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ENSAIOS DE SOLOS

1-1INTERPRETAÇÕES DOS ENSAIOS DE RESISTÊNCIA E OBTENÇÃO DE


PARÂMETRO DE RESISTÊNCIAS E DEFORMABILIDADE
1. Em alguns ensaios de cisalhamento direto, é comum que aqueles realizados sob tensão confinante
mais baixa apresentem um pico de resistência mais pronunciado do que aqueles realizados sob tensão
mais elevada. Assinale a alternativa que indica uma possível explicação para a ocorrência destes
comportamentos diferenciados.

RESP: C. Isso ocorre porque, para tensões menores, a dilatância ocorre com maior facilidade, ao passo que para
tensões maiores, deverá estar ocorrendo quebra de grãos.

A dilatância exerce um grande efeito no comportamento de alguns solos, e é um objeto de discussão presente
em muitos trabalhos acadêmicos.

A coesão independe do nível de tensões aplicadas ao corpo de prova.

A resistência ao cisalhamento é proporcional às tensões normais aplicadas ao corpo de prova.

2. Em um solo arenoso que possui 35° de ângulo de atrito, qual será sua resistência cisalhante de pico
se for realizado um ensaio de cisalhamento direto sob tensão normal de 100kPa?

RESP: B. 35 kPa.

Devemos utilizar a equação de Mohr-Coulomb. Tendo em vista que o solo é arenoso sua coesão é nula.

3. Uma campanha de ensaios triaxiais indicou que a envoltória de ruptura de um material areno-argiloso,
visualizada no espaço s’ x t, possui inclinação de 30° e intercepto igual a 15 kPa. Quais os parâmetros
de resistência deste material?

RESP: C. ɸ=35,2° e c’=18,35kPa.

Devemos utilizar as seguintes equações para as devidas transformações:

4. Qual o comportamento esperado do módulo de deformabilidade de um solo em um ensaio triaxial?

RESP: A. À medida em que o corpo de prova vai se deformando, o material perde rigidez e a variação do módulo vai se
tornando cada vez menor com o aumento da deformação.
Para grandes deformações os corpos de prova sob diferentes tensões confinantes tendem a convergir o seu
valor.

5. Um aterro com peso específico de 18kN/m³ está sendo construído sobre uma área de solos moles.
Qual a altura máxima do aterro se a resistência não-drenada do solo mole é 20kPa? Considere um fator
de segurança igual a 1,3.

RESP: D. 4,4m.

1-2 Ensaio edométrico: parâmetros de compressibilidade

1. Quando podemos considerar que uma amostra é indeformada?

RESP: A. Quando a amostragem preserva as condições de estado do solo e não causa desagregação.

Lembre-se que uma amostra indeformada também pode preservar os minerais presentes no solo.

2. O ensaio edométrico consta de um ensaio do tipo:

RESP: B. Compressão confinada ou de compressão unidirecional.

Este ensaio também pode ser chamado de ensaio de adensamento lateralmente confinado.

3. Um dos parâmetros fundamentais do ensaio edométrico é a obtenção do índice de vazios inicial.


Suponha que no ensaio de peso específico real dos grãos foi encontrado um valor de 27 KN/m³ e, ao
verificar o peso específico aparente seco, notou-se que o valor foi de 17 k/m³. Qual o valor do índice de
vazios inicial (e0) deste solo?

RESP: D. 0,59.

4. Suponha que no ensaio de peso específico real dos grãos foi encontrado um valor de 27 KN/m³ e, ao
verificar o peso específico aparente seco, notou-se que o valor foi de 17 k/m³, qual o valor do módulo
edométrico se o coeficiente de compressibilidade (αν) for igual a 0,005 kPa-1?

RESP: D. 318 kPA.


5. Qual o significado, na prática, de um OCR inferior a 1?

RESP: B. Significa que a argila está em adensamento, mas estes valores são ligeiramente menores que 1 e, às vezes,
pode estar relacionado a alguma medida equivocada.

Importante destacar que o índice OCR é um parâmetro ligado ao histórico de tensões.

2-1 ENSAIO DE COMPRESSÃO CONFINADA

1. O ensaio de compressão edométrica é realizado dentro de um molde que permite a deformação


apenas na direção paralela ao carregamento aplicado. Sobre este ensaio pode-se afirmar que:

RESP: D. Possibilita a determinação de propriedades de compressibilidade dos solos.

O ensaio edométrico possibilita a determinação de propriedades de compressão do solo como a tensão de pré
adensamento e o índice de compressão.

No ensaio edométrico a carga é aplicada somente na direção vertical, não existindo tensão aplicada
horizontalmente.

