Você está na página 1de 62

Centro Preparatório para Concursos

#CPCPREPARAECUIDA
Início:
25/06
(NOITE)

CTSP - PROMOÇÃO DE SOLDADO A SARGENTO

»»» LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL (MÓDULO I)

Material elaborado pelo professor Roberto Donatto.

(51)98529.5445 cpcconcursos.com.br

(51) 3212.2425 facebook.com/cursocpc/


A melhor preparação para você

SUMÁRIO

LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL (MÓDULO I)

Constituição Federal de 1988 (artigo 42 e artigo 142 ao 144) .............................................................................. 03

Constituição Estadual do Rio Grande do Sul (artigo 46 ao 48) .............................................................................. 06

Lei Complementar Nº 10.990/97 - Estatuto dos Militares Estaduais ..................................................................... 07

Lei Nº 10.991/97 - Organização Básica da Brigada Militar .................................................................................... 35

Lei Nº 10.992/97 - Carreira dos Servidores Militares do Rio Grande do Sul ........................................................... 39

Decreto Nº 43.245/04 – Regulamento Disciplinar da Brigada Militar ................................................................... 43

www.cpcconcursos.com.br
BRIGADA MILITAR - CTSP - Promoção de Soldado a Sargento
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
(Artigo 42 e artigo 142 a 144)

Seção III
DOS MILITARES DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS

Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, instituições organizadas com base na
hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.
§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, além do que vier a ser fixado em lei,
as disposições do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei estadual específica dispor
sobre as matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo as patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos
governadores.
§ 2º Aos pensionistas dos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios aplica-se o que for fixado em
lei específica do respectivo ente estatal.

CAPÍTULO II
DAS FORÇAS ARMADAS

Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições
nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema
do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por
iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.
§ 1º Lei complementar estabelecerá as normas gerais a serem adotadas na organização, no preparo e no emprego
das Forças Armadas.
§ 2º Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares.
§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser
fixadas em lei, as seguintes disposições:
I - as patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas inerentes, são conferidas pelo Presidente da República e
asseguradas em plenitude aos oficiais da ativa, da reserva ou reformados, sendo-lhes privativos os títulos e postos
militares e, juntamente com os demais membros, o uso dos uniformes das Forças Armadas;
II - o militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego público civil permanente, ressalvada a hipótese
prevista no art. 37, inciso XVI, alínea "c", será transferido para a reserva, nos termos da lei;
III - o militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar posse em cargo, emprego ou função pública civil temporária,
não eletiva, ainda que da administração indireta, ressalvada a hipótese prevista no art. 37, inciso XVI, alínea "c",
ficará agregado ao respectivo quadro e somente poderá, enquanto permanecer nessa situação, ser promovido por
antiguidade, contando-se-lhe o tempo de serviço apenas para aquela promoção e transferência para a reserva,
sendo depois de dois anos de afastamento, contínuos ou não, transferido para a reserva, nos termos da lei;
IV - ao militar são proibidas a sindicalização e a greve;
V - o militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado a partidos políticos;

BRIGADA MILITAR - CTSP - Promoção de Soldado a Sargento 3


LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

VI - o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado indigno do oficialato ou com ele incompatível, por
decisão de tribunal militar de caráter permanente, em tempo de paz, ou de tribunal especial, em tempo de guerra;
VII - o oficial condenado na justiça comum ou militar a pena privativa de liberdade superior a dois anos, por
sentença transitada em julgado, será submetido ao julgamento previsto no inciso anterior;
VIII - aplica-se aos militares o disposto no art. 7º, incisos VIII, XII, XVII, XVIII, XIX e XXV, e no art. 37, incisos XI, XIII,
XIV e XV, bem como, na forma da lei e com prevalência da atividade militar, no art. 37, inciso XVI, alínea "c";
IX - (Revogado pela Emenda Constitucional nº 41, de 19.12.2003)
X - a lei disporá sobre o ingresso nas Forças Armadas, os limites de idade, a estabilidade e outras condições de
transferência do militar para a inatividade, os direitos, os deveres, a remuneração, as prerrogativas e outras
situações especiais dos militares, consideradas as peculiaridades de suas atividades, inclusive aquelas cumpridas por
força de compromissos internacionais e de guerra.
Art. 143. O serviço militar é obrigatório nos termos da lei.
§ 1º Às Forças Armadas compete, na forma da lei, atribuir serviço alternativo aos que, em tempo de paz, após
alistados, alegarem imperativo de consciência, entendendo-se como tal o decorrente de crença religiosa e de
convicção filosófica ou política, para se eximirem de atividades de caráter essencialmente militar.
§ 2º As mulheres e os eclesiásticos ficam isentos do serviço militar obrigatório em tempo de paz, sujeitos, porém, a
outros encargos que a lei lhes atribuir.

CAPÍTULO III
DA SEGURANÇA PÚBLICA

Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a
preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:
I - polícia federal;
II - polícia rodoviária federal;
III - polícia ferroviária federal;
IV - polícias civis;
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.
§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado
em carreira, destina-se a:"
I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da
União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha
repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;
II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem
prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de competência;
III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras;
IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União.
§ 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira,
destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais.
§ 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira,
destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das ferrovias federais.

BRIGADA MILITAR - CTSP - Promoção de Soldado a Sargento 4


§ 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a competência da União,

LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares.
§ 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública; aos corpos de bombeiros
militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil.
§ 6º As polícias militares e corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do Exército, subordinam-se,
juntamente com as polícias civis, aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.
§ 7º A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela segurança pública, de
maneira a garantir a eficiência de suas atividades.
§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e
instalações, conforme dispuser a lei.
§ 9º A remuneração dos servidores policiais integrantes dos órgãos relacionados neste artigo será fixada na forma
do § 4º do art. 39.
§ 10. A segurança viária, exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do seu
patrimônio nas vias públicas:
I - compreende a educação, engenharia e fiscalização de trânsito, além de outras atividades previstas em lei, que
assegurem ao cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente; e
II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, aos respectivos órgãos ou entidades
executivos e seus agentes de trânsito, estruturados em Carreira, na forma da lei.

