Você está na página 1de 18

Introdução

A primeira carta de Paulo aos coríntios é de importância vital para os cristãos de todas
as épocas. Foi assim desde o século primeiro, é assim nos dias atuais. Muito consolo,
conselhos, advertências, enfim muitas palavras divinas fluem dessas páginas. Todo cristão
que tenha realmente um relacionamento sincero com o Senhor encontrará nesse escrito de
Paulo algo que o faça crescer espiritualmente, encontrará nestes versículos emanações divinas
que o fará se parecer mais com o grande Mestre.
Tendo em vista a importância magnânima dessa carta, nós que desfrutamos dos seus
ensinos, temos a responsabilidade de estudá-la mais a fundo. Esse é propósito desse trabalho.
Temos aqui um empreendimento que visa a obtenção de conhecimento que auxiliará no
estudo dessa carta.
Começaremos por expor os contextos nos quais ela foi escrita. O contexto histórico,
geográfico, cultural e político serão analisados. Na etapa seguinte passaremos a analisar os
personagens que fizeram parte da formação dessa carta. Faremos também uma busca em prol
do descobrimento dos temas teológicos que emergem desse escrito. Por último
disponibilizaremos um esboço homilético extraído de um dos capítulos dessa carta.
O nosso desejo é que Deus nos abençoe profundamente concedendo-nos sabedoria e
entendimento para conhecermos e usarmos na vida prática o conteúdo desse escrito de Paulo.

1. Contexto histórico
1
A velha Corinto foi destruída em 146 a.C., pelos romanos, em sua conquista de Acaia.
Por cem anos a área esteve largamente desabitada. Júlio César viu a importância estratégica
de tal lugar e, em 44 a.C., iniciou sua reconstrução, em torno de uma colina íngreme,
denominada Acrocorinto, porque lá ela poderia ser facilmente defendida. Ela foi estabelecida
como uma colônia romana, devido à população inicial de soldados romanos. Corinto logo
superou Atenas em importância para os romanos, e. em 27 a.C., tornou-se a capital da
Província Senatorial Romana de Acaia, sob o governo de um procônsul. A pista Diolkos foi
construída para facilitar o transporte de mercadorias entre os dois portos que Corinto, de fato,
controlava. A necessidade de um canal logo foi reconhecida, e Nero iniciou a sua construção,
mas o projeto foi abandonado quando ele morreu. Somente em 1893 o canal foi de fato
terminado.
Durante o primeiro século, Corinto, junto com Roma, Alexandria, Éfeso e Antioquia
da Síria, constituíam as cidades mais importantes do Império. Ela era, provavelmente, a maior
cidade comercial daquela época. Além de chamar a atenção pelo lucro proporcionado pelo
uso do istmo e pela indústria de construção naval, Corinto era notada por sua fina porcelana,
feita de uma argila muito boa, encontrada naquela região. Corinto era também o mercado
atacadista de escravos do Império. De uma cidade de cerca de 600.000 habitantes, estimou-se
que somente 140.000 eram livres. Cerca de 60.000 escravos eram vendidos em um único dia.
Por causa do valor dos escravos fortes, eles eram criados como animais. Havia até mesmo um
"cercado de refugos", onde os escravos não desejáveis poderiam ser abandonados.
Paulo chegou a Corinto por volta de 50 d.C, tendo estabelecido igrejas na Macedônia
(Filipos, Tessalônica e Beréia) e passado um curto tempo em Atenas (At. 16:11-18:1). Em
Corinto ele fez contato com Priscila e Áquila, um casal de judeus cristãos que haviam sido
recentemente expulso de Roma pelo decreto de Cláudio (49 d.C). Paulo trabalhava no mesmo
comércio de confecção de tendas que eles e morava com eles (At. 18:1-3). Paulo
testemunhou, através da sinagoga, todo sábado, até a chegada de Silas e Timóteo, com uma
oferta da igreja em Filipos (At. 18:5). Não mais embaraçado com a necessidade de prover seu
sustento, Paulo começou a pregar diariamente nas ruas e nas sinagogas. Após um conflito
com os judeus, ele deixou a sinagoga e entrou na casa de Tito Justo (At. 18:7) e mais
abertamente pregou aos gentios. Seu trabalho teve êxito, e um grande número de judeus (At.
11:4; I Cor. 7:18) e gentios (I Cor. 12:2), tanto ricos (Rom. 16:23) como pobres (I Cor. 1:26-
27), tornou-se cristão. Até mesmo o ex-dirigente da sinagoga, Crispo (At. 18:8), e seu
sucessor, Sóstenes (At. 18:17; I Cor. 1:1), se converteram.

