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Objetivo De Medição
A medição tem o objetivo a determinação quantitativa dos trabalhos a executar numa dada obra,
que destina-se a diversos fins relacionados com a gestão de obras ou seja administração da obra,
nomeadamente:
Controlo da facturação;
É de salientar, contudo, que sendo as medições uma parte do processo da obra, o prejuízo (ou os
custos acrescidos) recai sobre quem por ela é responsável. Normalmente será o Dono da Obra,
ou o Projectista se este for o responsável pela sua elaboração e for e puder ser responsabilizado.
Neste caso o Empreiteiro só não terá qualquer culpa ou responsabilidade, como poderá lucrar
financeiramente com o facto, se tiver um bom preço nos artigos em que há erros por defeito que
facturará em maior quantidade.
As medições dos trabalhos de uma obra são em geral elaboradas em mapas tipo como o que se
apresenta, a título de exemplo:
Para se proceder à medição dos trabalhos de uma obra é necessário estabelecer regras visando a
uniformização dos métodos e critérios a adoptar para a realização dessas medições.
Por outro lado, o formulário de caderno de encargos (sem carácter vinculativo) para
procedimentos de formação de contratos de empreitada de obras públicas indica a seguinte
ordem de normas a observar na medição de trabalhos:
- Critérios geralmente utilizados ou os que forem acordados entre o dono da obra e o empreiteiro.
NOTA: Atualmente não existem normas oficiais de medição, nem normas do Laboratório
Nacional de Engenharia Civil, pelo que é recomendável que nas cláusulas técnicas gerais dos
cadernos de encargos se estabeleçam as regras de medição a aplicarmos diferentes trabalhos que
constituem a obra.
- regras gerais;
- regras específicas.
No que respeita às regras gerais, referem-se a seguir a ordem por que devem ser indicadas as
medições e os arredondamentos a considerar, os quais são definidos na norma portuguesa NP-37
em função das unidades de medição utilizadas. Assim, na medição de qualquer trabalho em que
se pretenda determinar uma área ou volume, a ordem recomendada é a seguinte:
Tratando-se da medição de pilares considera-se na medição a sua altura em primeiro lugar, isto é,
considerando esta como o comprimento do elemento pilar. Relativamente aos arredondamentos a
considerar nas medições, indicam-se no quadro a seguir o que se dispõe na referida norma
portuguesa.
Convirá referir que, na prática corrente, nem sempre se segue esta norma portuguesa resultando
situações díspares nos critérios de arredondamentos em diferentes obras para os mesmos
trabalhos. Em geral, durante a execução de uma obra na medição dos trabalhos para efeitos de
pagamento aos empreiteiros, utilizam-se os arredondamentos (número de casas decimais)
considerados no mapa de quantidades de trabalhos que serviu de base ao concurso dessa obra.
No quadro a seguir apresentam-se algumas dessas unidades mais utilizadas na pratica corrente.
Essas unidades podem ser acompanhadas por prefixos cuja simbologia é apresentada no quadro a
seguir.
1.3.2. Regra Especifica
Apesar dessa recomendação, referem-se a seguir apenas algumas das regras de medição que
surgem com muita frequência na construção.
A medição deve ser efectuada por classes de terreno, sendo corrente, para esse efeito, a
utilização da seguinte classificação:
Classe B - Terra dura (areias compactas, solos coerentes duros); . Classe C - Rocha branda
(rochas alteradas, solos coerentes muito duros); .
Classe D - Rocha dura (rochas sãs ou pouco alteradas). - A medição deve ser efectuada por
camadas de 1.50 m de profundidade a partir das formas geométricas indicadas no projecto, sem
considerar empolamentos.
1.3.2.2. Betões
(i) Armaduras;
(ii) Aberturas até 0.10 m3;
(iii) Reentrâncias até 0.15 m de comprimento do perfil;
(iv) Chanfros até 0.10 m de comprimento do perfil. Na medição do volume de betão de
cada elemento de construção devem ainda considerar-se as seguintes principais
regras:
1.3.2.3. Cofragens
A medição deve ser feita por tipos de cofragem (corrente, especial) e de acordo com a
sua natureza (madeira, metálicas).
