro Fiscal deve obser-
das áreas dos empréstimos ou das cascalheiras. construção da estrada devem ser assegurados. Essa
var a distribuição dos volumes. Deve verificar, ainda,
medida visa impedir que tais propriedades se tornem
a viabilidade técnica e econômica do uso dos volumes
Terraplenagem - Compactação de aterro Depois de retirado o material necessário, os emprésti- isoladas ou pouco seguras.
indicados para bota-fora como corpo de aterro, mesmo
mos devem ser devidamente acertados, devem receber com distâncias de transporte maiores.
Realiza-se, em seguida, o desmatamento numa exten- espalhamento da terra vegetal em toda sua extensão Empréstimos
são de 3 km, conforme largura indicada em projeto. e cercados de maneira adequada a fim de permitir a A fiscalização deve ter a preocupação de transformar
revegetação com maior rapidez. Ao se utilizar as caixas de empréstimo não especifica-
os empréstimos e os bota-foras em áreas úteis e agra-
Para não prejudicar os proprietários, as águas de ser- das em projeto, deve-se consultar previamente o pro-
dáveis aos usuários.

26 27
I

As ordens de serviço, autorizando os empréstimos, só de-  iminuindo o ângulo de talude dos cortes, obedecen-
D Nos casos da ocorrência de empréstimos laterais, onde
vem ser dadas após uma análise detalhada do projeto. O do critérios geotécnicos; o greide da rodovia tenha rampas elevadas, a declivi-
objetivo é buscar sempre a melhor posição, consideran- Com alargamento uniforme do corte para montante; dade dos empréstimos deve ser definida de forma a
V do a qualidade e a classificação do material a escavar. Com a abertura de empréstimos lateral e longitudi- minimizar riscos de erosões ao longo deste. V
nal à pista, de maneira a criar uma condição de ater-
Antes de autorizados, os empréstimos devem ter le- ro artificial com taludes suaves – 1(V):4(H), geran- Os taludes das caixas dos empréstimos devem ser re-
vantadas e projetadas suas seções de escavação com o do um greide elevado, com drenagem natural das gulares e possuir inclinação de 3(V):2(H), no mínimo.
cálculo do volume e previsão da distribuição do mate- águas; Somente devem ser computados na medição os em-
Para melhorar a aparência, os empréstimos devem préstimos para os quais tenham sido emitidas ordens
rial na pista. Da mesma forma, deve ser calculada a
de serviço.
sua distância de transporte. ter dimensões uniformes, evitando-se os de modo in-
termitente ou com dimensões variáveis.
Cortes
Para o levantamento das seções, deve ser lançada uma
Cortes
linha base e esta deve ser amarrada ao eixo da própria A declividade do fundo dos empréstimos deve ser de
O corte consiste na escavação de material entre “off-
estrada. maneira que promova sua drenagem, impedindo o re-
sets” e é realizado de acordo com a inclinação de talu-
presamento das águas pluviais e auxiliando a drena-
de indicada em projeto. Nos cortes em que forem indicadas banquetas, a sua
Os itens abaixo relacionados são os que devem orien- gem do corpo estradal. Observar ainda as declividades
tar a fiscalização na marcação dos empréstimos, con- convenientes para evitar a erosão. largura e a sua declividade transversal devem ser as
Para controle da inclinação do talude, deve ser usado indicadas em projeto. Nos casos em que os materiais
siderando-se sempre a qualidade do material e a dis- o esquadro para garantir uma correta inclinação. Os
tância de transporte: Quando as condições tornarem necessário o emprés- de corte forem siltosos ou arenosos, devem ser indi-
taludes dos cortes devem ter a inclinação indicada em cadas as sarjetas de concreto, bem com o deságue das
timo paralelo ao aterro e dentro da faixa de domínio, projeto e ser compatível com a resistência ao cisalha-
 as tangentes, com alargamento uniforme do corte
N o aterro deverá ser executado a uma distância míni- águas coletadas nestas.
mento do material.
para jusante até o arrasamento, se necessário; ma de 5m dos “off-sets” do talude. Nesse caso deve
Nos trechos em curva, com alargamento para o lado in- ser planejada uma conveniente declividade ao terreno A conformação do talude de corte deve ser executada
As inclinações dos taludes e dos cortes devem ser ve-
terno da curva, procurando aumentar a visibilidade; natural, compreendido entre o pé-da-saia do aterro e com bico de lâmina (máquina de esteira) ou dente de
rificadas com frequência. O custo e a responsabilida-
Melhorando o greide, com o rebaixamento dos cor- o início da vala do empréstimo, a fim de permitir fácil escavadeira.
de dessas verificações são de responsabilidade do Em-
tes, principalmente em curvas verticais convexas, e total escoamento das águas dessa área para os em- preiteiro, que tomará tais medidas para assegurar a
sem afetar a estabilidade dos taludes; préstimos. execução das inclinações indicadas pelos projetos.

28 29
I

Para executar os Ensaios de Caracterização, ISC e Ex- des. Isso será feito de maneira que se possa utilizar o Aterros e Bota-foras O aterro compactado, de acordo com o especificado,
pansão, após o término da escavação do corte, a Em- seu material para o acabamento de terraplenagem dos possibilita:
preiteira deve coletar o material do sub-leito na super- referidos aterros. Na fase de construção dos aterros, a Fiscalização deve
V ter o máximo cuidado com a fundação antes de iniciar  enor recalque;
M V
fície acabada até uma profundidade de 1m.
Quando o corte chegar ao greide, a Empreiteira deve sua construção. Menor permeabilidade;
De posse dos resultados, a equipe de fiscalização deve executar no seu ponto mais baixo – no PP (Ponto de Menor ação de erosão;
Passagem) – a escavação de saída d’água com moto- A Fiscalização deve recorrer à Diretoria de Projetos do Maior estabilidade dos taludes.
verificar se esses materiais atendem às características DER/MG, para sanar quaisquer dúvidas e, principal-
indicadas em projeto. Caso não atendam, deve ser pre- niveladora ou com outro equipamento. Isso será feito
mente, quando houver presença de umidade. No caso de sobra de material dos cortes e desde que fa-
vista a substituição dentro dos critérios estabelecidos de modo a conduzir as águas para as bocas ou caixas
de bueiros. Esse procedimento evita erosão da crista e tores, tais como a qualidade e a distância de transpor-
em projeto. Sobre isso, duas tarefas a serem realizadas:
das saias dos aterros. te, sejam economicamente viáveis, deve-se procurar o
seu aproveitamento. Isso oferecerá à via rural melho-
Uma vez atingida a cota do greide nos cortes, se for  emover toda a terra vegetal da faixa entre “off-sets”,
R
Os cortes em rocha devem ter o seu greide rebaixado res condições técnicas, maior segurança e qualidades
encontrado material expansivo e de baixa capacidade acrescida de 2m para cada lado.
no mínimo 0,60m, para posterior recobrimento com paisagísticas da seguinte maneira:
de suporte, eles devem ser rebaixados por pelo menos Executar a drenagem de fundação indicada pelo pro-
0,40m e substituídos por material argiloso. Essa substi- material de boa qualidade, indicado pela fiscalização. jeto.  elhorando o greide dos aterros;
M
tuição deve ser conforme indicado pela Fiscalização e de Diminuindo a inclinação dos taludes dos aterros;
acordo com as recomendações da Diretoria de Projetos. O material proveniente de cortes em rocha pode ser re- Cabe lembrar que o excesso de drenagem é preferível Enchendo depressões existentes na faixa de domínio
aproveitado. Ele será usado para a proteção das saias à sua carência. Não deve ser permitido que, na cons- Construindo “bermas”, quando necessário e devida-
É importante observar a presença de sinais de umida- de aterro próximas aos cursos d’água, para reforços trução dos aterros, blocos de pedra com volume supe- mente orientadas pela Diretoria de Projetos ;
de nos taludes de cortes existentes, tais como vegeta- de fundação de aterro ou, ainda, para a fundação de rior a 30dm3 sejam colocados no seu corpo para evitar Alargando os aterros em curva na sua parte interna;
ção rasteira muito viçosa em época de seca ou plantas obras de arte corrente. abatimentos. Os blocos de pedra de pequeno diâmetro Alargando-os de modo uniforme e de ambos os lados,
do tipo samambaia. Nesse caso, há necessidade de im- devem ser uniformemente distribuídos na massa dos fazendo, se necessário, a adaptação das obras – quan-
plantação de dreno profundo. Terminada a terraplenagem, o trecho deve ser relocado aterros. do os aterros são em tangente;
e renivelado (no eixo e nos bordos da plataforma). Serão, Executando áreas de descanso ou belvederes.
Em casos de cortes com material argiloso em quanti- então, verificadas as tolerâncias admitidas nas especi- É obrigatório o uso de equipamento próprio (motoni-
dade razoável, estes devem ser preservados e escava- ficações do DNIT: DNER-ES 280/97 - cortes, DNER-ES veladora) para espalhamento de material na obra dos O Empreiteiro deve executar as obras de recomposi-
dos após os términos dos aterros em suas proximida- 281/97 - empréstimos e DNER-ES 282/97 – aterros. aterros. ção de aterros rompidos ou erodidos às suas próprias

30 31
I

custas, caso esses problemas tenham ocorrido em con- no, permitindo ainda a necessária compactação em Aqueles que possuírem baixa capacidade de suporte estabilização prévia, antes mesmo da execução de ater-
sequência de falhas na execução dos serviços de prote- camadas. (ISC) e alta expansibilidade (maior que 4,0%) podem ramento. A Diretoria de Projetos deve ser consultada
ção necessários ou indicados. ser utilizados no núcleo dos aterros. Nesse caso, de- quanto às soluções e às alternativas possíveis.
V A camada superior dos aterros deve ter uma espessu- vem ser envolvidos por materiais de melhor qualida- V
Os aterros devem ser compactados e seus taludes ou ra mínima de 0,60m e deve utilizar material argilo- de até o limite de 3m abaixo do sub-leito ou conforme Os alargamentos de aterro devem ser executados a
saias devem ser protegidos por revestimento vegetal. so com ISC indicado em projeto em toda a largura da especificado em projeto. Um estudo específico para partir do escalonamento do talude do aterro existente.
Durante a fase de construção dos aterros, convém plataforma. Isso promove a adequada função para o essa utilização deve ser elaborado pela Diretoria de Os patamares devem ter inclinação de 5% voltada para
adotar providências para a retirada de tocos, raízes, revestimento primário ou para o futuro pavimento. Projetos do DER/MG. o interior do aterro para que possam receber as novas
galhos de árvores escavados e transportados pelo camadas. Os aterros em seção mista - com plataforma
Quando concluída a penúltima camada do acabamento O Engenheiro fiscal e sua equipe devem estar atentos estreita - também devem receber escalonamento.
equipamento. Deve ser estudada também a possibili-
de terraplenagem (argilamento), a equipe de topografia para que os “off-sets” sejam marcados por nivelamen-
dade de se controlar a descarga dos materiais escava-
deve verificar se o alinhamento do eixo e bordos não to geométrico de forma a garantir a adequada plata- É prática comum encaminhar as águas que saem da
dos quando eles forem de qualidade ou natureza ni-
possui pontos de inflexão. Esses pontos destoam do tra- forma acabada. junção entre os cortes e os aterros para fora do corpo
tidamente diferentes. Assim, os materiais de melhor
çado geométrico, mesmo que as notas de serviço este-
comportamento quanto à estabilidade de taludes ou estradal. O PP (ponto de passagem) é o lugar geomé-
jam corretas. Desse modo, há possibilidade de correção Os controles de taludes devem ser efetuados por nive-
à resistência à erosão devem ser descarregados pelo trico que une o corte ao aterro. Este é o ponto mais
do greide utilizando camadas de argila. Essa solução lamento da crista do aterro para o devido afastamento
equipamento transportador durante a execução. Isso adequado para as saídas d’água durante a fase de exe-
é melhor do que o uso de material indicado para pavi- da cruzeta da camada seguinte.
deve ser feito nas faixas externas de ambos os lados cução dos aterros. Da mesma forma, não se deve dei-
mentação, já que este tem um custo muito maior.
dos aterros, a fim de constituírem as zonas de taludes xar leiras de bordo durante a execução dos aterros ao
A espessura do material a ser lançado deve se adequar
do futuro maciço do aterro. Os ângulos de inclinação de talude de aterros devem final do dia de trabalho. Corre-se o risco de uma chuva
ao tipo de equipamento de rolagem (compactação) dis-
ser respeitados conforme indicações do projeto. A alte- noturna se acumular nos bordos e provocar erosões
ponível na obra, limitado a 0,40m, na execução do cor-
Quando a inclinação transversal ultrapassar limite ração de tais ângulos pode provocar um aumento con- acentuadas.
po de aterro. Dessa forma, torna-se possível atingir o
que o recomende – da ordem de 15 % –, deve ser feito siderável na largura de plataforma, exigindo muitas grau de compactação necessário.
um escalonamento no terreno natural. Isso deve ser vezes a escavação de empréstimos não previstos para A Equipe de Fiscalização deve observar em tempo há-
realizado antes do início do aterro e com a constru- completá-los. bil a execução das valetas de pé-de-aterro de forma a
A equipe de fiscalização deve observar os locais onde
ção no terreno de degraus executados totalmente em protegê-lo. Quando os “off-sets” de aterro caírem pró-
a fundação de aterro não oferece o suporte e estabi-
corte, longitudinalmente ao eixo. Com essas providên- Exceto os solos orgânicos, não existem solos que não ximos aos cursos d’água, a fiscalização deve observar
lidade necessários a essa fase da obra. Os locais com
cias, evita-se o perigo de escorregamento do terraple- possam ser aproveitados para os corpos de aterros. se o projeto prevê alguma obra de proteção. Se esse
ocorrência de solo mole e solo saturado devem receber

32 33
I

tipo de obra não foi devidamente abordado no projeto, Execução de Aterros Dentro dessa faixa de controle, outro procedimento ções. Em tese, o controle deve ser feito pelo próprio Em-
a Equipe de Fiscalização deve comunicar à Diretoria prático é a utilização de trechos experimentais para se preiteiro, mas com a supervisão do Órgão Rodoviário,
de Projetos para estudo de solução que contemple a A compactação com controle tecnológico de laborató- determinar o tipo de controle e o sistema de trabalho sendo que este deve fazer ensaios periódicos sempre que
V proteção do pé do aterro. rio deve ser executada estritamente de acordo com as onde se possa medir ou determinar os dados abaixo julgar conveniente. V
especificações de serviço referidas em projeto. para cada equipamento:
Toda obra de construção de aterro deve adotar a com- É exigido o espalhamento uniforme do material trans-
pactação das camadas e das bordas para o centro da  úmero de passadas;
N portado em camadas com espessura (máxima de 0,40m,
plataforma de modo que a crista não avance para o Velocidade de operação; material solto), e para as três últimas camadas de aca-
lado externo, provocando, assim, o alargamento inde- Carga ou peso do lastro; bamento (máxima de 0,30m, material solto). Essas ca-
sejável do aterro. Umidade e outros. madas devem ser distribuídas em faixas longitudinais a
partir dos bordos para o centro, usando continuamente
É recomendável que, antes da operação de compacta- Deve haver estrita observância às especificações técnicas equipamento adequado para uniformizá-las.
ção, seja realizada uma verificação das unidades con- para o controle da compactação. Além disso, deve haver
tidas na camada. Isso deve ser feito de modo que a a conferência sistemática do equipamento mínimo exi- A Empreiteira deve disponibilizar os equipamentos de
compactação se realize nas condições ótimas de umi- gido e do número de passadas nas diversas camadas, compactação compatível com o volume do aterro a ser
dade, evitando, dessa forma, trabalho extra e desne- mantendo-se pessoal habilitado para apontamentos, re- executado. O Engenheiro Fiscal deve avaliar se o número
cessário. gistro e controle de laboratório. de equipamentos é adequado à produção esperada para
que a frota possa atender ao cronograma estipulado.
Aterro A obra deve contar com equipamento de compactação
apropriado e em quantidade suficiente, perfeitamente Mensalmente, deve ser emitido um relatório sobre o
Devem ser feitos panos experimentais nas primeiras compatível com o volume a escavar. O Empreiteiro deve andamento das obras, conforme os modelos aprovados.
camadas de aterro conforme o tipo de material. Isso dispor ainda de laboratório de campo, montado no can- Esses relatórios devem incluir os volumes, às áreas de
determina o número de passadas adequadas para se teiro da obra. Também o local deve contar com pessoal serviço e as obras executadas no período referente ao
atingir o grau de compactação especificado. O obje- habilitado para o controle sistemático da execução. A mês anterior. O relatório deve conter ainda diagrama
tivo dessa medida é evitar o excesso de energia na Fiscalização deve dispor do laboratório de campo para discriminando o avanço das obras, bem como perfil de
compactação de camadas e a consequente descom- efetuar - com o pessoal do próprio Órgão Rodoviário – os progresso de terraplenagem obtido por nivelamentos
pactação. ensaios que julgar necessários para as devidas verifica- mensais. Deve figurar também: o cadastro mensal das

34 35
I

obras de arte em execução, o revestimento primário, a  s aterros com seus respectivos escalonamentos de-
O diretamente sobre a saia do aterro da OAE, de modo a tamente com a Fiscalização. Esses serviços devem ser
proteção dos taludes, a vedação da faixa de domínio, vem ser executados exatamente de acordo com as co- evitar erosão e descalçamento das extremidades. remunerados, devendo ser objeto de adequação de pro-
dentre outros tópicos. tas e greide previstos no projeto. Isso deve ser feito de jeto em fase de obra.
V tal modo que ao ser implantada a obra de arte não seja Distâncias de Transporte de Terraplenagem V
Imediatamente após alguma ocorrência, a Fiscalização necessária qualquer terraplenagem suplementar. Devem ser levantadas quais as propriedades que têm
deve remeter à Diretoria de Infraestrutura os infor- A distância de transporte dos serviços de terraplena- potencial para uma passagem de gado. Com isso fei-
mes importantes que possam representar alterações Na execução de tubulões, pegões, muros de arrimo, gem é medida entre o centro de gravidade do aterro to, o passo seguinte é solicitar do setor da Diretoria
do ritmo das obras, tais como: deve-se seguir os seguintes critérios: e o centro de gravidade do corte ou de acordo com o de Projetos, responsável pela desapropriação, todos os
Qualquer escavação necessária para implantação Contrato. dados para que se faça a análise dos pedidos.
I nício de novas etapas; dos muros de arrimo, pegões, tubulões ou pilares
Chegada ou retirada do canteiro de serviço de algum deve ser feita por métodos manuais e nas áreas estri- Quando o volume de um corte é transportado para Obras de Arte Correntes
equipamento; tamente necessárias; destinos diferentes, por exemplo, aterro e bota-fora,
Paralisação temporária; A qualquer custo, deve ser evitado o arrasamento As obras de drenagem de grota devem anteceder con-
deve-se cubar os seus volumes, respectivamente, para
Alteração substancial do Plano de Trabalho. manual – e principalmente mecânico – dos taludes sideravelmente a terraplenagem, porém acompanhan-
que seja possível determinar os volumes de corte em-
naturais ou dos aterros já consolidados sob o pretex- pregados em cada DMT utilizado. do seu ritmo, evitando, assim, serviços desnecessários
Execução de Acesso às Obras de Arte Especiais to de facilitar a construção da obra de arte. com a paralisação da obra.