2
De Atos 18:24-28, sabe-se que Priscila e Áquila encontraram Apolo em Éfeso. O
eloquente jovem alexandrino, escolado na mistura alegórica dos ensinos de Filo, era um
seguidor de João Batista e, aparentemente, não estava familiarizado com a mensagem
completa da morte e ressurreição de Jesus. Após ter sido instruído pelo notável casal, Apolo
recebeu uma carta de recomendação à igreja em Corinto. Lá ele pregou eficazmente por
algum tempo (At. 18:27,28) e depois retornou a Éfeso e trabalhou com Paulo (I Cor. 16:12).
Em nenhuma parte Paulo sugere que alguma vez tenha havido relacionamento forçado entre
ele e Apolo; Paulo jamais parece ter Apolo como responsável pelas relatadas divisões na
igreja em Corinto (I Cor. 1:12; 3:4-9; 4:6).
2. Contexto Político
Na época em que Paulo ministrou em Corinto por dezoito meses, o procônsul da
cidade era Gálio. Os judeus descrentes usaram a ocasião da chegada desse novo procônsul
para lhe levarem acusações contra Paulo (At. 18:12,13). Cada religião tinha de ser legalizada
pelo governo romano (religio licita). O judaísmo era uma religião legalizada, e o motivo para
a acusação era assegurar a separação do novo movimento do judaísmo legal. Isto iria tornar o
cristianismo uma religio ilícita e, desta forma, proibida em todo o Império. Gálio recusou-se a
entrar na disputa religiosa e rejeitou as acusações contra Paulo (At. 18:14-16). No que
concerne aos romanos, o cristianismo era apenas outra das muitas seitas dentro do judaísmo e,
como uma religião legal, era livre para buscar prosélitos em qualquer parte. A igreja era livre
para fazer seu trabalho sem interferência governamental.
A menção de Gálio é um dos poucos itens históricos mencionados no Novo
Testamento que podem ser determinados com um razoável grau de certeza. Uma inscrição
encontrada no templo de Delfos confirma que Lúcio Júnio Aneu Gálio tornou-se procônsul de
Acaia durante a vigésima sexta aclamação de Cláudio (que ocorreu em 51 d.C). Se Lucas está
certo em relatar que Paulo trabalhou em Corinto dezoito meses, antes da vinda de Gálio, e
com o edito de Cláudio, datado por volta de 49 d.C, é razoavelmente seguro dizer-se que
Paulo estava em Corinto nos anos 49-51 d.C.
3. Contexto Geográfico
A pequena faixa de terra chamada Istmo de Peloponeso era governada por Esparta, nos
tempos antigos, e era o local da cidade de Corinto. Foi lá que o uso original da palavra istmo
(estreito, passagem estreita) começou. Geográfica e comercialmente, Corinto era importante,
porque era uma estação na rota marítima entre o Ocidente e o Oriente. O istmo tem cerca de
dezesseis quilômetros de comprimento e seis de largura, ligando o continente ao Peloponeso.
Seus portos eram Cencréia (cerca de treze quilômetros para o leste) e Lequeu (cerca de três,
3
para o oeste). Era perigoso viajar de navio perto das ilhas do Sul da Grécia (bem como a uma
distância de cerca de 320 quilômetros), devido às constantes tempestades daquela área. Era
mais econômico, e poupava tempo para os navios, aportar em um dos portos, transferir a
mercadoria para animais ou carroças a serem puxadas através do istmo para o outro porto,
distante apenas dezesseis quilômetros, numa pista (chamada Diolkos). Para o uso dos animais,
carroças e a pista, era paga uma taxa. Corinto, desde tempos antigos, fora um centro de
construção de barcos. Foi ali que o primeiro "tyrene" (um navio, remado por escravos, em três
níveis ou convés diferentes) grego foi construído. Durante a época do Império Romano, era o
porto-base da marinha romana.
4. Contexto Cultural
Como a maioria dos portos marítimos, Corinto logo conseguiu uma reputação
internacional. Pessoas de todas as partes do Império afluíam à cidade, para participar na
riqueza e no comércio. Essas pessoas traziam consigo sua própria herança cultural, incluindo
seus costumes sociais e religiosos distintos. Porque Corinto era uma cidade relativamente
nova (fundada em 44 a.C.), ela ainda não tinha desenvolvido sua própria herança cultural pela
época da grande afluência de estrangeiros. Talvez por esta razão ela fosse tão cosmopolita e
sofisticada no panorama e tolerante com qualquer costume ou religião. Logo se tornou lassa
moralmente, e uma palavra, "corintianizada", foi cunhada (pelos atenienses!), para expressar a
degradação moral de uma pessoa. A cidade era também famosa pelos seus jogos bienais do
istmo; ocupava o segundo lugar em fama apenas em relação aos jogos quadrienais olímpicos
de Atenas.
Corinto tinha uma amalgamação de várias religiões. Pelo fato de ela ter começado
como uma colônia romana, a "deusa Roma" tinha de ser adorada, juntamente com a
deificação dos Césares. Os deuses romanos Júpiter, Marte e Vênus (substituindo os mesmos
deuses gregos com nomes latinos) também eram adorados. Os deuses gregos da cura
(Esculápio) e Sol (Apolo) tinham muitos seguidores. O deus e a deusa egípcios Serápis e Ísis
também tinham seu templo. Cada religião do mundo conhecido estava representada em
Corinto. Em meio a todas as religiões pagãs, os judeus mantinham sua adoração monoteística
de Jeová, em suas sinagogas. Por causa do alto conteúdo moral da religião judaica, muitos
gentios eram atraídos a esta religião.
Mas a religião principal era a adoração de Afrodite. Esta era originalmente a licenciosa