A medição deve ser efectuada a partir das formas geométricas das superfícies de
moldagem indicadas no projecto.
Nas lajes e vigas com inclinação superior a 15° deve considerar-se a moldagem das
superfícies superiores.
1.3.2.4. Armaduras
A unidade de medição é, em geral, o kg. - A medição deve ser efectuada por tipos de
armaduras (varões, redes electrossoldadas, perfilados), por classes de aço (A400,
A500) e, no caso de varões, por diâmetros.
A medição deve ser efectuada em metros (ou m² no caso das redes electrossoldadas) e
convertida em kg de acordo com os respectivos pesos nominais.
A medição deve ser feita de acordo com a maior dimensão das superfícies
aparentes, indicando-se a secção dos elementos.
Escadas e Asnas - A unidade de medição é, em geral, à unidade genérica por peça - A medição
deve indicar o comprimento do vão da asna ou o desenvolvimento da escada e as suas
características tipológicas.
Lajes Aligeiradas - A unidade de medição é, em geral, o m² - A medição deve ser efectuada
entre as faces das vigas, lintéis, pilares e paredes em que se inserem. - A medição deve indicar a
espessura da laje e as suas características tipológicas.
1.3.2.6. Alvenarias
2. ORÇAMENTO
“Orçamento é o cálculo dos custos para executar uma obra ou um empreendimento, quanto mais
detalhado, mais se aproximará do custo real.” (SAMPAIO, 1989, p. 17).
O orçamento, de acordo com a definição descrita, demonstra ser uma ferramenta de unânime
importância para abordar os custos relacionados à realização de uma obra, sendo necessário
efetuar o levantamento de dados com exatidão para que o orçamento seja o mais real possível.
Tisaka (2011) afirma que o orçamento, ao ser elaborado, deverá conter todos os serviços a serem
executados na obra, compreendendo o levantamento dos quantitativos físicos do projeto e da
composição dos custos unitários de cada serviço, das leis sociais e encargos complementares
apresentados em planilha.
fases preliminares de elaboração do projecto quando não se dispõe ainda das medições
dos trabalhos a realizar. São assim utilizados valores por unidade de área de construção de obras
semelhantes realizadas pelo projectista ou outros valores existentes determinados com base em
estudos estatísticos efectuados por especialistas sobre amostras significativas.
poderá confirmar com base na elaboração de medições detalhadas dos trabalhos efectivamente a
realizar.
estimativa do custo médio por m2 de construção corrente na zona onde será executado o edifício.
No caso de obras de abastecimento de água, rede de esgotos, rede podem considerar-se, por
exemplo, valores médios do custo por metro da respectiva rede.
O segundo método (custo unitário dos trabalhos a realizar) aplica-se na fase do projecto de
execução cujo detalhe permite a realização de medições dos trabalhos. Com base nesta lista de
medições aplicam-se os respectivos preços unitários correspondentes a trabalhos da mesma
natureza e a executar nas mesmas condições. Tal lista de preços unitários é muitas vezes
estabelecida com base nos preços apresentados pelos empreiteiros em obras semelhantes
executadas em prazo recente. Esta lista de preços é corrigida para valores actuais com base na
aplicação de um coeficiente que traduza a evolução dos custos da construção desde a data em
que foram estabelecidos e a data de elaboração do orçamento.
Para as obras particulares, algumas Câmaras Municipais exigem no processo de licenciamento
que essa estimativa de custo seja estabelecida com base em valores fixados pelo município em
função do tipo de construção. A estimativa de custo ou orçamento da obra determinada da forma
indicada é utilizada muitas vezes pelo dono da obra para servir de base à previsão da dotação
orçamental necessária para a realização da obra. Para tal previsão há que considerar para além
daquele valor previsto de custo da obra os seguintes adicionais:
A previsão do valor de erros e omissões depende da qualidade do projecto, sendo muitas vezes
considerada uma estimativa correspondente a 5% do custo da obra. Tal valor resulta da inclusão,
por vezes, de cláusulas nos contratos para elaboração de projectos prevendo por vezes
penalizações nos honorários dos projectistas quando o valor dos erros e omissões ultrapassam em
conjunto um determinado valor (ex. 5%).