Sempre que possível, deve-se executar o aterro de en- Quando for alterado pela Fiscalização, o fluxograma
O ideal é que esses aterros sejam projetados e execu- Drenagem de Grota
cabeçamento de O.A.E.’s antes da execução da obra. Os dos movimentos de terra ou o estudo dos deslocamen-
tados de tal forma que a obra de arte a ser construída tos de volumes de terraplenagem fornecido com o pro-
cortes e aterros que dão acesso às obras de arte espe- Após a definição do melhor local para construção do
preencha os vazios do escalonamento deixados pela
ciais, tais como pontes e viadutos, só devem ser inicia- jeto será sempre em função do custo final da obra.
terraplenagem. O objetivo é dar a impressão que foi bueiro, deve-se verificar se o terreno de fundação está
dos quando os projetos das referidas obras estiverem compatível com a solução indicada em projeto. Caso
colocada uma obra de arte pré-moldada, sem a neces- O Empreiteiro pode manter depósitos de quaisquer
prontos e locados.
sidade de serviço suplementar de terraplenagem ou contrário, a Diretoria de Projetos deve ser informada
materiais e nos pontos que julgar convenientes, sem
mesmo concreto. ônus para a obra. sobre as novas condições do terreno e, então, fornecer
Durante a terraplenagem de OAE’s, deve-se observar que:
a fundação adequada ao caso.
Os aterros devem ser feitos obrigatoriamente com
material de boa qualidade em camadas de no máxi- Os drenos verticais para descarga das águas pluviais Em se tratando de bota-espera de material para aca-
que caem na superfície da OAE não devem ter saídas bamento de terraplenagem, este deve ser definido jun- Muitas vezes, os bueiros de grota são construídos
mo 0,20m compactadas;
fora do local do talvegue. Isso é feito para facilitar
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o processo construtivo, quase sempre eliminando a O reaterro dos bueiros deve obedecer rigorosamente Caso encontremos bueiros danificados pela corrosão Quando o talvegue conduzir um curso d’água perene,
fundação da obra. Nesses casos, há a necessidade da aos dados especificados em projeto, devendo-se execu- e estes atendam ao aspecto hidráulico, pode-se apro- deve-se evitar que a cota da geratriz inferior do bueiro
execução do dreno de talvegue. Não considerar esse tar as camadas iniciais com compactação manual até veitar o bueiro fazendo-se a recuperação com o uso de fique muito acima do terreno natural. Esse cuidado
V procedimento é uma das causas mais comuns de rom- uma altura mínima de 0,30m sobre a geratriz superior concreto armado no fundo, até a uma altura de 1/3 de impedirá que ocorra o represamento que pode trazer V
pimento de aterros, que ocorrem geralmente muitos do bueiro. Somente após atingir esta espessura é que seu diâmetro. Também poderão ser aproveitados os danos ao corpo do aterro.
anos após a construção da rodovia. pode ser iniciada a compactação com os equipamentos bueiros que apresentarem amassamento ao longo de
mais pesados. seu comprimento ou mesmo em ponto localizado desde Na execução do Berço, Contra berço, Boca e Caixa Co-
Deve ser feita a inspeção visual dos tubos de forma a que não existam sinais de evolução do problema. letora dos Bueiros utiliza-se o concreto ciclópico. Ele
impedir que tubos com problemas de fabricação sejam Na análise do aproveitamento dos bueiros com tubos consiste em concreto com uma determinada resistên-
de concreto, deve-se verificar a possibilidade de haver A declividade de assentamento dos bueiros tubulares cia, especificada em projeto, com adição de 30% de pe-
utilizados na construção dos bueiros. Na construção
algum problema como quebra de tubo ou mesmo se deve, sempre que possível, ser maior que 1,5 % e me- dra de mão. Onde ele é utilizado, deve ser realizada
dos bueiros, essa inspeção visa impedir a utilização de
eles estão selados. Identificado o problema, deve-se ve- nor que 2,0 %. No caso de bueiros celulares, a decli- uma rigorosa fiscalização, já que, na prática, a propor-
tubos com deformação causada no processo de cura,
vidade deve ser maior que 0,5 % e menor que 1,0 %. ção de pedra de mão tem sido muito maior. Em alguns
trincas, nicho e outros defeitos que possam vir a com- rificar sua evolução e correção.
Essa declividade garante a autolimpeza sem provocar casos, a proporção especificada chega a ser invertida.
prometer a obra.
Muitas vezes, quando é utilizado equipamento pesado erosão no solo.
Na execução de bueiro pelo método não destrutivo, ou
Deve ser exigida a execução dos controles tecnológi- na execução do aterro, ocorre a quebra de execução do
seja, sem remoção de aterro (túnel liner), o controle
cos dos tubos de concreto. O procedimento deve veri- aterro, a quebra de algum tubo ou mesmo o desloca- Para bueiro tubular com declividade de até 10 %, des-
topográfico deve ser rigoroso para a garantia da decli-
ficar se atende à NBR 8890/2007, principalmente ao mento deles. Se o problema surgiu durante a constru- de que seja assentado em vala, não há necessidade da
vidade e para o alinhamento previstos no projeto.
ensaio de compressão diametral para a comprovação ção, é preciso observar: se o bueiro estiver atendendo à construção dos “gigantes”, que são aquelas saliências
da classe do tubo especificada no projeto. parte hidráulica, se não houver abatimento do aterro executadas em concreto na laje inferior para evitar a
Bueiros tubulares existentes que não possuem berço
ou erosão interna ou se o corpo de aterro for constitu- movimentação do bueiro de ancoragem.
podem ser aproveitados. O berço de um bueiro tubular
Deve ser observada a largura de escavação da vala ído de solo coesivo. Nesses casos, o bueiro ainda pode possui duas funções principais: garantir a estanquei-
para o assentamento dos bueiros para permitir que o ser aproveitado sem a necessidade de intervenção de Os bueiros implantados nas vias rurais são em quase sua
dade e proporcionar uma maior resistência ao tubo em
reaterro seja executado de forma adequada. Também recuperação. totalidade obras curtas. Isso faz com que as suas bocas à
relação aos esforços da compressão diametral.
deve ser avaliada a profundidade e o tipo de solo em montante ou caixa coletora e a boca à jusante exerçam a
que está sendo implantada a obra, verificando-se a ne- Na análise do aproveitamento dos bueiros metálicos. função de travamento, impedindo que haja o escorrega- Devem ser aproveitados, independentemente de seu di-
cessidade ou não de escoramento da vala. aplica-se o mesmo raciocínio do parágrafo anterior. mento dos tubos. Lembrar também que implantação em âmetro, todos os bueiros tubulares que estiverem em
vala proporciona um bom travamento da obra.
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boas condições de conservação, sem comprometimento limpo, para possibilitar a sua avaliação estrutural. posicionamento e sua cota. Muitas vezes a, boca à mon- Deve-se verificar o aspecto das formas de madeira a se-
da estabilidade de sua estrutura, limpos e sem a pre- Caso esteja em bom estado e o assoreamento não tiver tante de um bueiro não fica bem posicionada em rela- rem empregadas na concretagem desprezando aquelas
sença de erosão à jusante. como causa a implantação errada do bueiro, com sua ção à direção de entrada do curso d’água, passando, que estejam empenadas, trincadas, com excesso de nós
V entrada ou saída enterrada, o bueiro pode ser apro- então, a ocorrer erosão ao lado de sua ala. Já no caso da ou desgastadas. É importante ressaltar que tal cuida- V
Em situações onde o bueiro apresentar uma declivida- veitado. caixa coletora à montante, a sua parede pode ficar alta do é essencial para as obras em concreto aparente.
de muito acentuada, i > 4,0 % e o solo não for coesivo, dificultando a entrada da água, implicando erosão e,
deve ser construído um dissipador de energia na sua Quando um bueiro for implantado numa região de en- até mesmo, infiltração do lado de fora de suas paredes. É de bom senso limitar a emissão de ordem de serviço
saída. costa, a sua descida d’água à jusante deve ter compri- para os bueiros até 5 km de extensão, liberando novas
mento suficiente para lançar o deságue em local seguro. O “cut-off” ou martelo (que é o anteparo posicionado frentes quando 60% das ordens anteriores já tiverem
Em um trecho em região montanhosa, se o bueiro ti- Essa situação, muitas vezes, gera descidas d’água mui- nas bocas montante e jusante) deve ser construído nos sido executadas.
ver uma declividade de implantação muito forte (por to longas, superiores a 100m e deve-se, então, procu- bueiros onde existem escoamentos perenes das águas.
rar concentrar os escoamentos em um ou dois bueiros. Ele tem como função impedir que as águas superfi- Drenagem Superficial
exemplo 8,0 %), pode ser projetada uma caixa coletora
à montante mais profunda, com H = 3,50m, cujo obje- A solução, nesse caso, é coletar as águas utilizando-se ciais percolem pela fundação. O bueiro com tubo tipo
“Ribloc” deve ser executado rigorosamente de acordo Os bueiros de greide devem ser preferencialmente
tivo é reduzir essa declividade. de caixas coletoras e conduzi-las, através de bueiro de
com as recomendações e especificações do fabricante. executados após a conclusão dos serviços de terraple-
greide longitudinal, até os locais de deságüe determi-
Esse tipo de material pode apresentar problemas ou nagem, evitando, assim, que alguns empréstimos os
Não deve ser implantada caixa coletora com altura su- nados pelo projeto. A distância das caixas coletoras no
tornem inadequados.
perior a 3,50m pois isso dificulta os serviços de manu- bueiro longitudinal não deve ser superior a 60m para até mesmo romper, caso não haja o atendimento às es-
tenção. que seja possível realizar os serviços de manutenção. pecificações do fabricante.
Para os tubos a serem utilizados nos bueiros de grei-
de, recomenda-se os mesmos controles adotados para
Quando um bueiro estiver parcialmente ou até mesmo Quando o solo de fundação de um bueiro for de boa As bocas do bueiro tipo “Ribloc” podem ser em concreto
a drenagem de grota. Isso porque, mesmo que os dis-
totalmente assoreado, a avaliação para fins de seu apro- qualidade, não há necessidade da execução do empe- ou gabião. Já as bocas do bueiro metálico tipo “Armco”
positivos de drenagem estejam bem dimensionados,
veitamento deve ser criteriosa e deve considerar que: dramento ter como função melhorar as condições de podem ser em concreto, gabião ou até mesmo em “Rip-
sua vida útil depende diretamente da qualidade dos
fundação para o bueiro. Nesse caso, o berço deve ficar rap”, que são sacos com mistura de solo-cimento.
materiais utilizados na sua execução. Dessa forma, é
 rimeiramente, deve ser feito um nivelamento do ter-
P apoiado diretamente no terreno. possível preservar a integridade do corpo estradal.
reno natural à jusante para que seja possível avaliar Os martelos das alas dos bueiros e paredes de caixas
a extensão e o volume de escavação da vala para que o Antes da execução da boca à montante de um bueiro coletoras devem ser paralelos ao eixo da rodovia, mes-
Na execução dos dispositivos de drenagem superfi-
bueiro volte a funcionar de forma adequada. Deve ser ou da caixa coletora à montante, deve-se verificar seu mo que os bueiros sejam esconsos. cial, deve-se certificar que as dimensões do concreto e

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a sua forma estejam de acordo com o projeto. Deve-se as modificações que normalmente são feitas na obra. de implantação de valeta de proteção. Nessa situação,
tomar também o cuidado de apiloar o fundo das es- Citamos, como exemplo, o caso em que, num deter- a vegetação retém a água, protegendo o corte. Não faz
cavações, necessárias à implantação dos dispositivos minado trecho, a sarjeta de corte e o bueiro de greide sentido, portanto, executar desmatamento para cons-
V de drenagem. foram projetados num corte, mas foi preciso fazer trução da valeta. V
um empréstimo nesse corte e a remoção de todo ma-
terial. Nesse caso, não há, então, mais necessidade de A valeta de proteção de corte, quando interceptar um
sarjeta de corte e, muitas vezes, pode-se eliminar até volume significativo de águas superficiais e possuir
mesmo o bueiro de greide. uma declividade na descida muito acentuada, deve ser
executada em degraus. Desse modo, pode proporcio-
Nas saídas d’água de corte, há necessidade de dissi- nar a dissipação de energia do escoamento, evitando,
pador de energia, caso seu deságue se dê em solo não assim, a formação de sulcos no concreto com posterior
coesivo do tipo arenoso ou siltoso. erosão do solo.

Quando o terreno for plano e existir vegetação do tipo Sempre que possível, as sarjetas de banqueta de corte
grama, no final de uma descida d’água em aterro, não devem ser conduzidas para a valeta de proteção.
há necessidade de se implantar qualquer tipo de dissi-
pador de energia. Nos cortes onde houver uma camada de argila em seu
coroamento com espessura maior ou igual a 2m, não Sarjeta
Ao instalar uma valeta de proteção revestida de con- há necessidade de revestimento em concreto na valeta
creto, esta deve ser encaminhada até a boca à montante de proteção. É importante ressaltar que a espessura das sarjetas
ou caixa coletora do bueiro. Na maioria dos casos, não deve ser sempre verificada.
é conveniente terminar o deságue antes que se cons- As escavações das sarjetas de corte e das sarjetas de
trua um dissipador de energia no local. Nesse caso, as aterro devem ser sempre executadas manualmente. A Devem-se evitar comprimentos de sarjeta de corte
Bueiro de greide
águas podem se concentrar novamente e vir a causar execução de sarjetas com emprego de equipamentos do maiores que 250m, mesmo que o cálculo de dimensio-
erosão no solo se ele não for coesivo. tipo retro-escavadeira pode provocar desagregação e de- namento permita. Isso porque existe a possibilidade de
A fiscalização da obra deve fazer o ajuste do projeto
sestruturação das camadas de pavimento. Isso resulta, retenção de detritos, fazendo com que a água vá para
no campo no que diz respeito à necessidade dos dis- No corte, quando existir em sua encosta à montante nesse local, num ponto fraco entre a base e a sarjeta. a pista, causando, assim, acidentes aos usuários da via
positivos projetados e à sua localização, considerando uma vegetação densa até a crista, não há necessidade

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ou mesmo provocando erosões pelo acúmulo de água ser feita de forma criteriosa, de maneira a se construir Deve-se executar os terminais de dreno profundo, pois Após a abertura da vala, deve-se fazer a limpeza e com-
fora de seu leito. apenas o estritamente necessário. isso facilita os serviços de manutenção. Os terminais pactar o fundo. Isso é feito de forma a garantir a decli-
podem ser feitos em peças pré-moldadas. vidade projetada, que deve ser a declividade do greide,
V Quando a escavação para execução da sarjeta exceder As caixas coletoras devem ser posicionadas sempre mas nunca inferior a 0,5%. V
a uma profundidade maior do que a necessária, o ma- para dentro do corte, de forma a oferecer maior segu-
terial de enchimento deve ser apiloado. rança aos veículos e aos pedestres. No enchimento da vala com os agregados, deve-se fa-
zer o coroamento (excesso de volume), para ajudar no
Drenagem Profunda adensamento dos materiais, evitando afundamentos
futuros.
Quando for observada a presença de água durante a
escavação de um dreno profundo, a fiscalização deve Sempre que possível, deve-se descarregar o dreno de
consultar a Diretoria de Projetos para obter solução pavimento no dreno profundo.
específica para o caso.
Deve-se sempre executar os terminais de drenos de pa-
Quando a drenagem profunda exigir a utilização de vimento, pois isso facilita os serviços de manutenção.
tubos de concreto poroso ou perfurado, deve ser feito Os terminais podem também ser em peças pré-molda-
o rejuntamento dos tubos com argamassa com traço das.
de 1:3.
Pavimentação
Nos drenos profundos onde for utilizada areia no pre-
enchimento da vala, esta deve ser adensada com água Exploração de Jazidas
Caixa Coletora
em duas etapas (meia vala e vala inteira).
Todas as jazidas indicadas em projeto ou aquelas de-
Ao implantar um pavimento numa largura menor que Deve-se construir caixa de passagem com 1,50m de Dreno Profundo finidas no trecho devem ter seus volumes e caracte-
a da terraplenagem já implantada anteriormente, a
profundidade e com dimensões de 0,80 x 0,80m com rísticas técnicas verificados durante a obra. Antes da
sarjeta de corte deve ser posicionada no pé do corte. Na execução dos drenos laterais de base e dos drenos
tampa de concreto. Isso permite a execução dos servi- sua exploração, as licenças dos órgãos ambientais e do
ços de manutenção, lembrando ainda que a distância transversais, a fiscalização deve fazer com que a cons- Departamento Nacional de Produção Mineral devem
A implantação das sarjetas de corte ou de aterro deve
entre as caixas deve ser de, no máximo, 60m. trução esteja de acordo com as especificações da obra. ter sido emitidas.

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A negociação com o proprietário dos materiais a se- Deve ser evitada a raspagem por máquinas de lâmina Recomenda-se que nos estudos de empréstimos, seja Essa faixa de umidade deve ser definida previamente por
rem adquiridos (jazidas) deve seguir as orientações a partir da superfície da jazida para formação de mate- avaliada a possibilidade do aumento de energia de meio do ensaio de ISC - Índice de Suporte Califórnia.
da Diretoria de Infraestrutura. Os acessos às jazidas rial. Essa prática causa a produção de materiais hetero- compactação, de modo a se obter maior densificação
V (abertura e manutenção) são de responsabilidade da gêneos, tanto no início quanto no final da exploração, já desses materiais. Também se recomenda, a partir do O controle da densidade aparente no in situ deve aten- V
empresa contratada e os serviços relacionados a esses que, na superfície, encontram-se os materiais mais gra- acabamento da terraplenagem, o uso da deflectome- der aos critérios de graúdos abaixo da peneira ¾’. Em
procedimentos não são objeto de medição. nulares e, em profundidade, os materiais mais finos. tria com o auxílio da viga Benkelman, como medida se tratando de materiais com grande percentual de
auxiliar ao controle tecnológico convencional. graúdos acima dessa bitola, a correção é feita em ába-
A limpeza da área da jazida deve seguir critérios téc- A exploração correta de uma jazida se dá pela abertura co adequado pelo Método das Densidades Reais, em
nicos de desmatamento, de forma que o material não de testas ou taludes verticais. A partir deles, retira-se de Após a execução dessa camada e de sua respectiva ábaco próprio.
seja contaminado ou extinto. Em jazidas com peque- uma só vez – por meio de carregadeiras ou escavadeiras – liberação, ela deve ser imediatamente recoberta com
na espessura de cascalho, recomenda-se que o desma- toda a espessura de material que foi definido nos furos de material de sub-base ou de base, de forma a se evitar O acabamento superficial da camada é feita sempre por
tamento seja realizado pela utilização de fogo, após a sondagem. Recomenda-se utilizar máquinas leves para a sua retração e degradação. Vale ressaltar que a execu- corte, pelo uso da lâmina da moto niveladora, de forma
execução de um aceiro em torno de seu perímetro. Em exploração de jazidas, com profundidade de até 1,30m. ção da regularização dos subleitos somente deve ser a evitar solas na superfície. Não se admite correções
jazidas com grande espessura de cascalho, recomenda- liberada após a execução dos drenos profundos nos de espessura por aterros nessas camadas em razão da
se que o desmatamento seja executado com a utilização Regularização do Subleito locais em que estejam previstos. formação de solas não consolidadas. Também não se
de máquinas leves de esteira e lâmina. Nesse caso, o admite bolsões segregados e bolsões de umidade na
produto da limpeza deve ser estocado para posterior re- O acabamento da terraplenagem e a regularização do Sub-base e Base de Solo Estabilizado Granulometri- camada, de maneira que possa levar à desagregação e
cobrimento da área explorada. subleito devem ser executados dentro dos critérios téc- camente à deformações plásticas (chamadas borrachudos).
nicos estabelecidos em projeto. Isso deve ser feito con-
Em ambos os tipos de jazida, a área deve ser recuperada siderando as especificações apropriadas e a utilização A execução das camadas de sub-base e de base devem A Equipe de Fiscalização deve atentar para que os to-
dentro dos critérios de conservação e preservação am- de materiais de características técnicas comprovadas. seguir os critérios técnicos de projeto e especificações cos, raízes e matérias orgânicas sejam removidos du-
biental previstos em contrato. Isso inclui a execução de A exploração dos empréstimos segue as mesmas reco- pertinentes. Todos os materiais previamente avaliados rante a fase de espalhamento.
camaleões (leiras) em curvas de nível ou bacias de con- mendações para as jazidas, inclusive sua recuperação durante a obra devem atender às características técni-
tenção para evitar erosões. ambiental.
cas previstas. As bases e sub-bases com misturas do tipo solo-solo,
solo-areia, solo-brita e solos-aditivos hidráulicos de-
A exploração da jazida deve ser realizada de forma que A Equipe de Fiscalização deve ter cuidado especial quan-
A Equipe de Fiscalização deve ter um controle efetivo vem ser criteriosamente avaliadas quanto à sua ho-
o material extraído seja uniforme em toda área e pro- to à espessura de camada, à umidade e à homogeneiza-
dos desvios de umidade em torno da umidade ótima. mogeneização.
fundidade exploradas. ção dos materiais.
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Recomenda-se que, em misturas de cascalhos com ar- A norma DNER-PRO 120/97 fixa as exigências para Embora muitas vezes as fontes sejam indicadas em pro- Asfáltico – Especificação de Serviço;
gila, esta deve ser previamente pulverizada no emprés- amostragem de agregados em campo e a norma jeto, para não atrasar a obra, o Engenheiro Fiscal e sua DNER 03-99 – Determinação da Penetração de Mate-
timo (argileiro), de maneira a eliminar os torrões mui- DNER-PRO 199/96 determina as condições na redu- equipe devem avaliar se o fornecedor dos materiais tem riais Betuminosos;
V to comuns em sua constituição. Para isso, utilizam-se ção de uma amostra para ensaios de laboratório. capacidade de produzir o volume de agregados dentro DNER 04-94 – Viscosidade Saybolt Furol; V
grades de discos ou pulvimisturadores em um local do cronograma estipulado em contrato. DNER 05-73 – Peneiração de Misturas Asfálticas;
reservado no próprio empréstimo. Somente a partir Devem ser observadas ainda as seguintes normas: DNER 43-95 – Misturas Asfálticas a Quente – Ensaio
A Equipe de Fiscalização deve avaliar previamente se Marshall;
daí é que o material deve ser liberado para o transpor-
 NER-ME 053 – Misturas Betuminosas – Percenta-
D o laboratório de controle de campo da Empreiteira está DNER 53-94 – Porcentagem de Betume;
te e para a mistura com o outro solo.
gem de Betume; preparado para controlar efetivamente a execução do DNER 54-97 – Equivalente de Areia;
DNER-ME 055-64 – Impurezas Orgânicas em Areia; revestimento betuminoso, considerando equipamentos, DNER-ME 78-63 – Adesividade de agregado qraudo
Nas obras em que o Tratamento Superficial for previs-
DNER-ME 078 – Agregado Graúdo – Adesividade a instrumentos e pessoal técnico capacitado. a ligante betuminoso;
to como revestimento, a execução das sarjetas deve ser
Ligante Betuminoso; DNER-ME 79-63 – Adesividade de agregado a ligan-
efetuada logo após a execução da base, de maneira que
DNER-ME 079 – Agregado – Adesividade a Ligante É muito importante que, durante a execução dos servi- te betuminoso.
esse dispositivo fique nivelado nessa superfície. Tal
Betuminoso; ços, os materiais mantenham as mesmas características
prática evita o confinamento lateral do revestimento.
DNER-ME 081-98 – Determinação da Absorção e da técnicas originais para que a dosagem já definida não Recomenda-se que o Engenheiro Fiscal visite os depó-
Densidade de Agregado Graúdo; seja alterada. Caso ocorram alterações, uma nova dosa- sitos de materiais (jazidas e pedreiras) no mínimo duas
Revestimento Betuminoso
DNER-ME 083 – Agregados – Análise Granulométrica gem deve ser providenciada junto ao laboratório da DP. vezes por semana. Também é indicado que o laboratório
DNER-ME 086-64 – Determinação do Índice de For- de campo seja visitado por no mínimo duas horas diá-
Agregados
ma de Agregado. A Equipe de Fiscalização também deve estar atenta à rias. Nesse período, o Engenheiro Fiscal deverá acom-
qualidade dos materiais, principalmente quanto a sua panhar alguns ensaios e algumas análises e avaliar os
Todos os revestimentos asfálticos constituem-se de as- contaminação, evitando, assim, alterações indesejá-
Antes da execução de qualquer revestimento betumino- resultados de ensaios elaborados no dia anterior.
sociações de ligantes asfálticos, de agregados e, em veis e prejudiciais à qualidade do serviço final. Para
so, recomenda-se que os materiais disponíveis (agrega-
alguns casos, de produtos complementares. isso, é fundamental a análise diária dos resultados ob-
dos e ligantes) sejam encaminhados para o laboratório Um controle tecnológico efetivo é aquele que promo-
da Diretoria de Projetos, DP-DER/MG, para sua carac- tidos nos ensaios de controle tecnológico. ve adequações e procedimentos que visem à qualidade
Quanto à distribuição dos grãos, a norma DNER-ME
terização e dosagem. Assim, somente após a elaboração da obra. Portanto, é função primordial do engenheiro
035/95 determina os tamanhos de peneiras a serem usados dessa dosagem é que devem ser liberados os trabalhos Para isso, devem ser consultadas as seguintes normas: fiscal e de sua equipe a análise diária dos resultados
na análise granulométrica e a norma DNER-ME 083/98 executivos. encontrados em laboratório.
trata do procedimento de análise por peneiramento. DNIT 03/2004 –ES – Pavimentos Flexíveis - Concreto