Astarte fenícia, deusa da fertilidade. Trazido para Corinto do Oriente, um templo, que podia
ser visto de toda parte da cidade, foi construído no topo de Acro Corinto. A natureza
licenciosa da "adoração" era provida por mil sacerdotisas, prostitutas sagradas, dedicadas à
4
glória da deusa. Este culto era promovido pela cidade, e pessoas de toda parte do mundo iam a
Corinto para contemplar a beleza do templo e participar de sua "adoração". Porque este culto
era promovido pela cidade, de cada mulher responsável, na cidade, se exigia prestar o
sacrifício de dois dias por ano a Afrodite. O símbolo para tal serviço, fosse pela sacerdotisa ou
pelas "mulheres responsáveis", era uma cabeça raspada. Uma mulher com cabelo curto era
olhada como quem estava "em serviço" ou recentemente havia terminado seus deveres cívicos
no templo. O lucro gerado por este culto era, provavelmente, maior que o de qualquer outra
simples fonte.
5. Personagens
Apóstolo Paulo
Ele era um Judeu, fariseu. O primeiro registro histórico acerca dele está em Atos 7.58,
no apedrejamento de Estevão. Lá ele aparece com o nome Judeu (Saulo). Nasceu em Tarso,
Cilicia, cidade da Ásia menor (atualmente sul da Turquia). Provavelmente nasceu cerca de
dez anos depois de Cristo, pois é mencionado como um jovem no apedrejamento de Estevão.
Seu pai provavelmente era judeu, mas comprou a cidadania romana. Por essa razão, Paulo
mais tarde utilizou-se desse direito para salvar a vida. Apesar disso, foi criado numa família
judaica devotada da tribo de Benjamim. Recebeu cuidadosa instrução na lei judaica e tornou-
se fariseu. Ele seguia todas as tradições judaicas desde o nascimento.
Paulo era tão zeloso da fé e de sua lei que, em certa época de sua vida, provavelmente
no início da adolescência, viajou para Jerusalém, onde foi aluno do rabino mais famoso de sua
época, Gamaliel.
Todos os mestres judaicos exerciam alguma profissão para sobreviver; por isso não é
de se admirar que esse líder religioso altamente educado aprendesse também uma profissão
com seu pai. Paulo era fabricante de tendas. Ele trabalhava para não impor um pesado jugo
sobre as pessoas entre as quais desejava pregar o evangelho.
Com a educação que tinha e a profissão de aceitação universal, é bem provável que
Paulo já tivesse viajado bastante antes de se tornar cristão. Com certeza era fluente nas
línguas grega, hebraica, latina e aramaica.
A partir da morte de Estevão, uma grande perseguição se levantou contra os
seguidores de Cristo. As atividades zelosas de Saulo, como judeu, levaram-no a perseguir os
cristãos. Ele se ofereceu voluntariamente para isso. Sua foi muito violenta.
Numa de suas empresas, Paulo pediu cartas ao sumo sacerdote para levar à sinagoga
de Damasco, na Síria, para estabelecer perseguição ali. A caminho de Damasco, uma luz
muito forte brilhou no céu ao redor dele, e fez com que caísse por terra e ficasse cego. Uma
5
voz falou com ele e perguntou porque perseguia o povo de Deus. Paulo, cego, seguiu para
Damasco, depois de três dias ele recebeu a visita de Ananias que foi usado para curar Paulo e
também o batizou.
Ele passou um tempo naquela cidade aprendendo sobre Jesus. Depois de um tempo,
somando seu conhecimento acerca da Torah com o que estava recebendo acerca de Cristo, ele
passou a pregar que Jesus era o filho de Deus. Ele sofreu perseguição nessa cidade e teve de
fugir. Foi para Jerusalém onde também sofreu perseguição, depois embarcou para Tarso.
Cedo Paulo teve ciência de que tinha um chamado especial para pregar o evangelho
aos gentios. A primeira viagem de Paulo aconteceu na companhia de Barnabé. Foi nessa
ocasião que João Marcos, sobrinho de Barnabé, abandou a empreitada missionária. A segunda
viagem aconteceu algum tempo depois. Ele começou com uma desavença entre Paulo e
Barnabé, este último queria levar consigo João Marcos, mas Paulo não aceitou a ideia visto
que o sobrinho de se parceiro já havia desistido uma vez. Diante disso os dois se separaram,
Barnabé partiu para Chipre acompanhado de seu parente, e Paulo foi para norte na companhia
de Silas.
Foi nessa viagem que Paulo conheceu a Timóteo, que depois viria a ser chamado pelo
Apóstolo de Filho na fé. Essa empresa missionária também foi a ocasião que originou a igreja
de Filipos. Paulo visitou aquela cidade pela primeira vez e iniciou ali a obra de Deus com a
conversão de Lídia, uma mulher rica da cidade, e do carcereiro com sua Família. Paulo voltou
a essa cidade na sua terceira viagem missionária para confirmar o trabalho que ali estava
sendo realizado.
Paulo passou por muitas prisões e julgamentos até o momento em que foi enviado para
Roma, após apelar para ser julgado por César. Ele passou dois anos nessa cidade numa prisão
domiciliar. Depois desse tempo ele foi libertado. Ele ficou pelo menos quatro anos fora das
cadeias. Mas quando o cristianismo se tonou ilegal, sob o governo de Nero, ele foi preso
novamente e foi martirizado, a tradição eclesiástica diz que isso aconteceu por volta de 67
depois de Cristo.
Acaico
Mencionado em 1 Corintios 16.17 juntamente com Estéfanas e Fortunato.
Provavelmente era um escravo da Família de um certo L. Mummius, da Acaia Romana, mas
não se pode afirmar com toda certeza. Junto com seus dois companheiros trouxeram
informações de Corinto para Paulo.
Áquila e Priscila