As areias também sofrem deformações com o acréscimo de tensão e, portanto, podem ter suas propriedades
de compressibilidade estudadas pelo ensaio edométrico.

2. Após a realização de ensaios de compressão confinada, foi determinado que a amostra 1 possui Cc =
1 e a amostra 2 possui Cc = 3. Isso significa dizer que:

RESP: B. Se as amostras forem submetidas ao mesmo carregamento, sob as mesmas condições, a amostra 2
apresentará maiores deformações.

O coeficiente de compressão influencia diretamente na magnitude do recalque, e, portanto, a amostra 2


apresentará um maior recalque.

3. Um dos aspectos de maior interesse para a Engenharia Geotécnica é a determinação das


deformações provocadas por carregamentos verticais na superfície do terreno. Essas deformações
podem ser avaliadas por intermédio de ensaios de laboratório. Com relação aos ensaios para a
determinação da deformabilidade dos solos, tem-se que o:

RESP: C. Quando compactadas os recalques em areias diminui.

Uma forma de diminuir os possíveis recalques em areias é a compactação, que deixará o material mais denso,
apresentando recalques desprezíveis para a maioria das obras de engenharia.

O fato de areais não apresentarem deformação tão grandes quanto as argilas não impedem que elas possam
estar normalmente adensadas.

4. Uma amostra de solo de altura igual a 2cm foi submetida ao ensaio edométrico e apresentava índice
de vazios inicial de 3,4. Ao final do carregamento, a amostra apresentou o índice de vazios de 3,1. Qual
foi a variação de altura do corpo de prova?

RESP: D. 0,136 cm.

O corpo de prova que inicialmente media 2cm, após o carregamento, sofre uma variação de altura de 0,136 cm.
5. O conhecimento do valor da tensão de pré-adensamento é extremamente importante para o estudo do
comportamento dos solos, pois é a fronteira entre deformações relativamente pequenas e muito
grandes. Sobre a tensão de pré-adensamento, pode-se afirmar que:

RESP: E. Se a tensão de pré-adensamento é igual à tensão efetiva existente no solo, isso indica que este solo nunca
esteve submetido anteriormente a maiores tensões.

Neste caso, o valor de OCR = 1 e o solo é normalmente adensado.

2-2 RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO E A TEORIA DE MOHR-COULOMB


ENSAIOS TRIAXIAL E DE CISALHAMENTO DIRETO

1. Uma série de ensaios triaxiais consolidados e drenados foi realizada em um solo residual proveniente
de um local com histórico de instabilidade geotécnica. Os ensaios indicaram ɸ=30° e c=10kPa. Qual a
inclinação esperada dos planos de ruptura dos corpos de prova?

RESP: A. 60°.

2. Com relação ao ensaio de cisalhamento direto, assinale a alternativa correta.

RESP: B. É muito interessante pois é de baixo custo, rapidez, simplicidade e fornece parâmetros confiáveis em termos
de resistência drenada de pico.

Por estas razões ele é muito utilizado e solicitado nos laboratórios de mecânica dos solos.

3. Com relação ao ensaio triaxial, assinale a alternativa correta.

RESP: B. É um ensaio extremamente versátil, permitindo inúmeras variações nas suas condições, sendo, portanto,
capaz de simular diversas situações de campo.

Quando se requer um pouco mais de sofisticação, recorre-se ao ensaio triaxial em detrimento ao ensaio de
cisalhamento direto.

4. Imagine a seguinte situação: uma barragem de terra sendo submetida ao rebaixamento rápido do seu
reservatório. Nesta situação, qual ensaio você considera o mais adequado para determinação dos
parâmetros de projeto do solo? Por quê?

RESP: C. O ensaio triaxial consolidado e não-drenado (CIU), pois é ideal para condições de resistência não-drenada.

De fato, a situação configura-se como um caso de resistência não-drenada, pois a argila de uma barragem
apresenta permeabilidade baixíssima e alteração nas tensões do maciço se dá de modo muito rápido.

5. Imagine a seguinte situação: o rompimento de uma encosta natural de solo residual. Assinale a
alternativa correta no que tange aos ensaios de laboratório para medir os parâmetros de resistência do
material.

RESP: B. O ensaio triaxial consolidado e drenado (CID) é ideal, pois simula adequadamente a situação.

Os solos residuais possuem canalículos bem desenvolvidos pelos quais a água percola com certa facilidade.
Assim, suas condições são de carregamento drenado.

3-1 CÁLCULO DO RECALQUE TOTAL, CÁLCULO DA VELOCIDADE DE


RECALQUES
1. É importante conhecer os recalques nas fundações de um prédio, pois ________.

RESP: C. para evitar que ocorram recalques diferenciais que distorcem a estrutura.