BRIGADA MILITAR - CTSP - Promoção de Soldado a Sargento 5


LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DO RIO GRANDE DO SUL

CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DO RS
(Artigo 46 a 48)

Seção III
Dos Servidores Públicos Militares

Art. 46. Os integrantes da Brigada Militar e do Corpo de Bombeiros Militar são servidores públicos militares do
Estado regidos por estatutos próprios, estabelecidos em lei complementar, observado o seguinte:
I - remuneração especial do trabalho que exceder à jornada de quarenta horas semanais, bem como do trabalho
noturno, e outras vantagens que a lei determinar;
II - acesso a cursos ou concursos que signifiquem ascensão funcional, independentemente de idade e de estado
civil;
III - regime de dedicação exclusiva, nos termos da lei, ressalvado o disposto na Constituição Federal;
IV - estabilidade às praças com cinco anos de efetivo serviço prestado à Corporação.
§ 1.º A transferência voluntária para a inatividade remunerada será concedida aos trinta anos de serviço, se
homem, e aos vinte e cinco, se mulher, com proventos definidos em lei.
§ 2.º Lei Complementar disporá sobre a promoção extraordinária do servidor militar que morrer ou ficar
permanentemente inválido em virtude de lesão sofrida em serviço, bem como, na mesma situação, praticar ato de
bravura.

§ 3.º Os servidores militares integrantes do Corpo de Bombeiros perceberão adicional de insalubridade.


§ 4.º É assegurado o direito de livre associação profissional.
§ 5.º Fica assegurada a isonomia de remuneração entre os integrantes da Brigada Militar, do Corpo de Bombeiros
Militar e da Polícia Civil.
Art. 47. Aplicam-se aos servidores públicos militares do Estado as normas pertinentes da Constituição Federal e
as gerais que a União, no exercício de sua competência, editar, bem como o disposto nos arts. 29, I, II, III, V, IX, X,
XI, XII, e XIII; 32, § 1.º; 33 e §§ 1.º, 2.º, 3.º e 4.º; 35; 36; 37; 38, § 3.º; 40; 41; 42; 43; 44 e 45 da seção anterior.
Art. 48. A lei poderá criar cargos em comissão privativos de servidores militares, correspondentes às funções de
confiança a serem desempenhadas junto ao Governo do Estado e aos Presidentes da Assembléia Legislativa e dos
Tribunais estaduais.
Parágrafo único. Os titulares dos cargos previstos neste artigo manterão a condição de servidor público militar e
estarão sujeitos a regime peculiar decorrente da exonerabilidade “ad nutum”.

BRIGADA MILITAR - CTSP - Promoção de Soldado a Sargento 6


ESTATUTO DOS

LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
MILITARES ESTADUAIS
(LEI COMPLEMENTAR Nº 10.990/97)

Dispõe sobre o Estatuto dos Militares Estaduais e dá outras providências.


Art. 1º Este Estatuto regula a situação, obrigações, deveres, direitos e prerrogativas dos servidores militares do Estado.
Art. 2º A Brigada Militar, instituída para a preservação da ordem pública no Estado e considerada Força Auxiliar, reserva do
Exército Brasileiro é instituição permanente e regular, organizada com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade
suprema do Governador do Estado.
Art. 3º Os integrantes da Brigada Militar do Estado, em razão da destinação constitucional da Corporação e em decorrência
das leis vigentes, constituem uma categoria especial de servidores públicos estaduais, sendo denominados servidores militares.
§ 1º - Os servidores militares encontram-se em uma das seguintes situações:
I - na ativa:
a) os servidores militares de carreira;
b) os servidores militares temporários;
c) os componentes da reserva remunerada, quando convocados; d) os alunos de órgãos de formação de servidor militar da
ativa.
II - na inatividade:
a) na reserva remunerada, quando pertencem à reserva da Corporação e percebem remuneração do Estado, porém sujeitos,
ainda, à prestação de serviço na ativa, mediante convocação;
b) reformados, quando, tendo passado por uma das situações anteriores, estão dispensados, definitivamente, da prestação de
serviço na ativa, mas continuam a perceber remuneração do Estado;
c) na reserva não remunerada, na forma da legislação específica.
§ 2º - Os servidores militares de carreira são os que, no desempenho voluntário e permanente do serviço policial-militar, têm
vitaliciedade assegurada ou presumida.
§ 3º - Em casos especiais, regulados por lei, os servidores militares da reserva remunerada poderão, mediante aceitação
voluntária, ser designados para o serviço ativo, em caráter transitório, por proposta do Comandante-Geral e ato do
Governador do Estado.
Art. 4º O serviço policial-militar consiste no exercício de atividades inerentes à Brigada Militar e compreende todos os
encargos previstos na legislação específica e peculiar.
Art. 5º A carreira policial-militar é caracterizada por atividade contínua e inteiramente devotada às finalidades da Brigada
Militar, denominada atividade policial-militar.
Parágrafo único. A carreira policial-militar é privativa do pessoal da ativa, iniciando-se com o ingresso na Brigada Militar e
obedecendo à sequência de graus hierárquicos.
Art. 6º São equivalentes as expressões "na ativa", "da ativa", "em serviço ativo", "em serviço na ativa", "em serviço", "em
atividade" ou "em atividade policial-militar" referidas aos servidores militares no desempenho de cargo, comissão, encargo,
incumbência ou missão, serviço ou atividade policial-militar ou considerada de natureza policial-militar, nas organizações
policiais-militares, bem como, quando previsto em lei ou regulamento, em outros órgãos do Estado.
Art. 7º A condição jurídica dos servidores militares é definida pelos dispositivos constitucionais que lhes forem aplicáveis, por
este Estatuto e pelas leis e regulamentos que lhes outorgam direitos e prerrogativas e lhes impõem deveres e obrigações.
Art. 8º O disposto neste Estatuto aplica-se, no que couber, aos servidores-militares da reserva remunerada e reformados.

BRIGADA MILITAR - CTSP - Promoção de Soldado a Sargento 7


LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL ESTATUTO DOS SERVIDORES MILITARES

Parágrafo único. Os Oficiais nomeados Juízes do Tribunal Militar do Estado são regidos por legislação própria.