6
Priscila e Áquila são dois dos primeiros cristãos evangelizados por Paulo. Prisca (cujo
nome significa literalmente em português "velha"), também conhecida pelo diminuitivo
Priscila (velhinha), era esposa de Áquila, e foi uma das primeiras divulgadoras do Evangelho
em Roma. A forma mais curta desse nome é encontrada nos escritos de Paulo, e a forma mais
longa nos de Lucas. Estes tipos de variações eram comuns nos nomes romanos. Áquila é
mencionado nos Atos como esposo de Priscila.
O casal era amigo de Paulo de Tarso e faziam cultos em sua casa. Os dois são
elogiados na Bíblia por mostrarem excelentes obras cristãs e hospitalidade, não só para com
as pessoas em geral, mas também para com a comunidade cristã onde moravam, por
realizarem as reuniões cristãs em sua casa, tanto em Roma como em Éfeso. Foram expulsos
de Roma devido ao decreto do imperador romano Cláudio por volta do ano 49 ou 50.
Mudaram-se para Corinto. Paulo morou ali com eles por cerca de 18 meses, sendo que todos
trabalhavam fabricando tendas. Viajaram com Paulo até Éfeso, permanecendo ali por algum
tempo, e ajudaram a "expor mais corretamente o caminho de Deus" ao eloquente Apolo.
Retornaram a Roma por certo tempo (Romanos 16:3-5) e, mais tarde, viajaram de volta a
Éfeso. O contato pessoal com Paulo estendeu-se desde cerca de 50 até à morte do apóstolo
uns 15 anos depois. Menciona-se que, durante tal associação, eles "arriscaram os seus
próprios pescoços" pela vida de Paulo.
Cloe
Membros da família dessa mulher levaram informações a Paulo sobre a situação da
igreja em Corinto. Ela provavelmente era cristã e enviou um de seus escravos ou empregados
para falar com Paulo. Certamente havia muitas mulheres ricas no império Romano que tinham
seus negócios e seus próprios empregados. Cloe informou que havia contenda entre os
coríntios. Parece que estavam preocupados com a posição social, portanto alegavam que
seguiam diferentes líderes da igreja, para assim formar panelinhas e até mesmo causar
divisões. Nada é conhecido sobre a própria Cloe.
Crispo
Um os líderes da sinagoga em Corinto, quando Paulo começou a sua missão na cidade.
Depois de discutir regulamente com os judeus aos sábados sobre a fé em Cristo, o apóstolo foi
expulso por eles. No entanto, muitos deles continuaram a ouvir, juntamente com os gentios;
“Crispo, principal da sinagoga creu no Senhor com toda a sua casa”. O apóstolo se refere a
essa que é uma das primeiras conversões no primeiro capítulo de 1 Coríntios
Estéfanas

