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A Organização Pedagógica Da Educação Profissional Após A LDB
A Organização Pedagógica Da Educação Profissional Após A LDB
12 a 14 de Junho de 2013
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Universidade Estadual de Maringá
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mercado de trabalho. Assim, ao se referir sobre a relação que a escola apresenta com o
modo de produzir o capital, bem como a justificativa da existência da Educação
Profissional para atender a demanda de novas formações para o mercado de trabalho
ainda no século XX, Kuenzer e Grabowski afirmam que
Podemos perceber assim, que sendo a escola fruto das relações sociais, é a partir
da relação entre capital, trabalho e Estado que ela se organiza contribuindo no processo
de consolidação de um determinado modo de produção.
No Brasil, nos anos 90, surge a necessidade de uma reestruturação educacional
para atender a nova forma de organização política que estava se efetivando no país, a
política do Estado Neoliberal, na qual prevalece a lógica do mercado. É neste contexto
que surgem muitas das legislações e orientações destinadas à educação, inclusive a LDB
no 9394 de 1996. Neste sentido Silva destaca que
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É importante ressaltar que o artigo no40 do capítulo III da LDB 9394/96 indica
que “a Educação Profissional será desenvolvida em articulação com o ensino regular ou
por diferentes estratégias de educação continuada, em instituições especializadas ou no
ambiente de trabalho”, dando a entender que a formação geral e a formação específica
devem ocorrer de forma integrada. No entanto, a interpretação em relação a este artigo
tomou outro direcionamento, e com o Decreto 2208/97 esta intenção de integração entre
o Ensino Médio e a Educação Profissional ficaou inviabilizada. Assim, por meio da
efetivação do Decreto 2208/97, assim como seus princípios, subentende-se que há uma
maior ênfase na formação vinculada diretamente para o mercado de trabalho, onde a
formação técnica se sobressai em relação à formação intelectual, integral do homem.
No entanto, por meio de reivindicações, em 2004, tendo no comando do país o
Presidente Luis Inácio Lula da Silva, com o Decreto 5.154, houve a possibilidade da
oferta integrada, em que permite a articulação do ensino médio à Educação Profissional
com matrícula única. Desta forma, o currículo integrado, busca aliar a formação geral à
formação específica. Conforme o artigo 1o do Decreto 5.154/04
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Esta citação nos permite compreender que a Educação de Jovens e Adultos é uma
necessidade nesta sociedade de classes, pois é preciso oferecer educação básica para aquelas
pessoas que não conseguiram completar sua escolaridade na idade prevista, muitas vezes devido
a precisão de trabalhar para ajudar na renda familiar, porque visualizam no retorno à escola a
possibilidade de permanecerem no mercado de trabalho, tendo em vista que as exigências do
mercado é cada vez maior e o mesmo é cada vez mais seletivo e consequentemente excludente.
Desta forma, para essas pessoas “a educação adquire um sentido instrumental, inclusive devido
ao fetiche com que é tratada, ao se conferir a ela um poder sobre-real de possibilitar a
permanência das pessoas no mercado de trabalho”. (RAMOS, 2010. p, 76)
Em 2011 houve a implantação do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e
Emprego (PRONATEC), por meio da Lei 12513, que consiste em uma política de Educação
Profissional Técnica de Nível Médio, na qual o artigo 1o do documento apresenta vários
objetivos, sendo um deles: “expandir, interiorizar e democratizar a oferta de cursos de educação
profissional técnica de nível médio presencial e a distância e de cursos e programas de formação
inicial e continuada ou qualificação profissional”.
Este breve panorama acerca da organização do Ensino Médio e a Educação Profissional
após a LDB 9394/96 nos permite compreender como a Educação Profissional foi se
constituindo em um espaço de intensas disputas, avanços e retrocessos.
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demanda era necessário uma produção em massa, tendo que racionalizar as operações
dos funcionários e acabar com os desperdícios, pois desta forma, seria possível reduzir
os custos da produção e consequentemente o preço da venda do produto.
Assim, a
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Desta forma, era necessário que ocorresse toda uma reestruturação social para
atender as necessidades do novo modelo de acumulação do capital, na qual apresentava
o individualismo como uma de suas principais características. Sendo assim, da mesma
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forma que o Estado precisou alterar sua forma de atuação, a escola, subjugada ao
capital, também teve que se adequar a estas novas exigências, alterando-se a função que
até então era atribuída à escola.
É neste contexto de discussão sobre a intrínseca relação existente entre a nova
forma de Estado e a demanda de uma reestruturação educacional para estar de acordo
com os princípios deste novo modelo político, que nos propomos no decorrer deste
estudo, que ainda se apresenta em fase inicial, analisar a legislação em vigência para o
Ensino Médio e a Educação Profissional, buscando desvendar o caráter ideológico
presente nas mesmas, assim como das políticas que embasaram a reforma educacional
nos anos 90 e nos dias atuais, para melhor compreendermos como esta relação trabalho
e capital perpassa a educação, para procurar no âmbito das políticas assegurar uma
formação que proporcione aos sujeitos uma formação capaz de torná-los mais humanos.
REFERÊNCIAS
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Parte do conteúdo foi desenvolvido para o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), intitulado PCN
Trabalho e Consumo: um instrumento de propagação dos princípios neoliberais, do Curso de Pedagogia
da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste/Cascavel), orientado pela Professora Mestre
Rosane Toebe Zen, em 2011.
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