DO PROVIMENTO

Art. 9º O ingresso na Brigada Militar é facultado a todos os brasileiros, sem distinção de raça, sexo ou de crença religiosa,
mediante concurso público, observadas as condições prescritas em lei.
Art. 10 São requisitos para o ingresso na Brigada Militar:
I - ser brasileiro;
II - possuir ilibada conduta pública e privada;
III - estar quite com as obrigações eleitorais e militares;
IV - não ter sofrido condenação criminal com pena privativa de liberdade ou qualquer condenação incompatível com a função
policial militar;
V - não estar respondendo processo criminal;
VI - não ter sido isentado do serviço militar por incapacidade física definitiva; e
VII - obter aprovação nos exames médico, físico, psicológico e intelectual, exigidos para inclusão, nomeação ou matrícula.
§ 1° - As condições específicas, conforme o quadro ou qualificação, serão as previstas no regulamento de ingresso.
§ 2º - O exame psicológico previsto no inciso VII aplica-se exclusivamente quando do ingresso na Brigada Militar.
Art. 11 Para o cômputo do tempo correspondente ao período probatório será considerado o tempo de serviço do servidor
militar como aluno-oficial.
Parágrafo único. Executam-se do disposto no "caput" os atuais 1º e 2º Tenentes PM e os atuais Aspirantes-a-Oficial.

DA HIERARQUIA E DA DISCIPLINA

Art. 12 A hierarquia e a disciplina militares são a base institucional da Brigada Militar, sendo que a autoridade e a
responsabilidade crescem com o grau hierárquico.
§ 1º - A hierarquia militar é a ordenação da autoridade em níveis diferentes, dentro da estrutura da corporação, sendo que a
ordenação se faz por postos ou graduações e, dentro de um mesmo posto ou de uma mesma graduação, se faz pela
antiguidade no posto ou na graduação, consubstanciada no espírito de acatamento à sequência de autoridade.
§ 2º - A disciplina militar é a rigorosa observância e o acatamento integral das leis, regulamentos, normas e disposições que
fundamentam o organismo policial-militar e coordenam o seu funcionamento regular e harmônico, traduzindo-se pelo
cumprimento do dever por parte de todos e de cada um dos seus componentes.
§ 3º - A disciplina militar e o respeito à hierarquia devem ser mantidos entre servidores militares da ativa, da reserva
remunerada e reformados.
Art. 13 Círculos hierárquicos são âmbitos de convivência entre os servidores militares da mesma categoria e tem a finalidade
de desenvolver o espírito de camaradagem em ambiente de estima e confiança, sem prejuízo do respeito mútuo.
Parágrafo único. Os círculos hierárquicos serão disciplinados, na forma regulamentar, em:
I - Círculos de Oficiais;
II - Círculos de Praças.
Art. 14 Os círculos e a escala hierárquica na Brigada Militar são os constantes do quadro seguinte:

BRIGADA MILITAR - CTSP - Promoção de Soldado a Sargento 8


LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
§ 1º - O Posto é o grau hierárquico do Oficial e a Graduação é o grau hierárquico da Praça, ambos conferidos por atos do
Governador do Estado.
§ 2º - Os graus hierárquicos inicial e final dos Quadros e Classificações são os compreendidos nas carreiras de nível superior e
médio, respectivamente, definidos em lei complementar específica.
§ 3º - Sempre que o servidor militar que fizer uso do posto ou graduação for da reserva remunerada ou reformado, deverá
mencionar essa situação.
§ 4º - Os graus hierárquicos de Subtenente, 3º Sargento e Cabo, em extinção, frequentam, os dois primeiros, o Círculo de
Sargentos, e o último, o Círculo de Soldados.
Art. 15 A precedência entre servidores militares da ativa, do mesmo grau hierárquico, é assegurada pela antiguidade no
posto ou na graduação, salvo nos casos de precedência funcional do Comandante-Geral, do Subcomandante-Geral e do
Chefe do Estado-Maior.
§ 1º - A antiguidade em cada posto ou graduação é contada a partir da data da publicação do ato da respectiva promoção,
nomeação, ou inclusão, salvo quando estiver taxativamente fixada outra data.
§ 2º - No caso de igualdade na data referida no parágrafo anterior, a antiguidade é estabelecida através dos seguintes
critérios:
I - entre servidores militares do mesmo quadro, pela posição nas respectivas escalas numéricas ou registro de que trata o
artigo 17;
II - nos demais casos, pela antiguidade no posto ou na graduação anterior e, se, ainda assim, subsistir a igualdade de
antiguidade, recorrer-se-á, sucessivamente, aos graus hierárquicos anteriores, à data de inclusão e à data de nascimento, para
definir a precedência e, neste último caso, o mais velho será considerado mais antigo;
III - entre os alunos de um mesmo órgão de formação de servidores militares, de acordo com o regulamento do respectivo
órgão, se não estiverem especificamente enquadrados nas disposições dos incisos I e II.
§ 3º - Em igualdade de posto ou graduação, os servidores militares na ativa têm precedência sobre os na inatividade.
§ 4º - Em igualdade de posto ou graduação, a precedência entre os servidores militares na ativa e os na reserva remunerada
que estiverem convocados é definida pelo tempo de efetivo serviço no posto ou na graduação.
§ 5º - Em caso de igualdade de posto, os Oficiais que possuírem o Curso Superior de Polícia Militar terão precedência sobre os
demais.

BRIGADA MILITAR - CTSP - Promoção de Soldado a Sargento 9


LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL ESTATUTO DOS SERVIDORES MILITARES

§ 6º - Excetuados os integrantes do Quadro de Oficiais Especialistas em Saúde - QOES, no exercício de cargo privativo de sua
especialidade, e respeitadas as restrições do presente artigo, os demais Oficiais, quando não possuírem Curso Superior de
Polícia Militar, não poderão exercer Comando, Chefia ou Direção sobre os Oficiais que o possuir.
Art. 16 A precedência entre as Praças especiais e demais Praças é a regulada por legislação federal específica.
Art. 17 A Brigada Militar manterá um registro de todos os dados referentes ao seu pessoal da ativa e da reserva remunerada,
dentro das respectivas escalas numéricas, segundo as instruções baixadas pelo Comandante-Geral da Corporação.