7
Cristão bem conhecido na igreja de Corinto, ele e sua casa foram os primeiros
convertidos na província da Acaia e eram conhecidos pela devoção com que serviam outros
cristãos na igreja. Paulo exortou aos coríntios a ter estima à família de Estéfanas que
trabalhava tão diligentemente no serviço cristão.
Sabemos que Estéfanas foi batizado por Paulo. Ao que parece, algumas pessoas na
igreja em Corinto dividiam-se em grupos em torno das figuras proeminentes. Talvez algumas
dessas divisões fossem causadas pelo orgulho que sentiam pelo líder que as batizara. Paulo
afirmou que havia batizado apenas três pessoas, entre as quais Estéfanas. O apóstolo
argumentou que a unidade cristã está centralizada no Evangelho de Cristo crucificado e não
em quem batizara alguém.
Estéfanas é mencionado no capítulo 16 de 1 Coríntios junto com Fortunato e Arcaico.
Tais homens eram dignos de reconhecimento pelo serviço prestado ao Senhor, principalmente
por terem levado notícias da igreja em Corinto a Paulo, quando este se encontrava em Éfeso.
Talvez os três tenham sido os portadores da carta dos cristãos coríntios ao apóstolo e, no
regresso, os condutores da epístola que conhecemos como 1 Coríntios. O serviço fiel deles era
um refrigério para o espírito de Paulo. Esse é um aspecto regular em suas cartas: reconhecer
os cristãos que tinham um ministério de encorajamento.
Fortunato
É mencionado em 1 Coríntios 16.17 juntamente com Estéfanas e Acaico. No final do
século Clemente mencionou um homem com este nome em sua epístola aos Coríntios, mas
provavelmente não se trata da mesma pessoa.
Gaio
Natural de Corinto, é citado na saudação de Romanos 16.23. Paulo hospedou-se em
sua casa enquanto viveu nesta cidade, de onde escrevera sua carta aos irmãos de Roma. O fato
do apóstolo dizer “meu hospedeiro, e de toda a igreja” sugere que uma das congregações
provavelmente se reunia na casa de Gaio. Provavelmente é o mesmo personagem batizou após
iniciar a pregação do evangelho em Corinto. Obviamente, tal batismo foi um fato muito raro,
pois o apóstolo preocupava-se mais em pregar do quem em batizar. Paulo não desejava que
alguém se sentisse como se lhe pertencesse simplesmente por ter sido batizado por ele. O
único desejo do apóstolo era que o nome de Cristo fosse glorificado. A tradição diz que esse
Gaio posteriormente tornou-se bispo em Tessalônica.
Sóstenes
Era o líder da sinagoga em Corinto quando Paulo esteve naquela cidade a fim de
pregar o evangelho. De acordo com o costume usual, ao chegar a cidade, o apóstolo primeiro
8
procurou a sinagoga e a visitou todos os sábados, a fim de persuadir os judeus e arrazoar com
eles a respeito da verdade eterna. Finalmente seus patrícios começaram a resistir e a blasfemar
de tal maneira que Paulo se afastou deles, a fim de concentrar sua pregação aos gentios.
Transferiu-se para a casa ao lado da sinagoga de um homem temente a Deus chamado Tito
Justo. Por meio da pregação de Paulo, Crispo, principal da sinagoga, creu no Senhor, com
toda a sua casa.
Paulo permaneceu na cidade de Corinto durante 18 meses, finalmente os judeus se
uniram e o atacaram a fim de levá-lo ao tribunal, à presença de Gálio, procônsul da Acaia.
Este se recusou a julgar o caso por considerar as acusações questões de menor importância
concernentes À fé judaica, com as quais as autoridades romanas não se preocupavam. Os
judeus foram expulsos do tribunal e todos agarraram a Sóstenes, chefe da sinagoga e o
espancaram diante do tribunal. Provavelmente os judeus o espancaram por ter fracassado em
obter uma condenação contra Paulo, mas o texto talvez implique que os gregos (e não os
judeus) os quais estavam do lado de fora do tribunal, o espancaram porque ele era judeu.
Paulo ficou ainda algum tempo em Corinto, ocasião e que muitos se converteram a Cristo.
No primeiro versículo da carta em questão um tal irmão Sóstenes é citado como um
dos que escreviam aos coríntios junto com Paulo. Ao referir-se a ele pelo nome o apóstolo
mostrava que o usava como escriba ou redator. O fato de ser mencionado e chamado de irmão
sugere que era conhecido em Corinto, portanto é provável que seja o mesmo homem do qual
falamos nos parágrafos precedentes, só que agora convertido. Talvez tenha sido ele o
responsável por levar essa carta à cidade.
Timóteo
Timóteo é mencionado na Bíblia durante a segunda visita de Paulo à Listra, na
Anatólia, como sendo um "discípulo”, "filho de uma judia crente, mas de pai grego". Paulo
então decidiu tomá-lo como seu companheiro de viagem, circuncidando-o antes para garantir
sua aceitação pelos judeus convertidos. Paulo realizou a operação "com suas próprias mãos".
Timóteo foi então ordenado e seguiu com Paulo em suas viagens através da Frígia, Galácia,
Mísia, Tróas, Filipos, Véria e Corinto.
Sua mãe, Eunice, e sua avó, Loide, são também citadas como eminentes por sua
piedade e fé, o que indica que elas devem ter sido cristãs também. Timóteo foi elogiado por
Paulo por seu conhecimento das Escrituras, a quem ele parece ter sido apresentado ainda na
infância. Pouco se sabe sobre seu pai, exceto que ele era grego.
De acordo com uma tradição posterior, Paulo consagrou Timóteo como bispo de Éfeso
no ano 65 d.C., onde ele teria servido por 15 anos. No ano 80 d.C. (ou 97 d.C., segundo outras
9
fontes), Timóteo tentou impedir uma procissão pagã e, em resposta, os furiosos pagãos o
atacaram, arrastaram-no pelas ruas e o apedrejaram.
6. Teologia de 1 aos Coríntios
Quando abordamos a razão por detrás da escrita dessa primeira epístola aos Corintios,
já tocamos de forma suficiente sobre os temas principais. Contudo, olhando para esses temas,
de forma mais particular, podemos alistar o que dizemos mais abaixo: De maneira geral,
pode-se asseverar que a primeira epístola aos Coríntios não é essencialmente uma epístola
doutrinária, à semelhança de Romanos e Gálatas, ainda que sejam discutidas certas questões
doutrinárias importantes, sobretudo aquilo que diz respeito à prática do governo da igreja.
Seus temas, entretanto, são essencialmente éticos e práticos; e por causa dos muitos
problemas acerca dos quais o apóstolo escreveu, no intuito de corrigi-los, encontramos a mais
completa declaração ética da fé cristã, em todo o N.T. Em contraste com a epístola aos
Romanos, por exemplo, nessa primeira epístola aos Corintios não aborda as relações entre o
cristianismo e o judaísmo, sobre como esses dois sistemas religiosos podem ser harmonizados
entre si, mas antes, lemos como a igreja cristã pode entrar em um ambiente pagão,
prosperando e permanecendo pura.
Ora, isso é particularmente importante para a nossa época, porquanto não existe
nenhum problema mais agudo no cristianismo atual do que esse. A maioria dos problemas que
os crentes de Corinto tiveram de enfrentar são os mesmos comuns à experiência cristã hoje
em dia, não havendo razão alguma para supormos que as soluções propostas pelo apóstolo
Paulo não sejam igualmente válidas para os nossos próprios dias, tais como o foram para os
endereçados originais dessa epístola canônica.
1. O evangelho no teor da primeira epístola aos Corintios:
Nessa epístola não há qualquer tentativa para apresentar qualquer exposição
sistemática do evangelho cristão, em sua natureza e conteúdo, a menos que a primeira porção
do décimo quinto capítulo seja considerada como tal; antes, por toda a parte há elementos do
evangelho cristão, os quais, considerados em seu conjunto, nos fornecem uma informação
suficiente sobre o assunto. Podem-se alinhar as seguintes razões para isso:
a. Cristo é o centro da mensagem da epístola, do princípio ao fim (ver I Cor. 1:3).
b. Cristo é o alvo final da criação (I Cor. 8:6).
c. Cristo é o alvo supremo da vida (I Cor. 15:28).
d. Cristo é o verdadeiro Deus (I Cor. 8:4-6).
e. Cristo é o poder que sustenta a natureza (I Cor. 3:6).