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Tratamentos Superficiais A compressão do agregado é realizada imediatamen- Recomenda-se que os banhos de ligantes e de agrega-
te após o seu lançamento na pista. Nos trechos em dos sejam escalonados nas juntas transversais e lon-
Exige-se da Equipe de Fiscalização o conhecimento tangente, ela deve começar pelas bordas e prosseguir gitudinais. Isso é feito de modo a evitar sobreposição e
V prévio das características dos agregados utilizados para o eixo. Já nos trechos em curva, a compressão consequente exsudação e/ou desagregação. Utiliza-se V
para que não apresentem quebra durante o processo deve ser sempre da borda mais baixa para a borda para isso o papel “CRAFT” fixado nas extremidades de
de rolagem da camada. Isso possibilita adequar o tipo mais alta. Deve-se observar ainda que cada passagem cada banho. O escalonamento longitudinal pode ser
de rolo liso metálico a ser utilizado nesse processo. do rolo deve ser recoberta pela subsequente em pelo conseguido pela eliminação do bico espargidor que
menos metade da largura. fica na extremidade da barra.
Antes da execução do Tratamento, deve-se observar os
Do mesmo modo, a correção dos locais exsudados se dá
seguintes aspectos: Nas primeiras 48 horas após a liberação do Trata-
pela remoção de todo o revestimento danificado até a ca-
mento Superficial ao tráfego, é fundamental que se-
mada de base e a reconstrução de um novo revestimento.
 fetuar a varrição da pista (imprimada, no caso de
E jam mantidos os processos de molhagem e varredura
aplicação sobre a base) para eliminar todas as partícu- da pista. Isso possibilita mantê-la fria, evitando-se o
Tratamento superficial Concreto Betuminoso
las de pó; agarramento dos pneus nos agregados, bem como a
Efetuar a limpeza e a regulagem dos bicos espar- remoção (a partir da varrição) daqueles que, porven-
gidores, pois a uniformidade e a regularidade da Recomenda-se o ajuste das taxas de agregado em
tura, tenham sido deslocados pelo tráfego. Esse pro-
aplicação do ligante são fundamentais no desempenho campo para evitar os excessos e consequentes desa-
cedimento deve ser mantido até que haja uma prévia
do revestimento; gregações após a liberação do tráfego. Isso pode ser
consolidação do Tratamento Superficial.
A barra de espargimento deve manter a altura uni- conseguido por meio de menor abertura do spreader
forme e adequada sobre a superfície do pavimento; (distribuidor de agregados) e posterior lançamento
Para que ocorra um melhor travamento entre a brita
Os bicos e os leques de distribuição devem estar posi- manual das quantidades faltantes. As sobreposições
1 e a brita 0, recomenda-se que tenham as seguintes
cionados tanto na angulação como na abertura ade- de agregados são indesejáveis e ocorrem pelo excesso
bitolas para diâmetro máximo e mínimo:
quada para aspergir o ligante sem falhas e sobrepo- de lançamento destes sobre a superfície da pista. As-
sição; sim, é mais fácil adicionar agregado manualmente do
Brita 1 passado na peneira de 7/8” (22,23 mm);
A bomba deve manter a pressão de aspersão constan- que retirá-los com rastelos.
retido na peneira de 3/8” (9,52 mm);
te em qualquer ponto da barra espargidora.
A temperatura para aplicação do ligante é determina-
Brita 0 passado na peneira de 3/8” (9,52 mm); Concreto Betuminoso
da em função da relação viscosidade-temperatura.
retido na peneira de 3/16” (4,8 mm).
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A Equipe de Fiscalização deve exercer uma supervisão Deve-se averiguar a temperatura de aplicação da mas- gem. A escolha do padrão de rolagem adequado deve
efetiva dos controles de usinagem de massa asfáltica sa de cada caminhão que chega à frente de serviço. ser realizada pela execução de uma pista-teste com mo-
para que seja possível manter a qualidade do produto Isso é feito para manter o trabalho dentro da faixa de nitoramento das densidades. Nela, deve ser definido o
V e de sua aplicação. temperatura indicada em projeto ou de acordo com a número de passagens necessárias para uma cobertura V
curva de viscosidade x temperatura do ligante. da largura da faixa ou pista. Também são definidos o
Para isso, deve exigir diariamente que o laboratório número de repetições necessárias para alcançar o grau
de obra efetue: O aquecimento excessivo da mistura é indicado, nor- de compactação de projeto, a velocidade de rolagem e
malmente, por emanação de fumaça de coloração azul. a faixa de temperatura correta de aplicação e de rola-
 nálise granulométrica dos materiais nos silos frios,
A Quando a temperatura da mistura está baixa, ela gem.
avaliando se estão de acordo com as mesmas caracte- apresenta aspecto endurecido e, em caso de excesso de
rísticas da dosagem original; umidade, ocorre a liberação de vapor d’água durante A rolagem de compactação pode começar com rolos
Controle de recebimento de ligante asfáltico antes o processo de descarregamento do caminhão trans- compactadores vibratórios ou rolos tandem lisos está-
de sua descarga nos tanques da usina por meio dos portador. ticos. Em seguida, são utilizados, então, os rolos de
ensaios de caracterização; pneus, sendo a rolagem de acabamento executada com
Acabadora de Asfalto Quando há a contaminação com substâncias indesejá- rolos tandem lisos estáticos. Em caso de camadas com
Controle de temperatura do ligante antes e durante
veis, principalmente devido à má limpeza das caçam- granulometria descontínua, a rolagem deve ser rea-
a usinagem;
Deve-se observar também se os rolos de pneus estão bas, deve ser avaliado se a contaminação é em peque- lizada somente com rolo tandem liso estático para se
Coleta do usinado e extração de betume no primeiro
lastreados e se os compressores atuam de modo a va- na quantidade e se, nesse caso, pode ser removida. No evitar segregação.
caminhão antes da liberação de massa para a pista e,
riar as pressões nos pneus. caso de contaminação em grande quantidade, a carga
no mínimo, mais duas vezes por dia de usinagem;
deve ser rejeitada. As segregações devem ser evitadas na pista por meio do
Análise granulométrica da mistura após a extração
de betume, de modo a verificar o seu enquadramento salgamento desses pontos. E a aplicação da massa deve
A compressão da massa asfáltica deve atender ao valor ser precedida do salgamento delgado da base pintada.
na faixa de trabalho do traço de projeto.
mínimo do grau de compressão indicado em projeto.
Para isso, devem ser conjugados rolos lisos de aço e de
Na pista, deve-se estar atento para que a acabadora pneus, em passadas suficientes e efetivas para atingir
tenha o dispositivo de vibração e de aquecimento da a densidade necessária. Isso deve ser executado toman-
mesa em pleno funcionamento. do o cuidado para que não ocorram as formações de
Rolos compactadores
frisos e imperfeições provocadas pelo excesso de rola-

52 53
I

Problemas Decorrentes de Execução Inadequada

V V

Desagregação por deficiência de ligante Afundamento plástico (borrachudo)


Falha de bico espargidor Afundamento plástico nas trilhas de roda

Desgaste Trinca de retração


Afundamento por consolidação nas trilhas de roda
Exsudação
54 55
I

Obras de Arte Especiais  omparar o perfil natural do terreno com o repre-


C
sentado no projeto e verificar se houve ou não alte-
ração do perfil natural do terreno atual;
V Analisar os boletins de sondagem (local dos furos, V
materiais e resistência) durante a execução da fun-
dação.
Conferir se no projeto estão representados todos os
desenhos necessários à construção de formas e ar-
mações

O Engenheiro Fiscal deve consultar o projetista (DP/


GPE) sempre que houver dúvidas e discrepâncias em
Exudação Afundamento por consolidação nas trilhas de roda relação aos itens acima.
Obra de Arte Especial

Dosagem de Concreto
Leitura e Análise de Projeto
O procedimento para dosagem do concreto deve ser
Antes da execução das obras de artes especiais, o En- conforme a norma brasileira NBR- 6118 e de acordo
genheiro Fiscal deve analisar e conferir os seguintes com a dosagem racional de projeto.
detalhes:
Infraestrutura (Fundações)
 otas (greide, assentamento e arrasamento das fun-
C
dações) e elementos de curva vertical e horizontal As fundações devem ser regidas pela norma NBR-6122:
com o projeto geométrico; 1996 – Projeto e execução de fundações – Procedimen-
Conferir desenho de locação das fundações antes da to e pelas especificações particulares contidas no pro-
marcação no campo e verificar se a posição está coe- jeto executivo.
Afundamento plástico nas trilhas de roda Desagregação por deficiência de ligante rente com o projeto geométrico;

56 57
I

Principais tipos de fundação: nas suas paredes laterais em caso das paredes serem projeto está condizente com a do ponto de assenta- Tolerâncias quanto ao desaprumo
a forma. mento da base;
 undações Rasas: Sapatas e blocos;
F Avaliar a qualidade e a resistência do concreto por 10. R
 egistrar as cotas de escavação a céu aberto e via Tolera-se, sem necessidade de medidas corretivas, um
V Fundações Profundas: Fundações estaqueadas, fun- meio da moldagem de corpos de prova. ar comprimido para posterior medição; desvio angular de até 1%, mas desvios maiores reque- V
dações em tubulões. 11. R
 egistrar o tipo de camisa utilizada: concreto, me- rem verificação de cálculo junto ao projetista (DP/GPE).
Em caso de anomalias executivas, devem verificar as pro- tálica ou nenhuma;
Controles para Fundações Rasas vidências a serem tomadas junto ao projetista (DP/GPE). 12. C
 ontrolar e classificar o tipo de material escavado Controle para Estacas Metálicas
metro a metro (comparar com a sondagem) e des-
O Engenheiro Fiscal e o tecnologista de concreto de- Controle para Tubulões crever os equipamentos utilizados; Caso exista a possibilidade local de erosão e de des-
13. R
 egistrar o comprimento, diâmetro/espaçamento confinamento das estacas, deve-se comunicar ao pro-
vem proceder inspeção minuciosa do terreno de assen-
Seguem, abaixo, os controles mínimos necessários das armaduras; jetista (DP/GPE). Também deve ser feito ensaio de
tamento da fundação, verificando se as cotas de apoio e
para o acompanhamento da cravação de tubulões: 14. R
 egistrar a classe do concreto e do volume real PIT (Integridade das estacas) em todas as estacas
de arrasamento são condizentes com o especificado em
aplicado; executadas. Devem ser feitas, ainda, provas de carga
projeto. Além dessa análise, ambos profissionais preci-
15. R
 egistrar o deslocamento e o desaprumo real ocor- dinâmicas em pelo menos 3% das estacas, conforme
sam verificar outros aspectos, tais como: 1. Controlar o registro no boletim diário;
rido; norma NBR 13208 - Ensaios de Cargas Dinâmicas.
2. Seguir a numeração do tubulão, conforme o projeto
16. R
 egistrar as observações adicionais sobre quais-
 nalisar a possibilidade de erosão ou descalçamento
A 3. C oletar amostra a cada metro e comparar com o bo-
quer ocorrências não previstas em projeto duran-
da fundação se houver no local a evidência de solos letim de sondagem; a) Controles gerais
te a execução e também as providências tomadas.
arenosos e/ou siltosos. 4. I dentificar os furos de sondagem mais próximos de Os Perfis devem atender às prescrições do projeto
Avaliar após a cota prevista de arrasamento da base, cada tubulão; quanto à forma, à dimensão e à resistência.
Tolerâncias executivas quanto à excentricidade
a necessidade de chumbamento da mesma quando 5. Registrar as cotas de apoio e de arrasamento;
(deslocamento)
assente em rocha. 6. F azer inspeção do terreno de assentamento da fun-  s estacas metálicas devem ser estocadas em locais
A
Verificar a necessidade do uso de ensecadeira e tam- dação para verificar se está compatível com o de protegidos contra oxidação, em pilhas de no máxi-
É tolerado sem necessidade de qualquer providência, o
bém de bombas para esgotamento d’água. Isso no projeto; mo 3 camadas, para evitar empeno por flexão (Apoio
desvio entre o eixo e o ponto de aplicação real de carga
caso de execução de blocos onde o N.A. estiver acima 7. R egistrar as dimensões reais da base alargada em cavaletes de madeira e recobertos com lona).
de até 10% do diâmetro do fuste. Entretanto, sempre
das cotas de assentamento. 8. R egistrar o nível do lençol freático na época da que os desvios forem maiores do que 10% do diâme-
Verificar a realização de revestimento da cava com construção; tro do fuste, informar ao projetista (DP/GPE) para que Tolerâncias construtivas admissíveis:
concreto magro na regularização da base e chapisco 9. V erificar se a taxa de trabalho do solo indicada no Deslocamento máximo da cabeça < 5 cm;
seja redimensionado o tubulão.

58 59
I

Desaprumo máximo de 1%. Controles para Estacas Pré-Moldadas de Concreto deve ser arrancada, preenchendo-se o furo com areia Estacas escavadas com uso de lama bentonita
e nova estaca deve ser cravada. Caso não seja possí-
Desvios maiores devem ser informados ao projetista a) Controles gerais vel o arrancamento, uma segunda estaca adjacente a) Controles gerais
V (DP/GPE) para providências. As formas, dimensões e capacidade de carga, devem deve ser cravada após redimensionamento do bloco O deslocamento máximo da cabeça < 5 cm; V
atender às prescrições do projeto: pelo projetista. Deve ser elaborado, ainda, um relató- O desaprumo máximo de 1%.
As emendas feitas com solda elétrica devem ser em rio de controle de negas.
conformidade com o projeto.  O
 deslocamento máximo da cabeça < 5 cm; b) Controles de escavação
O desaprumo máximo de 1%. Controles para Estacas moldadas in-situ Verificar a dosagem da lama. Verificar se há cons-
Caso haja possibilidade local de erosão e de desconfina- tante reciclagem da lama para evitar diminuição da
mento das estacas, consultar ao projetista (DP/GPE). A
 s emendas devem ser feitas com o uso de anéis me- Estacas Franki sua densidade e o consequente desmoronamento das
tálicos em suas extremidades, por meio de solda con- paredes da estaca.
b) Controles de cravação forme projeto. a) Controles gerais
Deve ser feito diagrama de cravação das estacas. O deslocamento máximo da cabeça < 5 cm; No caso do ensaio de PIT apresentar resultados desfa-
C
 aso haja possibilidade local de erosão e desconfina- O desaprumo máximo de 1%. voráveis, deve ser feito um redimensionamento pela
Deve ser analisado e aprovado previamente o Plano
mento das estacas, o Engenheiro Fiscal deve infor- consultora e apresentar à DP/GPE para análise.
de cravação/equipamentos.
mar o projetista (DP/GPE) e adotar os procedimen- b) Controles de cravação
tos por ele indicados. Deve-se analisar e aprovar previamente o Plano de Antes de iniciar a concretagem, deve ser feita a lim-
 stacas danificadas pela cravação, com defeitos de
E
cravação/equipamentos em consonância com a obra. peza do fundo com “air lift”, visando expulsar re-
fabricação, emendas mal executadas, deslocamento
b) Controles de cravação Deve ser feito diagrama de cravação das estacas síduos de lama que possam estar sedimentados na
e/ou desaprumo excessivos, devem ser corrigidas, às
Deve-se analisar e aprovar previamente o Plano de base. Isso será feito para se evitar possíveis recal-
expensas da contratada, da seguinte forma: a estaca
cravação/equipamentos em consonância com a obra. No caso do ensaio de PIT apresentar resultados desfa- ques. Deve também ser feita trepanação para asse-
deve ser arrancada, preenchendo-se o furo com areia
Deve ser feito diagrama de cravação das estacas. voráveis, deve ser feito um redimensionamento pelo gurar que a ponta apoie-se em material resistente.
e nova estaca deve ser cravada. Caso não seja possí-
consultor ou pela DP/GPE.
vel o arrancamento, uma segunda estaca adjacente  pós o arrasamento das estacas para construção do
A
 stacas danificadas pela cravação, com defeitos de
E
deve ser cravada após redimensionamento do bloco bloco, verificar se há indícios de grumos de bentoni-
fabricação, emendas mal executadas, deslocamento É recomendável a utilização de concreto autoadensá-
pelo projetista, devendo ser elaborado um relatório ta ou de outros resíduos e retirá-los.
e/ou desaprumo excessivos, devem ser corrigidas, às vel para evitar encurtamento da estaca durante a exe-
de controle de negas. cução da concretagem.
expensas da contratada, da seguinte forma: a estaca

60 61
I

Formas sinado ou plastificado, de madeira, metálica ou mista. a) Cimento Portland  ão deve conter quantidades prejudiciais de óleos,
N
As formas devem estar desempenadas, limpas e ali-  NBR-5732 – Cimento Portland Comum – Especifi- ácidos, cloretos, álcalis, matérias orgânicas ou ou-
As formas de concreto devem apresentar as seguintes nhadas cação; tras impurezas.
V características: resistência suficiente para suportar es-  NBR 5733 – Cimento Portland de Alta Resistência V
forços provenientes de seu peso próprio, do peso e em- A aplicação de desmoldante sobre as formas deve ser Inicial – Especif; As águas tratadas fornecidas por empresas de sanea-
puxo lateral do concreto, do adensamento, do trânsito feita com brochas ou escovões de maneira uniforme.  NBR 7215 – Cimento Portland – Determinação da mento são consideradas como de boa qualidade para
de pessoas e equipamentos. Devem ter ainda rigidez su- Deve-se esperar o tempo de uma hora para secagem resistência à compressão – Método de Ensaio; concreto.
ficiente para manter as dimensões e formas previstas antes da aplicação do concreto.  NBR 7215 – Análise química de cimento Portland –
no projeto estrutural para os elementos de concreto. Disposições gerais - Método de ensaio. d) Dosagem e Mistura do Concreto
Quando as formas usadas tiverem condições de rea- O concreto deve ser dosado de modo a se obter mis-
proveitamento, elas devem ser limpas com a reaplica- b) Agregados para concreto turas que possam ser trabalhadas com consumo mí-
ção do desmoldante, pois o concreto da meso e super  NBR 7211 – Agregados para concreto; nimo de água.
estrutura devem ser aparentes.  NBR 7216 – Amostragem de agregados;
 NBR 7217 – Determinação da composição granu- A dosagem deve ser determinada em traço experi-
Deve ser observado se as formas possuem um contra- lométrica; mental com bastante antecedência pelo laboratório
ventamento bem feito, de maneira que as peças não  NBR 7218 – Determinação do teor de argila; da Contratada.
tenham deformações durante o processo de concre-  NBR 7219 – Determinação do teor de materiais
tagem. pulverulentos; A concretagem, a intervalos regulares, exige que se
 NBR 7809 – Agregado graúdo – determinação do determine a umidade dos agregados para correção
Em caso de Forma Curva, as formas devem estar com índice de forma; da relação água/cimento.
a curvatura definida em projeto, limpas, bem rejun-  NBR 6465 – Determinação Abrasão Los Angeles de
tadas e untadas com desmoldantes (óleo mineral) ou agregados. A Contratada deve dispor na obra de equipamento
parafinadas para facilitar as desformas. adequado para executar o controle de umidade dos
c) Água materiais, para dosagem e controle racional do con-
Formas de Concreto Concreto Deve ser previamente qualificada por meio de ensaios creto, além de formas cilíndricas em número sufi-
da NBR 6118. ciente para moldagem de corpos de prova.
Deve ser observado, nas especificações do contrato, o Os materiais que compõem o concreto devem atender
tipo de forma contratado, podendo ser de madeirite re- às seguintes normas:
62 63
I

 omente com a autorização expressa da Fiscalização é


S precisão na alimentação e na mistura dos materiais Verificar o hidrômetro de alimentação de água em uma agitação do concreto por 2 a 3 minutos com a
que podem ser utilizados aditivos, tais como: fluidifi- não exceda 1,5% para água e cimento e 3% para balde graduado. velocidade de mistura. Evita-se, dessa forma, a for-
cantes, redutores de retração, plastificantes, acelera- agregados. mação de bolhas no concreto e a presença de placas
V dores/retardadores de pega. O uso autorizado deve ser Na fase de da alimentação dos silos, verificar no de- de endurecimento que prejudicam toda a carga. V
sempre dentro das prescrições técnicas e com compro- f) Concreto Usinado pósito dos agregados, se há presença de materiais
vação de nova dosagem racional. contaminantes prejudiciais tanto à qualidade quanto
à resistência do concreto.
e) Equipamentos para Preparo do Concreto
A forma de preparação (betoneira estacionária ou Verificar, periodicamente, se a granulometria dos
usinado) deve ser apresentada pela Contratada à Fis- agregados está de acordo com a dosagem racional
calização para aprovação prévia. apresentada.

Betoneira estacionária deverá ter capacidade míni- Para correção do fator água/cimento, deve ser deter-
ma de 320 litros. minada periodicamente a umidade dos agregados.

As instalações devem ser de inteira responsabilidade g) Transporte do Concreto


da Contratada, que, ao dimensioná-las, deverá levar A
 condição principal imposta ao sistema de trans-
em conta o volume de serviço a executar. porte é a de manter a homogeneidade do concreto.

Caminhão Betoneira
A Contratada deve providenciar junto ao INMETRO  velocidade de mistura (inicial quando é preparada
A
Usina de Concreto
aferição e atestado da exatidão de cada balança e dos a mistura na usina de concretagem) deve ser de 12 a
Deve ser verificado, periodicamente, o estado das
dispositivos de medição. 14 rpm (rotações por minuto) durante um tempo de,
 erificar se a mesa de sustentação das células de car-
V lâminas internas (facas), observando-se o desgaste
no mínimo, 5 minutos.
ga da balança está nivelada. e a limpeza. Não pode haver contaminação da car-
As provas de verificação das balanças devem ser feitas
ga anterior, pois cada pedido tem uma especificação
na presença da Fiscalização. Após a carga, quando transportado ou estacionado,
 erificar se o certificado de aferição da balança está
V fornecida pelo engenheiro responsável da obra.
a velocidade de agitação deve ser de 2 a 3 rpm. Antes
atualizado.
As instalações de dosagem devem ser tais que a im- de se iniciar a descarga na obra, deve ser realizada

64 65
I

O
 balão do caminhão-betoneira não deve possuir in-  diâmetro máximo do agregado deve ser menor
O
do que 1/3 do diâmetro do tubo da bomba e o con-
Solicitação Principal do Elemento Estrutural
crustações de concreto endurecido. Caso contrário, Limites Superiores
todo o processo de mistura fica prejudicado. sumo mínimo de cimento deve ser de 300 kg/m3 Compressão ou Compressão e Flexão Flexão Simples
V de concreto; V
P
 ode ser feita uma verificação da eficiência do ca- O abatimento (slump) deve ser compreendido entre Volume de Concreto 50 m 3
100 m 3

minhão betoneira moldando e ensaiando 3 exem- 10 +/- 2cm.


