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DISCIPLINA:
FUNDAMENTOS DE CONCRETO ARMADO
CURSO: SEMESTRE: ANO: ID DISCIPLINA: Prof. Esp. Aldo T. Gaiotto Jr.
ENGENHARIA CIVIL 9° 2017 22026 Engenheiro Civil
Os antigos utilizavam a pedra como material de construção. Uma coisa ficou clara: a
pedra era um ótimo material de construção; era durável e resistia bem aos esforços de
compressão (quando usada como pilares). Quando a pedra era usada como viga para vencer
vãos de médio porte (pontes, por exemplo), então surgiam forças de tração (na parte
inferior) e a pedra se rompia. Por causa disso, eram limitados os vãos que se podiam vencer
com vigas de pedra. Vejamos um exemplo dessa limitação. À esquerda, um vão pequeno
que gera pequenos esforços. Ao lado na figura da direita temos um grande vão onde os
esforços são grandes, exercendo compressão na parte de cima da viga e a tendência à
distensão na parte de baixo desta viga.
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Uma das dificuldades encontrada pela viga como elemento estrutural que recebe
cargas e as transporta até aos apoios é identificada pelo Cálculo Vetorial e a pela Geometria
Analítica: Ela necessita migrar forças predominantemente verticais através de um
"caminho" horizontal.
Os romanos foram mestres na arte de construir pontes de pedra em arco. Se não
podiam usar vigas para vencer vãos maiores, usavam ao máximo um estratagema, ou seja, o
uso de arcos onde cada peça de pedra era estudada para só trabalhar comprimida, como se
vê na ilustração a seguir:
Perceba que todas as pedras, devido à forma da ponte em arco, estão sendo
comprimidas, e aí elas resistem bem. Ao construir arcos, verificou-se que, dependendo da
forma desse arco, as pedras não eram exigidas à tração, diferentemente do que acontece
com a construção em eixo retilíneo, e sim, tão somente, à compressão.
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Trabalhando só à compressão, elas resistiam muito bem. Mas qual a forma do arco
que leva toda a estrutura a trabalhar só em compressão?
Os mestres das catedrais resolveram engenhosamente essa questão ao descobrirem
a forma geométrica mágica, que leva a estrutura praticamente a só trabalhar em
compressão.
1. Através de modelos, ligavam com uma corda os dois pontos extremos dos pilares
que iriam receber os apoios do arco;
2. Penduravam, nessa corda, pedras com o tamanho aproximado que a experiência
lhes mostrava que seriam usadas na construção do arco;
3. Projetavam numa parede (ou por luz solar, ou por achortes) essa curva descrita
pela corda carregada pelas pedras;
4. Essa curva era invertida e servia para o projeto do eixo do arco. A seguir, usando
essa curva, as pedras eram cortadas;
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Notamos que as barras de aço não ficam soltas e, sim, ficam amarradas, como que
soldadas ao concreto da viga na sua parte inferior (essa solidariedade é fundamental).
Dependendo das condições de solicitação e cálculo de viga, e sem maiores
problemas de segurança, a parte inferior do concreto da mesma chega a fissurar (trincar,
fala-se de fissuras no limite de perceptibilidade visual) e sem maiores problemas, já que
quem está aguentando aí é o aço, e o concreto já foi (a parte tracionada do concreto
trincou). Na parte superior, o concreto resiste à compressão (sua especialidade).
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Numa viga de muitos tramos (muitos vãos), onde as solicitações de tração são por
vezes nas partes inferiores e às vezes nas partes superiores, o aço vai em todas as posições
onde há tração, como no exemplo a seguir:
Nota-se que no 1° caso, onde temos uma altura de 45cm, usamos As=9,03cm 2 como
armadura. Quando, no 2° caso, temos uma altura maior (50cm), a área de aço pode diminuir
para As=7,63cm2. Quando, no 3° caso, reduzimos a altura da viga para 40cm, temos que
"ajudar" o concreto no trabalho à compressão com A's=4,8cm 2 e As=10,99cm2.
Nas vigas de prédio, e quando do cálculo, usando armadura inferior, chegamos a
alturas demasiadas e que criam problemas com a arquitetura; podemos tirar partido de
colocar aço na parte comprimida do concreto. O aço, sendo mais nobre, alivia a parte
comprimida do concreto o que resulta em menores alturas das vigas.
Mas em relação ao concreto simples, não se usam mais, hoje em dia, estruturas de
concreto sem aço? Um exemplo de estrutura de concreto simples são alguns tubos de
concreto de água pluvial de diâmetros pequenos. Os esforços do terreno nos mesmos
geram, em geral, só esforços de compressão.