DO CARGO E DA FUNÇÃO POLICIAIS-MILITARES

Art. 18 O cargo policial-militar é aquele que só pode ser exercido por servidor militar em serviço ativo, correspondendo, a
cada cargo policial-militar um conjunto de atribuições, deveres e responsabilidades que se constituem em obrigações do
respectivo titular.
Parágrafo único. As obrigações inerentes ao cargo policial-militar devem ser compatíveis com o correspondente grau
hierárquico e definidas em legislação ou regulamentação específicas, observados os princípios regidos por este Estatuto.
Art. 19 Os cargos policiais-militares serão providos com pessoal que satisfaça aos requisitos de grau hierárquico e de
qualificação exigidos para o seu desempenho.
Parágrafo único. O provimento de cargo policial-militar se faz por ato de nomeação ou de designação da autoridade
competente.
Art. 20 O cargo policial-militar é considerado vago:
I - a partir de sua criação e até que um servidor militar, regularmente nomeado ou designado, dele tome posse;
II - desde o momento em que o servidor militar que o ocupa é exonerado, ou dispensado, ou falece, ou é considerado
extraviado ou desertor, e até que outro servidor militar, regularmente nomeado ou designado, ou que tenha recebido
determinação de autoridade competente, dele tome posse.
Art. 21 A função policial-militar é o exercício das obrigações inerentes ao cargo policial-militar.
Art. 22 Dentro de uma mesma Organização Policial Militar, a sequência de substituições para assumir cargo ou função, bem
como as normas, atribuições e responsabilidades correspondentes, são estabelecidas na legislação específica e peculiar,
respeitadas a precedência e as qualificações exigidas para o cargo ou para o exercício da função.
Art. 23 O servidor militar ocupante de cargo, provido de acordo com o parágrafo único do artigo 19, faz jus às gratificações e
a outros direitos correspondentes, conforme previsto em lei.
§ 1º - O servidor militar designado, por período igual ou superior a 10 (dez) dias, para exercer função de posto ou graduação
superior a sua terá direito ao vencimento e vantagens correspondentes àquele posto ou graduação, a contar do dia em que
houver assumido tal função.
§ 2º - As substituições temporárias, respeitados os princípios da antiguidade e da qualificação para o exercício funcional,
somente poderão ocorrer, respectivamente, entre funções atribuídas a servidores de nível superior ou funções atribuídas a
servidores de nível médio.

DO VALOR POLICIAL-MILITAR

Art. 24 São manifestações essenciais do valor policial-militar:


I - a dedicação ao serviço policial para preservação da segurança da comunidade e das prerrogativas da cidadania, o
permanente zelo ao patrimônio público e às instituições democráticas, mesmo com o risco da própria vida;
II - a fé na elevada missão da Brigada Militar;
III - o espírito de corpo, orgulho do servidor militar pela organização onde serve;
IV - o amor à profissão policial-militar e o entusiasmo com que é exercida; e

BRIGADA MILITAR - CTSP - Promoção de Soldado a Sargento 10


V - o aprimoramento técnico profissional.

LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
DA ÉTICA POLICIAL-MILITAR

Art. 25 O sentimento do dever, a dignidade militar, o brio e o decoro de classe impõem, a cada um dos integrantes da
Brigada Militar, conduta moral e profissional irrepreensíveis, com a observância dos seguintes preceitos de ética do servidor
militar:
I - amar a verdade e a responsabilidade como fundamento da dignidade pessoal;
II - exercer com autoridade, eficiência e probidade as funções que lhe couberem em decorrência do cargo;
III - respeitar a dignidade da pessoa humana;
IV - acatar as autoridades civis;
V - cumprir e fazer cumprir as leis, os regulamentos, as instruções e as ordens das autoridades competentes;
VI - ser justo e imparcial no julgamento dos atos e na apreciação do mérito dos subordinados;
VII - zelar pelo preparo moral, intelectual e físico, próprio e dos subordinados, tendo em vista o cumprimento da missão
comum;
VIII - empregar as suas energias em benefício do serviço;
IX - praticar a camaradagem e desenvolver permanentemente o espírito de cooperação;
X - ser discreto em suas atitudes, maneiras e em sua linguagem escrita e falada;
XI - abster-se de tratar, fora do âmbito apropriado, de matéria sigilosa de que tenha conhecimento em virtude do cargo ou da
função;
XII - cumprir seus deveres de cidadão;
XIII - proceder de maneira ilibada na vida pública e na particular;
XIV - observar as normas da boa educação;
XV - abster-se de fazer uso do posto ou da graduação para obter facilidades pessoais de qualquer natureza ou para
encaminhar negócios particulares ou de terceiros;
XVI - conduzir-se, mesmo fora do serviço ou na inatividade, de modo a que não sejam prejudicados os princípios da disciplina,
do respeito e decoro;
XVII - zelar pelo bom nome da Brigada Militar e de cada um dos seus integrantes, obedecendo aos preceitos da ética do
servidor militar.
Art. 26 Ao servidor militar da ativa é vedado participar de gerência ou administração de empresa privada, de sociedade civil
ou exercer comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário.
§ 1º - Os servidores-militares na reserva remunerada, quando convocados, ficam proibidos de tratar, nas organizações
policiais-militares e nas repartições públicas civis, dos interesses de organizações ou empresas privadas de qualquer natureza.
§ 2º - Os servidores-militares da ativa podem exercer, diretamente, a gestão de seus bens, desde que não infrinjam o disposto
no presente artigo.
Art. 27 O Comandante-Geral da Brigada Militar poderá determinar aos servidores militares da ativa que, no interesse da
salvaguarda da sua dignidade, informem sobre a origem e a natureza dos seus bens, sempre que houver razões que
recomendem tal medida.
Art. 28 O servidor militar, enquanto em efetivo serviço, não poderá estar filiado a partido político.

BRIGADA MILITAR - CTSP - Promoção de Soldado a Sargento 11


LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL ESTATUTO DOS SERVIDORES MILITARES

DOS DEVERES POLICIAIS-MILITARES

Art. 29 Os deveres policiais-militares emanam do conjunto de vínculos que ligam o servidor militar à sua corporação e ao
serviço que a mesma presta à comunidade, e compreendem:
I - a dedicação ao serviço policial-militar e a fidelidade à Pátria e à comunidade, cuja honra, segurança, instituições e
integridade devem ser defendidas, mesmo com o sacrifício da própria vida;
II - o culto aos símbolos nacionais e estaduais;
III - a probidade e a lealdade em todas as circunstâncias;
IV - a disciplina e o respeito à hierarquia;
V - o rigoroso cumprimento das obrigações e das ordens;
VI - a obrigação de tratar o subordinado dignamente e com urbanidade.