Tempo de Concretagem 3 dias de concretagem (*)
plares de corpos-de-prova no início, meio e fim da
descarga. h) Controle da Execução do Concreto (*) Este período deve estar compreendido no prazo máximo de 7 (sete) dias, nos quais estão incluídas eventuais interrupções para tratamento de juntas
Os ensaios de consistência devem ser executados
 volume mínimo de entrega não pode ser inferior a
O nas seguintes ocasiões: sempre que ocorrerem al-
terações na umidade dos agregados, na primeira  e cada lote, retirar uma amostra de, no mínimo, 6
D  ara concreto bombeado, deve-se coletar em uma só
P
1/5 da capacidade máxima do equipamento. Assim,
amassada do dia, em reinício após mais de 2 horas exemplares para concretos até a classe C50 e de 12 porção, colocando-se o recipiente sob o fluxo de con-
pode-se citar, como exemplo, que, para um balão de
de interrupção, na troca de operadores e cada vez exemplares para classes superiores a C50. creto na saída da tubulação. É preciso evitar tanto o
10m³ de volume, teremos 2m³ como volume mínimo
que forem moldados corpos-de-prova. início quanto o fim do bombeamento.
de entrega.
 ada exemplar é constituído de 2 corpos-de-prova da
C
O
 s ensaios de resistência à compressão para aceita- mesma amassada para cada idade de rompimento, h.1) Normas para Consulta
 ara preservar a homogeneidade, o concreto deve ser
P
ção ou rejeição dos lotes devem estar em conformi- moldados no mesmo ato.   NBR 5739 – Ensaio à Compressão de Corpos-de-
transportado da betoneira até as formas com a maior
dade com as normas citadas anteriormente. Prova Cilíndricos;
rapidez possível. Isso deve ser feito empregando-se
 a betoneira estacionária, a coleta deve ser feita en-
N   NBR 5738 – Moldagem e Cura de Corpos-de-Prova
métodos que evitem segregação e perdas dos ingre-
 eve ser preenchida a “Ficha de Moldagem de Corpo
D quanto o concreto está sendo descarregado, repre- de Concreto;
dientes, especialmente água ou nata de cimento.
sentando o terço médio da mistura. Caso contrário,   NBR 8953 – Concreto – Classificação pela Resis-
de Prova”.
deve-se fazer a tomada imediatamente após a descar- tência à Compressão de Concreto para Fins Es-
 o caso de utilização de bombas, devem ser tomados
N
ga retirada em três locais diferentes. truturais;
os seguintes cuidados:  amostragem mínima para ensaio de resistência
A
  NBR 7223 – Concreto – Determinação da Consis-
deve ser feita dividindo-se a estrutura em lotes.
Em caminhão betoneira, a coleta de amostra deve ocor- tência pelo Abatimento de Tronco de Cone;
 O
 agregado miúdo deverá conter 15% a 20% de ma-   NBR 12655 – Preparo, Controle e Recebimento de
terial, passando na peneira 0,2mm e 3% na peneira  ada lote corresponderá a um elemento estrutural.
C rer enquanto o concreto está sendo descarregado.
Concreto.
0,15mm; Os limites estão indicados na tabela ao lado.

66 67
I

h.2) Lançamento do Concreto  S ejam lançados e adensados antes do início de h.4) Razões para Adensamento do concreto  L
 evantar o vibrador depois de 15 segundos e repo-
 Com antecedência adequada a cada estrutura, a pega;   Permite a correta vibração interna; sicioná-lo à distância de 80cm a 1m.
empresa Contratada apresentará à Fiscalização seu  Previnam recursos de proteção contra chuvas re-   Aumenta a resistência à compressão, a aderência
V plano de concretagem para aprovação. pentinas. entre o concreto e as barras de aço, além de dimi- Espaçamento V
nuir a permeabilidade do concreto;
 Qualquer concretagem só deve ser iniciada após h.3) Adensamento do Concreto   Diminui as juntas frias, os vazios, o excesso de ar
conhecimento dos resultados das dosagens e libera-  O concreto deve ser adensado por processos que incorporado e a segregação;
ção pela Fiscalização. Para conceder a autorização, a promovam a saída do ar, que facilitem o arranjo   Causa alívio da tensão superficial do concreto
Fiscalização deve proceder a um exame rigoroso em para que ele atue como um líquido.
interno dos agregados e melhorem o contato do
relação aos seguintes aspectos: concreto com as formas e as armaduras. Esse pro-
Como vibrar:
cesso deve ser feito mecanicamente por meio de
  os cimbramentos (rigidez, posicionamento, con-
D vibradores, que devem ter frequência superior a
tra-flechas); 6.000 rpm. O número de vibradores deve ser ade-
 Das formas (posicionamento, travamento, limpeza, Espaçamento no processo de vibração do concreto
quado em função do porte dos serviços e devem
estanqueidade); trabalhar em posição próxima à vertical penetran-
 Das armações (quantidade, bitola e distribuição); do de 2 a 5cm na camada anterior.  I nserir o vibrador no campo de ação sobreposto;
 Das pastilhas (posicionamento, quantidade, dis-  Observar o concreto para determinar o campo de
tribuição). ação do vibrador;
 s tubos vibratórios não devem ser introduzidos a
O
  O vibrador de alta potência de abatimento (slump)
menos de 10cm das faces das formas para não de-
Sobre os equipamentos e os métodos assegurar tem um campo de ação maior;
formá-las, evitando, assim, a formação de bolhas e
que:  O campo de ação do vibrador é de aproximadamen-
de calda de cimento ao longo dos moldes. Também
devem ser evitadas vibrações excessivas que pos- Posição correta do Vibrador de Concreto
te 40 vezes o diâmetro da cabeça do deste.
 E fetuem lançamento o mais próximo possível da
sam causar segregação e exsudação. Da mesma
posição definitiva; A vibração do concreto deve ser interrompida:
forma, deve-se impedir que os vibradores toquem  P osicionar o vibrador verticalmente, permitindo
 Evitem segregação;  Quando a superfície do concreto começar a brilhar;
nas armaduras. a rápida inserção até o fundo da forma com, pelo
 Evitem queda vertical acima de 2m;  Quando não surgirem mais grandes bolhas de ar;
menos, 15cm de profundidade;
 Possuam tempo de lançamento inferior a 30 minu-  Manter no fundo da forma de 5 a 15 segundos;  Quando houver variação no tom do vibrador;
tos;  Quando ocorrerem mudanças na ação do vibrador.

68 69
I

Cuidados a serem observados: Cuidados no Preparo das Juntas: res, tais como: secagem acelerada (retração), chu-  ormas de madeira devem ser frequentemente
F
 Não deixar o vibrador funcionar por muito tempo  Retirada da nata de cimento superficial feita en- va forte, agentes químicos, choques e vibrações que molhadas.
fora do concreto para evitar sobreaquecimento; tre 4 a 12 horas após a concretagem. Isso pode possam produzir fissuração ou prejudicar a aderên-
V  Não usar o vibrador horizontalmente para mover ser feito com jato de ar ou água até profundidade cia com a armadura. É preciso dar especial atenção à vedação das formas. V
o concreto; de 6mm e o aparecimento do agregado graúdo;
 Não forçar ou empurrar o vibrador para o con-  Repetir a limpeza 24 horas antes da retomada da  odas as superfícies expostas ao ar livre devem ser
T  eças que devem ser aterradas só necessitarão de
P
creto em seções com alta taxa de armadura para concretagem. Essa tarefa visa à retirada do pó e mantidas continuamente úmidas durante 14 dias umedecimento até a execução do aterro.
evitar que ele permaneça preso à ferragem; dos resíduos, bem como da película superficial após o lançamento do concreto. Pode-se usar os se-
 Sempre ter vibradores de reserva. hidratada do concreto e carbonatada pela água, guintes procedimentos: Acabamentos do Concreto
depositada nas asperezas da superfície; As irregularidades causadas por deslocamentos, má
 Durante as 24 horas que precedem a retomada 1) U
 tilização de manta geotêxtil, sacos de aniagem e/ou colocação, travamento ou qualidade das formas, bem
Juntas de Concretagem
da concretagem, a superfície deve ser saturada de camada de areia sobre a superfície da laje, manten- como “ninhos de abelhas” devem ser reparadas pela
As operações de manipulação do concreto junto às
água. Isso é feito para que o novo concreto não per- do-se úmido constantemente. Contratada sem ônus para a Contratante.
superfícies horizontais das camadas devem ser míni-
2) U
 tilização de cura química por meio da aplicação
mas. Isso é feito para produzir não só o adensamen- ca água para o concreto velho. Durante o processo,
de película anti-sol (“curing-vedacit”, ”antisol-Sika”) Tolerâncias quanto a defeitos de acabamento:
to requerido, como também uma superfície rugosa deve ser evitada a formação de poças d’água;
ou equivalentes no que concerne ao módulo de elas-
que permita aderência à camada a ser superposta.  Ao se retomar a concretagem, devem ser coloca-
ticidade, resistência à compressão e às intempéries. 
Superfícies não expostas, tais como interior de cai-
 dos de 1 a 2cm de espessura da argamassa com
3) P
 referencialmente, a cura das lajes das pontes pode xões, aterros, não necessitam de correções. Isso deve
Não é permitida a vibração superficial ou qualquer o mesmo traço do concreto. Essa camada servirá
ser feita mediante à formação de uma piscina a par- ser feito apenas nos casos que alterem as caracterís-
outra ação que possa tornar excessivamente lisa a para evitar a formação de vazios entre o agrega-
tir de contenções laterais da água. ticas estruturais da peça e para proteção das arma-
superfície de camadas horizontais sobre as quais do graúdo e o concreto velho;
duras contra a corrosão;
deve ser lançada outra camada.  Em casos especiais, pode ser exigida a pintura da
 as superfícies protegidas por formas, o prazo é de
N
superfície com resina epóxi.
7 dias.  uperfícies expostas necessitam de reparos nos
S
 s juntas de concretagem não devem ser posicio-
A “ninhos de abelhas”, como também nas irregulari-
nadas em locais onde as tensões tangenciais (cisa- Cura do Concreto  s superfícies expostas devem ser protegidas com
A dades de superfície nos casos em que, entre juntas
lhamento) sejam elevadas, sem armadura suficiente E
 nquanto o concreto não atingir endurecimento sa- coberturas úmidas, do tipo pano ou areia, e devem ser de formas, excedam a 3mm ou que apresentem de-
para absorvê-las. tisfatório, deve ser protegido contra diversos fato- permanentemente irrigadas. pressões/saliências com desalinhamento superior a
4mm/m linear.

70 71
I

Cimbramento b) Retirada de Formas e Descimbramento b) Corte Localizado do Concreto para Abertura de Áre- tada manualmente com lixa e escova de cerdas de
Caso sejam atendidas as condições já mencionadas – e as de Reparo aço ou por meio de hidrojateamento de areia;
Cimbramento é o conjunto de escoras projetado para caso não tenha sido utilizado cimento ARI ou qual- Para esse serviço, deve-se utilizar ferramenta mecâni-   Quando a armadura oxidada apresentar redução
V resistir ao peso próprio da estrutura, evitando defor- quer processo de aceleração de endurecimento –, a re- ca ou manual. Para o primeiro caso, usa-se o martelo de seção (>=15%), ou a critério da Fiscalização, V
mações prejudiciais à forma e esforços prematuros no tirada das formas e do cimbramento não deve ocorrer rompedor elétrico leve; para o segundo, ponteiros e deve ser feito reforço localizado conforme orien-
concreto na fase de endurecimento. antes dos seguintes prazos: marretas leves. Onde houver presença de armadura tação da DP/GPE;
exposta, o corte deve liberar totalmente o trecho cor-   Deve-se eliminar todas as impurezas do substrato
a) Cuidados na execução   aces laterais das formas – 3 dias;
F roído das armaduras e prosseguir até encontrar o que possam prejudicar a aderência da argamas-
 Projetado e construído sob responsabilidade da  Faces inferiores das formas, deixando pontaletes trecho sadio das barras, numa distância de cerca de sa ou concreto de reparo;
bem encunhados e convenientemente espaçados – 10cm para cada lado, como faixa de segurança.   Deve-se aplicar a argamassa/concreto de reparo.
Contratada;
14 dias;
 Materiais: madeira, perfis metálicos, treliças, pe-
 Face inferior das formas, sem pontaletes – 21 dias.  concreto existente sob armadura oxidada deve ser
O d) Injeção de Trincas e Fissuras
ças tubulares e outros;
 Especial atenção à fundação, às emendas, aos nós totalmente removido. Isso de modo que exista um
A retirada das formas e do escoramento deve ser efetu-  e houver acesso à fissura pelos dois lados da peça,
S
e aos apoios; espaço livre de 1 a 2 cm para permitir a perfeita lim-
ada de forma suave e uniforme, sem choques. Também é preciso abrir um sulco em forma de “V” em ambas
 Devem ser usados calços para ajustar as normas peza da barra de aço e o completo preenchimento da
deve ser feito um plano de descimbramento para evitar as faces. Isso deve ser feito de modo que eles fiquem
e eliminar recalques indesejáveis; cavidade com argamassa ou concreto projetado.
o aparecimento de esforços na estrutura. desencontrados da aplicação da argamassa de repa-
 Os cimbramentos devem permanecer íntegros e ro. É preciso também fazer a retirada dos resíduos
sem modificações até que o concreto adquira re-  om o objetivo de uniformizar a área de reparo e
C
Serviços de Recuperação ou Reforço de concreto e de pó, caso permaneçam sobre a super-
sistência suficiente. degarantir uma espessura mínima nas bordas, es-
fície, utilizando, para isso, jato d’água que promove
a) Limpeza Superficial do Concreto sas áreas devem ser delimitadas com disco de corte a saturação do substrato, além da limpeza.
Durante a concretagem, o controle das deformações deve A
 ntes de se iniciarem os serviços de recuperação/ de forma geométrica (quadrada, retangular, etc) que
ser feito pelo nível de precisão para que se possa reforçá- reforço, toda a superfície exposta de concreto objeto atenda à estética e evite danificar a ferragem.  necessário efetuar furos com diâmetro de 10mm,
É
lo em tempo hábil em caso de imprevistos. desses serviços deve ser limpa com hidrojateamento, normais à face da peça, para instalação dos purgado-
que consiste na aplicação de jato de água por bom- c) Limpeza e Tratamento de Armadura Exposta res, sendo estes espaçados a cada 20cm aproximada-
Devido à importância da flambagem, deve ser dada es- ba de alta pressão. Para essa tarefa, a água utilizada  Efetuar corte localizado do concreto conforme visto; mente e com profundidade de 30mm. Os furos devem
pecial atenção aos contraventamentos no projeto e na deve ser limpa e livre de qualquer impureza que pos-  Limpar bem as armaduras, retirando todos os ser feitos a seco com contínua remoção de poeira.
execução. sa contaminar a superfície do concreto. produtos da corrosão. A limpeza pode ser execu-

72 73
I

  Limpar a superfície e secá-la com ar comprimido; com que a argamassa perca qualidade, tornan- O recobrimento em concreto aparente deve ser: Isso provoca o aparecimento da eflorescência, que são
 F  ixar os purgadores e vedar externamente a fis- do o trabalho mais difícil. É necessário, portanto, 2cm no interior de edifícios; depósitos de cor branca na superfície do concreto.
sura (entre os purgadores), utilizando Sikadur que a Fiscalização aprove a logística que envol- 2,5cm ao ar livre; Após algum tempo, esses depósitos podem vedar as
V 31 (ou equivalente); ve o manuseio, a mistura e o transporte da arga- Para recobrimentos acima de 6cm, utilizar armadu- fissuras ou as juntas de concretagem. V
 Fazer a verificação da intercomunicação entre fu- massa até o local de aplicação; ra de pele complementar.
ros, injetando-se ar comprimido em um dos pur-  Toda a cavidade é preenchida, com excesso de b) Carbonatação
gadores, com os demais vedados, exceto um que 1cm. Para efetuar o sarrafeamento retirando o a) Lixiviação
permitirá avaliar a passagem de ar; excesso, aguarda-se o processo de pega até se
apresentar com a superfície seca. Em seguida, é
 Injetar o adesivo com equipamento apropriado,
realizado o acabamento superficial, utilizando-se
sempre a partir dos furos inferiores para os su-
uma desempenadeira;
periores.
 Cura úmida por meio de molhagem contínua
(7dias), podendo-se, também, ser utilizada a cura
e) Aplicação de Argamassa para Reparos Estruturais
química.

  A ntes da aplicação da argamassa de reparo, deve Corrosão em Concreto Armado


ser feita a retirada dos resíduos de concreto e pó
caso permaneçam sobre a superfície. Para isso, Os elementos que compõem o concreto inibem a cor-
deve ser utilizado jato d’água, que, além da limpe- rosão do material metálico e se opõem à entrada de
za, promove a saturação do substrato; agentes contaminantes. Quanto mais o concreto se
  As argamassas a serem utilizadas devem apresen- mantiver inalterado, mais protegida estará a arma-
tar as seguintes características: pré-dosadas pelo dura. Essa proteção se dá devido à sua alcalinidade Teste com fenolftaleína indicando uma profundidade de carbonatação de 2cm em amos-
fabricante, não retráteis, sem cloretos, tixotropia, decorrente do hidróxido de sódio, o qual é formado Lixiviação aparecendo sob a forma de estalactites
tra com 4cm de cobrimento de armadura

alta resistência (>30 Mpa); durante a hidratação e apresenta pH de cerca de 12,5.


  Cimentícias ou poliméricas; Isso possibilita a passivação do aço da armadura. As O hidróxido de cálcio, originado pela hidratação, é so- O CO2 existente no ar ou em águas agressivas pode se
  Depois de misturada, deve ser utilizada no pra- falhas são mais frequentes, entretanto, junto à orla lúvel em água. O hidróxido de sódio lixiviado, ao en- combinar com o Ca(OH)2, formando carbonato de cál-
zo máximo de 40 a 60 minutos. Após este limite, marinha e isso ocorre devido à penetração de névoa trar em contato com o ar, reage com o CO2, formando cio. Este é insolúvel, altera o pH para 8,5 – 9 e permite
inicia-se processo de endurecimento, o qual faz salina na massa de concreto até atingir a armadura.
o carbonato de cálcio e este é insolúvel.

74 75
I

que o aço não se torne passivo. Se houver excesso de d) Bactérias Para minimizar os efeitos:
CO2, pode haver formação de bicarbonato de cálcio, que
é muito mais solúvel e é responsável pela deterioração  umentar a velocidade de escoamento do esgoto;
A
V do concreto. Aumentar a ventilação; V
Usar cloração;
Quando há deposição de carbonato de cálcio insolúvel, o Utilizar revestimento da região superior com epoxi.
processo de carbonatação é benéfico para a durabilidade
do concreto. e) Corrente de fuga

A timolftaleína e fenoftaleína são utilizadas para indica- É possível ocorrer penetração de correntes de fuga
ção de carbonatação. quando o concreto apresenta baixa resistividade elé-
trica, fissuras, trincas, por estar bastante umedecido
Os cimentos pozolânicos, ou de alto forno, são mais ade- Estruturas de concreto localizadas na linha da maré ou, ainda, em presença de eletrólito. Essas alterações
severamente deterioradas
quados para concretos mais resistentes à carbonatação. atingem a armadura e, na região de saída das corren-
tes, provocam a corrosão.
c) Sais
Teto de galeria de águas pluviais, contaminado por esgotos, apresenta manchas devido
ao ataque biológico f) Resistividade elétrica
Cloretos solúveis podem diminuir a ação protetora da
película de passivação e podem diminuir a resistividade A presença de cloretos, sulfatos e nitratos possibili-
Bactérias como a Thiobacillus thiooxidans oxidam o
do concreto. tam a corrosão das armaduras. Isso ocorre por serem
enxofre, tornando-o ácido sulfúrico. Com isso, provo-
cam: diminuição do pH, formação de sulfoaluminato eletrólitos fortes e por baixarem a resistividade elé-
São provenientes de muitas origens: dos agregados, da trica. Como consequência, há alta resistividade e isso
de cálcio, deterioração do concreto e, em seguida, da
água, de aceleradores de pega – ou mesmo durante a possibilita o fluxo de elétrons e o processo de corrosão
armadura. O H2S, proveniente da ação redutora de
vida útil – ou do meio ambiente, que produz o cloreto de eletroquímico.
bactérias anaeróbicas, desprende-se para o espaço li-
sódio em atmosferas marinhas.
vre na região de condensação onde é oxidado para áci-
do sulfúrico.
Pilar sobre o mar após 10 anos de construção se deteriorando devido aos efeitos da
interação da carbonização com íons e cloretos

76 77
I

g) Porosidade e Permeabilidade

A penetração de soluções de eletrólitos e de gases,


V como o oxigênio, ocorre em áreas mais permeáveis e V
porosas. A adição de microssílica diminui a permeabi-
lidade e reduz a possibilidade de fissuramento.

h) Fissuras ou Trincas

Devido a solicitações mecânicas, o concreto pode fis-


surar, permitindo o ataque corrosivo por meio da pe-
netração de soluções de eletrólitos, gases e correntes
de fuga. As trincas podem se originar do aumento de
volume em função do óxido de ferro hidratado.

78 79
Observar, quando da implantação da plataforma, se a  erificar aferição dos equipamentos, antes de iniciar
V Alguns desses dispositivos são descritos a seguir:
mesma contempla o espaço físico para a instalação dos os serviços, e se os mesmos estão de acordo com as
dispositivos de contenção viária e da sinalização hori- normas e recomendações técnicas do DER/MG e da Cones
zontal, tais como: ABNT;
Solicitar a medição de retrorrefletividade antes de São utilizados para canalizar o fluxo de tráfego em
VI VI
 efensa metálica - é necessário um espaço mínimo
D receber e de medir a sinalização horizontal; situações de emergência, serviços de curta duração,
Verificar se as taxas de microesferas, largura, es- serviços móveis ou para dividir fluxos opostos.
SINALIZAÇÃO

de 0,50m.

