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20 ANOS

O PAPEL DA ONA
NA CONSTRUÇÃO
DO SISTEMA DE
SAÚDE BRASILEIRO
O PANORAMA
BRASILEIRO E A
FUNDAÇÃO DA ONA
No início dos anos 90, o Brasil pas- ticas nacionais de saúde, em especial os
sava por uma série de transformações serviços de saúde”, explica Fábio Leite
e mudanças políticas que seriam deter- Gastal, vice-presidente da ONA.
minantes para o futuro da nação. Entre
as novidades, houve a nova Constitui- Enquanto isso, o resto do mundo pas-
ção da República, promulgada em 1988, sava pelo amadurecimento de propos-
que passou a garantir a saúde como um tas relacionadas à segurança do pacien-
direito de todos e também um dever do te e pelo surgimento de metodologias
Estado. de padronização das atividades hospi-
talares com a criação, em 1951, da Joint
Para garantir o cumprimento desse Commission on Accreditation of Hospi-
direito (“acesso universal e igualitário às tals (JCAH) e da International Society for
ações e serviços para a promoção, pro- Quality in Health Care (ISQua), em 1985.
teção e recuperação da saúde”) foi es-
truturado o chamado Sistema Único de No Brasil, as discussões sobre acre-
Saúde (SUS). ditação e qualidade ocorriam de forma
Ainda como consequência de aconte- isolada, sendo que muitos não enten-
cimentos relacionados à saúde pública diam ainda o conceito de acreditação.
no geral, foi criada em 1999 a Agência Isso começa a mudar em 1990, quando
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvi- a Organização Mundial da Saúde (OMS)
sa). firmou um acordo com a Organização
Pan-Americana de Saúde (OPAS) para a
“A história da Organização Nacional elaboração de um Manual de Padrões de
de Acreditação (ONA) está vinculada às Acreditação para América Latina e Cari-
iniciativas do SUS nos anos 1990. A ONA be. O compêndio foi resultado de uma
e Anvisa são entidades contemporâne- parceria entre o médico brasileiro Hum-
as, diretamente conectadas com a cons- berto Novais e o argentino José Maria
trução do que hoje é o SUS e com as polí- Paganini, então dirigentes da OPAS.

O papel da ONA na construção do sistema de saúde brasileiro \ 2


O documento final foi apresentado em do em 17 hospitais espalhados por todas
1992, para mais de 120 representantes, de as regiões do país.
22 países da região. No Brasil, o material
foi distribuído às instituições associadas Foi ainda na fase de testes que o Minis-
à Federação Brasileira de Hospitais (FBH). tério da Saúde entendeu que, para além
da elaboração do manual, seria necessá-
Péricles Góes da Cruz, que na época rio desenvolver um Sistema Brasileiro de
coordenava o Programa de Garantia e Acreditação (SBA), que precisaria ser gerido
Aprimoramento de Qualidade em Saúde por uma instituição criada para esse fim.
do Ministério da Saúde e atualmente é o Nascia, assim, a Organização Nacional de
superintendente técnico da ONA, ressalta Acreditação (ONA), em 1° de junho de 1999.
a baixa adesão ao manual. “Nessa época,
ainda não se percebia muito foco e preo- A fundação da ONA foi oficializada em
cupação com implantação de processos 2001, por meio de uma portaria do Minis-
de melhorias da qualidade dentro dos tério da Saúde que reconheceu as atribui-
hospitais”, relembra. ções da organização.

Apesar de a iniciativa da OPAS e da OMS Como estrutura de base da ONA, fo-


não ter prosperado nacionalmente, foi o ram definidos alguns pontos que per-
suficiente para que quatro grupos, em di- manecem até hoje, como o Conselho de
ferentes regiões do país, passassem a ter a Administração. “A ideia básica era de que
acreditação como objeto de estudo prin- a organização não recebesse direciona-
cipal. Cada equipe atuava regionalmente, mento de entidades específicas. Então,
nos estados de Rio Grande do Sul, Paraná, foi criado um Conselho de Administração
São Paulo e Rio de Janeiro, estudando o plural, com representantes de entidades
assunto e propondo o aprimoramento de compradoras de serviços de saúde, pres-
práticas hospitalares de forma orientada, tadoras de serviços de saúde e governa-
de acordo com a realidade local. mentais”, relembra Péricles Góes da Cruz.