O tubo de concreto simples (sem armadura) resiste aos esforços externos que são de
compressão. Portanto, não há necessidade de armadura, já que não há, a rigor, esforços de
tração.
Claro que essa estrutura de concreto simples tem pequena resistência aos recalques
do terreno. Se existirem recalques diferenciais (recalque grande em um ponto e pequeno
em outro), o tubo funcionará como viga e daí, quem resiste à tração na parte inferior? O
tubo pode então se romper. Colocamos então armadura no concreto. São tubos de concreto
armado.
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Nesses casos, a armadura do tubo seria necessária para vencer os efeitos da tração
na parte inferior do tubo, já que temos, na prática, uma pequena viga.
Com base no entendimento das considerações anteriormente feitas, podemos
concluir que o concreto Armado surgiu da necessidade de se aliar as qualidades da pedra
(resistência à compressão e durabilidade) com as do aço (resistências mecânicas), com as
vantagens de poder assumir qualquer forma, com rapidez e facilidade, e proporcionar a
necessária proteção do aço contra a corrosão (oxidação). No entanto, o conceito de
Concreto Armado envolve ainda o fenômeno da aderência, que é essencial e deve
obrigatoriamente existir entre o concreto e a armadura (aço), pois não basta apenas juntar
os dois materiais para se ter o Concreto Armado. Para o Concreto Armado é necessário
ocorrer à solidariedade entre o concreto e o aço, isto é, que o trabalho de resistir às tensões
seja realizado de forma conjunta. Esquematicamente temos:
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Armadura passiva: “qualquer armadura que não seja usada para produzir forças de
protensão, isto é, que não seja previamente alongada”.
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Figura 61 – Cálculo das seções através da determinação das áreas. Valores de Cálculo.
A NBR 6118:2014 impõe que “as estruturas de concreto armado devem ser
projetadas e construídas com concreto classe C20 ou superior. A classe C15 pode ser usada
apenas em fundações, conforme a NBR 6122:2010, e em obras provisórias.” C15 e C20
indicam concretos de resistência característica à compressão (fck) de 15 e 20 MPa,
respectivamente. A versão anterior da norma admitia o uso de concretos em estruturas com
resistências à compressão de 9 MPa ou superior. Durante as últimas décadas foi muito
comum à aplicação de concretos com resistências à compressão de 13,5, 15 e 18 MPa. A
versão atual da norma elevou a resistência para o valor mínimo de 20 MPa, objetivando
aumentar a durabilidade das estruturas, ficando o concreto C15 restrito aos concretos de
estruturas de fundações e obras provisórias.
Massa Específica
A massa específica dos concretos simples gira em torno de 2.400 kg/m3. Por isso, a
NBR 6118:2014 especifica que, não sendo conhecida a massa específica real, pode ser
adotado o valor de 2.400 kg/m3 para o concreto simples e 2.500 kg/m3 para o Concreto
Armado, que é resultado de se considerar uma taxa média de armadura de 100 kg de aço
para cada metro cúbico de concreto, para as estruturas comuns (Figura 62). Quando a
massa específica do concreto e a taxa de armadura a serem utilizadas forem conhecidas,
outros valores mais precisos podem ser considerados. A NBR 6118:2014 aplica-se
unicamente aos concretos com massa específica entre 2.000kg/m 3 e 2.800 kg/m3.
Resistência à Compressão
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Classe I: C10, C15, C20, C25, C30, C35, C40, C45, C50;
Classe II: C55, C60, C70, C80.
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Resistência à Tração
Resistência à compressão:
Fck = 25Mpa (Valor característico)
Fcd = Fck/γc = 25Mpa/1,4→ Fcd = 17,86Mpa (Valor de cálculo)
Norma NBR6118:2014:
Fctm = 0,3 . Fck2/3 = 0,3 . 252/3 → Fctm = 2,56Mpa (Valor médio)
Fctk = 0,7 . Fctm = 0,7 . 2,56 → Fctk = 1,80Mpa (Valor característico)
Fctd = Fctk/γc = 1,80Mpa/1,4→ Fctd = 1,28Mpa (Valor de cálculo)
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RESISTÊNCIA DE CÁLCULO
Onde:
S = 0,38 para concreto de cimento CPIII e IV;
S = 0,25 para concreto de cimento CPI e II;
S = 0,20 para concreto de cimento CPV-ARI;
t = idade efetiva do concreto, em dias.
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Conforme a NBR 6118:2003 (item 12.4) as resistências devem ser minoradas pelo
coeficiente: γm = γm1 γm2 γm3, com:
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