SINALIZAÇÃO
Barreiras de Concreto - é necessário um espaço mí- pessura e alinhamento de cada faixa estão de acordo
nimo de 0,90m. como especificado em projeto;
Sinalização horizontal - mínimo 0,25m. Verificar se as setas, dizeres e zebrados estão de acor-
do com o projeto, quanto às dimensões largura e es-
Observar se os marcadores de alinhamento estão du- pessura, e no posicionamento correto;
plos nos ramos externos das curvas. Sempre que o projeto gerar dúvidas, buscar esclare-
Rodovia Sinalizada cimento junto a DP.
Verificar se os marcos quilométricos estão locados cor-
O engenheiro fiscal deverá analisar o projeto para ava- retamente (de forma crescente na direção de norte para Sinalização de Obras
liá-lo e incluir eventuais complementações. sul e de leste para oeste) ou de acordo com o Boletim de
Manutenção da Diretoria de Operações do DER/MG. Dispositivo de Canalização e de Proteção de Uso
 e há falhas de projeto tipo ;
S Temporário
Se os quantitativos do quadro resumo são suficientes, Cuidados a serem observados quando da implantação
se não são, adequar ao necessário; da Sinalização Horizontal: São dispositivos utilizados em situações especiais, tais
Verificar se os locais de proibição de ultrapassagem Cone de Sinalização
como obras de curta duração, situações de emergência
estão compatíveis com as curvas horizontais e verti-  ão alterar as larguras de faixas de segurança deli-
N ou de perigo, que têm como objetivo principal o blo-
cais. queio ou a canalização do trânsito, visando à proteção Podem ser utilizados em obras de maior duração, des-
mitadas em projeto; as mesmas devem estar de acor-
de pedestres, trabalhadores e outros, além de servir de que feita a sua manutenção constante em virtude
do com o CONTRAN;
Os dispositivos de Contenção Viária não devem ser alte- como alerta aos condutores. de quedas, deslocamentos, inutilização ou desapareci-
Se produtos destinados à sinalização atendem às res-
rados sem a devida anuência da DP. mento.
pectivas normas e especificações do DER/MG e ABNT;

80 81
Devem ser confeccionados com material leve e flexível balizas móveis em suas várias opções existentes no usuários para as situações de emergência ou de obras. tado alternadamente nas cores laranja e branca, nas
e possuir faixas horizontais executadas com pelícu- mercado. Essas balizas são dispositivos compostos por As travessas de madeira devem ter recobrimento nas mesmas dimensões aqui estabelecidas, no entanto, as
las nas cores laranja e branca, refletivas e alternadas, uma haste vertical plana, contendo elementos refleti- cores laranja e branca alternadas. A cor branca deve faixas devem estar na vertical e não inclinadas, con-
conforme a Recomendação Técnica “Fornecimento e vos nas duas faces, devidamente apoiada por uma base ser executada em película refletiva de esferas inclusas forme mostrado no desenho da figura a seguir:
Aplicação de Películas para Sinalização Vertical”, vi- horizontal também plana, com os mesmos formatos Tipo I-B, conforme a Recomendação Técnica “Forneci-
VI VI
gente no DER/MG. e as mesmas características físicas desta, confeccio- mento e Aplicação de Películas para Sinalização Verti-
nadas com material colapscível, geralmente madeira, cal”, vigente no DER/MG.
Os cones devem ser assim posicionados: plástico ou fibra.
De acordo com a sua utilização, os cavaletes podem ter
a.1) Em tangente b) Cavaletes 3 modelos, conforme a figura na página ao lado:
Devem ter espaçamento de, no máximo, 15m entre si,
sendo que o primeiro cone do alinhamento deve ser  lasse I: é utilizado em serviços de curta duração,
C
colocado a, no mínimo, 100m do início da obra ou da principalmente para transferir o fluxo de veículos
emergência. para as faixas remanescentes da via, ou em desvios ;
Classe II: : é utilizado em serviços de média ou lon-
a.2) Em curva ga duração, principalmente para transferir o fluxo de
Devem ter espaçamento de, no máximo, 5m entre si, veículos para as faixas remanescentes da via, ou em
sendo que o primeiro cone deve estar posicionado no desvios;
final da tangente que anteceder à curva. Classe III: é utilizado em obras ou serviços de média ou Cavalete Classe III
longa duração, principalmente para bloquear tempora-
a.3) Em linha diagonal riamente o tráfego na pista. Nesses casos, os cavaletes c) Barreiras Plásticas
Se esta estiver situada na pista de rolamento, os cones devem estar posicionados entre 50m e 300m do início
devem ter espaçamento máximo de 5m entre si, sendo da área dos serviços e de frente para o fluxo de tráfego, As barreiras plásticas devem ser utilizadas operacional-
afunilados em sentido contrário ao do local da emer- exigindo sempre uma pré-sinalização adequada. mente na canalização do tráfego, na delimitação de zo-
gência ou da obra. Quando nos acostamentos, esse es- Tipos de Cavaletes
nas de perigo, no bloqueio temporário para interdição ao
paçamento deve ser, no máximo, de 15m. tráfego e em outros casos, devendo ser confeccionadas
O cavalete de classe III também é utilizado para deli-
Os cavaletes são dispositivos de madeira dotados de com material colapscível.
mitar o canteiro de obras e nas situações em que se faz
Em substituição aos cones, podem ser utilizadas as suportes móveis ou fixos, cuja finalidade é alertar os
necessário interditar o tráfego na via. Deve ser pin-

82 83
Geralmente não são refletivas, mas devem ser ilumina- Para efeito de lastro, devem ter 1/3 do seu interior pre- nas de perigo, no bloqueio temporário para interdição postos em grupos, geralmente com pilhas alternadas
das ou refletorizadas se utilizadas no período noturno. enchido com água. do tráfego ou na proteção contra dispositivos rígidos, de uma mesma cor. Os pneus devem ser amarrados
Para efeito de lastro, devem ter 1/3 do seu interior preen- tais como pilares, defensas e outros, conforme a figu- uns nos outros, preferencialmente por arame, através
chido com água. Devem ser confeccionados com material colapscível, ra a seguir. de perfurações internas.

VI portanto, não deve ser permitido o uso de tambores VI


metálicos, principalmente por se constituírem um ris- f) Tapumes
co potencial de acidentes se tombados na pista de ro-
lamento. Para a delimitação de algumas obras ou certas zonas
de perigo, tais como áreas de manobra de equipamen-
to, podem ser utilizados os tapumes do tipo baixo fixo,
alto com tela ou baixo removível, conforme a figura
abaixo:

Barreira de Pneus
Barreiras Plásticas

Devem ser confeccionadas com pneus já desgastados e


d) Tambores Plásticos
pintados integralmente de uma mesma cor, laranja ou
Tambores Plásticos branca, de forma que fiquem colocados uns sobre os
Os tambores plásticos devem ser utilizados operacio-
outros, formando pilhas isoladas ou grupo de pilhas,
nalmente na canalização do tráfego, na delimitação de
e) Barreiras de Pneus ambas com aproximadamente 1m de altura cada. As
zonas de perigo ou no bloqueio temporário para inter-
pilhas isoladas tem as cores alternadas dos pneus e
dição ao tráfego. Tapumes
As barreiras de pneus devem ser usadas operacional- são geralmente utilizadas para a canalização do tráfe-
mente na canalização do tráfego, na delimitação de zo- go. No entanto, para os demais usos, devem estar dis-

84 85
Nessas mesmas situações, também podem ser utiliza- ranja e branca. A sua função é apenas tornar mais eficazmente, sobre determinadas situações existentes tem como objetivo fornecer algumas informações com-
das telas tapume na cor laranja, confeccionadas com visível a área delimitada pela obra, principalmente na pista de rolamento. plementares indispensáveis ao usuário. Essas infor-
plástico resistente do tipo polietileno. se esta se encontrar muito próxima da pista de rola- mações são, geralmente, mensagens descritivas a res-
mento quando, então, torna-se impossível o posiciona- Conforme a sua característica, podem ser assim en- peito de anormalidades encontradas nos trechos em
g) Gradis mento/ colocação de outros dispositivos de dimensões quadrados: obras, tais como a interdição parcial da via, os desvios
VI VI
maiores, sendo estas, geralmente, amarradas a hastes do fluxo de tráfego, a detonação de rochas, os prazos
Os gradis, confeccionados com materiais colapscíveis finas de madeira. Dispositivos Luminosos de interdição, a velocidade regulamentada para o tre-
(metal, madeira ou plástico), devem ser nas cores la- São dispositivos de luz contínua que podem ser vistos cho em obras, entre outros, que necessitam ser visua-
ranja e branca, conforme a figura a seguir: Dispositivos de Sinalização de Alerta a uma longa distância, compostos, geralmente, por lizadas a, pelo menos, 150m. de distância. O painel, de
lâmpadas elétricas colocadas no interior de cúpulas fundo preto fosco e composto por pequenas lâmpadas
É um conjunto de elementos que podem ser implanta- translúcidas da cor laranja, dispostas ao longo de bar- piscantes na cor laranja, tem a condição de formar os
dos junto a obras, a situações de emergência, a obstá- símbolos e os dizeres dessas múltiplas mensagens re-
reiras de canalização do fluxo do tráfego.
culos ou ao longo de curvas horizontais, com o único
queridas. Esses painéis têm, geralmente, as seguintes
objetivo de melhorar a percepção do motorista quanto
Dispositivos de Luz Intermitente dimensões:
a uma possível interferência na sua trajetória. Esses
É um dispositivo de alerta utilizado em condições
dispositivos devem ser confeccionados com as cores
anormais à frente, geralmente colocado junto aos pri-
preta e amarela, sendo esta última constituída de pelí-
cula refletiva de esferas inclusas Tipo I-B, conforme a meiros dispositivos utilizados para a canalização do
Recomendação Técnica “Fornecimento e Aplicação de tráfego.
Películas Vertical”, vigente no DER/MG.
São recomendados para salientar a sinalização de ad-
Alguns desses dispositivos são descritos a seguir: vertência existente, garantido, assim, uma melhor vi-
sualização desta, principalmente nos locais com pouca
Gradis Com Elementos Luminosos ou Iluminados visibilidade ou durante os períodos noturnos.

h) Fita Plástica Luzes de Alerta Painel Eletrônico

As fitas são confeccionadas com material plástico de Existem alguns dispositivos energizados que podem São dispositivos eletrônicos constituídos por uma es-
cores alternadas, geralmente amarela e preta ou la- ser utilizados para avisar aos usuários, contínua e trutura sólida disposta verticalmente sobre a via, que
86 87
Tipo Legibilidade Tamanho do Painel Velocidade da Via É importante observar que as faixas de pano devem fatizar mudanças significativas na trajetória da pista,
conter pequenos furos, de forma que não se danifi- como em desvios, retornos ou curvas acentuadas nos
A 200 m 0,60 x 1,20 60 km/h quem com a ação do vento. “tapers” das interseções.

B 250 m 0,70 x 1,40 80 km/h


Os dizeres devem ser preferencialmente pintados com Em curvas acentuadas, os delineadores devem estar
VI VI
C 300 m 1,05 x 2,10 110 km/h letras da cor preta. sempre posicionados ao longo de seu bordo externo.
Geralmente, as placas dos delineadores são fixadas
Dimensões de painéis As faixas de pano devem ser implantadas, sempre que duas a duas no mesmo suporte, com as duas setas in-
possível, nas proximidades de postes de iluminação dicando o sentido de tráfego e apontando para o lado
Os elementos luminosos devem acender e apagar, pis- Para atender a serviços móveis ou continuamente em pública, objetivando, com isso, uma melhor legibilida- interno da curva, conforme detalhes apresentados na
cando em intervalos iguais de tempo, ou apresentar movimento, o painel é, geralmente, montado sobre um de no período noturno. figura a seguir:
as mensagens de forma sequencial, conforme a figura veículo de serviço ou em reboques.
a seguir: Com Elementos Fixos Retrorrefletivos
Quando em suportes fixos, o painel deve estar a uma
altura mínima de 1,50m do solo, a contar de sua ex- Marcadores de Alinhamento (Delineadores)
tremidade inferior.
São, geralmente, utilizados para assinalar, de maneira
Em se tratando de desvio, o painel deve ser posiciona- destacada, uma alteração significativa no alinhamen-
do no início da canalização, junto às faixas de transi- to horizontal da rodovia e são constituídos por placas
ção. de dimensões 0,40m x 0,60m, fixadas em suportes de
madeira com seção de 0,07m x 0,07m, tendo o fundo
Faixas de Pano refletivo na cor preta, ao qual se sobrepõe uma ponta
de seta na cor laranja.
As faixas de pano visam incrementar e difundir algu-
mas orientações básicas sobre a implantação de deter- Devem ser usados como uma complementação à linha
minada obra ou desvios sem, no entanto, substituir a de bordo, às tachas refletivas, aos balizadores e aos Delineadores

sinalização vertical requerida. sinais de advertência toda vez que for necessário en-
Elementos luminosos

88 89
Sua borda inferior deve estar a uma altura mínima de Marcadores de Perigo Essas faixas são nas cores laranja e preta, alternadas, Verificar se as tachas e/ou tachões estão posiciona-
0,60m e máxima de 1,20m em relação ao nível da pista com largura de 0,10m e inclinadas a 45°. O sentido da dos conforme os espaçamentos indicados em projeto
de rolamento. São utilizados para alertar os condutores sobre obstá- inclinação é que indica para que lado o veículo deve (quando o espaçamento coincidir com o início ou fi-
culos físicos próximos, mas fora da pista de rolamento passar, se pela direita, se pela esquerda ou se pelos nal das faixas intermitentes horizontais, destacar a
Seu afastamento deve ser de 0,80m em relação ao bor- da via, tais comov barreiras nas bifurcações, ilhas de dois lados do obstáculo. tacha de 0,05m da mesma).
VI VI
do do pavimento ou acostamento. canalização, pilares de viaduto, cabeceiras de pontes e
outros. Os marcadores de perigo devem ser fixados em supor-
O espaçamento entre os marcadores de alinhamento tes de madeira com seção de 0,07m x 0,07m e implan-
é determinado de modo que o motorista tenha sempre tados de forma que a sua borda inferior não exceda à
em seu campo de visão pelo menos três unidades do altura de 1m em relação à superfície da pista de rola-
dispositivo. mento.

Estes devem estar sempre visíveis a uma distância mí- Devem ser posicionados imediatamente à frente dos
nima de 150m. obstáculos ou logo após o limite físico das bifurcações
e ilhas sobre os quais se deseja alertar.
Quando a mudança no alinhamento ocorrer por causa
de um desvio na pista, pode-se também usar os marca- Quando a situação assim o exigir, as placas R 24-b –
dores de alinhamento com os critérios de espaçamen- Passagem Obrigatória – podem ser fixadas acima do
tos estabelecidos na tabela abaixo: Marcador de Perigo.
Dispositivos de Segurança: Tacha Retrorrefletiva

RAIO (m) ESPAÇAMENTO (m) Tachas Refletivas Verificar se o tipo das tachas ou tachões aplicados
Marcadores de Perigo
R < 50 10 estão de acordo com o projeto no tocante a cores do
Verificar se as aplicações dos dispositivos estão em corpo e do refletivo e, quanto à retrorrefletância, ve-
50 < R < 150 15 Constituem-se de faixas coloridas sobrepostas em uma conformidade com o projeto. rificar se são mono ou bi-direcionais.
150 < R < 230 20 placa de sinalização, geralmente, com as dimensões de
0,30m x 0,90m. Verificar se os materiais (tachas e tachões) atendem
230 < R < 1000 30 As tachas não devem ser aplicadas transversalmen-
às especificações técnicas do DER/MG. te às vias rurais. Tachas ou tachões não devem ser
Espaçamentos entre Marcadores de Alinhamento
90 91
implantados sobre a sinalização horizontal (pintura). Verificar se as dimensões das placas, os dizeres e os Verificar se o espaçamento entre a barreira rígida é veículos (resinas e solventes), partículas sólidas (car-
Em pavimento do tipo “Tratamento Superficial”, deve- símbolos estão em conformidade com as de projeto. maior ou igual a 0,60m. gas e pigmentos), e aditivos. As mais utilizadas são
se utilizar a tacha sem pino de fixação e com adesivo à as tintas acrílicas emulsionadas em água e as tintas
base de asfalto polímero ou asfalto borracha. Verificar se as chapas de fabricação das placas estão acrílicas à base de solvente.
VI de acordo com as especificações de projeto e do DER/ VI
Sinalização Vertical MG. b) Termoplásticos
Os termoplásticos são misturas constituídas por veí-
Verificar se as películas retrorrefletivas e não refleti- Verificar se as dimensões e os tipos de materiais dos culos (resinas), partículas sólidas (cargas, pigmen-
vas das placas estão de acordo com as especificações de suportes das placas, pórticos e semi-pórticos estão de tos e microesferas de vidro) e aditivos. Quanto ao
projeto e normas do DER/MG (vide: www.der.mg.gov. acordo com as especificações. tipo de aplicação, podem ser classificados em extru-
br ==> Normas Técnicas). dados ou aspergidos.
Dispositivos de Segurança
c) Elastoplásticos
Verificar se os dispositivos de drenagem estão localiza- Os laminados pré-fabricados ou elastoplásticos são
dos após os dispositivos de segurança (defensa metáli- filmes, películas ou fitas constituídas por veículos
Defensa Metálica (resinas), partículas sólidas (cargas, pigmentos e
ca e barreira de concreto).
microesferas de vidro) e aditivos, fornecidos em es-
Verificar se as defensas metálicas estão sendo cravadas Materiais de Demarcação Viária pessuras definidas por ocasião da fabricação, cuja
com equipamento apropriado (martelete) e se a lâmina aplicação é feita por colagem no pavimento.
final está sendo adequadamente cravada no terreno. De acordo com as recomendações técnicas do DER/
MG, os materiais destinados à sinalização horizontal Ensaios de Caracterização dos Materiais
Verificar se o espaçamento dos postes das defensas estão podem ser tintas, termoplásticos ou pré-fabricados Discrimina-se, a seguir, os métodos de ensaios preco-
de acordo com o projeto e/ou com o máximo de 4,0m. (elastoplásticos) agregados às microesferas de vidro, nizados pela ABNT para cada tipo de material de de-
conforme definições a seguir: marcação viária referido acima:
Verificar se o espaçamento entre a defensa e o obstácu-
Placa de Sinalização Vertical lo é maior que 1,5m. a) Tintas
As tintas são composições líquidas constituídas por

92 93
Ensaios de Caracterização de Tintas Ensaios de Caracterização de Esferas e Microesferas de Vidro
Ensaios Quantitativos Normas ABNT Ensaios Quantitativos Normas ABNT
VI Estabilidade alteração da viscosidade NBR 12027 Resistência à solução de cloreto de cálcio NBR 6823 VI
Teor de matéria não volátil em massa NBR 12028 Resistência ao ácido clorídrico NBR 6824
Teor de pigmento em massa NBR 12029 Resistência à água NBR 6825
Teor do veículo não volátil, em massa no veículo NBR 12032 Resistência à solução de sulfeto de sódio NBR 6826
Para tinta branca: Teor de TiO2 no pigmento NBR 12030 Análise granulométrica NBR 6827
Para tinta amarela: Teor de PbCrO4 no pigmento NBR 12031 Determinação do teor de sílica NBR 6828
Tempo de secagem espessura úmida 0,6mm NBR 12033 Determinação de defeitos NBR 6829
Ensaio de abrasão, Al2O3, película seca NBR 12034 Amostragem de microesferas NBR 6830
Massa específica, kg/l NBR 5829 Verificação do índice de refração NBR 6832
Determinação da massa específica NBR 6833
Ensaios Qualitativos
Ensaios de Caracterização de Esferas e Microesferas de Vidro
Cor Münsell NBR 12034
Brilho NBR 12035
Flexibilidade NBR 12036
Sangramento NBR 12037
Resistência à água NBR 12038
Resistência ao calor NBR 12039
Identificação do veículo não volátil por espectrofotometria de infravermelho
Ensaios de Caracterização de Tintas

94 95
Aplicação dos Materiais
Ensaios de Caracterização dos Termoplásticos
Preparação das superfícies a serem demarcadas
Ensaios Quantitativos Normas ABNT
VI As superfícies a serem demarcadas devem ser conve- VI
Teor de ligante em massa na mistura NBR 13076 nientemente varridas e jateadas com ar comprimido,
Teor de TiO2 em massa NBR 13090 de modo a se apresentarem secas e isentas de impure-
Teor de PbCrO4 ou CdS em massa NBR 13078 zas que possam prejudicar a aderência dos materiais.
Teor de microesferas em massa NBR 13091 Caso se evidencie a presença de óleo ou graxa sobre
Massa específica NBR 13079 a superfície a ser demarcada, esta deverá ser lavada
com uma solução desengraxante.
Ponto de amolecimento NBR 13092
Máquina para aplicação de tintas de demarcação viária
Deslizamento NBR 13080 Equipamentos utilizados na aplicação dos materiais
Resistência à abrasão NBR 13081
Tintas
Ensaios Qualitativos
Cor Münsell NBR 13094 É usual utilizar-se uma máquina autopropelida para de-
marcação de pavimentos, que aplique tinta por asper-
Ensaios de Caracterização dos Termoplásticos são, com controle previsto de largura de faixa e taxa de
aplicação com reservatório de tinta de capacidade entre
20 e 40 litros e com medidor de tinta aplicada.

O equipamento deve apresentar fácil maneabilidade e


contar com dispositivos que permitam a homogeneiza-
ção da tinta no interior do reservatório. O equipamento
deve ser provido de um sistema de guia indicador de po-
Equipamento utilizado na aplicação de tinta
sição, regulável, e controle de velocidade de translação.