Tendo ciência dos grupos atuando Fizeram parte da fundação da ONA as


de forma isolada, o ministro da saúde, seguintes entidades:
Carlos Albuquerque, convidou o médi-
co Humberto Novais para atuar como • Associação Brasileira de Hospitais Uni-
consultor em um projeto que resultaria versitários (Abrahue)
na criação de um manual de acredita- • Confederação Nacional de Saúde (CNS)
ção brasileiro único, com o intuito de • Federação Brasileira de Hospitais (FBH)
padronizar as iniciativas regionais em • Associação Brasileira de Medicina de
um projeto nacional. Grupo (Abramge)
• Associação Brasileira de Autogestão em
Assim, baseado no manual original da Saúde
OPAS, nas metodologias internacionais • Federação Nacional de Seguros Privados
existentes, nos trabalhos e na experiên- e Capitalização
cia dos grupos regionais, surgiu o Manu- • Conselho Nacional de Secretários Esta-
al Brasileiro de Acreditação de Hospitais, duais de Saúde (Conass)
publicado em 1998, e inicialmente testa- • Confederação das Unimed
A ELABORAÇÃO
DO SISTEMA
BRASILEIRO DE
ACREDITAÇÃO
(SBA)
Para elaborar o Manual de Padrões de Para responder às diferentes neces-
Acreditação para América Latina e Ca- sidades regionais, durante a elaboração
ribe, a Organização Pan-Americana de de seu manual, a OPAS contratou o Insti-
Saúde (OPAS) realizou um levantamen- tuto Técnico para a Acreditação de Esta-
to em mais de 15.000 hospitais em toda belecimentos de Saúde (Iates), cuja sede
a América Latina, identificando perfis e fica na Argentina, que sugeriu a elabora-
desafios regionais. ção de fases para que o processo de acre-
ditação pudesse ter melhor adesão entre
O resultado da pesquisa foi bastante as diferentes instituições de saúde.
heterogêneo, com impressões tanto so-
bre instituições mais avançadas, quanto O nível 1 seria uma marca de corte para
com a descoberta de locais com falta de atestar se a instituição tinha condições
condições mínimas até para prevenção suficientes para oferecer assistência de
de infecção hospitalar. De acordo com qualidade ao paciente. O intuito era que
o médico e consultor Humberto Nova- os hospitais em nível 1 continuassem a
es, uma “quantidade razoável” desses aprimorar seus processos para alcançar
hospitais “não resistiria a uma mínima a excelência em níveis mais altos.
avaliação para garantir uma qualidade
permanente em todos seus serviços”.

O papel da ONA na construção do sistema de saúde brasileiro \ 4


Outra questão levantada foi a necessida- qualidade foi fundamental para o engaja-
de de adaptar padrões e indicadores de mento do processo. Até então, os manu-
qualidade específicos para os diferentes ais internacionais não traziam classifica-
setores do hospital, mas sem perder a no- ção semelhante.
ção do todo.
Em 1998, na primeira publicação do Ma-
A OPAS definiu, então, que a acreditação nual Brasileiro de Acreditação, a classifi-
se daria pela unidade hospitalar de forma cação por níveis é mantida. Na segunda
integral, ou seja, um serviço não poderia edição, após a aplicação do manual em 17
ser acreditado se obtivesse na avaliação hospitais, foi excluído o nível 4, que esta-
um item de forma isolada com nível 3, va presente no manual da OPAS.
mas com demais ambientes que não pre-
enchiam os requisitos necessários para o Assim, foram instituídas as conhecidas
nível 1, por exemplo. fases:
• Nível acreditado (ONA 1)
Para a realidade brasileira da época, a in- • Nível acreditado pleno (ONA 2)
corporação dessas fases no sistema de • Nível acreditado com excelência (ONA 3)

OS NÍVEIS E SUAS CARACTERÍSTICAS

Para instituições que atendem aos critérios


Tem validade de 2 anos e
ONA1 de segurança do paciente em todas as
recebe visita de manutenção
Acreditado áreas de atividade, incluindo aspectos
a cada 8 meses.
estruturais e assistenciais.