DO COMPROMISSO POLICIAL-MILITAR

Art. 30 Todo o cidadão, após ingressar na Brigada Militar, prestará compromisso de honra, no qual afirmará a sua aceitação
consciente das obrigações e dos deveres policiais militares e manifestará a sua firme disposição de bem os cumprir.
Art. 31 O compromisso a que se refere o artigo anterior terá caráter solene e será prestado na presença da tropa, tão logo o
servidor militar tenha adquirido um grau de instrução compatível com o perfeito entendimento dos seus deveres como
integrante da Brigada Militar, conforme os seguintes dizeres: "Ao ingressar na Brigada Militar do Estado, prometo regular a
minha conduta pelos preceitos da moral, cumprir rigorosamente as ordens das autoridades a que estiver subordinado e
dedicar-me inteiramente ao serviço policial-militar, à manutenção da ordem pública e à segurança da comunidade, mesmo
com o risco da própria vida”.
Parágrafo único. Ao ser promovido ao seu primeiro posto, o servidor militar prestará compromisso de Oficial, em solenidade
especialmente programada, de acordo com os seguintes Legislativa dizeres: "Perante a Bandeira do Brasil e pela minha honra,
prometo cumprir os deveres de Oficial da Brigada Militar do Estado e dedicar-me inteiramente ao seu serviço."

DO COMANDO E DA SUBORDINAÇÃO

Art. 32 Comando é a soma de autoridade, deveres e responsabilidades de que o servidor militar é investido legalmente,
quando conduz homens ou dirige uma Organização Policial Militar, sendo vinculado ao grau hierárquico e constituindo
prerrogativa impessoal, em cujo exercício o servidor militar se define e se caracteriza como chefe.
Art. 33 A subordinação decorre, exclusivamente, da estrutura hierárquica da Brigada Militar e não afeta a dignidade pessoal
do servidor militar.
Art. 34 Cabe ao servidor militar a responsabilidade integral pelas decisões que tomar, pelas ordens que emitir e pelos atos
que praticar.

DA VIOLAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES E DOS DEVERES

Art. 35 A violação das obrigações ou dos deveres policiais-militares constituirá crime, contravenção ou transgressão
disciplinar, conforme dispuserem a legislação ou regulamentação específicas.
§ 1º - A violação dos preceitos da ética policial-militar é tanto mais grave quanto mais elevado for o grau hierárquico de quem
a cometer.
§ 2º - A responsabilidade disciplinar é independente das responsabilidades civil e penal.

BRIGADA MILITAR - CTSP - Promoção de Soldado a Sargento 12


§ 3º - Não se caracteriza como violação das obrigações e dos deveres do servidor militar o inadimplemento de obrigações

LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
pecuniárias assumidas na vida privada.
Art. 36 A inobservância dos deveres especificados nas leis e regulamentos, ou a falta de exação no cumprimento dos
mesmos, acarreta, para o servidor militar, responsabilidade funcional, pecuniária, disciplinar e penal, consoante legislação
específica.
Parágrafo único. A apuração da responsabilidade funcional, pecuniária, disciplinar ou penal, poderá concluir pela
incompatibilidade do servidor militar com o cargo ou pela incapacidade para o exercício das funções policiais-militares a ele
inerentes.
Art. 37 O servidor militar cuja atuação no serviço revelar-se incompatível com o cargo ou que demonstrar incapacidade para
o exercício das funções policiais-militares a ele inerentes será do mesmo imediatamente afastado, sem prejuízo dos respectivos
vencimentos e vantagens, salvo após decisão final do processo a que for submetido, desde que venha a ser condenado.
§ 1º - São competentes para determinar o imediato afastamento do cargo ou o impedimento do exercício da função:
I - O Comandante-Geral da Brigada Militar;
II - Os Comandantes, os Chefes e os Diretores, na conformidade da legislação ou regulamentação da Corporação.
§ 2º - O servidor militar afastado do cargo, nas condições mencionadas neste artigo, ficará privado do exercício de qualquer
função policial-militar, até a solução final do processo ou adoção das providências legais que couberem ao caso.
Art. 38 Ao servidor militar são proibidas a sindicalização e a greve.
Art. 39 São vedadas as manifestações coletivas que impliquem no descumprimento do dever ou que atentem contra a
disciplina policial-militar.

DOS CRIMES MILITARES

Art. 40 O Código Penal Militar relaciona e classifica os crimes militares, em tempo de paz e em tempo de guerra, e dispõe
sobre a aplicação aos servidores militares das penas correspondentes aos crimes por eles cometidos.

DO CONSELHO DE JUSTIFICAÇÃO

Art. 41 O Oficial só perderá o posto e a patente por decisão do Tribunal Militar do Estado, se declarado indigno do Oficialato
ou com ele incompatível.
Art. 42 O Oficial acusado de ser incapaz de permanecer como servidor militar será, nos casos em que a lei determinar,
submetido a Conselho de Justificação.
Art. 43 O processo e julgamento pelo Conselho de Justificação serão regidos por lei especial, assegurada ampla defesa ao
acusado.
DO CONSELHO DE DISCIPLINA

Art. 44 A Praça com estabilidade será submetida a Conselho de Disciplina na forma da legislação específica.
Art. 45 O processo e julgamento pelo conselho de Disciplina serão regidos por lei especial, assegurada ampla defesa ao
acusado.

BRIGADA MILITAR - CTSP - Promoção de Soldado a Sargento 13


LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL ESTATUTO DOS SERVIDORES MILITARES

DOS DIREITOS DOS SERVIDORES MILITARES

Art. 46 São direitos dos servidores militares, nos limites estabelecidos na legislação específica:
I - a garantia da patente, em toda a sua plenitude, com as vantagens, prerrogativas e deveres a ela inerentes, quando Oficial;
II - o uso das designações hierárquicas;
III - o desempenho de cargos e funções correspondentes ao posto e de atribuições correspondentes à graduação;
IV - a percepção de vencimentos, proventos e outras vantagem pecuniárias, na forma estabelecida no Código de Vencimentos
e Vantagens da Brigada Militar;
V - o transporte para si e seus dependentes, seus bens pessoais, inclusive mobília, quando movimentado por necessidade do
serviço;
VI - as promoções;
VII - a transferência para a reserva remunerada ou a reforma;
VIII - as férias e as licenças;
IX - a demissão voluntária e, ouvido o Comandante-Geral, o licenciamento voluntário da ativa;
X - o porte de arma, em serviço ativo ou inativo, salvo aqueles em inatividade por alienação mental na forma do artigo 121 e
seus parágrafos ou sentença penal condenatória com trânsito em julgado cuja pena não enseja o benefício de sursis;
XII - a aquisição de uma arma de uso permitido, através da Brigada Militar, mediante indenização, na forma regulamentar;
XIII - a assistência judiciária gratuita, quando processado em razão de atos praticados em objeto de serviço;
XIV - a assistência social e médico-hospitalar;
XV - a saúde, higiene e segurança do trabalho.
Art. 47 O servidor militar que se julgar prejudicado ou ofendido por qualquer ato administrativo ou disciplinar de superior
hierárquico poderá recorrer, interpor pedido de reconsideração, queixa, representação ou anulação de ato administrativo,
segundo legislação disciplinar da Corporação.
§ 1º O direito de recorrer na esfera administrativa prescreverá:
a) em 10 (dez) dias corridos, a contar do recebimento de comunicação oficial, quanto a ato que decorra da composição de
Quadro de Acesso;
b) em 60 (sessenta) dias corridos, nos demais casos.
§ 2º - O pedido de reconsideração, a queixa e a representação não podem ser feitos coletivamente.
§ 3º - A decisão sobre qualquer recurso será dada no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, exceto em matéria disciplinar, cujo
prazo será de 8 (oito) dias.
§ 4º - Aos servidores militares em processo administrativo ou judicial são assegurados o contraditório e a ampla defesa.