10
f. Cristo é quem ordena providencialmente os acontecimentos entre os homens. (I Cor.
4:9; 7:7 e 12:6).
g. Os homens jamais conheceram a Deus por sua própria sabedoria, mas podem vir a
conhecê-lo por meio de Cristo, a própria Sabedoria de Deus (I Cor. 1:21).
h. Ë Deus que se achega aos homens, em busca deles, e não ao contrário (I Cor. 1:27).
i. Aqueles que se achegam a Deus, recebem a revelação de seus mistérios, por
intermédio do Espirito Santo. (I Cor. 2:10 e 4:1).
j. A vida eterna, por meio da ressurreição, nos é dada por meio de Cristo (ver I Cor.
15).
1. Cristo é o Juiz supremo, e espera a observância dos seus mandamentos. (I Cor. 4:5;
5:13 e 7:19).
m. Vários aspectos da redenção nos são oferecidos: Cristo é a rocha, o sustentador, o
supridor das necessidades espirituais
(I Cor. 8:6 e 10:4); os poderes das trevas têm sido derrotados por meio de sua morte e
ressurreição (I Cor. 2:6); a morte de Cristo significa a nossa redenção da servidão (I Cor. 6:20
e 7:23); os crentes fazem parte do corpomístico de Cristo (I Cor. 6:15 e 12:12). A ressurreição
(o que provavelmente inclui as idéias da ascensão e da glorificação de Cristo, o que é comum
nas páginas do N. T.) garante a verdadeira vida eterna para os crentes, e o décimo quinto
capítulo desta epístola é a mais completa declaração que possuímos sobre esse tema.
2. Os dons do Espirito Santo no teor da primeira epístola aos Corintios
A conduta ideal na igreja cristã, no que diz respeito a essas manifestações espirituais,
também é abordada. Dentre todos os temas que há neste livro de Paulo, esse e aquele cujo
tratamento recebe maior espaço. (Ver I Cor. 11 - 14). Vemos que os dons espirituais: a.
Podem ser abusados; b. podem ser usados erroneamente; c. podem ser falsificados; e d.
podem ser exercidos até mesmo por crentes carnais. Geralmente se supõe que os dons
espirituais assinalam uma elevada espiritualidade; no entanto, os maiores perturbadores de
todos, na igreja de Corinto, foram aqueles que se deixaram arrebatar pelo orgulho de sua
suposta autoridade e desenvolvimento espirituais, pois esses, devido ao seu orgulho,
produziram confusão naquela igreja.
3. A reprimenda contra o abuso dos dons espirituais inspirou o apóstolo a compor
o magnificente décimo terceiro capítulo desta epístola, cujo grande terna é o amor cristão, o
qual deve governas todas as atividades dos crentes, dentro e fora da igreja local. Nenhum
outro documento sagrado sobre o amor cristão tem sido tão universalmente considerado e nem
tem sido reputado tão majestático como o décimo terceiro capítulo desta epístola. E ainda que
11
se porventura Paulo houvesse escrito uma epístola deficiente e plena de erros, a preservação
de tal epístola já estaria assegurada somente por esse décimo terceiro capítulo. E interessante
que embora a expressão fruto do Espírito não seja empregada nesta primeira epístola aos
Corintios, contudo, quase cada capítulo da mesma tem algo a ver com o poder dominante do
amor cristão, em conexão com diversos aspectos da vida do crente, a qual, na realidade, é a
vida no Espírito. A igreja de Corinto sofreu com facções porque lhe faltava o amor cristão.
(Ver I Cor. 3:3). Somente o amor é capaz de edificar, e não de derrubar, conforme estava
sucedendo naquela igreja local. (Ver I Cor. 8:1). O amor é superior a todos os dons espirituais
de que os homens se possam ufanar, sem o que o próprio uso dos dons é vazio e até mesmo
perigoso. Outrossim, o amor é mais duradouro do que todos esses dons. (Ver I Cor, 13:2,8).
Portanto, tudo deveria ser efetuado com o condimento preciso do amor. (Ver I Cor. 16:14).
4. A conduta sexual no teor da primeira epístola aos Coríntios.
Os habitantes da cidade de Corinto se notabilizavam por suas práticas sexuais
exageradas e pervertidas. Era inevitável que esses vícios fossem levados ao seio da igreja
cristã de Corinto, por parte de alguns que se desviaram de sua profissão cristã inicial, ou que
jamais haviam sido verdadeiramente regenerados, posto que tivessem o nome de cristãos. A
exposição do quinto capitulo dessa primeira epístola aos Coríntios (quanto aos versículos
primeiro a quinto), mostra-nos que Paulo ainda era mais estrito sobre essas questões que os
rabinos judeus ordinários.
Foi em relação à conduta sexual que a questão do matrimônio foi apresentada ao
apóstolo, na carta que lhe enviaram. Paulo, à semelhança do Senhor Jesus, mas
contrariamente às ideias judaicas comuns (ver Mat. 19:12), reconhecia o grande valor do
celibato, dando preferência ao mesmo, acima do casamento, contanto que o indivíduo
envolvido houvesse sido chamado por Deus para esse estado. Portanto, podemos dizer que
Paulo não procurou criar nenhum ministério eclesiástico caracterizado pelo celibato; tal
exigência é antes um desenvolvimento histórico, o qual envolveu vários séculos, não sendo
nenhuma injunção neotestamentária. Todavia, é verdade que as expectativas sobre a parousia
ou segunda vinda de Cristo talvez tivessem algo a ver com o pensamento de Paulo expresso
nessa secção; contudo, não podemos deixar de observar que Paulo expressava os seus
próprios sentimentos sobre a questão, e, ao fazê-lo situou o estado do celibato acima do estado
do matrimônio, como um meio de servir a Deus com uma mente mais desimpedida, livre das
obrigações domésticas.
Entretanto, não peca quem se casa, mesmo que o cônjuge seja incrédulo, ficando
destacado tão-somente o fato de que isso é um jugo desigual que deve ser evitado pelos
12
crentes. Não obstante, aqueles que estiverem casados com incrédulos são legitimamente
casados, e não estão vivendo em pecado. Ver I Cor. 7:14 e II Cor. 6). Pois o cônjuge
incrédulo, sem importar se o mesmo é o marido ou a mulher, é santificado pelo cônjuge
crente. Tal matrimônio de crentes e incrédulos não é ilegítimo, pois, conforme ensinavam os
rabinos, ordinariamente. Isso é tudo quanto o apóstolo Paulo quer dar a entender pela palavra
santifica, nesse caso tal casamento é legal, aos olhos de Deus e da igreja.
5. A conduta social e eclesiástica: as vestes e a conduta femininas.
Essa é outra das questões abordadas nesta primeira epístola aos Corintios. (Ver I Cor.
14:34 e ss.). Paulo recomenda que as mulheres usem seus cabelos compridos. Entretanto,
alguns estudiosos pensam que essa instrução paulina deve ser posta dentro da categoria das
situações culturalmente orientadas. Em outras palavras, Paulo teria recomendado que as
mulheres crentes usassem os cabelos compridos porque, naquela época, usar cabelos curtos
era sinal de prostituição, sendo um uso contrário aos costumes sociais mais nobres da época.
Por semelhante modo, o véu que as mulheres devem usar, quando oram ou profetizam, na
opinião de muitos eruditos, cabe dentro dessa mesma categoria. Porquanto a grande verdade é
que Paulo ordenou ambas as coisas: os cabelos compridos e o uso do véu, para as mulheres
crentes. No entanto, não são muitas as igrejas evangélicas que estão obedecendo a essas
injunções da Palavra de Deus. Nessa mesma passagem Paulo proíbe claramente que as
mulheres crentes falem na igreja. E a maioria dos sabinos judeus teria emitido a mesma
opinião, no tocante às mulheres ensinarem ou falarem nas sinagogas judaicas; e, além disso,
nas culturas helenísticas distantes da Palestina, ensinarem ou falarem as mulheres nas
sinagogas seria demonstração da conduta mais extremamente ímpia. E o apóstolo Paulo deixa
transparecer a mesma aversão; e ele falava por inspiração divina, o que nos mostra que esse é
também o parecer da mente de Deus. No entanto, muitos intérpretes dizem que essa instrução
de Paulo também é culturalmente orientada.
O máximo que podemos dizer aqui é recomendar que cada membro da igreja de Cristo
examine os textos sagrados e os problemas que circundam essas questões da conduta social e
eclesiástica, sobretudo no que diz respeito às mulheres crentes, a fim de chegar às suas
próprias decisões honestas. Na atualidade, é difícil encontras qualquer divisão da igreja cristã
que observe essas questões, em obediência à Palavra de Deus. Há algumas denominações que
insistem sobre a necessidade do uso do véu, mas que negligenciam a questão dos cabelos
compridos das mulheres crentes, além de permitirem que elas usem livremente da palavra em
suas reuniões, havendo casos extremos de pastoras. Mas tudo isso é uma incoerência, em
confronto com o texto sagrado. Finalmente, a grande maioria das igrejas evangélicas, não
13
sabendo como dar solução ao caso, ignora o problema em suas inteirezas, como se o mesmo
não existisse.
A ordem do culto nas igrejas locais, o uso dos dons espirituais, a necessidade de haver
oportunidade para todos, e a ordem necessária quando da celebração da Ceia do Senhor são os
temas do décimo primeiro capitulo desta epístola. A necessidade de não abusar da liberdade
cristã é o assunto dos capítulos sexto a oitavo da mesma.
6. A segunda vinda de Cristo, ou parousia é o último grande tema doutrinário
desta epístola. (Ver I Cor. 15:51.58).
Sobre esse tema, pois, não há explanação mais magnificente do que a que se encontra
nessa secção, que tem servido de texto para inúmeros sermões e discursos escritos através da
história. Ela nos ensina as verdades sublimes da imortalidade e da transformação do crente,
acrescentando que certos remidos passarão para esse estado sem experimentarem a morte
física, ao passo que outros chegarão ao mesmo, a despeito da morte laica. Apesar de que
Paulo se demorou sobre a simples imortalidade da alma (conforme fica amplamente
demonstrado no quinto capítulo da segunda epístola aos Coríntios), a glorificação completa
ocorrerá por meio da ressurreição. quando houver novamente a reunião da personalidade
humana, em seus elementos constitutivos, bem como através da ascensão e da glorificação
juntamente com Cristo, que fica implícita na doutrina da ressurreição.