96 97
Termoplástico para controle da temperatura das caldeiras de fusão  ispositivos de aplicação contínua para execução
D aplicadores de tintas, devem ser verificados os seguin-
e do material; das linhas simples; tes itens:
Dispositivos balizadores e miras óticas para direcio- Dispositivos, acessórios de controle e segurança cen-
namento da unidade aplicadora durante a execução tralizados em painéis na cabine do veículo e na plata- 
Velocidade de Trabalho
da demarcação; forma de comando do conjunto de aplicação; Deve-se avaliar a velocidade do equipamento aplica-
VI VI
Conjunto para aplicação de termoplásticos; Termômetros em perfeito estado de funcionamento dor de tintas, em uma via lateral (também pavimen-
Conjunto de aplicação e distribuição de microesferas; nas caldeiras de fusão e de aplicação. tada), próxima ao trecho a ser demarcado. Como
Sapatas para aplicação manual de termoplásticos exemplo, pode-se demarcar, nessa via, uma distância
por extrusão. Calibragem dos Equipamentos de 12m fazendo-se com que o equipamento a percor-
ra dez vezes, cronometrando-se todas as passagens.
Para a aplicação de material termoplástico pelo pro- A implantação de demarcação viária requer, periodi- Obtém-se, assim, uma média em relação ao tempo de
cesso de aspersão, os equipamentos mínimos neces- camente, a calibragem e ajustes de cada equipamento, deslocamento do equipamento, por exemplo, igual
sários são: devido a mudanças nas condições de aplicação relacio- a 17,9 segundos. A velocidade do equipamento é es-
nadas aos tipos de materiais, superfícies, dimensões timada pela razão entre a distância e a média dos
 sina móvel constituída de recipiente para fusão do
U das demarcações e recargas do equipamento. tempos.
Fusor utilizado no aquecimento de termoplástico material, provida de aquecedores e agitadores com
regulagem automática de temperatura; Logo, 12m ÷ 17,9 seg. = 0,67 m/s,
Sempre que houver ausência de sistemas eletrônicos
Para a aplicação de material termoplástico, os equipa- Veículo autopropulsor contendo conjunto para apli-
de autorregulagem, os ajustes relativos às quantida- ou aproximadamente, 0,67 x 3600 = 2,4 Km/h
mentos mínimos para aplicação do material pelo pro- cação, contendo recipiente pressurizado para mate-
des e dimensões aplicadas de tintas, termoplásticos
rial termoplástico fundido dispondo de instalação de
cesso de extrusão são: e microesferas devem ser obtidos de forma empírica, Essa velocidade deve ser mantida constante em to-
aquecimento indireto, com dispositivo de controle e
compondo um conjunto de aplicações, pesagens e me- das as aplicações com aquele material e aquele equi-
regulagem;
 sina móvel constituída de recipiente para fusão do
U dições até a obtenção dos valores para aplicação re- pamento.
Compressor com tanque pulmão de ar destinado à
material, provida de aquecedores e agitadores com queridos, ou seja, espessura controlada dos filmes,
pressurização do autoclave, com tanque de microes-
regulagem automática de temperatura; quantidade, distribuição e ancoragem adequadas de  argura da Faixa
L
feras e tanque de imprimação e acionamento pneu-
Veículo autopropulsor contendo conjunto para apli- microesferas. Para a aplicação de faixa (linha a ser demarcada)
mático de pistolas de aplicação;
cação de massas termoplásticas; na largura desejada, deve-se experimentar várias al-
Gerador de força para alimentação dos dispositivos
Termômetros em perfeito estado de funcionamento Durante o processo de calibragem dos equipamentos turas para a pistola de aspersão de tinta até que se
de segurança e controle;

98 99
consiga o ideal. Essa altura então deve ser mantida • A razão entre o peso das microesferas pela área Espessura da Película  quipamento para medição da temperatura am-
E
constante. aspergida na placa, determina a taxa de microes- O material deve ser coletado durante a aplicação, biente e da umidade do ar;
feras aplicadas; junto à saída do equipamento aplicador, em chapa Equipamento para medição de comprimento das
 spessura de Película Úmida de Tinta
E • Esse procedimento deve ser repetido até que se de folha de flandres ou similar, em intervalos a se- faixas retilíneas e curvas, relativas aos serviços
Na determinação da espessura de película úmida consiga a taxa prevista, verificando-se a pressão rem determinados. As medidas devem ser realizadas executados (tipo Odômetro ou similar);
VI VI
para as tintas, são testadas diversas pressões de as- do ar comprimido, cujo valor é fixado e mantido sem a adição de microesferas de vidro aspergidas. Chapa de folha de flandres ou similar (500mm x
persão (ar comprimido) e a medição da espessura do nas aplicações; 200mm x 0,25mm);
material é realizada com equipamento apropriado. •D  urante a calibragem, convém avaliar a uniformi-  ormalmente, para cada 200m2 de área demarca-
N Equipamento para se medir as espessuras das pe-
dade de distribuição das microesferas sobre o ma- da ou em cada jornada de aplicação, é retirada uma lículas que estão sendo pintadas – com precisão de
terial de demarcação (com o auxílio de uma lupa). amostra para a verificação da espessura da película décimo de milímetro –, tipo medidor de película
 spersão de Microesferas
A
aplicada, desconsiderando-se sempre os 5% iniciais úmida (Erichsen ou similar) ou medidor de pelícu-
Para calibragem da quantidade de microesferas as-
 arantia da Qualidade
G e finais da aplicação. São realizadas, pelo menos, 10 la seca (Mitutoyo ou similar);
pergidas pelo equipamento, de acordo com as taxas
(dez) medidas por lote de amostra e o resultado é ex- Aparelho portátil para a medida da retrorrefletân-
estipuladas e mantendo-se a pressão de aspersão P
 ara a garantia da qualidade dos serviços é impor-
presso pela média das medidas. cia inicial do tipo Mirolux 12.
constante, deve-se proceder da seguinte forma: tante que todo o material a ser utilizado na obra seja
analisado, aprovado e selado pelo laboratório res-
 edida de Retrorrefletância
M Condições de Aplicação
• Com o tanque cheio de tinta, aspergir material sobre ponsável pela análise, por lote de fornecimento.
As medidas são realizadas conforme norma e o pa-
uma placa metálica, de peso e dimensões conhecidas,
drão de retrorrefletância inicial ou padrão de refe-
de acordo com a espessura especificada, verificando-  a amostragem dos materiais, é usual enviar-se 01
N Temperatura Ambiente e Umidade do Ar
rência é usualmente maior do que 220 mcd/lux/m2
se a pressão do ar comprimido durante a aplicação. (uma) amostra por lote de fabricação, entendendo-se
para a demarcação na cor branca e maior do que 170
Pesar a placa + tinta, denominando-se P1; por lote o material produzido de uma só vez, sob as Os materiais devem ser aplicados em condições atmos-
mcd/lux/m2 para a demarcação na cor amarela.
• Em uma nova passagem do equipamento, aplicar mesmas condições. féricas tais que a temperatura do ar se situe entre 15 ºC
em uma nova placa de peso conhecido, tinta e tam- e 35 ºC, a umidade relativa seja inferior a 80% e a tem-
E
 lementos de Medição
bém microesferas. Pesar o conjunto placa + tinta + P
 ara os serviços executados com os materiais já en- peratura do pavimento não exceda a 40 ºC. A aplicação
S
 ão utilizados para a fiscalização da obra os equipa-
microesferas, denominando-se P2; saiados, é comum realizar-se os seguintes ensaios de deve ser realizada com clima seco.
mentos abaixo descritos:
• A diferença entre P2 e P1 é o peso das microesferas campo:
ancoradas na tinta; Normalmente utiliza-se linhas com largura de 100mm
 quipamento para medição da temperatura do pa-
E
e espessura de camada seca de 0,6mm ± 0,06 mm para
vimento;

100 101
Problema Causa Solução

Esferas concentradas num só lado Desalinhamento da pistola espargidora de esferas Alinhar o bico da pistola
tinta solvente acrílica e à base de água; 1,5mm ± 0,15 Execução da Demarcação - Problemas x Soluções da demarcação Entupimento da pistola espargidora de esferas Limpar a pistola
mm para termoplástico aspergido e 3,0mm ± 0,3mm
Apresenta-se a seguir tabelas baseadas em Moreira Excesso de esferas Desgaste da agulha da pistola, dificultando o Trocar a pistola
para termoplástico extrudado.
fechamento.
H.[i], onde são discriminados alguns problemas e solu-
ções referentes à aplicação da demarcação viária: Excesso de pressão no tanque de esferas Diminuir a pressão no tanque
VI Para medição da temperatura ambiente e umidade do VI
ar, pode-se utilizar o higrômetro. Esferas concentradas no centro da Baixa pressão no tanque de esferas Aumentar a pressão do tanque
demarcação Desajuste no controle de fechamento ou abertura Ajustar o controle
A temperatura do pavimento pode ser medida através no tanque
de um aparelho tipo “Termotemp – noncontact thermo- Desalinhamento da pistola espargidora de esferas Alinhar a pistola
meter, Model HTT-2, Pavemark” ou similar, devendo ser Abertura excessiva do bico da pistola espargidora Trocar o bico
tomadas a uma distância de 15cm da superfície pavi- de esferas
mentada.
Esferas afundadas Reduzida distância entre o pavimento e a pistola Aumentar a altura da pistola
Operação e Controle da Aplicação Distância insuficiente entre pistolas espargidoras de Aumentar a distância entre pistolas
esfera e de material espargidoras
Em seguida ao preparo do pavimento, deve-se proce- Espessura de material maior do que o especificado Ajustar a espessura do material
der a pré-marcação das linhas, o ajuste do equipamen-
Esferas pouco ancoradas Excessiva distância entre o pavimento e a pistola Reduzir a altura da pistola
to e à aplicação propriamente dita. Conforme descri- espargidora de esferas
to acima, deve-se efetuar, então, estrito controle da
Baixa temperatura de aplicação em termoplásticos Aumentar a temperatura de aplicação em
aplicação dos materiais nos seguintes aspectos: data e termoplásticos
hora de aplicação; cor; temperatura ambiente; tempo
de secagem ao toque e ao tráfego; umidade relativa do Aplicação não homogênea de Baixa pressão no tanque de esferas Aumentar a pressão no tanque
ar; quantidade de material aplicado; pressão de apli- esferas
cação; retrorrefletância; largura e espessura de faixa;
Presença de esferas fora da Calibragem inadequada da pistola espargidora de Calibrar a pistola adequadamente
distribuição de microesferas e ancoragem. demarcação esferas

Tipos de Problemas com Microesferas de Vidro

102 103
Problema Causa Solução Problema Causa Solução

Excesso de material no centro da Excesso de pressão no reservatório de material Reduzir a pressão Bordas irregulares (falhas na Reduzida temperatura de aplicação do Aumentar a temperatura de aplicação do
demarcação de demarcação demarcação) termoplástico material
Falta de regulagem no parafuso de controle Fechar o parafuso de controle Reduzida quantidade de material Aumentar a quantidade de material
Reduzida pressão do ar de atomização Aumentar a pressão do ar Pressão de aspersão do material inadequada Corrigir a pressão de aspersão
Excessiva pressão da bomba Reduzir a pressão da bomba
Bordas irregulares (ondulações na Alta temperatura de aplicação do material Reduzir a temperatura de aplicação do
Espessura insuficiente no centro da Excessiva pressão do ar de atomização Reduzir a pressão do ar demarcação) material
VI demarcação Reduzida pressão no tanque Aumentar a pressão no tanque Pressão de aspersão do material inadequada Corrigir a pressão de aspersão VI
Válvula reguladora da aplicação de material muito Verificar válvula reguladora da aplicação de
Largura excessiva na demarcação Pistola de tinta muito alta Abaixar a pistola de tinta aberta material
Não utilização de discos limitadores Usar ou ajustar os discos limitadores
Demarcação na cor da branca com Material superaquecido Descartar o material
Largura insuficiente na demarcação Reduzida altura da pistola asperssora de tinta Aumentar a altura da pistola aspecto amarelado Material reaquecido muitas vezes Descartar o material
Posicionamento inadequado do bocal da pistola de Verificar a angularidade do bocal de
aspersão de tinta aspersão da pistola ( 90º em relação à linha Presença de cavidades Alta velocidade de aplicação do material Reduzir a velocidade de aplicação do
a ser demarcada) material
A tampa da ventoinha não fecha adequadamente Verificar o fechamento ou substituir a Cura insuficiente do primer Aguardar a cura do primer
tampa da ventoinha
Presença de bolhas de ar Viscosidade inadequada do material Verificar a viscosidade de aplicação do
Entupimento da pistola de aspersão ou não Desentupir o bocal da pistola e verificar se material
diluição da tinta a tinta foi diluída conforme especificado
Ocorrência de grumos Material carbonizado (grumos escuros) Peneirar o material para remover os
Espessura excessiva Abertura excessiva do parafuso de controle do Fechar o parafuso de controle grumos
ajuste de espessuras
Material não homogeneizado (grumos granulares) Aquecer o material por mais tempo até
Excessiva pressão na aplicação de material Ajustar a pressão de aplicação que fique homogêneo
Reduzida velocidade de aplicação Aumentar a velocidade de aplicação Pavimento sujo contendo pedriscos ou fragmentos Limpar o pavimento adequadamente
Marcas tipo “estrias” Pressão do ar muito alta Ajustar a pressão do ar Aparecimento de estrias Baixa temperatura de aplicação do material Aumentar a temperatura de aplicação
Pressão das esferas muito alta Ajustar a pressão das esferas Alta velocidade de aplicação do material Reduzir a velocidade de aplicação
Espessura maior num só lado da Bico entupido Limpar a agulha Ocorrência de respingos ou Desajuste no dispositivo de aplicação Ajustar o dispositivo de aplicação
demarcação Disco limitador sujo Limpar o disco limitador espessura inadequada no início ou
Tinta de Demarcação Viária
no final da demarcação
Material Termoplástico
104 105
Defeitos Decorrentes de Aplicação Inadequada b) Espessura do Filme Inferior ao Especificado c) Aplicação Realizada sobre Pavimento Sujo d) Aparecimento das Trincas Filiformes
A
 aplicação de filme com espessura inferior ao es- Esse procedimento reduz a vida útil da demarcação, As trincas filiformes são decorrentes da aplicação
Durante a aplicação dos materiais, podem ocorrer defei- pecificado pode levar ao recobrimento insatisfatório pois irá resultar em soltura do material. A demarca- sobre pavimento asfáltico úmido, resultando em sol-
tos constatados através de simples observação visual. do pavimento e pode levar também à insuficiente re- ção se ancora ao material terroso depositado sobre a tura da demarcação viária e em consequente redu-
tenção de microesferas, resultando na obtenção de pista e não sobre o pavimento. ção da vida útil da demarcação. Observar, na foto
VI VI
Quanto ao comprometimento em relação à durabili- valores de retrorrefletância aquém do desejado. abaixo, o estágio inicial das trincas filiformes e, na
dade e eficiência da demarcação, esses defeitos podem foto seguinte, a progressão das trincas com conse-
ser classificados como severos, moderados ou leves. qüente soltura em placas do material de demarcação
Considera-se defeitos severos aqueles relacionados a viária.
seguir, devidamente evidenciados pelas respectivas fo-
tos:

a) Largura da Linha de Demarcação Inferior ao Espe-


cificado
A largura da linha a ser demarcada é determinada
em função da composição do tráfego e da velocidade
diretriz da via. Quando esta é inferior ao especifi-
cado em projeto, pode haver comprometimento da
segurança viária.
Aplicação realizada sobre pavimento sujo Trincas Filiformes

Espessura do Filme Inferior ao Especificado

Soltura de material aplicado em pavimento úmido

106 107
e) Soltura de Material Aplicado sobre Pavimento de f) R
 ecobrimento Insatisfatório do Pavimento pelo Ma- g) Bolhas de Ar ou Crateras Podem ser classificados como defeitos moderados os
Concreto terial de Demarcação Caracterizadas por pequenos orifícios que surgem seguintes:
Tal soltura ocorre principalmente em razão da não Pode estar relacionado a entupimento da pistola de durante ou após a aplicação do material, devido, prin-
aplicação anterior de primer promotor de aderência. aspersão, à pressão e à viscosidade de aplicação im- cipalmente, à viscosidade de aplicação inadequada. h) Sobre espessura
VI VI
Cabe observar que é usual aplicar-se a tinta de de- próprias ou, ainda, à espessura de filme aplicado in- Caracterizada por superposição de material quando
marcação na cor preta com largura maior à largura ferior ao especificado da execução das setas direcionais e do preenchimen-
da linha a ser demarcada para melhorar o contraste to de áreas neutras, com a sapata de aplicação de
da demarcação em pavimentos de concreto. termoplástico extrudado.

Viscosidade Inadequada da Tinta

Recobrimento Insatisfatório

Soltura da tinta devido à ausência de primer Superposição de material

108 109
i) Aplicação Inadequada j) Estrias k) Grumos Podem ser classificados como defeitos leves:
A inadequada aplicação do material de demarcação As estrias são caracterizadas por sulcos superficiais, A
 presença de grumos pode ocorrer devido à limpe-
pode resultar em falhas ou em acúmulo de material devido, provavelmente, à presença de grumos no za inadequada do equipamento de aplicação (pistola l) Bordas mal definidas
no centro ou nas bordas. material, à limpeza inadequada do equipamento de ou sapata) ou à inadequada viscosidade e pressão de As bordas mal definidas da demarcação resultam em
VI VI
aplicação (pistola ou sapata), quando da aplicação aplicação. acabamento inadequado.
de tinta ou termoplástico aspergido, ou à deforma-
ção na chapa de acabamento quando da aplicação
em termoplástico extrudado.

Aplicação Inadequada de material


Grumos devido à inadequada viscosidade e/ou pressão de aplicação Bordas mal definidas

Estrias devido à limpeza inadequada do equipamento

110 111
m) Manchões n) Casca de Laranja o) Células de Bernard
Os manchões são caracterizados por manchas pro- E
 sse defeito é caracterizado por pequenas ondula- A
 s células de Bernard são ocasionadas pela exces-
vocadas pela incorreta distribuição de microesferas ções superficiais, semelhantes à casca de laranja. É siva espessura de película aplicada e são caracteri-
VI de vidro. ocasionado, possivelmente, por inadequada viscosi- zadas pelo aparecimento de células hexagonais que VI
dade e pressão de aplicação prejudicam a uniformidade do filme.

Manchões
Casca de Laranja Células de Bernard

112 113
Esse capítulo faz parte do Manual de Procedimentos IV - Planejar, coordenar e acompanhar a preservação tabilidade Ambiental do Modal Rodoviário. O respeito Declaração da Política Ambiental do DER/MG
Ambientais em Empreendimentos Rodoviários e está ambiental das áreas patrimoniais e sob domínio à legislação ambiental e a adoção de procedimentos
disponível no site www.der.mg.gov.br do DER/MG; ambientalmente corretos conduzem forçosamente à Assegurar soluções adequadas de transporte rodo-
evolução dos projetos rodoviários e, consequentemen- viário de pessoas e bens no Estado de Minas Gerais,
V - Promover o licenciamento ambiental; te, à redução dos impactos significativos quer sejam garantindo a preservação, melhoria e recuperação
O art. 38 do Decreto no 44.752/2008, que regulamen- físicos, bióticos ou antrópicos. Estes, por sua vez, ates- da qualidade do meio ambiente, de acordo com os
VII VI - Promover a fiscalização dos serviços contratados tam ou não a viabilidade do empreendimento do ponto seguintes princípios: VII
ta as atividades do DER/MG define as atribuições da
GMA - Gerência de Meio Ambiente: e fornecer elementos necessários à elaboração de de vista ambiental.
MEIO AMBIENTE
Um resumo sobre princípios básicos, política,
parâmetros, aspectos técnicos e legais

MEIO AMBIENTE
Um resumo sobre princípios básicos, política,
parâmetros, aspectos técnicos e legais
medições.  os projetos rodoviários, contemplar a componente
N
“Art. 38. A Gerência do Meio Ambiente tem por finali- Política Ambiental do DER/MG ambiental, considerando os aspectos físicos, bióticos
dade assegurar a execução das atividades relacionadas Parágrafo Único: A Gerência do Meio Ambiente ob- e antrópicos, levando em consideração a segurança
com a elaboração e implantação de planos e programas servará as diretrizes referentes à legislação ambien- Fundamento conceitual do tráfego e de pedestres;
de proteção ao meio ambiente, competindo-lhe: tal vigente, especialmente as do Sistema Estadual de
Meio Ambiente (SISEMA). A Política Ambiental do DER/MG foi desenvolvida  as obras rodoviárias, atender plenamente às espe-
N
I - Planejar e coordenar as atividades de proteção e tendo como marco conceitual as normas da série ISO cificações ambientais dos projetos e dos processos de
monitoramento ambiental, em articulação com as Viabilidade Ambiental da Atividade Rodoviária 14.000 que são referentes ao Sistema de Gestão Am- licenciamento, visando construir um sistema viário
demais unidades envolvidas; biental. Essas normas contemplam ainda aspectos ambientalmente adequado;
No setor rodoviário, o entendimento da questão am- ambientais em normas de produtos, auditoria ambien-
II - Elaborar planos e programas para recuperação de biental está expresso na obediência à legislação am- tal, rotulagem ambiental e análise do ciclo de vida dos  a operação das rodovias, contemplar a componen-
N
áreas ambientalmente degradadas nos locais de biental que orienta as atividades rodoviárias, sendo produtos. Outras também foram consideradas como te ambiental de forma a transformá-la em um ins-
influência de rodovias estaduais e assessorar a im- estas transformadoras do meio onde estão inseridas. importantes referências, além da Política Nacional trumento cada vez mais indutor da proteção do meio
plantação das medidas mitigadoras necessárias; Essa conformidade com a lei inclui aspectos de plane- do Meio Ambiente, como a política do Ministério dos ambiente;
jamento quando são examinadas diferentes alternati- Transportes e do Departamento Nacional de Infraes-
III - Promover em sua área de atuação a elaboração vas sob a ótica ambiental, associada e harmonizada aos trutura de Transportes (DNIT). Outra referência ana-  iabilizar a recuperação do passivo ambiental exis-
V
e atualização do cadastro de dados relativos ao aspectos técnicos, econômicos e sociais. O princípio da lisada foi o modelo de atuação na área ambiental da tente e atuar na prevenção de novas ocorrências;
meio ambiente físico e biótico do Estado; “Viabilidade Ambiental” está, portanto, intimamente Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas
vinculado à Preservação do Meio Ambiente e Susten- (SETOP). Considerar as faixas de domínio como de interesse