DA REMUNERAÇÃO

Art. 48 A remuneração dos servidores militares compreende vencimentos ou proventos, indenizações e outras vantagens e é
devida em bases estabelecidas em lei.
§ 1º - Os servidores militares na ativa percebem remuneração constituída pelas seguintes parcelas:
I - vencimentos, compreendendo soldo e gratificações;
II - indenizações.
§ 2º - A remuneração percebida pelos servidores militares em inatividade denomina-se proventos.
§ 3º - Os servidores militares da ativa e na inatividade perceberão abono familiar de conformidade com a lei geral que rege
essa vantagem.

BRIGADA MILITAR - CTSP - Promoção de Soldado a Sargento 14


§ 4º - O servidor militar que exercer o magistério em curso ou estágio regularmente instituídos pela Brigada Militar, perceberá

LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
gratificação de magistério, por aula proferida, conforme fixado em lei.
§ 5º - O servidor militar, ao ser movimentado por necessidade do serviço, desde que implique alteração de seu domicílio,
perceberá ajuda de custo para atender às despesas de sua instalação, no valor fixado em lei.
§ 6º - O servidor militar fará jus à gratificação pelo exercício, fora do horário do expediente a que estiver sujeito, de encargo
em comissão de concurso público, nos termos da lei.
§ 7º - O servidor militar, quando estiver frequentando curso de aperfeiçoamento, atualização ou de formação com fins de
promoção na carreira e/ou exercício de função especializada, terá sua remuneração inviolada, não podendo esta ser reduzida.
§ 8º - O servidor militar, por necessidade imperiosa de serviço, poderá ser convocado para cumprir serviço extraordinário,
desde que devidamente autorizado pelo Governador.
§ 9º - Consideram-se extraordinárias as horas de trabalho realizadas além das normais e estabelecidas por jornada diária para
o respectivo posto ou graduação da carreira a que pertencer.
§ 10 - Pelo serviço prestado em horário extraordinário, o servidor terá direito à remuneração, facultada a opção em pecúnia ou
folga, nos termos da lei.
§ 11 - O serviço extraordinário será remunerado com acréscimo de 50% (cinquenta por cento) em relação à hora normal de
trabalho.
§ 12 - O Poder Executivo regulamentará o disposto nos parágrafos 8º a 12 no prazo de trinta dias, a contar da promulgação
desta Lei Complementar, em especial as hipóteses de necessidade imperiosa de serviço, a quantidade de horas extraordinárias
e os procedimentos relativos à competência para fiscalização e controle das convocações de que versa esta Lei
Complementar.
Art. 49 Os vencimentos, os proventos e as pensões dos servidores militares e seus beneficiários não serão objeto de arresto,
sequestro ou penhora, exceto nos casos previstos em lei federal.
Art. 50 Os proventos de inatividade serão revistos na mesma proporção e na mesma data em que se modificar a
remuneração dos servidores militares em atividade, sendo também estendidos aos inativos quaisquer benefícios e vantagens
posteriormente concedidos aos servidores militares em atividade, inclusive quando decorrentes da transformação ou
reclassificação do cargo ou função em que se deu a aposentadoria.

ASSISTÊNCIA MÉDICO-HOSPITALAR

Art. 51 O Estado proporcionará, ao servidor militar e a seus dependentes, assistência médico-hospitalar, através do Instituto
de Previdência do Estado do Rio Grande do Sul - IPERGS e, supletivamente, através do Departamento de Saúde da Brigada
Militar, conforme legislações específicas.
§ 1º O Departamento de Saúde da Brigada Militar destina-se a atender o militar estadual e seus dependentes, estando o
atendimento nos hospitais da instituição vinculado à condição de segurado do IPE-SAÚDE.
§ 2º Assegurada a absoluta prioridade de atendimento aos policiais militares e aos seus dependentes, o Departamento de
Saúde da Brigada Militar poderá utilizar sua capacidade hospitalar supletiva para o atendimento dos servidores públicos civis
estaduais, desde que segurados junto ao IPERGS, mediante indenização ao hospital, através de fator moderador.
§ 3º A Brigada Militar poderá, mediante a formalização de convênios, destinar parte de sua capacidade hospitalar supletiva ao
atendimento de usuários de outros planos de saúde.
§ 4º O Comando-Geral da Brigada Militar poderá estabelecer critérios que permitam a limitação do atendimento aos usuários
referidos nos §§ 2º e 3º deste artigo, em observância à prioridade aos militares estaduais e a seus dependentes.
Art. 52 Nas localidades onde não houver organizações de saúde da Brigada Militar, os servidores militares nela sediados
poderão ser atendidos por organizações das Forças Armadas ou civis, mediante acordos previamente estabelecidos entre
estas e o Departamento de Saúde da Corporação.
Art. 53 O servidor militar em serviço ativo faz jus à hospitalização e tratamento custeado pelo Estado, quando acidentado em
serviço ou acometido de doença adquirida em serviço ou dela decorrente.

BRIGADA MILITAR - CTSP - Promoção de Soldado a Sargento 15


LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL ESTATUTO DOS SERVIDORES MILITARES

Art. 54 A assistência médico-hospitalar ao servidor militar da ativa, da reserva remunerada ou reformado, poderá ser
prestada pelas organizações de saúde, dentro das limitações dos recursos orçamentários próprios da Brigada Militar, postos à
disposição do seu Departamento de Saúde.
Art. 55 As normas e condições de atendimento serão estabelecidas em regulamento próprio, através de ato do Poder
Executivo.