Conhecer os recalques signfica evitar distorções na estrutura.

Os recalques podem ocorrer em qualquer peça da fundação, independente das dimensões.

O recalque depende também e outros fatores, como os parâmetros do solo.

2. Como pode ser subdividida as parcelas do recalque?

RESP: B. Em recalque instantâneo, primário e secundário.

São essas as três parcelas do recalque. O instantâneo também é chamado de imediato.


O recalque diferencial não é uma parcela do recalque, mas uma diferença de recalque entre pontos distintos.

3. Sobre um solo mole normalmente adensado de 10m de espessura é colocado um aterro, ao longo de
100m. Abaixo do aterro existe um colchão de areia (dreno). Nos primeiros 50m existe uma lente de areia
a 10m de profundidade e nos outros 50m encontra-se uma argila fortemente adensada nesta mesma
profundidade. Em qual parte da argila mole ocorrerá maior recalque?

RESP: E. A magnitude do recalque será a mesma e ocorre na argila mole.

A magnitude manter-se-a a mesma e ocorre na argila mole. Essa é a alternativa que interpreta corretamente a
imagem.

4. Dados os parâmetros na figura abaixo, calcule a magnitude do recalque instantâneo, sabendo que o
nível d’água está na mesma cota do estrato de argila mole.
RESP: D. 0,29 m.

5. Calcule a magnitude do adensamento primário com base nos dados indicados na figura da questão 4.
Assuma OCR=1.

RESP: D. 1,3 m.

3-2 COEFICIENTES DE EMPUXO E SUA RELAÇÃO COM A INTERAÇÃO


SOLO/ESTRUTURA
1. Quais dos estados de tensão ocorre relaxação das tensões horizontais efetivas?

RESP: B. Ativo.

Neste estado, a estrutura se movimenta de modo a permitir que haja um certo alívio de tensões para a massa
de solo no seu tardoz.

A mobilização do empuxo passivo causa um aumento das tensões horizontais.

O estado de repouso não altera as tensões horizontais efetivas, uma vez que o solo se encontra em equilíbrio
nesta condição.

2. Calcule o coeficiente de empuxo ativo, considerando que no ensaio de cisalhamento direto obteve-se
ângulo de atrito de 30°.

RESP: A. 1/3.

O coeficiente de empuxo ativo pode ser calculado da seguinte forma:


3. Calcule o coeficiente de empuxo passivo, considerando que no ensaio de cisalhamento direto obteve-
se ângulo de atrito de 30°.

RESP: C. 3.

O coeficiente de empuxo passivo pode ser calculado da seguinte forma:

4. Estime a deformação ativa e passiva para uma hipotética estrutura de contenção com altura de 10 m.

RESP: A. Ativa: 2 cm e passiva: 40 cm.

Para a mobilização do empuxo ativo, requer-se deslocamentos da ordem de 0,2% da altura da estrutura. Assim
0,2x10/100 = 0,02m = 2cm.

Para a mobilização do empuxo passivo, requer-se deslocamentos da ordem de 4% da altura da estrutura.


Assim 4x10/100 = 0,4m = 40cm.

5. Ao escavar uma parede de solo sem executar algum tipo de contenção, podemos provocar em uma
determinada profundidade a ruptura desta escavação. Esta ruptura é uma demonstração física:

RESP: D. Demonstração física da ação de plastificação, criando uma cunha de solo por mobilização ativa na frente de
escavação.

O maciço sofreu um distúrbio e uma redistribuição de tensões, não sendo mais capaz de manter-se em
equilíbrio e rompeu. Isso se deu por conta da ação do empuxo ativo, por meio do alívio de tensões.

4-1 ASPECTOS TEÓRICOS DE ESTABILIDADE DE TALUDES E EMPUXOS DE


TERRA

1. O rastejo é um tipo de movimento de massa muito comum. Quais são as suas características
principais de acordo com a classificação de Augusto Filho (199?

RESP: C. Possui sazonalidade, velocidades muito baixas e vários planos de deslocamentos.

Esse tipo de movimento não chega a formar uma superfície de ruptura bem definida, ocorrendo em taxas de
velocidade muito lentas, até mesmo imperceptíveis. Além disso, a umidade do solo exerce uma influência
considerável e o movimento ocorre em “pulsos”, fazendo com que tenha um caráter muitas vezes sazonal.

2. De acordo com a figura, como você classificaria esse movimento de massa?


RESP: D. Corrida de detritos ou debris flow.
A imagem ilustra a movimentação de material canalizada (através do talvegue da encosta) com deposição na
base.

No escorregamento planar deve existir um plano de movimentação bem definido. Em geral são movimentos
rasos e não irão ocorrer em canal.