Para instituições que, além de atender aos


ONA 2 critérios de segurança, apresenta gestão Tem validade de 2 anos e
Acreditado integrada, com processos ocorrendo de recebe visita de manutenção
Pleno maneira fluida e plena comunicação entre a cada 8 meses.
as atividades.

O princípio desse nível é a “excelência em


gestão”. Uma Organização ou Programa
da Saúde Acreditado com excelência
ONA 3 Tem validade de 3 anos e
atende aos níveis 1 e 2, além dos requisitos
Acreditado recebe visita de manutenção
específicos de nível 3. A instituição já deve
com Excelência a cada ano.
demonstrar uma cultura organizacional
de melhoria contínua com maturidade
institucional.

Fonte: ONA
AS ORGANIZAÇÕES
DE SAÚDE que
possuem o nível 1 de
acreditação da ONA
estão autorizadas a
utilizar o selo da ONA
em seu site e em suas
comunicações.

SELO DE
ACREDITADO
PLENO
distribuído
aos hospitais
que atingiram
o nível 2 na
acreditação
da ONA.

NO NÍVEL 3, os
hospitais e instituições
de saúde possuem
acreditação com
excelência e podem
usar este selo.
O nível 1 trataria da estrutura em um con- para as organizações, que foram construin-
ceito abrangente que aborda desde espaço do sua gestão por meio dos níveis”, conta
físico até recursos humanos, legislação, con- Jaqueline Gonçalves, que foi gerente de Nor-
formidade regulamentar, entre outros. O mas e Sistemas da ONA entre 1999 e 2014.
nível 2, além de incorporar os itens do nível
anterior, adicionaria a verificação dos pro- Os princípios norteadores de cada um dos
cessos. Por último, o nível 3, além de atender níveis não mudaram ao longo do tempo. O
aos requisitos anteriores, mostraria que a en- nível 1 manteve o foco nos padrões e requisi-
tidade conseguiu resultados diferenciados tos que envolvem segurança; o 2 é dedicado
na assistência. aos processos e à gestão integrada; já a fase 3
atesta a excelência em gestão da instituição.
Ao longo dos anos iniciais de atuação da Porém, com o passar dos anos e o amadure-
ONA, os padrões para o nível 1 preconizados cimento das organizações de saúde, a ONA se
na primeira versão do manual, em 1999, fo- tornou mais rigorosa em relação aos critérios
ram sendo incorporados aos hospitais. “Os que compõem cada um desses níveis. Em
níveis serviram para que as organizações outras palavras, o nível 1 do começo da déca-
incorporassem métodos de gestão interna- da passada nada se assemelha com o que é
mente, métodos de segurança do paciente e requerido pelo mesmo selo atualmente.
assim por diante. Foi um processo educativo

A EVOLUÇÃO
DOS MANUAIS DE
ACREDITAÇÃO
A primeira publicação realizada pela e feedback sobre manuais e processos an-
ONA, o Manual das Organizações Pres- teriores. Além disso, são envolvidos repre-
tadoras de Serviços Hospitalares/ Orga- sentantes de organizações profissionais
nização Nacional de Acreditação – ONA – relacionadas a serviços de saúde, que dia-
Coleção Manual Brasileiro de Acreditação logam com a equipe técnica da ONA para
– Volume 1, foi lançada em 2001. entender expectativas e necessidades.

De uma forma geral, o Manual Brasilei- Também são envolvidas na atualização


ro de Acreditação é revisado a cada 4 anos, do manual as Instituições Acreditadoras
com novas versões publicadas em 2004, (IACs) e seus avaliadores, que ajudam a
2006, 2010, 2014 e 2018. ONA a entender a realidade dos hospitais
já acreditados e dos que ainda vão pas-
Sempre que há o processo de atuali- sar pelo processo. Como se verá adiante,
zação de um manual, a equipe técnica da IACs são as empresas credenciadas junto
ONA realiza visitas em algumas institui- à ONA que a representa junto aos clientes
ções como forma de pesquisa, escuta ativa em todo o Brasil.
Nas etapas finais da elaboração do manu- passam a ser certificados com o Selo de
al, são abertas consultas públicas sobre o Qualificação ONA.
conteúdo proposto.
No ano seguinte, é a vez dos serviços
A partir de 2001, uma série de convênios odontológicos ganharem um manual
firmados com a Agência Nacional de Vi- próprio, fruto de uma parceria da ONA
gilância Sanitária (Anvisa) demandaram com as Instituições Acreditadoras Cre-
que fossem elaborados padrões e manu- denciadas (IACs), a Faculdade de Odonto-
ais não só para hospitais, mas para outros logia da USP e a Associação Brasileira de
tipos de estabelecimentos. Cirurgiões-Dentistas.