114 115
ambiental, especialmente por suas relações com os se-  ealizar o monitoramento da qualidade ambiental
R Í ndice Ambiental (IA) 7. Ampliação do dinamismo econômico do Estado;
guintes tópicos: aspectos de segurança viária, preser- nas áreas de influência das rodovias, visando avaliar Índice de Benefício Social e Econômico (IBSE) 8. Expansão de setores econômicos específicos: sucro-
vação de cobertura vegetal e fauna associada, preven- o desempenho da Instituição na gestão do meio am- alcooleiro, turismo e agroindústrias;
ção de processos de degradação do solo e dos recursos biente a ajustar suas ações quando necessário; Os impactos e os índices constituem os principais pro- 9. Evolução da rede de centros urbanos do Estado;
hídricos e ainda das relações com as comunidades re- dutos da AAE para caracterizar o Programa e os tre- 10. Dinamização do uso e da ocupação do solo nas zo-
sidentes às margens das rodovias;  anter um diálogo permanente com os órgãos am-
M chos rodoviários integrantes, com o objetivo de ofere- nas urbanas e rurais;
VII bientais, com a comunidade e com os prestadores de cer suporte a tomadas de decisão sobre a viabilidade 11. Melhoria das condições de vida da população em VII
 esenvolver uma competência institucional na
D serviços visando aperfeiçoar a gestão ambiental na de implantação, da definição de prioridades, dentre geral;
área do meio ambiente por meio de treinamento e Instituição e ampliar a qualidade ambiental da ativi- outros aspectos. 12. Geração de problemas urbanos devido ao aumento
capacitação de todos os funcionários; dade rodoviária; das demandas de serviços públicos e infraestrutu-
Os impactos potenciais estratégicos com abrangência ra;
 onsiderar o conhecimento pleno (e sempre atu-
C  romover a integração dos programas de educação
P estadual identificados para o PRMG foram: 13. Interfaces com populações tradicionais (indígenas
alizado) das normas, das leis e dos dispositivos ambiental e de educação para o trânsito e associá-los e quilombolas);
institucionais como condição essencial da gestão à implantação dos empreendimentos rodoviários. 1. Redução da qualidade e quantidade dos recursos 14. Aumento das relações inter-regionais para fins
ambiental na Instituição e fazer cumprir a legislação hídricos superficiais pela expansão da ocupação do econômicos e sociais.
e demais instrumentos; Instrumentos de Gestão solo;
2. Intensificação de conflitos de uso da água devido à Quanto aos índices IA e IBSE, estes se aplicam a cada
Avaliação Ambiental Estratégica (AAE) expansão das atividades econômicas e da ocupação rodovia e possibilitam avaliar sua viabilidade ambien-
 romover o estudo e a pesquisa visando inovar o
P
do solo; tal caso a caso.
transporte rodoviário e sua gestão com o objetivo
A Avaliação Ambiental Estratégica (AAE) tem como ob- 3. Poluição hídrica resultante de acidentes com cargas
de adequá-los à sustentabilidade ambiental e ecológi-
jetivo geral definir as estratégias que ofereçam supor- de produtos perigosos. Índice Ambiental (IA)
ca, introduzindo novos conceitos e teorias quanto ao
te a decisões ambientalmente sustentáveis nos empre- 4. Redução da vegetação nativa devido à expansão de
uso de materiais e aos processos construtivos;
endimentos do Programa Rodoviário de Minas Gerais usos do solo nas zonas urbanas e rurais; Esse índice foi criado para fornecer indicações sobre a
(PRMG). 5. Pressão sobre unidades de conservação e áreas de qualidade das interações entre cada trecho rodoviário e
 anter os registros da atuação ambiental do DER/
M
entorno, afetando a biodiversidade; o meio ambiente de sua área de abrangência. Seu obje-
MG formalizados em todos os seus aspectos, como
Os estudos da AAE incluíram a identificação dos im- 6. Pressão sobre áreas prioritárias para conservação tivo é apontar as interações positivas (+) e as negativas
condição para a consolidação e fortalecimento da pactos ambientais estratégicos do PRMG e a criação da biodiversidade, com redução de áreas disponí- (-) considerando como referência os objetivos do PRMG.
gestão ambiental; de dois índices: veis para proteção;

116 117
Para composição do IA, foram utilizadas as seguintes Núcleo de Gestão Ambiental (NGA) a partir do cruzamento de informações do Instituto (IEF) nos casos de supressão de vegetação para inter-
variáveis: meio físico, meio biótico, meio sócioeconômi- Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), da Fun- venção em Áreas de Preservação Permanente (APP).
co. De acordo com as variáveis, cada trecho rodoviário A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvol- dação João Pinheiro (FJP), além de órgãos e secreta- Como o próprio nome diz, esse projeto tem como obje-
do PRMG recebeu uma pontuação que variou de 0 a 13, vimento Sustentável (SEMAD) instituiu os Núcleos de rias. Para montá-lo, foram usadas 240 variáveis de tivo a apresentação de medidas que tenham como fina-
sendo que, para cada interação positiva, foi atribuído 1 Gestão Ambiental (NGA). Essas são estruturas insti- diversas origens: lidade a reconstituição da flora, baseadas em estudos
ponto. tucionais criadas pelo Decreto no 43.372/2003 e im- prévios das características físicas das áreas em ques-
VII plantadas no âmbito de cada uma das Secretarias de  omponentes naturais
C tão. É exigida a sua elaboração para que seja possível VII
Índice de Benefício Econômico e Social (IBSE) Estado, incluindo a SETOP. Geologia, hidrologia, cobertura vegetal, número de a obtenção da Autorização Para Exploração Florestal
unidades de conservação, fauna e flora, dentre vá- (APEF), concedida pelo IEF e regulamentada pela De-
O IBSE (Índice de Benefício Econômico e Social) foi O PRMG conta com 195 trechos rodoviários com ex- rios outros). liberação Normativa nº 76/2004. Essa norma dispõe
criado com o objetivo de identificar os benefícios socio- tensão total de 14.161,6km. sobre interferência em áreas consideradas de Preser-
econômicos associados às intervenções propostas pelo  omponentes institucionais
C vação Permanente e dá outras providências.
PRMG, por meio de procedimentos analíticos tipica- As rodovias integram 3 subprogramas, subdivididos Autonomia política e administrativa dos municí-
mente rodoviários. Isso foi feito considerando crité- em componentes: pios. Plano de Recuperação de Área Degradada (PRAD)
rios sociais vinculados à acessibilidade e mobilidade,
 omponentes humanos
C O Plano de Recuperação de Área Degradada é o do-
permitindo determinar, assim, o aporte que cada in-  avimentação de rodovias: PROACESSO, Apoio ao
P
Alfabetização, sobrevivência infantil, infra-estrutura cumento técnico que detalha as soluções de recupera-
tervenção agrega em sua área de influência. Setor Sucro-Alcooleiro e Rodovias Turísticas e Ecoló-
hospitalar, abastecimento de água e atendimento de ção de áreas exploradas, principalmente no processo
gicas (92 trechos e 2.944,70 km);
coleta de lixo, dentre outros. de obtenção de materiais granulares. O PRAD regula
Para construção do IBSE foram utilizados os seguin- Adequação da Rede Principal: Corredores Radiais de
tes indicadores: Integração e Desenvolvimento e Corredores Troncais ainda a complementação de serviços para restabeleci-
 omponentes produtivos
C mento das boas condições ambientais dessas áreas.
(32 trechos e 7.471,9km);
Arrecadação do INSS, turismo, transportes e consu-
 edução de custos de deslocamento
R Complementação da Rede Rodoviária: Pavimentação
mo de energia.
População de baixa renda dos municípios de Novas Rotas (71 trechos e 3.745km).
Ganho com o Tempo de Viagem (GTV)
Projeto Técnico de Reconstituição da Fauna (PTRF)
O Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE)
Foram criados também 5 intervalos para qualificar o
O Projeto Técnico de Reconstituição da Fauna é um do-
impacto do IBSE e compatibilizar com o IA. O ZEE (Zoneamento Ecológico Econômico) foi gerado
cumento exigido pelo Instituto Estadual de Florestas

118 119
e) Drenagem, Obras de arte Correntes equipamentos de conservação da qualidade ambiental
EMPREENDIMENTOS RODOVIÁRIOS E COMPO- a) Instalação do Canteiro, Operação e Desmobilização A drenagem em execução pode ser insuficiente em e dos componentes que garantem a integridade e con-
NENTE AMBIENTAL A
 s atividades relacionadas ao canteiro de obras po- chuva eventual, contribuindo para a desestrutura- servação da própria rodovia.
dem gerar a contaminação de corpos d`água pelos ção dos terraplenos em obras.
Interfaces da Engenharia Rodoviária com os Estudos seguintes fatores: pelo mau funcionamento da fos- Essas abordagens são conduzidas da seguinte maneira:
/ Projetos Ambientais sa séptica, pelos problemas na caixa separadora de f) Exploração de Áreas de Ocorrência de Material (pe-
VII água e óleo previstos ou ainda pelo mau acondicio- dreiras e areais) Aspectos relacionados a eventuais problemas es- VII
A seguir, são apresentadas as principais interfaces da namento dos tanques de material betuminoso. Tais explorações podem gerar impactos quanto à truturais:
Engenharia Rodoviária com os Estudos / Projetos Am- degradação do uso das áreas exploradas, desmate
bientais: b) Desmatamentos e Limpeza do Terreno de vegetação expressiva não indicada no projeto, Devem ser avaliados todos os episódios que afetam a es-
T
 ais atividades podem gerar impactos quanto à po- erosões e assoreamento, proliferação de vetores, po- trutura geral da faixa de domínio, independentemente
As principais atividades previstas na execução das tencial supressão de vegetação expressiva, não pre- luição do ar, poluição da água, ruídos e vibrações, de sua origem ou causa, e que representam risco de
obras são: vista no projeto. Da mesma forma, podem gerar im- degradação de áreas urbanizáveis, acidentes decor- dano ou de impedimento do fluxo de tráfego. Essa ava-
pacto nos processos de carreamento de sólidos para rentes de mau acabamento de taludes e acidentes de- liação deve considerar as características dos episódios
a) Instalação do Canteiro, Operação e Desmobilização; os cursos d’água. correntes de uso eventual de explosivos. de forma a orientar a adoção de medidas corretivas ou
b) Desmatamentos e Limpeza do Terreno; a, ao menos, reduzir os efeitos. Em geral, essas me-
c) Abertura de Caminhos de Serviço; c) Abertura de Caminhos de Serviço g) Risco de Acidentes didas devem conduzir à reavaliação da eficiência dos
d) Serviços de Terraplenagem; A abertura dos caminhos pode gerar o assoreamento O risco de acidentes fica maior principalmente pelo projetos ambientais, tais como estabilização de encos-
e) Drenagem, Obras-de-arte Correntes; de talvegues e contaminação de corpos d`água na tráfego de veículos pesados e pelos equipamentos tas, drenagens pluviais e travessias sobre drenagens
f) Exploração de Áreas de Ocorrência de Material (pe- execução da terraplenagem para estes. tanto ao longo da obra quanto junto aos acessos. naturais, indicando as intervenções necessárias para
dreiras e areais); garantir a integridade da rodovia e a conservação dos
g) Risco de Ocorrência de Acidentes. d) Serviços de Terraplenagem Ações pertinentes à fase de operação e manutenção recursos naturais sob sua influência.
Tais serviços podem gerar acidentes com veículos,
Muitas vezes, essas situações podem gerar emergên- pedestres e trabalhadores, além de interferências As atividades de operação e manutenção de rodovias Aspectos relativos à segurança dos usuários:
cias ambientais nas obras. Nesse sentido, os princi- em APP’s por depósito de material, causando, assim, devem ser abordadas e conduzidas considerando os
pais impactos ambientais decorrentes da implantação assoreamento e escorregamento dos materiais das aspectos ambientais. As ações devem ser realizadas, Todos os registros de reclamação e acidentes são ana-
do empreendimento associados às seguintes ações ge- superfícies. principalmente, no sentido de verificar a eficiência dos lisados segundo suas causas prováveis. Isso deve
radoras são:
120 121
permitir tanto o acompanhamento estatístico, quan- Aspectos relacionados à faixa de domínio: de manutenção também devem ter ciência da proi-  público alvo, interno e externo, deve ser orientado
O
to a avaliação da eficiência dos componentes de segu- bição pelo uso do processo de capina química, isto e informado segundo diferentes graus de participa-
rança. Nesse caso, estão em evidência os seguintes as- Combate e prevenção de queimadas e capina química é, o emprego de herbicidas ao longo das faixas de ção ou intervenção no problema.
pectos: a sinalização, as defensas, a vegetação em sua domínio.
relação com a visibilidade e com as áreas de escape, a  s margens das rodovias, como locais públicos de
A Preservação do patrimônio público
geometria e o pavimento, os usos estabelecidos ao lon- acesso livre, permitem a ocorrência de focos de in- Lixo nas rodovias
VII go da faixa de domínio segundo os estudos ambientais cêndio que podem causar problemas, tanto ao trá-  equipamento colocado a serviço do usuário da
O VII
e, ainda, todos os componentes que afetam a seguran- fego, pela redução da visibilidade devido à fumaça,  s resíduos sólidos acumulados ao longo de uma
O rodovia e das populações em sua vizinhança, seja a
ça do usuário. quanto à vegetação nativa ou àquela cultivada nas rodovia são uma constante fonte de problemas. Por simples placa indicativa ou viadutos, trevos e pas-
vizinhanças da rodovia. Tais ocorrências provocam vezes, o acúmulo de latas, papéis e plásticos, além de sarelas, são patrimônios públicos no sentido amplo.
Considerando os problemas relativos à qualidade de prejuízos ecológicos e econômicos evidentes. outros objetos lançados dos veículos, afetam drena- Constituem patrimônio público tanto pela origem
vida na área de influência direta, as rotinas de visto- gens, bueiros e valas. Isso causa assoreamento, ala- econômica, na forma de impostos e taxas, quanto
ria se voltam para o conforto das populações instala-  ambém as propriedades urbanas ou rurais dentro
T gamento e mesmo erosão, que, num processo cumu- pelo uso, já que os equipamentos são destinados a
das nas proximidades e nas próprias faixas de domí- da área de influência devem estar preparadas para lativo, pode levar a danos estruturais significativos, todos, sem discriminação. Todo dano causado a ob-
nio. As rotinas buscam a verificação de indicadores de evitar o uso da prática de queimada e da queima do além de gerar aspecto visual deprimente. jetos, serviços ou obras resulta em custos de manu-
qualidade do ar, da água e do solo, dos níveis de ruído, lixo. A queimada é um procedimento arcaico de ma- tenção, restauração ou mesmo reposição, que signi-
da presença de vibrações, da segurança nas travessias nejo de solo e a queima de lixo é outra prática supe-  e qualquer forma, a falta de uma ação preventiva
D ficam, afinal, gastos do dinheiro público.
e das ocupações clandestinas na faixa de domínio. rada de destinação de resíduos sólidos. leva a gastos maiores com a coleta e a destinação dos
resíduos. Inclusive, outros gastos decorrem do pro- O processo de manutenção do complexo de estrutu-
Também são verificados: abertura de acessos não au-  público interno, constituído pelos funcionários da
O blema de reparos na própria rodovia, de manutenção ras da rodovia pode se tornar mais eficiente com a
torizados, publicidades, placas e “outdoors” em locais operadora, deve estar consciente do problema, tanto de veículos nos acostamentos, de postos de abasteci- participação pública. O envolvimento e a corespon-
prejudiciais à segurança da rodovia, acúmulo de lixo no sentido de combate aos focos de incêndios, quan- mento, de restaurantes, de bares, de hotéis e de ou- sabilidade das comunidades vizinhas e usuárias per-
e outras práticas que coloquem em risco a integridade to de sua prevenção. É importante que também as- tros serviços na faixa de domínio. mite a apropriação do bem por parte delas, seja na
da rodovia e a segurança do tráfego. sumam responsabilidades quanto à divulgação dos cobertura vegetal de efeito cênico, na estrutura de
perigos que tais práticas representam. Vale lembrar  s propriedades privadas lindeiras à rodovia também
A um viaduto ou na simples fixação de um talude.
que os funcionários jamais devem utilizar esses pro- são uma fonte de resíduos que precisa ser considerada
cedimentos nos serviços de manutenção. As equipes na abordagem de um projeto educacional desse tema.

122 123
Ocupação do solo nente - dificilmente são consideradas em toda a sua ATIVIDADES GERENCIAIS AMBIENTAIS  otar o DER/MG de informações suficientes e concre-
D
magnitude. Isso sem contar os prejuízos ambientais tas sobre os serviços ambientais das obras, particu-
 faixa de domínio da rodovia é um espaço que tem
A nos acidentes com produtos perigosos. Acompanhamento do Processo de Licenciamento larmente no que diz respeito aos seguintes aspectos:
muitas vocações e permite uma infinidade de ativi-
dades. Em outras palavras, a margem da rodovia é  alculando-se todas as variáveis com implicações
C A condução do processo de licenciamento introduz - Qualidade dos serviços e obras, inclusive sobre a
convidativa para morar, para o lazer, para a oferta econômicas e sociais, fica evidente que uma atitude uma série de obrigações diversificadas que devem ser obediência ao projeto de engenharia ambiental (RCA/
VII de produtos e serviços, etc. Dessa forma, cria condi- preventiva é absolutamente recomendável. Isso pode atendidas satisfatoriamente pelo DER/MG na condição PCA) e respectivas recomendações. VII
ções para invasões e apropriações indevidas, que vão ocorrer por um programa amplo de educação para de empreendedor. Para tanto, é necessária a adoção - Desempenho e estrutura da Construtora na exe-
de métodos de acompanhamento e de análise de todo
da colocação de placas e cartazes de propaganda até o trânsito e de informação prévia dos elementos de cução dos serviços relacionados ao meio ambiente e
o processo de licenciamento regidos pelas exigências
a construção de habitações precárias. Nesse tema, risco dentro da rodovia, principalmente aqueles de- legislação específica.
constantes das licenças ambientais (LP, LI e LO). Cabe
os projetos de educação ambiental devem buscar a correntes de intervenção, de manutenção e de rotina - Atendimento às exigências de órgãos ambientais
ressaltar que as obras passíveis de Autorização Am-
conscientização e a participação do público interno de operação. Tal medida resulta em uma considerá- (FEAM, IEF, IGAM e IBAMA);
biental de Funcionamento (AAF) - até mesmo as dis-
da operadora e da sociedade em geral para o respeito vel economia de recursos. Assim, é de suma impor- pensadas de AAF - e todos os empreendimentos sujei- - Proteção ao meio ambiente.
e obediência aos estudos ambientais, nos quais fica- tância a adoção de um programa de atendimento a tos ao licenciamento, necessitam de outorga de Direito
ram estabelecidos os critérios e os limites geográficos acidentes com produtos perigosos em conjunto com do Uso de Águas Públicas e de Autorização para Ex- Executar diretamente serviços compreendendo:
para a distribuição de atividades e serviços ao longo a Política Rodoviária e com órgãos ambientais, no ploração Florestal (APEF). O Direito de Uso de Águas
da via. sentido de se proceder com total garantia, em caso Públicas está relacionado às intervenções em cursos • Detalhamento do projeto de engenharia ambiental,
de acidentes, visando não só à proteção do meio am- d’água (pontes e bueiros de grota) e a Autorização quando este for omisso quanto a aspectos constru-
Prevenção de acidentes biente, mas também dos usuários e dos moradores para a Exploração Florestal se relaciona à supressão tivos e de especificações;
nas áreas de entorno. Outro aspecto a considerar é a de vegetação e às intervenções em Áreas de Preserva- • Esclarecimento à Construtora quanto ao projeto de
 s prejuízos sociais decorrentes de acidentes rodo-
O permanente parceria com os órgãos de saneamento, ção Permanente (APP). engenharia ambiental e às suas recomendações;
viários são uma constante preocupação para o DER/ tratamento e distribuição de água potável, uma vez • Revisão e/ou atualização do projeto de engenharia
MG, para a sociedade e para a empresa operadora, que a travessia e as áreas de entorno de mananciais Supervisão Ambiental ambiental, conforme e quando necessário, elimi-
principalmente no caso de acidentes com produtos em uso ou em potencial devem ser efetivamente pro- nando todos os tópicos em desacordo com as nor-
perigosos. A perda irreparável de vidas humanas, tegidas durante a construção ou operação das rodo- Serviços a serem executados mas;
os custos indiretos agregados às perdas materiais e vias. • Acompanhamento da execução de cada etapa de obra,
humanas - inclusive invalidez temporária e perma- Os serviços de supervisão ambiental das obras rodovi- fiscalizando os serviços ambientais executados;
árias visam:

124 125
• Solução de problemas construtivos imprevistos ciamento, tais como: requerimentos, projetos de re- em ações que sejam relacionadas à extinção ou à ame-
ocorridos nos serviços e obras ambientais constan- cuperação ambiental, equipamentos de controle de nização dos danos causados ao meio ambiente.
tes dos RCA/PCA; poluição, etc;
• Apoio à Gerência de Meio Ambiente (DER/MG) na O monitoramento de todas as autorizações ou licen- Do ponto de vista técnico, entende-se por passivo am-
formalização e no acompanhamento de processos ças dos órgãos ambientais que estejam vinculadas biental as externalidades geradas pela existência da
de licenciamento e autorizações ambientais. ao processo de licenciamento da obra em questão. rodovia sobre terceiros e por externalidades geradas
VII por terceiros sobre a rodovia. Embora sejam gerados VII
Premissas Será ainda necessário elaborar o Relatório Final da por terceiros, nem sempre estes podem ser identifi-
obra, informando seu histórico e seus antecedentes. O cados e devidamente responsabilizados, obrigando o
Devem ser obedecidas as normas, os manuais, as ins- documento registrará desde a fase de projeto e deverá DER/MG a assumir a correção do passivo em defesa da
truções e as especificações em vigor no DER/MG no considerar todos os eventos técnicos relevantes, assim estrada e de seus usuários.
que tange às obras que serão supervisionadas, àquelas como fornecer indicações sobre alterações do projeto
particulares ou especiais constantes do projeto de en- ambiental e seus motivos, serviços necessários não A seguir, é apresentado um exemplo de ficha de cadas-
genharia ambiental ou fornecido por escrito pela FIS- realizados e recomendações para a operação da via. tramento do passivo:
CALIZAÇÃO do DER/MG e, ainda, aquelas concernen- Esse relatório permite também resgatar informações
tes à execução de serviços de engenharia consultiva. objetivas e sintéticas sobre o processo de licenciamen-
to, inclusive das jazidas, usinas e demais instalações
A responsabilidade final pelas obras cabe à FISCALI- vinculadas à rodovia. Por tudo isso, o documento per-
ZAÇÃO do DER/MG, à qual a firma supervisora contra- mite uma visão abrangente da situação geral da obra
tada estará subordinada e da qual receberá orientação quanto às questões ambientais.
e diretrizes quanto ao desenvolvimento dos serviços.
Recuperação Ambiental de Passivos Rodoviários
O acompanhamento do DER/MG deve ocorrer em duas
frentes: Conceituação do Passivo Ambiental

 acompanhamento, junto ao Empreiteiro, de todos


O O passivo ambiental representa todas as obrigações
os procedimentos referentes aos processos de licen- destinadas a um só objetivo: promover investimentos