O tombamento se caracteriza pela rotação de uma massa de solo ou rocha sobre um eixo localizado no pé da
massa rompida.

O rastejo possui lenta movimentação dos materiais, deformando cercas, árvores e postes, por exemplo, mas
não transportando o material por longas distâncias, como mostra a figura.

O escorregamento circular deve possuir uma superfície de ruptura circular definida, que não é o caso da figura.

3. Nos escorregamentos rotacionais em aterros homogêneos, quanto maior for a coesão do material,
maior deve ser a profundidade da ruptura. Esta afirmação é verdadeira ou falsa? Por quê?

RESP: A. Verdadeira, pois a coesão representa um acréscimo de resistência na estabilidade do talude, fazendo com
que deva haver mais material (mais peso) para gerar uma superfície instável, o que ocorre pelo aumento da sua
profundidade.

De fato, variações nos parâmetros do solo, como coesão e ângulo de atrito, também produzem variações
geométricas na superfície de ruptura.

4. Calcule a estabilidade de um talude infinito de solo com as seguintes características: superfície de


ruptura com declividade de 25°, camada de solo com 2m, peso específico natural igual a 18kN/m³,
ângulo de atrito 33° e coesão igual a zero. Não há presença de água.

RESP: A. FS = 1,40.

Tendo em vista que o solo é puramente arenoso e não há presença de água, pode ser usada a seguinte
equação:

5. Considere o mesmo talude da questão anterior. O que ocorreria com sua estabilidade caso houvesse
um nível d’água a 0,5m de profundidade a partir da sua superfície?

RESP: E. O talude romperia, pois, seu novo FS é igual a 0,81.

Deve ser utilizada a seguinte equação:


4-2 COMPRESSIBILIDADE, ADENSAMENTO E RESISTÊNCIA AO
CISALHAMENTO DOS SOLOS
1. Solos moles argilosos são aqueles que:

RESP: B. b) Apresentam elevada compressibilidade e baixa permeabilidade.

Quando carregados sofrem grandes deformações e a percolação de água em seu interior ocorre de maneira
muito lenta.

2. Considerando que uma força de 100 kN, aplicada tangencialmente em um plano de área 2,5m 2 foi
capaz de provocar ruptura de uma porção de solo. Qual deve ser a resistência última ao cisalhamento
desta porção de solo?

RESP: B. b) 40 kPa.

3. A compacidade relativa é determinante para identificação:

RESP: C. c) Da compactação das areias.

A compacidade relativa é fundamental para compreendermos o estado de compactação de um solo arenoso.

4. Ao aumentarmos a energia de compactação de normal para modificada, para um mesmo solo,


teremos:

RESP: A. a) Importante aumento de densidade da massa se a compactação for realizada com a umidade mais baixa.

O aumento de energia proporciona um aumento de densidade para teores de umidade mais baixos.

5. A compactação de dois solos, sendo um deles laterizado, apresentaram a mesma umidade ótima e a
mesma densidade. Para elaborarmos uma especificação de controle tecnológico do aterro o que
devemos prestar a atenção?

RESP: A. a) Na variação da curva de compactação, pois os solos lateríticos devem ser compactados com maior rigor.

Os solos lateríticos apresentam uma queda mais acentuada no ramo seco da curva.

5-1 RELAÇÃO TENSÃO X DEFORMAÇÃO

1. Os solos argilosos apresentam que tipo de comportamento mecânico?

RESP: B. Elástico e também plástico.

Elástico e também plástico, mas com importante desenvolvimento das deformações ao longo do tempo.
2. A carga de um aterro sobre um solo argiloso saturado instantaneamente aplicada é transferida para o
solo como:

RESP: A. Excesso de pressão neutra.

A deformação instantânea é apenas uma das parcelas do recalque total.

3. Em um prédio de 6 andares, uma fundação superficial do tipo sapata foi construída sobre um solo
muito argiloso saturado, outra fundação do mesmo tipo foi construída sobre uma camada espessa de
areia. As duas fundações pertencem à mesma estrutura edificada. O que se espera que venha a ocorrer
a longo prazo?

RESP: D. Recalques diferencias e patologias na edificação.

A sapata assente em solo argiloso deverá sofrer deformações muito consideráveis ao longo do tempo se
comparada à fundação em solo arenoso. Nesta condição surgirão recalques diferenciais entre as duas
fundações e, portanto, patologias na edificação serão inevitáveis.

4. Uma carga de 500 kN foi aplicada sobre uma camada de solo adensável. Passados 60% do tempo de
adensamento máximo estimado da camada, mediu-se a sobressão hidrostática (excesso de pressão
neutra). Qual o valor mais esperado pela leitura se considerado condições ideais com a analogia de
Terzaghi?