Por meio de parcerias com instituições Em 2013, o primeiro reconhecimento in-


como, por exemplo, a Sociedade Brasileira ternacional chega aos manuais da ONA,
de Hematologia e Hemoterapia (SBHH), a por meio da chancela da International
Sociedade Brasileira de Análises Clínicas Society for Quality in Health Care (ISQua)
(SBAC) e a Sociedade Brasileira de Ne- e, no ano seguinte, é lançada a edição do
frologia (SBN), foram lançados manuais manual certificada pelo órgão internacio-
específicos para determinadas áreas e nal. Entre as mudanças, está a incorpora-
atividades relacionadas à saúde, como o ção dos conceitos da Classificação Inter-
Manual de Acreditação das Organizações nacional para Segurança do Paciente da
Prestadoras de Serviço de Hemoterapia, o Organização Mundial de Saúde (OMS).
Manual de Acreditação das Organizações
Prestadoras de Serviços de Laboratórios
Clínicos e o Manual de Acreditação das
Organizações Prestadoras de Serviços de
Nefrologia e Terapia Renal Substitutiva,
todos lançados em 2003.

Em 2006, a ONA já havia lançado diferen-


tes manuais de acordo com segmentos
específicos: serviços de hemoterapia, la-
boratório clínico, nefrologia e terapia re-
nal, hospitalares, radioterapia e serviços
ambulatoriais. Em 2010, esses manuais
citados são consolidados em uma única
publicação.
A ISQUA CERTIFICA
acreditadoras que
No ano de 2011, os serviços adjacentes à seguem padrões
saúde, como esterilização e reprocessa- internacionalmente
reconhecidos.
mento de materiais, serviço de manipula-
ção de drogas antineoplásicas e de dietas
parenterais, lavanderia e serviços de die-
toterapia, ganham publicação específica: A versão mais recente do manual, de
o Manual para Avaliação e Certificação 2018, foi novamente submetida e referen-
dos Serviços para a Saúde. Os serviços dada pela ISQua.
A IMPORTÂNCIA
DAS INSTITUIÇÕES
ACREDITADORAS
CREDENCIADAS
(IACS)
Em seu início, a ONA atuava de um es- de saúde. São elas as responsáveis pelo
critório localizado em Brasília (DF). diagnóstico, pela execução das tarefas,
Para encarar o desafio de levar a cultura por aferir e certificar as instituições con-
da qualidade ao conjunto das instituições forme as diretrizes do SBA e por capacitar
de saúde de um país com o tamanho do os avaliadores que realizam o trabalho em
Brasil, a ONA contou com o trabalho fun- campo.
damental das Instituições Acreditadoras
Credenciadas (IACs). Logo nos anos 2000, a ONA começou a
credenciar as certificadoras. As pioneiras
As IACs foram as responsáveis por ofere- foram:
cer a capilaridade necessária à expansão do • Fundação Carlos Alberto Vanzolini;
sistema e, ao mesmo tempo, promover e • Instituto de Administração Hospitalar e
executar de forma eficiente a metodologia Ciências da Saúde (IAHCS);
do Sistema Brasileiro de Acreditação (SBA). • Instituto de Planejamento e Pesquisa
para Acreditação em Serviços de Saúde
“Uma única organização, em um país (IPASS);
com dimensões continentais como o nos- • Det Norske Veritas Germanischer Lloyds
so, não teria condições de fazer avaliação (DNV/GL);
no grande número de organizações exis- • Instituto Qualisa de Gestão, hoje IQG He-
tentes. Temos no Brasil quase 7 mil hospi- alth Services Accreditation.
tais, 12 mil laboratórios, entre tantas outras
organizações de saúde”, analisa Péricles Essas empresas atuam ao lado da ONA
Góes da Cruz, superintendente técnico da até hoje. Mais tarde, o Instituto Brasileiro
ONA. “Com essa premissa, foi estabeleci- para Excelência em Saúde (IBES) se jun-
da pela ONA a criação de Instituições Acre- tou ao grupo de certificadoras credencia-
ditadoras Credenciadas (IACs)”, completa. das. Somadas, as seis foram responsáveis
pelas 800 acreditações vigentes até o iní-
Desde o começo, as IACs têm funciona- cio de 2019.
do como a representação da ONA no setor