DA PROMOÇÃO

Art. 56 O acesso na hierarquia policial-militar é seletivo, gradual e sucessivo e será feito mediante promoções, de
conformidade com o disposto na legislação e regulamentação de promoções de Oficiais e de Praças, de modo a obter-se um
fluxo regular e equilibrado da carreira para os servidores militares a que esses dispositivos se referem.
§ 1º - O planejamento da carreira dos Oficiais e das Praças, observadas as disposições da legislação e regulamentação a que se
refere este artigo, é atribuição do Comando-Geral da Brigada Militar, ouvido o Secretário de Estado responsável pela área da
segurança pública.
§ 2º - A promoção é ato administrativo e tem como finalidade básica a seleção dos servidores militares para o exercício de
funções pertinentes ao grau hierárquico superior.
Art. 57 As promoções serão efetuadas pelos critérios de merecimento e de antiguidade, ou, ainda, extraordinariamente.
§ 1º - Em casos especiais, haverá promoções em ressarcimento de preterição.
§ 2º - A promoção de servidor militar feita em ressarcimento de preterição será efetuada segundo os princípios de antiguidade
ou merecimento, recebendo ele o número que lhe competir na escala hierárquica, como se houvesse sido promovido na
época devida, observado o princípio aplicável à sua promoção.
§ 3º - A promoção de Oficiais será realizada na seguinte proporção:
I - de um Oficial promovido no critério de merecimento, para um no de antiguidade para o posto de Major;
II - de três Oficiais promovidos no critério de merecimento, para um no de antiguidade, para os demais postos, observando-se
a sequencialidade dos critérios.
§ 4º - A cada processo de promoção de Oficiais, no critério de merecimento, procederse-á a escolha do servidor militar
promovido na primeira vaga dentre os três melhores pontuados no Quadro de Acesso respectivo e, para as vagas seguintes,
se houver, os remanescentes da vaga anterior e mais 2 (dois) ocupantes da classificação imediatamente seguinte.
§ 5º - Na avaliação do critério de merecimento não serão consideradas condecorações e medalhas, exceto as relativas a
tempo de serviço.
Art. 58 A Praça que contar com mais de 25 (vinte e cinco) anos de serviço público militar, ao ser transferida, a pedido, para a
reserva remunerada ou ao ser reformada, será promovida ao grau hierárquico superior imediato.
§ 1º O disposto no “caput” deste artigo estende-se à Praça que, com mais de vinte e cinco anos de serviço público militar, for
transferida, “ex offício”, para a reserva remunerada, de acordo com os incisos I, III e V do art. 106 desta Lei Complementar.
§ 2.º O militar estadual da carreira de nível médio que já tenha cumprido as exigências para a inatividade voluntária,
ressalvadas as hipóteses que impliquem a transferência “ex officio” para a reserva remunerada, cuja permanência no
desempenho de suas funções seja julgada conveniente e oportuna para o serviço público militar, e que optar por continuar na
atividade, poderá ter deferido, por ato da Chefia do Poder Executivo, o abono de incentivo à permanência no serviço, no valor
equivalente a 50% (cinquenta por cento) da remuneração prevista no art. 3.º da Lei n.º 14.438, de 13 de janeiro de 2014, do seu
atual posto ou graduação. (Redação dada pela Lei Complementar n.º 15.107/18) (Vide art. 2º da Lei Complementar n.º
15.107/18 que dispõe sobre o cálculo do abono até a data de 31 de outubro de 2018)
§ 3º O abono de que trata o § 2º deste artigo tem natureza precária e transitória, podendo ser revogado um ano após a sua
concessão ou renovação, não será incorporado ao soldo ou aos proventos quando da passagem da Praça para a reserva
remunerada e não servirá de base de cálculo para fins de apuração da contribuição mensal para o Regime Próprio de
Previdência Social do Estado do Rio Grande do Sul - RPPS/RS -, para o Fundo Previdenciário dos Servidores Militares -
FUNDOPREV/MILITAR -, para o Fundo de Assistência à Saúde - FAS/RS - e nem para vantagens, exceto para as gratificações
natalina e de um terço de férias constitucional.

BRIGADA MILITAR - CTSP - Promoção de Soldado a Sargento 16


§ 4.º O abono de que trata o § 2.º deste artigo será deferido por um período máximo de 2 (dois) anos, podendo ser renovado

LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
por iguais períodos, até o limite de idade estabelecido no art. 106, I, desta Lei Complementar, mediante iniciativa do
Comandante imediato e juízo de conveniência e oportunidade da Chefia do Poder Executivo. (Redação dada pela Lei
Complementar n.º 15.107/18)
§ 5º Fica suspenso o pagamento do abono de incentivo à permanência no serviço ativo à Praça no período que exceder a:
I - 30 (trinta) dias, em razão de gozo de licença especial de que trata o art. 70 desta Lei Complementar, a cada período de 12
(doze) meses; e
II - 60 (sessenta) dias, em razão de licença para tratamento de saúde própria ou de licença para tratamento de saúde de
pessoa da família, a cada período de 24 (vinte e quatro) meses.
§ 6º Fica revogada a concessão do abono de incentivo à permanência no serviço ativo à Praça que permanecer em alguma
das condições previstas no § 8º do art. 92 desta Lei Complementar ou que for afastada temporariamente do serviço ativo nos
termos do disposto nas alíneas „m‟ e „n‟ do inciso III do § 1º do art. 92 desta Lei Complementar, exceto se ficar em exercício na
Administração Direta ou Indireta do Poder Executivo Estadual, ou, ainda, a partir da data de concessão de licença:
I - para tratar de interesses particulares;
II - para acompanhar o(a) cônjuge; (Incluída pela Lei Complementar nº 14.385/13)
III - para exercício de mandato classista, de que trata o § 3º do art. 69 desta Lei Complementar;
IV - especial de que trata o § 1º do art. 102 desta Lei Complementar, inclusive para tratamento de saúde aguardando
aposentadoria por invalidez.
§ 7º O abono de incentivo à permanência previsto neste artigo integra o cálculo da remuneração para os fins previstos e
especificados no inciso XI do art. 37 da Constituição Federal.