RESP: D. 200 kN.

Se ocorreu 60% do adensamento previsto, significa que a água ainda possui uma sobrecarga de 40% da carga
inicial.

Assim: 0,4 x 500 = 200 kN.

5. Qual dos solos abaixo deve apresentar maior deformabilidade ao longo do tempo:

RESP: E. Solo argilosos de ambiente mal drenado com presença de argilas ilitas.

Ambiente mal drenado é típico para grandes deformações ao longo do tempo, e a ilita apresenta
comportamento intermediário em relação às caulinitas (mais estáveis) e às montmorilonitas (menos estáveis).
Portanto, este tipo de solo é o que estará sujeito a maiores deformações.

5-2 TIPOS DE ESTRUTURAS DE ARRIMO

1. Qual destas estruturas não pode ser considerada como muro de arrimo?

RESP: B. Solo reforçado com raízes.

De fato, essa é uma solução utilizada na estabilidade de encostas, mas é uma técnica conhecida como
bioengenharia, pois utiliza conhecimentos de engenharia e elementos biológicos.

2. Quais as verificações necessárias que se deve fazer para garantir a estabilidade externa de um muro
de contenção em pedra argamassada?

RESP: A. Deslizamento, tombamento, pressões nas fundações e ruptura global.

Essas são as verificações fundamentais que devem constar no projeto de um muro de arrimo de gravidade,
como é o caso da pedra argamassada.

3. Qual o fator de segurança ao deslizamento de um muro cujo peso por metro é de 650 KN. O empuxo
passivo já com as devidas ponderações é de 20 kN e o empuxo ativo é de 250 kN. Considere que a
resistência ao cisalhamento no contato é de 375 kPa.
RESP: D. Fsd = 1,58.

O fator de segurança ao deslizamento pode ser calculado de acordo com a seguinte equação:

4. Para as mesmas considerações do exercício 3. Qual deve ser o fator de segurança ao tombamento,
sabendo que os empuxos passivo e ativo têm origem em camadas de solo com espessuras de 2m e 5m,
respectivamente. A base do muro é de 2,2m com excentricidade da reação normal ao peso de 42cm.

RESP: B. Fs≥2,0.

5. Para a mesma figura do exercício 3, determine a máxima pressão que o muro exerce numa condição
puramente elástica do solo.

RESP: C. 634 kPa.

Para a obtenção das pressões atuantes na fundação, assume-se valores máximos e mínimos. Este critério é
definido numa consideração de solo teórico perfeitamente elástico. Assim, tem-se:
6-1 MÉTODO DE COULOMB

1. Uma estrutura de contenção foi executada em um maciço com c’=0kPa e ɸ=27°.O tardoz da estrutura
possui inclinação de 80° em relação à horizontal e o terrapleno possui inclinação de 10°. Suponha
ângulo de atrito solo/estrutura equivalente a 2/3 do ângulo de atrito do material. Qual o coeficiente de
empuxo ativo pelo método de Coulomb?

RESP: A. 0,708.

2. Considere uma escavação vertical de 6m em um terreno horizontal com solo de c’=0kPa, ɸ=33° e
ɤ=17kN/m3. Na sequência é instalado um muro de arrimo de concreto ciclópico com tardoz vertical. Qual
a tensão horizontal ativa a 6m de profundidade através do método de Coulomb?

RESP: A. 26,92kPa
3. Imagine a mesma situação do exercício 1. Considere que a estrutura tenha face vertical, com cerca de
1metro de embutimento e o material defronte a ela tenha superfície horizontal. Qual o coeficiente de
empuxo passivo pelo método de Coulomb?

RESP: A. 4,75.

4. Utilizando a questão 3, qual o empuxo passivo que será mobilizado pela massa de solo por conta do
deslocamento da estrutura? Utiliza ɤ=18kN/m3.

RESP: C. Ep=42,75kN/m e yEp=0,33m.

5. Considere a seguinte frase: “uma vez que o método de Coulomb fornece valores maiores de empuxo
passivo do que o método de Rankine, é preferível que seja usado pois assim estaremos dimensionando
uma estrutura em favor da segurança”. Você concorda? Por quê?

RESP: D. Não, pois tendo em vista que o método de Coulomb fornece valores maiores que o método de Rankine, sua
utilização nos levará a uma menor segurança, portanto é preferível utilizar o método de Rankine.

A utilização do método de Coulomb levará a menor segurança.

6-2 MÉTODO RANKINE


1. Com relação ao comportamento de solos arenosos, assinale a alternativa correta.

RESP: C. Os materiais compactos apresentam grande expansão durante o cisalhamento, por isso a queda acentuada
na sua resistência.