O papel da ONA na construção do sistema de saúde brasileiro \ 9


A ADESÃO DOS HOSPITAIS na web, com conteúdo sobre conceitos de
qualidade, análise e avaliação para a acre-
No começo dos anos 2000, a procura ditação, utilizando os critérios baseados na
dos hospitais e instituições de saúde pelo metodologia ONA.
processo de acreditação ainda era baixa e
incipiente. “Naquela época, os hospitais “A ONA foi uma das primeiras institui-
precisavam de um tempo de maturação e ções de saúde que apostou em educação
preparação para serem acreditados”, anali- a distância apoiada pela web. Usamos in-
sa Péricles Góes da Cruz, superintendente tensivamente a educação a distância para
da ONA. capacitar profissionais de saúde das vigi-
lâncias sanitárias municipais e estaduais e
No início do movimento de acreditação, também para a formação de avaliadores”,
alguns fatores influenciaram os hospi- conta Fábio Gastal, que na época de criação
tais a buscarem mais informações sobre o do ONA Educare atuava como superinten-
tema e, posteriormente, a se submeterem à dente da organização.
avaliação. Um deles foi a preocupação das
entidades com a segurança do paciente e Outra inovação relacionada à tecnologia,
com aprimorar seu sistema de qualidade. O foi o lançamento do sistema ONA Integra-
outro fator motivador foi a busca pelo certi- re, em março de 2013. Desenvolvido exclu-
ficado como forma de evidenciar o diferen- sivamente pela ONA com o objetivo de au-
cial competitivo da instituição. tomatizar todo o processo de acreditação,
Em 2001, a criação da Associação Nacional ele permite uma tramitação mais rápida de
de Hospitais Privados (Anahp) dá mais um documentação, envio e troca de informa-
impulso ao movimento ao exigir a acredita- ções pela internet.
ção dos interessados a se tornar um hospi-
tal associado. O principal trunfo da ferramenta é que ela
permite a integração de todos os envolvi-
É a partir deste período também que a dos na acreditação em um ambiente segu-
Agência Nacional de Saúde Suplementar ro e de fácil navegação. Avaliadores, IACs,
(ANS) passa a incentivar mais políticas de organizações acreditadas e em processo de
qualidade no setor. Em 2011, ela publica a avaliação têm acesso a dados e documen-
Resolução Normativa 277, que institui um tos de cada etapa em andamento, garantin-
programa voluntário de acreditação de do mais agilidade, transparência e seguran-
operadoras de planos de saúde. Para con- ça.
quistar a acreditação junto à ANS, a opera-
dora passa a exigir de seus prestadores in- “O sistema ONA Integrare é o único sistema
formações que comprovem a qualificação especializado em processos de acreditação
do serviço. em todo o mundo. Essa afirmativa se deu
após uma avaliação internacional realizada
INOVAÇÃO EM PROCESSOS pela ISQua. Na ocasião, após a apresenta-
Para ajudar a cumprir o desafio de levar a ção das funcionalidades do ONA Integrare,
cultura da qualidade ao conjunto das ins- os avaliadores elogiaram o sistema e disse-
tituições de saúde do país, a ONA teve que ram que era a primeira vez que tinham se
inovar em sua estrutura. A primeira ino- deparado com um processo de acreditação
vação veio por meio do ONA Educare, um sistematizado”, relata Cássia Manfredini,
programa de educação a distância baseado gerente de Normas e Sistemas da ONA.
O LEGADO DA ONA ciente está bem assistido. A percepção
também se estende aos fornecedores,
Desde o começo, a ONA teve a preo- pois continuar prestando serviço a uma
cupação de adaptar a metodologia de entidade certificada significa preencher
acreditação para a realidade do setor de os requisitos necessários para tal – o que
saúde brasileiro. A proposta sempre foi começa a ser aferido já no nível 1.
incentivar melhorias nas organizações
e estimular o aprimoramento contínuo Na atual gestão da ONA, a meta é atingir
dentro de um processo de aprendizado 1.000 instituições acreditadas até março
rumo ao ONA 3, o nível de excelência em de 2021.
gestão.
Para isso, a organização trabalha para
Ao conquistar a chancela ONA, não im- aprimorar o sistema de tecnologias e
porta o nível, a entidade de saúde sina- dados, com o objetivo de agilizar o pro-
liza ao seu público o compromisso com cesso de avaliação e monitoramento e
padrões reconhecidos de qualidade e adotar uma nova estratégia de comu-
segurança. Nas instituições acreditadas, nicação com o mercado. “Entendemos
os pacientes, por exemplo, podem des- que a ONA deve fortalecer o seu papel
frutar de um ambiente mais seguro. Os de protagonismo na saúde brasileira e
médicos, por sua vez, se sentem mais mundial, colaborando para o desenvol-
confiantes para realizar procedimentos vimento do setor saúde no nosso conti-
em uma organização com processos nente”, analisa Cláudio Allgayer, presi-
certificados e por saberem que o pa- dente da ONA.