7. Esboço de Sermão
Sermão em 1 Coríntios 10.5-13
No texto em questão o Apóstolo se ocupa em fazer com que os crentes corintianos
ficassem cientes do que eles podem usar para vencer o pecado. É com base nisso pensaremos
sob o seguinte tema: Armas para vencer o pecado!
A primeira delas é a seguinte:
I – Aprendizado com erros alheios (v. 5-11)
Paulo inicia este capítulo falando de Israel. Ele fala das coisas que o povo de Deus
experimentou, mas depois fala que Deus não se agradou deles. O Senhor foi um pouco mais
além castigando os rebeldes de Israel.

14
Mas a frente Paulo nos revela os motivos desse desagrado de Deus para com o seu
povo. O apóstolo nos mostra ainda que tudo que aconteceu com eles, aconteceu para que
pudéssemos aprender com os erros deles. Devemos aprender com eles o que não fazer.
Eles cobiçaram coisas más para eles, e isso não deve ser repetido por nós. Eles se
prostraram diante de ídolos e fizeram festas de comida e bebida para estes deuses, chegando
ao ponto de se prostituirem. O povo de Deus cometeu imoralidade se juntando em prostituição
a gente que nem conhecia ao Senhor. Tudo isso está ligado ao desejo de se parecer com outras
nações do meio das quais eles foram tirados.
Eles, além de pecarem porque queria ser como as nações em redor, pecaram também
diretamente contra o Senhor numa atitude de desconfiança e desrespeito ao Santo. Eles
puseram Deus à prova e viviam se queixando como se o Eterno não houvesse provido tudo
que era necessário para o sustento deles.
Paulo encerra dizendo que tudo isso aconteceu para que nós aprendêssemos com esses
erros. Nós que estamos na expectativa do fim dos tempos, devemos aprender com esses
exemplos negativos. Devemos entender que o pecado desagrada ao Senhor e merece castigo.
Por isso devemos analisar nossas vidas para ver se algum dos erros que já foram citados aqui
está permeando nosso modo de viver.
II – Vigilância em todo tempo (v. 12)
Paulo adverte qualquer pessoa que está querendo se orgulhar de estar firme, de estar
numa posição segura. Ele fala: Aquele que pensa estar em pé, cuide para que não caia. O
pecado está sempre diante de nós querendo nos vencer e escravizar. E quando estamos nos
achando falando arrogantemente que nós estamos em pé e por isso não há possibilidade de
que caiamos é porque o pecado já tomou conta de nós. Já caímos mesmo que não tenhamos
percebido quando foi essa queda.
III – Ajuda divina (13)
Paulo fala por último sobre esse item, mas com toda certeza é este que ele considera
mais importante. Primeiro ele fala que não nos veio tentação que não fosse comum aos
homens. Tudo que os coríntios poderiam enfrentar já havia sido enfrentado por alguém. Toda
batalha que eles venceriam contra o pecado, já havia sido vencida por alguém.
As tentações nunca vão além do que podemos suportar. Isso porque a fidelidade do
nosso Pai não permite. Ele nunca permitirá que isso aconteça. E é assim porque ele não quer
nos derrubar no meio das tentações, mas sim usá-las para que possamos crescer e nos
fortalecer.