O fenômeno da dilatância ocorre porque o solo tem que “vencer” o intertravamento para se deslocar.

2. Sabe-se que a saturação é capaz de promover um comportamento diferenciado entre as areias fofas e
compactas quando carregadas. À luz disso, por que uma areia fofa pode se liquefazer?

RESP: E. Porque pode ocorrer excesso de poro-pressão, já que a areia precisa se comprimir durante o cisalhamento,
reduzindo à sua tensão efetiva a zero.

Se o carregamento for suficientemente rápido pode haver um grande excesso de poro-pressão, o que a levaria
à condição de liquefação.

3. Se fizermos uma analogia entre o comportamento das areias e das argilas, uma areia compacta seria
o equivalente a qual tipo de argila?

RESP: C. De uma argila pré-adensada.

Em termos de pico de resistência e comportamento expansivo durante a ruptura, as duas assemelham-se.

4. Em algumas encostas naturais, rupturas podem ocorrer de forma drenada, ainda que os seus
materiais constituintes sejam solos residuais argilosos ou silto-argilosos. Ainda assim, por que ensaios
triaxiais não-drenados (CIU) são executados nestas condições?

RESP: A. Em virtude da baixa permeabilidade desses materiais, pois um ensaiado drenado levaria muito tempo.

Como o ensaio CIU permite a medição da poro-pressão, podemos ter envoltórias em termos de tensões
efetivas, ou seja, drenadas.

5. Em relação à trajetória de tensões, um exemplo de extensão axial é:

RESP: C. Fundo de escavação de poços.

Esta situação também pode ocorrer em trincheiras.

Desafio

1-1

Imagine que você é o projetista de um muro de gabião. Para ter mais confiabilidade no seu projeto, você
contrata um laboratório para executar 3 ensaios de cisalhamento direto no material remoldado de solo que
servirá como terrapleno da estrutura. Foram obtidos os seguintes resultados:

• Ensaio 1: tensão normal = 50 kPa; tensão cisalhante de pico = 38,65 kPa


• Ensaio 2: tensão normal = 100 kPa; tensão cisalhante de pico = 74,86 kPa
• Ensaio 3: tensão normal = 200 kPa; tensão cisalhante de pico = 130,54 kPa
A partir disso, determine os parâmetros de resistência do material.

Padrão de resposta esperado

Basta traçar um gráfico tensão cisalhante versus tensão normal e determinar graficamente os parâmetros, pois
o ângulo de atrito é igual à inclinação da reta, e a coesão é igual ao intercepto. Outro modo de resolver o
problema é analiticamente, usando regressão linear, porém toma mais tempo e exige conhecimentos de
álgebra linear. A maneira mais fácil é usar uma planilha Excel, conforme a figura, e traçar uma reta de
tendência. Assim, os parâmetros obtidos são:

1-2

Você está investigando o comportamento de um solo residual. Solicitou a um laboratório especializado que,
além dos índices físicos, fizesse um ensaio edométrico e recebeu deles uma curva típica para o material (figura
a seguir). A camada silto-argilosa possui 10 metros de espessura e a amostra foi retirada a 5 metros de
profundidade. Seu peso específico natural é igual a 18 kN/m³ e o nível d'água está 4 metros abaixo da
superfície.

Com base nestas informações, responda:


1 - Qual é a tensão de pré-adensamento do material?
2 - Qual é a história de tensões da amostra? Ela é pré-adensada ou normalmente adensada?

Padrão de resposta esperado


Para a obtenção da tensão de pré-adensamento pode ser adotado tanto o método de Casagrande, como o
método de Pacheco Silva. A vantagem deste último é que ele independe do operador. Através do gráfico,
então:
1

2-1

Para a construção do Condomínio Veleiros, à beira de um lago, será necessário a implantação de um aterro no
local. Para a análise dos recalques, uma amostra indeformada de solo foi retirada de 8 m de profunidade para o
ensaio de adensamento, a tensão efetiva nessa profundidade era de 40 kPa. Registraram-se os índices de
vazios do corpo de prova e a tensão aplicada em cada estágio de carregamento.
Efetue os cálculos correspondentes ao ensaio e responda as seguintes questões:

a) Qual é a tensão de pré-adensamento?


b) Qual é a razão de sobreadensamento? Classifique o solo em normalmente adensado ou sobreadensado.
c) Qual é o índice de compressão?
d) Qual é o índice de recompressão?
e) Existe dúvida quanto ao valor da tensão efetiva vertical de pré-adensamento. Comente os possíveis erros de
projeto, caso σ'vm tenha sido definida com um valor maior que o real.