LINHA 07.maio.2013
ONA é aceita como membro da
ISQua, International Society for

DO TEMPO
Quality in Health Care, a única
organização internacional que
acredita as acreditadoras

2012 14.setembro.2017
1998
Lançamento do primeiro
Criação do
Manual Brasileiro ONA ultrapassa as 600
certificações válidas
de Acreditação:
Manual Brasileiro de Serviços
Acreditação Hospitalar, Odontológicos e do
criado pelo Ministério Manual Brasileiro
da Saúde por meio do 01.fevereiro.2001 de Acreditação: 15.outubro.2015 11.abril.2018
Programa de Garantia
e Aprimoramento da
Primeiro hospital acreditado 05.julho.2003 Serviços para a
Saúde - Selo de
Manual Brasileiro de ONA é eleita
em Nível 1 - Hospital Antônio Primeiro hospital acreditado Acreditação: Serviços como membro
Qualidade em Saúde Prudente - Fortaleza, Ceará Qualificação para a Saúde - Selo de
em Nível 2 - Hospital Anchieta - do Conselho
Brasília, Distrito Federal Qualificação conquista Internacional
certificação ISQua
01.junho.1999 de Acreditação
da ISQua
Data da constituição
jurídica da ONA

2001
Lançamento do Manual 01.julho.2003
de Acreditação Brasileiro 2018
das Organizações
Prestadoras de Serviços
Primeiro hospital
acreditado Nível 3 -
Hospital Márcio Cunha
2010
Nova edição do Manual
Nova edição do
Manual Brasileiro
Hospitalares feito - Ipatinga, Minas Gerais Brasileiro de Acreditação das de Acreditação
pela ONA
Organizações Prestadoras de
Serviços de Saúde tem inclusa
2014
Manual Brasileiro
das Organizações
Prestadoras de
Serviços de Saúde
25.outubro.2001 em seu âmbito de trabalho
2000
Estruturação do Sistema
Aprovação do Manual
Brasileiro de Acreditação
serviços como laboratórios,
hemoterapia, ambulatórios,
de Acreditação
das Organizações
é aprovado também
pela ISQua
Prestadoras de
Brasileiro de Acreditação das Organizações Prestadoras atenção domiciliar, pronto
Serviços de Saúde
(SBA) e credenciamento de Serviços Hospitalares atendimento, atendimento
é acreditado pelo
das primeiras Instituições criado pela ONA odontológico, medicina
ISQua, tendo um
hiperbárica, nefrologia e terapia
Acreditadoras (IACs) padrão internacional 30.abril.2019
17.abril.2001 2009
ONA atinge 126
renal substitutiva, diagnóstico
por imagem e radioterapia
de qualidade ONA atinge a marca
de 800 certificações
Reconhecimento e e medicina nuclear
autorização da ONA acreditações válidas
para operar e desenvolver homologadas 31.outubro.2016
acreditação hospitalar ONA conquista certificação
no Brasil internacional da ISQua
20 ANOS

www.ona.org.br

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