126 127
ATIVIDADES TÉCNICAS AMBIENTAIS ficial é fundamental nas obras de retaludamento, rápida, levando ao assoreamento da rede de drena-  N as proximidades de cursos d’água, deve-se prote-
pois reduzem a infiltração no terreno e conduzem gem. Além disso, a rede perde a capacidade de vazão, ger com aterro-barreira e enrocamento;
Técnicas de Recuperação Ambiental as águas de superfície a dispositivos adequados à reduzindo o potencial do uso de várzeas assoreadas  Se necessário, deve-se implantar um colchão dre-
sua dissipação. por solo mineral, matando a vegetação existente, as- nante entre o bota-fora e o terreno natural;
As soluções a serem adotadas são definidas em função soreando mananciais e até impedindo a sobrevivên-  É necessário executar drenagem entre a saia e a
de muitos fatores: características geológicas, relevo, b) Aterro - Berma cia de algumas espécies aquáticas. Ao mesmo tempo, crista do bota-fora;
VII declividade, tipos de solos, pluviosidade, cobertura ve- E
 ssa solução consiste no confinamento da superfí- cria-se condições para a proliferação de mosquitos e  Deve-se implantar sistema de drenagem superficial VII
getal, sistemas de drenagem e dimensões específicas cie de ruptura pela execução de aterro na base do de outras espécies indesejáveis. (canaletas, descidas d’água, etc);
de cada um desses casos. Esses fatores são avaliados escorregamento de acordo com as seguintes etapas  Realizar um processo de recuperação da vegetação
considerando também os recursos financeiros e o ca- construtivas: Recomenda-se que, no caso de excesso de material, de toda a superfície do bota-fora.
ráter emergencial da intervenção. sejam projetados alargamentos de aterros, reduzin-
d) Enrocamento
 Por meio da execução de degraus, realiza-se o pre- do, por exemplo, a inclinação dos taludes. Também se
Os enrocamentos podem ser aplicados em duas cir-
Estruturas de Contenção em Atividades de Terraple- paro da superfície de contato entre o talude original recomenda até mesmo a construção de plataformas
cunstâncias:
nagem e o aterro de sustentação; contínuas à estrada para que sirvam como áreas de
 Execução de colchão drenante na área da base do estacionamento e de descanso para os usuários. No
1) Enrocamentos de pedras de mão arrumadas, im-
a) Retaludamento aterro; caso de bota-fora com materiais de terceira categoria
plantados com o objetivo de dissipar águas pro-
O retaludamento é indicado após estudos geotécni-  Execução do aterro de acordo com as especificações (rochosos), seu uso é possível e até mesmo desejável venientes dos sistemas de drenagem superficial e
cos que viabilizem sua execução. Essa análise com- de serviço; como dissipadores de energia nas áreas de descarga profunda da rodovia. O diâmetro da pedra de mão
preende:  Implantação de drenagem superficial; dos sistemas de drenagem. utilizada será definido pelo projeto em função da
 Proteção superficial. velocidade da água e da inclinação do dispositi-
 R edução da inclinação do talude original: remoção A seguir, são apresentadas recomendações para exe- vo drenante, devendo se situar na faixa de 10 a
de parte do material do talude original para per- c) Execução e Estabilização de Bota-Foras cução de bota-foras que devem ser utilizadas ou adap- 15cm. Os procedimentos são:
mitir a alteração no estado das tensões em ação no A prática comum de execução de bota-foras tem sido a tadas de acordo com a situação encontrada:
maciço; de transportar os excessos de material até a boca dos  scavação manual ou mecânica do terreno na
E
 Criação de banquetas: redução da altura do talude cortes ou pouco além. Isso é feito depositando-o, mui-  N
 o entorno da linha de “off-set” do bota-fora, deverá extremidade de jusante do dispositivo, cujo flu-
original, proporcionando melhoria na estabilidade. tas vezes, sobre talvegues, sem qualquer compacta- ser construído um aterro-barreira com material com- xo deverá ter sua energia dissipada atendendo
A implantação de drenagem e de proteção super- ção. A erosão do material depositado é naturalmente pactado de acordo com as especificações de serviço; às dimensões de projeto.

128 129
 ompactação manual ou mecânica da superfície
C  s três componentes principais da “terra armada”
O cimento (geralmente 5% de cimento, em volume), Os gabiões dividem-se em três tipos:
resultante após escavação. são: em sacos de aniagem ou geossintéticos. Essa mis-
Preenchimento da escavação com pedra de tura se solidifica (cura) em curto período de tempo,  G abiões Saco: são constituídos por uma única tela
mão arrumada, executando de modo a sobrar  S olo - envolve as armaduras e ocupa um espaço transformando-se em um maciço compacto de alta de rede que forma um cilindro, aberto em uma ex-
o menor número de vazios possível. É preciso chamado “maciço em terra armada”; resistência ao intemperismo com baixo custo, tanto tremidade (tipo saco) ou do lado (tipo bolsa);
evitar sempre escavações excessivas que exijam  “Pele”(geralmente vertical) - é o parâmetro exter- executivo como de manutenção.  Colchões Reno: gabiões cuja característica é a re-
VII depois complementação com solo local, já que no. É constituída por placas rígidas de concreto duzida espessura (0,17m x 0,23m ou 0,30m). São VII
isso gera possíveis pontos de erosão. armado; h) Gabiões formados por uma rede metálica de malha hexago-
 Armaduras - elementos lineares e flexíveis que Os gabiões são utilizados para proteção superficial nal que, geralmente, tem malhas menores do que
2) Camada formada por pedras jogadas com objetivo trabalham por tração e são fixadas às “peles” por de encostas como proteção de margens de rios e tam- aquela utilizada na fabricação dos gabiões;
de proteger maciços terrosos da ação das águas. parafusos. Normalmente, as armaduras são feitas bém como muros de peso. São estruturas drenadas e  Gabiões Caixa: são elementos com a forma de pris-
de aço de galvanização especial. relativamente deformáveis, o que permite o seu uso ma retangular constituídos por uma rede metálica
e) Aterro Reforçado com Geotêxtil. no caso de fundações que apresentam deformações de malha hexagonal.
O maciço formado pela integração do solo e mantas g) Rip-Rap maiores. Devido à sua simplicidade construtiva, os
geotêxteis funciona como uma estrutura de conten- Solo Cimento Ensacado pode ser indicado com as muros de gabiões vêm sendo muito utilizados como i) Muro de Peso
ção. Caberá então às mantas internas confinar o solo seguintes funções: contenção de aterros e de encostas em obras de me- Este é um sistema de contenção que pode ser confi-
(isolando as diversas camadas) e resistir aos traba- nor porte. gurado de diversas formas, dentre elas: em foguei-
lhos de tração no maciço. A face externa do talude  C omo preenchimento (obturação) de cavidades em ra, em pedra argamassada e em concreto ciclópico.
recomposto deve ser protegida para evitar a ação do taludes;  ara aumentar a vida útil, devem ser tomados cuida-
P
intemperismo no geotêxtil.  Na forma de muros de peso para conter maciços dos especiais com o objetivo de evitar a corrosão dos j) Muro de Peso em Fogueira
em movimento; arames que formam as “gaiolas” ou sua degradação Trata-se de um sistema de peças de concreto armado
f) Terra Armada  Na função de muro de espera quando utilizado em ambientes agressivos. Isso se faz por meio do re- disposto de modo a formar uma estrutura do tipo
Esse processo é utilizado para composição ou recom- para contenção de solos carreados, impedindo a vestimento dos fios de arame com PVC ou do proces- “fogueira”, cujo interior é preenchido por blocos de
posição de aterro por meio da introdução no corpo instalação de assoreamentos. so de revestir de argamassa a superfície externa. rocha, seixos de maiores dimensões e solos (aterro
do maciço de materiais com maior resistência. Esses interno). Necessita de reaterro na área a montante,
materiais, quando solicitados, trabalham em con- P
 ara a sua execução, acondiciona-se o solo, mistu- sendo indicado para construção ou recuperação de
junto com o solo compactado. rado no local com dosagens pré-estabelecidas de maciços em encostas.

130 131
sa contígua de solo, que funciona como elemento sendo executado. O uso de estruturas de contenção se deseja manter ou recompor a harmonia paisagís-
l) Muro de Peso de Pedra Argamassada da estrutura de arrimo. O muro de flexão simples atirantadas exige uma única premissa básica: a pre- tica.
Consiste em pedras colocadas manualmente, cujos é composto de uma laje horizontal (ou de fundo) e sença de horizontes resistentes e estáveis para anco-
vazios são preenchidos com argamassa de cimento e outra vertical, que trabalham engatadas. Em função ragem dos tirantes em profundidades compatíveis. s) Pano de Pedra
areia. A estrutura formada por pedras de dimensões da altura da obra, torna-se necessária a construção Em tese, esse procedimento pode ser utilizado em Esse procedimento é indicado para proteção superfi-
variadas confere rigidez ao muro. Aconselha-se seu de nervuras ou contrafortes de dois tipos: de tração, qualquer situação geométrica com quaisquer mate- cial de taludes sujeitos à erosão e consiste no reves-
VII uso para contenção de taludes de até 3m. no caso de laje de fundo interna (sob o aterro), ou de riais e condições hidrológicas. timento da superfície com blocos de rocha talhados VII
compressão, no caso de laje externa. para esse fim. Isso é feito para se conseguir a maior
m) Muro de Peso de Concreto Ciclópico q) Estacas Raiz aderência entre a manta de pedra e o solo do talude.
Sua execução consiste no preenchimento de uma p) Cortinas Atirantadas As Estacas Raiz – também chamadas Microstacas
forma por concreto e blocos de rocha (normalmente Compreende a execução de paramentos verticais de – compreendem sistemas reticulados, perfurados, t) Rede Guarda-Pedras
produto da britagem primária). Podem ser utiliza- concreto armado, ancorados na área resistente do armados e injetados sob pressão no solo do próprio Consiste na utilização de tela metálica fixada à su-
dos em taludes com alturas maiores do que 3m. maciço. Isso é feito por meio de tirantes protendi- local, o que proporciona elevada aderência da estaca. perfície do talude por meio de chumbadores. Isso é
dos, podendo ser constituído de placas isoladas por Esses sistemas foram utilizados pela primeira vez no feito em locais onde existe a possibilidade de que-
n) Cortinas Cravadas tirante, placas para dois ou mais tirantes ou uma Brasil na década de 70, na Rodovia dos Imigrantes. da de pequenos blocos de rocha, a qual provoca o
Essa estrutura de contenção é utilizada em obras única cortina abrangendo todos os tirantes. No caso Até hoje não há registro de algum caso de rompi- descalçamento e a instabilização das áreas sobreja-
provisórias ou emergenciais, podendo ser contínua, de contenção de cortes, a execução é feita a partir mento ou de mau funcionamento em áreas estabili- centes. A tela deve estar protegida contra corrosão,
compondo estruturas planas ou curvas, formadas do topo, executando-se a obra por patamares, sendo zadas por esse processo. principalmente quando instalada em meio agressi-
por estacas-pranchas cravadas verticalmente ao ter- que um patamar somente é iniciado quando o an- vo. Para tanto, é comum o emprego de telas com fios
reno. No caso de estruturas descontínuas, as estacas terior (em cota mais elevada) já está com as placas r) Impermeabilização Asfáltica galvanizados ou, mais recentemente, envoltos por
são cravadas distantes entre si, sendo esse espaço executadas e os tirantes protendidos, seja total ou É um processo que apresenta bastante eficiência na capas plásticas.
preenchido por painéis de concreto armado. parcialmente. proteção superficial de taludes contra erosão e infil-
trações, consistindo na aplicação de camada de as- u) Aplicação de Argamassa Jateada e Tela Tipo “Guni-
o) Muros de Concreto Armado N
 o caso de contenção de aterros em encostas, o pro- falto diluído (emulsão ou a quente) por rega ou, pre- ta”
Esse tipo de obra está associado tanto à execução cesso construtivo tem sequência inversa: inicia-se ferencialmente, por aspersão. Como inconvenientes, Essa solução tem custo elevado, pois utiliza tela me-
como à recuperação de cortes e aterros. Sua esta- de baixo para cima com a execução das placas de apresenta pouca resistência à insolação e péssimo tálica para sustentação da argamassa, composta por
bilidade é resultado do seu peso próprio e da mas- protensão dos tirantes à medida que o aterro vai aspecto visual, devendo ser evitado em locais onde uma mistura de areia, cimento e pedrisco. A mistura

132 133
é jateada por bombas na superfície a ser protegida, sombreamento de descanso e à recreação. Outras a sustentação do plantio em taludes mais longos vos, assoreamento de cursos d’água e perda de solos
resultando em uma espessura média de 4cm. A tela finalidades também consistem na integração paisa- e com inclinação acentuada, pois evita concentra- agricultáveis.
metálica é fixada no talude por chumbadores e pinça- gística de áreas as quais são objeto de intervenções ção (escoamento das águas superficiais por gran-
dores antes do lançamento da argamassa. decorrentes de obras rodoviárias e da própria rodo- des extensões/áreas). Compreende os seguintes A exploração dessas áreas costuma exigir o desmata-
via na natureza que a cerca; componentes construtivos: mento e a remoção do solo orgânico de extensas áre-
Atividades de Proteção Vegetal  A revegetação também se aplica às situações onde as, tornando-as inaptas a qualquer uso se não forem
VII ocorrem pequenas rupturas e escorregamentos. Po-  Cordão de sustentação (gravetos); tomadas medidas visando à sua recuperação. Normal- VII
A proteção vegetal consiste na utilização de vegetais dem ser reabilitadas pela remoção do material rom-  Estacas de sustentação; mente, o espalhamento da camada vegetal (se for re-
diversos com o fim de preservar taludes, áreas de em- pido e pela implantação de pequenas estruturas de  Superfície escarificada do talude; servada à época da remoção) e o plantio de mudas de
préstimos, banquetas, descidas d’água, sarjetas, ja- contenção, revegetadas com gramíneas, legumino-  Solo orgânico; árvores ou de arbustos podem reverter o processo de
zidas utilizadas para obtenção de materiais de cons- sas e arbustivas, conforme demonstrado nas solu-  Gramínea. degradação. Deve-se registrar que os solos expostos
trução e outras áreas que tenham sofrido alterações ções a seguir: pela exploração estão sujeitos à incidência direta das
na sua cobertura vegetal, dando-lhes condições de re- c) P
 lantio Consorciado a Rip-Rap para Reconforma- águas pluviais, tornando-se altamente suscetíveis à
sistência contra erosão. Qualquer que seja o processo a) Plantio em Mantas Contínuas ção de Taludes erosão e às suas consequências. Por sua vez, as esca-
de proteção vegetal, é indispensável que a área esteja   Esse método é indicado para taludes suaves e  Este método é recomendado para recuperação vações para retirada do material criam lagos que, se
drenada. Em geral, os serviços de revegetação com- curtos, onde a ação das águas não se faz sentir de taludes sob a ação de erosão superficial, com não forem drenados, provocarão as mesmas consequ-
preendem: com intensidade. Compreende os seguintes com- presença de umidade do solo. Consiste no plantio ências daqueles criados pelas caixas de empréstimo.
ponentes construtivos: de vegetação com raízes profundas nas faixas de
 A plicação de Leivas (placas): nos casos de facilidade solo entre os blocos componentes do rip-rap. A extração de areia ao longo de cursos d’água é uma
de aquisição, proximidade do canteiro de serviço e   ordão de sustentação (gravetos);
C atividade da construção rodoviária que não causa tan-
de cobertura de terrenos friáveis, não consolidados;  Estacas de sustentação; Exploração de Materiais de Construção tos estragos se comparada às demais. Isso se deve,
 Aplicação da Semeadura: manual, via coveamento  Superfície escarificada do talude; principalmente, ao baixo consumo relativo na cons-
ou hidrossemeadura em qualquer tipo de terreno,  Gramínea; A exploração de materiais de construção (areia, solos, trução rodoviária. Entretanto, a exploração deve ser
desde que devidamente preparado;  Manta de solo orgânico e gravetos. seixo, rocha) tem causado consideráveis perdas ao feita de modo a evitar a formação de depressões em
 Arborização: plantio de árvores, arbustos e deve ser meio ambiente em consequência da lavra sem planeja- áreas espraiadas e desmates além do necessário, con-
executado visando ao controle da erosão, à consoli- b) Plantio em Canteiros Escalonados mento e da ausência de recuperação das áreas. Esses siderando que essas áreas encontram-se em APP.
dação de áreas exploradas e do corpo estradal, ao  Variação do item anterior. Esse processo garante descuidos provocam a instalação de processos erosi-

134 135
Como premissa, o DER/MG exige que todas essas áre- um sistema de drenagem superficial provisória, A adubação, a correção e a aplicação dos demais in- vez por mês, para que seja possível observar os da-
as de exploração estejam devidamente licenciadas jun- como também pela execução de taludes íngremes, sumos nas áreas de trabalho deverão ser objetos de nos causados na vegetação por insetos, detectando,
to aos órgãos competentes. passíveis de escorregamentos e formação de de- controle rigoroso. Isso tanto no que diz respeito à assim, espécies com potencial para se tornarem pra-
pressões no terreno que, no futuro, possam ser- qualidade dos materiais quanto no que se refere às gas;
a) Recuperação de jazidas e empréstimos vir como depósito de águas; quantidades e aos processos de trabalho empregados, Replantios: as mudas ou as estacas plantadas devem
A exploração de jazidas e empréstimos deve ser  Regularização da Área: a superfície da área deverá obedecendo às quantidades previstas no projeto. ser substituídas, em caso de perda, após 30 dias. A
VII direcionada visando à preparação do terreno de ser escarificada, gradeada para homogeneização substituição é feita após uma vistoria em busca das VII
modo a facilitar a implantação da cobertura vege- dos solos e reconformada. Os sistemas definitivos Quanto ao controle e ao combate às formigas, quatro causas das perdas;
tal após o término das atividades. Para tal, devem de drenagem previstos devem ser implantados. meses após o plantio, será feita mais uma vistoria em Controle de erosão: todas as áreas trabalhadas devem
ser observadas as seguintes etapas: Deve haver a reincorporação do material orgâni- busca do ataque de formigas cortadeiras. A primeira ser monitoradas quanto à erosão para evitar que o
co, previamente estocado à superfície resultante vistoria será feita durante os plantios. Serão utiliza- os serviços executados sejam perdidos.
Início dos Trabalhos das atividades exploratórias. das iscas granuladas nos carregadores e formicida em
pó nos olheiros. A aplicação será manual, com equipa-  sses trabalhos devem ser prolongados até que seja
E
 Área natural; Final dos Trabalhos mento adequado para cada tipo de aplicação. observada a boa formação do equilíbrio ambiental
 Supressão vegetal, remoção e armazenamento do esperado.
top-soil.  Semeadura; Área recuperada
 Plantios; São classificados como de “alto risco ambiental” a Re-
Durante a execução dos serviços de desmatamento  Irrigação; Os trabalhos de acompanhamento de manutenção das cuperação de Pequenas e Grandes Erosões e Ravina-
e limpeza do terreno, deve ser providenciada a es-  Adubação; áreas reabilitadas serão desenvolvidos por um período mentos”, em virtude de seu alto potencial de interfe-
tocagem do solo orgânico em áreas livres da ação  Controle de formigas. mínimo de seis meses, sendo: rência no corpo estradal e nas áreas lindeiras.
das águas pluviais.
O plantio das espécies vegetais deve ser feito no iní-  valiação e controle de pragas e doenças: como o
A Para o tratamento desses casos deverão ser regulari-
Durante as Escavações cio da estação chuvosa. Esse período de tempo deve plantio de plantas nativas nessa região é um proce- zados os taludes da erosão. No leito, serão construídas
ser suficiente para sua fixação ao solo. Caso o período dimento inédito, não se pode prever como as popu- pequenas barragens de pedra, que serão arrumadas
 E
 xploração: deve ser organizada de forma a evitar entre o plantio e o início das chuvas seja superior ao lações de insetos irão responder ao plantio dessas para reter o carreamento de sólidos e reduzir a veloci-
carreamento e assoreamento nas áreas circunvi- necessário, será indispensável a irrigação constante espécies. Sugerimos, portanto, o monitoramento do dade de enxurradas.
zinhas. Isso deve ser feito pela implantação de das áreas trabalhadas. crescimento das plantas, que deve ser realizado uma

136 137
A quantidade e a altura das barragens serão estabele-
cidas de acordo com a extensão da área ocupada pela
erosão, as quais deverão estar dispostas de modo que
a parte superior da barragem de jusante fique acima
do nível da parte inferior da barragem de montante.

VII c) A Estrutura de Diques de Bambu tem por objetivo VII


corrigir cavidades decorrentes de erosões em talu-
des. Isso é feito pela implantação de banquetas em
degraus, compostas por solo (de preferência local),
adubo, gramíneas e/ou arbustivas, dispostas em
canteiros contidos por paredes de bambu, taquaras
ou outros espécimes locais.

138 139
O Engenheiro Fiscal e sua equipe devem medir os ser-
viços que estão aprovados e executados de acordo com
o contrato, o projeto e as características técnicas exi-
gidas. Os serviços devem ser medidos de acordo com
as unidades métricas previstas no contrato (planilha
de quantidades e custos). As medições devem ser efe-
tuadas juntamente com a equipe da empresa contra-
VIII tada de maneira a evitar dúvidas ou diferentes inter- VIII
pretações.
MEDIÇÃO

MEDIÇÃO
Deve-se observar também os prazos de entrega estabe-
lecidos pela direção superior do Órgão. Recomenda-
se à Equipe de Fiscalização que se efetue um contro-
le comparativo dos serviços projetados / contratados
com os serviços executados. Isso será feito de maneira
a obter o acompanhamento das divergências e discre- Tela de login do SMO

pâncias dos itens de planilha.

As unidades de medidas de cada item devem estar de


acordo com a planilha de serviços e com os preços de
cada obra. Os serviços de medição devem se adequar
ao Sistema de Medição do DER-MG – SMO e ao contra-
to estabelecido com o Contratado.

Telas do SMO

140 141
VIII VIII

Telas do SMO Telas do SMO

142 143
Entrega da obra
SOBRE ESTE MANUAL
A entrega da obra deve ser efetuada por uma comissão
formada por membros do Órgão e da empresa contra-
O presente trabalho foi elaborado com o objetivo de oferecer uma referência
tada, mediante uma inspeção visual de todo o trecho.
útil sobre a Fiscalização de Obras em Vias Rurais. Outros temas estão sendo
Eventuais correções de serviços constatados devem
produzidos para que os nossos profissionais possam contar com esse tipo de
ser providenciadas pela contratada para uma nova
inspeção definida para diante. suporte técnico, resultado de estudos e de experiência prática de especialistas
IX IX
de diversos setores.
No prazo de até 5 anos, o Coordenador Regional, com
ENTREGA DA OBRA

jurisdição naquela obra, fará inspeções e relatórios


periódicos, especialmente quando forem verificados Caso você tenha comentários ou sugestões, basta entrar em contato com:
defeitos na via. Esses relatórios devem ser encami-
nhados à Diretoria de Infraestrutura do DER/MG para
apurar as causas e as responsabilidades.
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