Padrão de resposta esperado

a) Aplica-se um dos processos de determinação da tensão de pré-adensamento: Casagrande ou Pacheco Silva


e determina-se que a tensão é 65 kPa (aproximadamente).
b)A razão de sobreadensamento é:

O OCR do solo é maior que um, sendo assim o solo é sobreadensado.

c) O índice de compressão é:

d) O índice de recompressão é:

e) A σ´vm representa uma fronteira entre deformações relativamente pequenas (trecho anterior da curva, de
recompressão), e deformações muito grandes (trecho posterior da curva, de recalque primário ou trecho
virgem). Caso a σ´vm tenha sido superestimada isso irá gerar erros na estimativa da magnitude do recalque,
pois o solo irá sofrer grandes deformações (comportamento segundo a reta virgem) com tensões menores que
as previstas, ou seja, com tensões menores que a suposta tensão de pré-adensamento).

2-2

Dois ensaios de compressão triaxial foram executados em um solo, com os seguintes resultados:
Ensaio 1: tensão confinante = 100 kPa; tensão desvio = 250 kPa
Ensaio 2: tensão confinante = 200 kPa; tensão desvio = 500 kPa
Com que valor de tensão de cisalhamento deve ocorrer a ruptura em um ensaio de cisalhamento direto nesse
material, com os mesmos índices, e com uma tensão normal de 50 kPa? Além disso, esse material é
possivelmente uma areia ou uma argila? Por quê?
3-1

Você é um dos projetistas de uma rodovia que será executada em região de solos moles. Para acelerar o
tempo de recalque, você decide executar um aterro temporário. Hoje o terreno encontra-se na cota 0m e você
quer que, após a remoção do aterro, quando o grau de adensamento atingir 95%, o terreno se encontre na cota
-1m. Considere o seguinte:

• a camada de solo mole possui 8 metros de espessura


• o peso específico natural é igual a 15 kN/m3
• o índice de vazios é igual a 3
• a história de tensões é igual a 1,2
• o índice de compressão é igual a 0,8
• o índice de recompressão é igual a 0,08
• o nível freático é aflorante na superfície do terreno
Qual deve ser a espessura de aterro a ser adotada?
Dica: considere somente o adensamento primário e adote um peso específico compatível para o aterro.

Padrão de resposta esperado

3-2

Você é o responsável pela construção do muro de arrimo mostrado na imagem a seguir:


Calcule os coeficientes de empuxo ativo e passivo que serão utilizados para o dimensionamento da estrutura.
Qual é o coeficiente de empuxo ao repouso do solo no tardoz do muro?

Padrão de resposta esperado

4-1

Um talude inclinado de 30° sofreu um escorregamento planar com profundidade de 2 metros após chuvas muito
intensas e prolongadas. Sabendo que o peso específico natural é igual a 17kN/m 3 e que sua coesão vale
10kPa, estime o ângulo de atrito interno do material.

Dica 1: a resolução deste desafio requer a utilização da técnica conhecida como "retro-análise". Parte-se de um
fator de segurança conhecido, uma vez que houve ruptura, e determina-se a incógnita desejada.

Dica 2: preste atenção ao fato de que houve intensas precipitações antes da ocorrência do escorregamento.

Padrão de resposta esperado


Utilizamos a metodologia do talude infinito, uma vez que a ruptura é do tipo planar e a espessura é
relativamente rasa. Como houve uma ruptura, nós sabemos que o fator de segurança deve ser igual a 1. Além
disso, por conta dos elevados níveis de precipitação pluviométrica, podemos considerar um talude saturado
com nível d’água na superfície.
Assim:

4-2

Uma empresa de terraplenagem recebeu quatro amostras de solos para análise e caracterização. O objetivo é
utilizar esses materiais em aterros compactados. Você é o responsável pelo laboratório de solos e deve
apresentar um relatório referente aos tipos de solos apresentados nas amostras coletadas.

Veja o gráfico a seguir:

Considerando os resultados de compactação de quatro tipos de solos apresentados no gráfico densidade seca
x umidade, pede-se:

1. Por meio das curvas de compactação, identifique quais solos estão representados no gráfico.
2. Apresente um parecer de quais as principais diferenças entre os solos representados no gráfico.