15
O mesmo Deus que nos priva de tentações insuportáveis, também providencia escape
para nós no meio dessa guerra para que possamos suportar e saiamos vitoriosos.
O Senhor está conosco nos ajudando e nos concedendo a sua graça para que saiamos
vitoriosos dessa guerra diária contra o pecado.

16
Conclusão
Concluímos esse estudo com a sensação de que ainda há muito a conhecermos a
respeito desse escrito de Paulo. As informações contidas nessa pesquisa com certeza podem
nos ajudar em qualquer atividade que empreendamos em relação a essa carta.
O contexto histórico, político, cultural e geográfico nos fizeram entender em que
ambiente a carta foi escrita. As circunstancias que levaram Paulo a escrever esse texto, que é
um dos mais importantes da história do cristianismo, tornaram-se conhecidas e isso irá
facilitar a interpretação da carta em seus aspectos obscuros ou claro. O estudo dos
personagens da carta e da teologia que emana dela também serão e grande ajuda para futuros
estudo nesta epístola.
Tendo esses conhecimentos em mãos torna se menos complicado esboçar um sermão
em um dos capítulos dessa carta, torna-se menos difícil até mesmo a aplicação de seu
conteúdo ao nosso dia-a-dia.
Como últimas palavras, temos de afirmar que o Senhor nos ajudou até aqui. Tudo que
foi aprendido tem por base a glória dele e por objetivo o seu louvor. O nosso intento é que ele
use este estudo acadêmico, formal e teológico para transformar realidades cotidianas.

17
Bibliografia

Bíblia Sagrada. Nova Versão Internacional. São Paulo: Sociedade Bíblica


Internacional. 2000.

CARSON, D.A; MOO, Douglas J.; MORRIS, Leon. Introdução ao Novo


Testamento. São Paulo: Vida Nova. 1997.

CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo Testamento Interpretado – Volume IV. São


Paulo: Candeia. 1995.

GARDNER, Paul. Quem é quem na Bíblia Sagrada. São Paulo: Vida. 2005.

WILKINSON, Bruce; BOA, Kenneth. Descobrindo a Bíblia. São Paulo: Candeia.


2000.

18

Você também pode gostar