Relativamente ao valor previsível para trabalhos a mais (incluindo nestes quer os trabalhos da
mesma espécie dos previstos quer os de espécie diferente), uma estimativa deste valor depende
do grau de pormenor do programa preliminar efectuado pelo dono da obra e do acompanhamento
que este dispensa durante a fase de elaboração do projecto. O valor daqueles trabalhos será tanto
menor quanto maior for o grau de acompanhamento do projecto, o qual traduz, neste caso, uma
correcta definição dos objectivos fixados no programa preliminar com as eventuais correcções
introduzidas durante a evolução do projecto. Uma estimativa corrente em obras públicas para o
valor destes trabalhos, pode considerar-se, por exemplo, da ordem de 5% do custo da obra.
No que respeita ao valor previsível para a revisão de preços, depende da evolução dos preços da
mão-de-obra e dos materiais empregues na obra, dos prazos de adjudicação, da consignação e de
execução da obra. Uma estimativa do valor de revisão de preços deve por isso ser efectuada
atendendo aos referidos factores determinando a evolução dos preços citados através, por
exemplo, do conhecimento da evolução recente quer dos preços de mão-de-obra quer das de
materiais. Em alternativa, poder-se-á estimar este valor admitindo que o período de realização da
obra (desde a data de apresentação das propostas até à sua conclusão) abrangeu um período
homólogo do ano anterior. Caso nesse período não sejam ainda conhecidos os índices de revisão
de preços, poder-se-á, para esse efeito, recuar no tempo um ou mais anos. Assim, por exemplo,
considere-se que a data de apresentação das propostas de uma dada obra foi 15 de Fevereiro do
ano X, a consignação teve lugar em 1 de Abril do mesmo ano e o prazo de execução de 6 meses
(conclusão prevista no final de Setembro do ano X). Admitindo ainda que são já conhecidos os
índices de revisão de preços relativos a todo o ano anterior (ano X-1), poder-se ia considerar para
efeitos de estimativa do valor de revisão de preços que a data de apresentação das propostas era
Fevereiro do ano X-1, e a da consignação Abril do ano X-1. Dependendo da conjuntura em cada
momento, admite-se muitas vezes um valor médio da revisão de preços, por exemplo, 2% do
custo total da obra, incluindo neste, o valor da revisão de preços relativo aos erros e omissões e
aos trabalhos a mais.
Por último, o valor correspondente ao Imposto sobre Valor Acrescentado (IVA) resulta da
aplicação da taxa legal em vigor ao valor total dos trabalhos a executar (trabalhos previstos, erros
e omissões, trabalhos a mais e revisão de preços). Esta taxa é actualmente de 17%, havendo, no
entanto casos em que se aplica a taxa reduzida, como, por exemplo, em empreitadas executadas
pelas autarquias locais.
Do exposto, verifica-se que a dotação orçamental a considerar para a realização de uma obra
(valor previsível no final da obra) para os casos correntes pode ser determinada com base nas
seguintes expressões:
Onde:
Vadj - Valor de adjudicação da obra, admitindo no início que este será igual ao valor estimado ou
valor orçamentado pelo projectista;
O escopo do orçamento envolve desde o estudo do projeto que direciona os serviços a serem
executados até a composição dos custos que compreendem o fechamento do orçamento. Os
estudos estabelecem as metas que auxiliam a elaboração do planejamento, onde a junção dessas
funções determinam os resultados do empreendimento que deseja alcançar.
Para Mattos (2006), a estimativa de custo é expedida pela avaliação realizada com base em
custos históricos e comparação com projetos similares. Mattos (2006) afirma que a representação
do custo da construção por m² realizada pelo Custo Unitário Básico da Construção (CUB) é um
dos indicadores mais utilizados para estimativa de custos
Compreende o resumo do orçamento analítico expresso através das etapas com valores parciais
ou grupos de serviços a serem realizados, com seus respectivos totais e o preço do orçamento da
obra, conforme descreve Tisaka (2011).
