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Licenciando em História pelo Centro de Ensino Superior do Seridó da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte e Bolsista de Iniciação à Docência – PIBID-CAPES –, coordenado pela professora Dra.
Jailma Maria de Lima.
XVI Encontro Estadual de História – Poder, memória e resistência: 50 anos do golpe de 1964.
Campina Grande. 25 a 29 de agosto de 2014. p. 428-436.
ISSN: 2359-2796 Anais Eletrônicos do XVI Encontro Estadual de História - ANPUH –PB
XVI Encontro Estadual de História – Poder, memória e resistência: 50 anos do golpe de 1964.
Campina Grande. 25 a 29 de agosto de 2014. p. 428-436.
ISSN: 2359-2796 Anais Eletrônicos do XVI Encontro Estadual de História - ANPUH –PB
XVI Encontro Estadual de História – Poder, memória e resistência: 50 anos do golpe de 1964.
Campina Grande. 25 a 29 de agosto de 2014. p. 428-436.
ISSN: 2359-2796 Anais Eletrônicos do XVI Encontro Estadual de História - ANPUH –PB
Todavia, por dentro das ideias desse projeto experimental, existe um espião
alemão em busca de colher informações para Hitler e que “logo em seguida mata o
professor e a fórmula morre com ele, deixando o Capitão América só na tarefa de
‘‘sentinela das fronteiras” (CHAGAS, 2008, p. 140). Ao longo de suas histórias
radiantes e peripécias representadas através dos quadrinhos da Marvel Comics, notamos
que todos os inimigos dos Estados Unidos mantêm espectros deformados e horrorosos.
Sendo o maior exemplo dessas características o inimigo número 1 do Capitão
América, o Caveira Vermelha, defensor dos ideais nazistas. O arqui-inimigo do
patriótico super-herói norte-americano, o Caveira Vermelha, aparece nas HQs do
Capitão América como um forte e poderoso militar construído por Hitler.
O mais interessante é perceber que em todas as revistas da Captain America N.
1, que é a primeira edição das HQs do Capitão América, aparece como essência de suas
representações a imagem de Adolf Hitler sendo nocauteado pelo cerimonioso super-
herói patriótico norte-americano. Logo, quando o Capitão América finalmente derrota
seus inimigos, ele retorna para a Inglaterra juntamente com seu ajudante para deixar
seus parceiros, que haviam sido capturados pelos malfeitores nazistas. Adiante, seguem
XVI Encontro Estadual de História – Poder, memória e resistência: 50 anos do golpe de 1964.
Campina Grande. 25 a 29 de agosto de 2014. p. 428-436.
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(ambos) para os Estados Unidos e, quando chegam, “são condecorados e elegidos heróis
nacionais pelo presidente do país”. (MELO, 2008, p.128).
A construção do Capitão América possibilitou, portanto, ressurgir nos cidadãos
norte-americanos a autoestima de uma nação soberana, capaz de lutar e vencer dentro de
seus limites os regimes ameaçadores da democracia liberal, que até então estava em
crise. Sendo o Capitão América um exemplo para os militares e seu país, ele faz
renascer nos jovens o prazer e a autoestima, motivando-os a querer fazer parte do
exército glorioso de seu país.
Ao passo que conheciam as histórias perturbadoras desse poderoso super-herói,
os soldados conseguiam se identificar de tal modo que todo e qualquer soldado 432
franzino, com desejo de se destacar dentro do exército norte-americano, poderia tornar
esse sonho real. Para tanto, bastava persistir e lutar por seu país, assim como fazia o
vitorioso e patriótico Capitão América, derrotando o inimigo que o atacava,
conseguindo, desse modo, ressurgir e “salvar” o orgulho patriótico dos cidadãos dos
Estados Unidos da América.
XVI Encontro Estadual de História – Poder, memória e resistência: 50 anos do golpe de 1964.
Campina Grande. 25 a 29 de agosto de 2014. p. 428-436.
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produção histórica, a criticidade nos alunos, ao passo que provocam no sujeito o prazer
ao ler suas fabulosas histórias.
A utilização da capa (Figura 01) que narra a primeira aparição do Capitão 433
América em março de 1941, representando Hitler sendo nocauteado sem chances de
reação, pelo super-herói norte-americano dentro de um escritório na própria Alemanha,
possibilita ao professor de História uma série de discussões em torno dessa emblemática
fonte.
Embora haja diversas outras páginas em HQs representando a superioridade dos
Estados Unidos frente aos regimes nazista e fascista que se legitimavam pela Europa,
destacamos a Captain America Comics N.1, como uma das inúmeras possibilidades para
se discutir o início da década de 1940, quando a figura do Capitão América entrou em
ação durante a Segunda Guerra Mundial combatendo o inimigo.
A análise da imagem abaixo, além de representar a vitória dos Estados Unidos
sobre a Alemanha, demonstra os soldados do exército Alemão atirando impiedosamente
em direção ao super-herói norte-americano na tentativa de atingi-lo e derrotá-lo. No
entanto, são tiros jorrados ao vento, pois, de forma ágil e flexível, o Capitão América
consegue por meio de seu escudo, privar seu corpo do ataque inimigo e derrotá-los
facilmente.
Ao lado direito, na parte inferior da imagem (FIG. 01), também é possível
observar a seguinte frase: “Smashing thru Captain America came face to face with
Hitler”, que significa o “rosto a rosto” entre Capitão América e Hitler. As conclusões
ficam a cargo do leitor, que logo entende a inferioridade alemã frente à superioridade
norte-americana.
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Apenas com essa interface, que por sinal encontra-se cheia de informações,
percebemos que se torna possível e viável gerar uma série de discussões acerca da
construção do Capitão América em 1941. Para tanto, os gibis fornecem ao professor de
História um leque de possibilidades um tanto quanto motivadoras para se trabalhar em
sala de aula, pois, ao nos depararmos com uma figura tão magnífica e suntuosa como é
o Capitão América nas aulas de História, podemos imaginar o quanto os alunos poderão
admirá-lo, porém com olhares mais críticos.
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ISSN: 2359-2796 Anais Eletrônicos do XVI Encontro Estadual de História - ANPUH –PB
REFERÊNCIAS
XVI Encontro Estadual de História – Poder, memória e resistência: 50 anos do golpe de 1964.
Campina Grande. 25 a 29 de agosto de 2014. p. 428-436.
ISSN: 2359-2796 Anais Eletrônicos do XVI Encontro Estadual de História - ANPUH –PB
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Paulo: Companhia das Letras, 1995. p. 90-112. 436
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Companhia das Letras, 2000. 632p.
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Campina Grande. 25 a 29 de agosto de 2014. p. 428-436.