Padrão de resposta esperado


1. O gráfico apresenta duas características dos solos, a densidade seca e a umidade. Com essas informações
podemos dizer que tipo de solo cada amostra pertence.
Solo 1: Umidade ótima em torno de 10% e densidade seca máxima em torno de 1,98 g/cm3, e apresenta uma
granulometria mais grossa, são valores representativos de pedregulhos.
Solo 2: Umidade ótima em torno de 15% e densidade seca máxima em torno de 1,77 g/cm3, com granulometria
mais fina, são valores que representam um solo arenoso, podendo ser uma areia-argilosa.
Solo 3: Umidade ótima em torno de 15% e densidade seca máxima em torno de 1,82 g/cm3, com granulometria
fina, com curva que apresenta característica típica de solo laterítico arenoso fino.
Solo 4: Umidade ótima alta acima de 20% e densidade seca baixa com 1,64 g/cm3, com curva de compactação
bem abatida, podemos estimar que representa um solo siltoso.
2. A principal diferença entre os solos apresentados por meio das curvas de compactação é em relação a
densidade seca e a umidade ótima de cada solo. Solos mais finos possuem densidade seca menor e umidade
ótima maior, já os solos com granulometria maior apresentam densidade seca maior e umidade ótima menor.

5-1

Uma das técnicas mais aplicadas para o tratamento de solos moles compressíveis é a execução de
sobrecargas temporárias sobrejacentes a uma camada arenosa. Este método promove a aceleração do tempo
de recalque. Após a camada de argila mole sofrer o recalque desejado, por exemplo 95% do recalque total,
poderemos remover esta camada de aterro temporária.

Essa solução é muito adotada na construção de rodovias, por exemplo.

A partir disso, responda aos seguintes questionamentos:


1. Qual o excesso de pressão neutra e o acréscimo na tensão efetiva logo após a construção do aterro?
Considere tempo igual a zero (t=0).
2. Calcule o excesso de poro-pressão e o acréscimo na tensão efetiva para 50% do recalque e 95% do
recalque.
3. Você manteria o aterro até que ocorresse 100% do recalque? Por quê?

Padrão de resposta esperado

1. A sobrecarga equivale à tensão geostática do aterro. Assim, q0 = 18 x 3 = 54 kPa. Imediatamente após a


construção do aterro, o excesso de poro-pressão é máximo (u=54 kPa) e o acréscimo na tensão efetiva nulo
(q=0).
2. Para 50% q=0,50x54=27kPa u=54-27=27kPa
Para 95% q=0,95x54=51,3kPa u=54-51,3=2,7kPa
3. Não. Para que 100% do recalque ocorresse, o tempo de espera seria infinito. Em geral, os 5% restantes do
recalque que ainda irão ocorrer ao longo do tempo estão dentro de limites toleráveis para a execução desse
tipo de obra, ou seja, convive-se com eles.

5-2

Você é o engenheiro projetista de um muro de arrimo de flexão que será instalado em um talude instável de
uma rodovia. Verifique a sua estabilidade ao tombamento, considerando uma carga distribuída de 10kN/m 2. O
solo de terrapleno possui ∅=34 graus, c=10kPa e γ=20 kN/m. Considere o peso específico do concreto igual a
25kN/m3.

Padrão de resposta esperado

d) trincas de tração e pressões hidrostáticas


e) diagrama de empuxos, pressões e pesos

6-1
Considere um muro de arrimo de gravidade constituído de concreto ciclópico executado em um talude com
problemas de instabilidade. O terrapleno possui inclinação de 20°. Qual a magnitude do empuxo ativo exercido
pela massa de solo sobre a estrutura? E qual a sua direção e ponto de aplicação?

Para a resposta, considere as informações apresentadas na imagem a seguir.

Padrão de resposta esperado

a) Determinação do ângulo de atrito solo/estrutura δ:


Considerando que o muro é constituído de concreto ciclópico, δ vale 0,7 x ∅, portanto 21°.
b) Determinação do ângulo α:
O tardoz não é inclinado, portanto: α=90°
c) Coeficientes de empuxo ativo pela formulação de Coulomb:

d) Pressões verticais efetivas:

e) Pressões horizontais:
f) Empuxo:
Neste caso, segundo a Teoria de Coulomb, a resultante das pressões (empuxo ativo Ea) possui direção
inclinada de δ da direção ortogonal à face do muro. O ponto de aplicação do Ea, 1/3 da altura do diagrama
resultante de pressões ativas positivas.

6-2

Imagine que um trecho de uma rodovia está sendo construído em um local montanhoso e acidentado. Em
virtude dos cortes efetuados no terreno, algumas encostas estão muito suscetíveis a acidentes geotécnicos.

Como engenheiro projetista, você deve dimensionar e projetar um muro de arrimo de gravidade, capaz de
estabilizar um talude instável.
Um dos primeiros passos é tomar conhecimento das cargas atuantes sobre a estrutura. Sendo assim, calcule o
empuxo ativo atuante no tardoz do muro. Considere peso específico natural do solo igual a 18kN/m3 e nível
d'água aflorante na superfície do terreno.
Para sua resposta, considere também as informações da imagem a seguir:
d) Definição do diagrama de pressões horizontais:
O diagrama de pressões horizontais pode ser observado a seguir:

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