Consiste na coleta de preços de mercado para os diversos insumos da obra. Mattos (2006)
esclarece que a cotação de preço dos materiais é uma tarefa que requer cuidado, devendo
considerar algumas particularidades e comparar as cotações entre os fornecedores. No processo
de compra existem aspectos que influenciam no preço de aquisição do material, como:
Outro fator importante de avaliação da cotação de preço é a comparação obtida entre dois ou
mais fornecedores, analisando nem sempre o menor preço, mas sim o melhor preço, verificando
os aspectos acima mencionados, conforme Mattos (2006).
Para a elaboração do orçamento é necessário obter informações que expressem os custos para a
realização do empreendimento, com o objetivo de absorver informações exatas com relação aos
valores que serão estabelecidos. Segundo Mattos (2006), o orçamento engloba três etapas de
trabalho, como: estudo das condicionantes, composição de custos e determinação do preço.
1ª Etapa: Estudo Das Condicionantes
É o estudo das condicionantes quem norteia o orçamentista conforme afirma Mattos (2006),
auxiliando na identificação das condições da obra através da leitura e interpretação do projeto
composto por:
a) Plantas baixas;
b) Cortes;
e) Notas esclarecedoras;
g) Diagramas – croquis;
b) Padrão de acabamento;
a) Prazo da obra;
d) Regime de preço;
h) Seguros exigidos.
A visita técnica no local da obra é um item indispensável para complementar o estudo das
condicionantes, sendo possível efetuar o levantamento de dados importantes para o orçamento,
avaliar o estado das vias de acesso e disponibilidades de itens necessários para à realização do
empreendimento na região.
Segundo Mattos (2006), os encargos sociais e trabalhistas são definidos pelo percentual a ser
aplicado na mão de obra. Envolve impostos que incidem sobre a hora trabalhada e os benefícios
que tem direito os trabalhadores e que são pagos pelo empregador. Este mesmo autor afirma que
os encargos em sentido estrito são os mais utilizados pelos orçamentistas, baseia-se nos encargos
sociais, trabalhistas e indenizatórios previstos em lei e ao qual o empregador está obrigado a
arcar.
O cálculo do BDI é definido pela própria empresa, efetuando a relação entre as despesas
operacionais e o faturamento alcançado. O cálculo do BDI é realizado após a apuração dos
custos diretos. Enquanto o Custo Direto representa todos os valores constantes da planilha, o
BDI é a margem que se adiciona ao Custo Direto para determinar o valor do orçamento,
conforme descreve Tisaka (2011).
Uma vez que compreendidos os materiais, é necessário trabalhar os custos que envolvem a mão
de obra representada pelo salário dos trabalhadores, acrescidos dos encargos sociais, onde a
remuneração ocorre por horas trabalhadas. Ainda, conforme Tisaka (2011), é preciso calcular as
despesas de alimentação, transporte e equipamento de proteção individual (EPI) e as ferramentas
de uso pessoal.
“Em termos práticos, o BDI é o percentual (varia de 20 a 40%) que deve ser aplicado sobre o
custo direto dos itens da planilha da obra para chegar ao preço de venda ou orçamento final.”
(MATTOS, 2006, p. 235).
3ª Etapa: Fechamento Do Orçamento
Planilha orçamentária
PISSLaxton’s Building Price Book. Major & Small Works. V. B. Johnson LLP. 2008. Spon’s
Civil Engineering and Highway Works Price Book.
Davis Langdon & Everest, 1997ARRA, A., Programação e Coordenação de Projectos. Lisboa,
Dezembro 1993.
Santos, Ana Paula Santana dos; Silva, Nilmara Delfina da; Oliveira, Vera Maria de S233o
Orçamento na construção civil como instrumento para participação em processo licitatório:
Alfini Engenharia e Construção Ltda EPP / Ana Paula Santana dos Santos; Nilmara Delfina da
Silva; Vera Maria de Oliveira. -- Lins, 2012.