DAS FÉRIAS E OUTROS AFASTAMENTOS TEMPORÁRIOS DO SERVIÇO

Art. 59 As férias são afastamentos totais do serviço, anual e obrigatoriamente concedidos aos servidores militares, para
descanso.
§ 1º - As férias serão de trinta dias para todos os servidores-militares.
§ 2º - Compete ao Comandante-Geral da Brigada Militar a regulamentação da concessão das férias anuais.
§ 3º - Para o primeiro período aquisitivo de férias será exigido 12 (doze) meses de exercício.
§ 4º - É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao serviço.
§ 5º - É facultado o gozo de férias em 2 (dois) períodos, não inferiores a 10 (dez) dias consecutivos.
§ 6º - A concessão de férias não é prejudicada pelo gozo anterior de licença para tratamento de saúde, por punição anterior
decorrente de transgressão disciplinar, pelo estado de guerra ou para que sejam cumpridos atos de serviço, bem como não
anula o direito àquelas licenças.
§ 7º - Durante as férias, o servidor militar terá direito a todas as vantagens inerentes ao cargo, como se estivessem em
exercício.
Art. 60 Será pago ao servidor militar, por ocasião das férias, independentemente de solicitação, o acréscimo constitucional de
1/3 (um terço) da remuneração do período de férias, pago antecipadamente.
§ 1º - O pagamento da remuneração de férias será efetuado antecipadamente ao servidor militar que o requerer, juntamente
com o acréscimo constitucional de 1/3 (um terço), antes do início do referido período.
§ 2º - Na hipótese de férias parceladas, poderá o servidor militar indicar em qual dos períodos utilizará a faculdade de que
trata este artigo.
Art. 61 Por absoluta necessidade de serviço, as férias poderão ser acumuladas até o máximo de 2 (dois) períodos anuais.
Art. 62 Somente em casos de interesse da segurança pública, de manutenção da ordem, de extrema necessidade do serviço,
ou de transferência para a inatividade, os servidores militares terão interrompido ou deixarão de gozar, na época prevista, o
período de férias a que tiverem direito, registrando-se o fato em seus assentamentos.

BRIGADA MILITAR - CTSP - Promoção de Soldado a Sargento 17


LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL ESTATUTO DOS SERVIDORES MILITARES

Art. 63 Se o servidor militar vier a falecer, quando já implementado o período de um ano, que lhe assegure o direito a férias,
a retribuição relativa ao período, descontadas eventuais parcelas correspondentes à antecipação, será paga aos dependentes
legalmente constituídos.
Art. 64 O servidor exonerado fará jus ao pagamento da remuneração de férias proporcionalmente aos meses de efetivo
exercício, descontadas eventuais parcelas já fruídas.
Parágrafo único. O pagamento de que trata este artigo corresponderá a 1/12 (um doze avos) da remuneração a que fizer jus o
servidor militar, na forma prevista no artigo 61.
Art. 65 O servidor militar que tiver gozado mais de 30 (trinta) dias para tratar de interesses particulares, somente após um
ano de efetivo exercício contado da data da apresentação, fará jus a férias.
Art. 66 Os servidores militares têm direito, também, aos períodos de afastamento total do serviço, observadas as disposições
legais e regulamentares, por motivo de:
I - núpcias;
II - luto;
III - instalação;
IV - trânsito.
Parágrafo único. O afastamento do serviço por motivo de núpcias ou luto, por até 8 (oito) dias consecutivos, será concedido,
no primeiro caso, se solicitado por antecipação à data do evento e, no segundo caso, tão logo a autoridade à qual estiver
subordinado o servidor militar tenha conhecimento do óbito de seu ascendente, descendente, cônjuge, sogros, irmãos,
companheiro ou companheira, padrasto ou madrasta, enteado e menor sob guarda ou tutela.
Art. 67 É assegurado, ainda, o afastamento do servidor militar, sem prejuízo de sua remuneração, durante os dias de provas
finais do ano ou semestre letivo, para os estudantes de ensino superior, 1º e 2º graus, e durante os dias de provas em exames
supletivos e de habilitação a curso superior.
Parágrafo único. O servidor militar, sob pena de ser considerado faltoso ao serviço, deverá comprovar perante seu superior
imediato as datas em que se realizarão as diversas provas e seu comparecimento.
Art. 68 As férias e os outros afastamentos mencionados são concedidos com a remuneração prevista na legislação peculiar e
computados como tempo de efetivo serviço para todos os efeitos legais.

DAS LICENÇAS

Art. 69 Licença é a autorização para afastamento total do serviço, em caráter temporário, concedida ao servidor militar,
observadas as disposições legais e regulamentares.
§ 1º - A licença pode ser:
I - licença de capacitação profissional;
II - para tratar de interesses particulares;
III - para tratamento de saúde própria;
IV - para tratamento de saúde de pessoa da família;
V - à gestante e à adotante;
VI - à paternidade;
VII - para acompanhar o cônjuge.
§ 2º - A remuneração do servidor militar, quando em qualquer das situações de licença constantes do parágrafo anterior, será
regulada em legislação própria.
§ 3º - Compete ao Comandante-Geral da Brigada Militar conceder as licenças previstas no "caput", bem como a licença para
exercício de mandato classista, observadas as necessidades de serviço.

BRIGADA MILITAR - CTSP - Promoção de Soldado a Sargento 18


Art. 70 A lei assegurará ao servidor militar estadual ocupante de cargo de provimento efetivo, no interesse da Administração,

LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
após cada quinquênio de efetivo exercício, a possibilidade de afastamento por meio de licença, para participar de curso de
capacitação profissional, com a respectiva remuneração, sem prejuízo de sua situação funcional, por até 3 (três) meses, não
cumuláveis, conforme disciplina legal, sendo vedada a conversão em pecúnia para aquele servidor que não usufruir desse
direito.
§ 1º Ficam asseguradas ao servidor militar estadual as licenças especiais já adquiridas, bem como a integralização, para todos
os efeitos de averbação e gratificações temporais, com base no regime anterior, do quinquênio em andamento na data da
publicação desta Lei Complementar.
§ 2º O período de licença de capacitação profissional não interrompe a contagem de tempo de efetivo exercício.
§ 3º A licença de capacitação profissional não é prejudicada pelo gozo anterior de qualquer licença para tratamento de saúde
e para que sejam cumpridos atos de serviço, bem como não anula o direito àquelas licenças. (
§ 4º Para os efeitos de concessão de licença de capacitação profissional, não se considerarão como interrupção de serviços ao
Estado os afastamentos previstos nos incisos V e VII do art. 69, as licenças para tratamento de saúde própria, de até 4 (quatro)
meses, e as licenças para tratamento de saúde de pessoas da família, de até 2 (dois) meses.
Art. 71 Ao servidor militar estável poderá ser concedida licença para tratar de interesses particulares, pelo prazo de até 2
(dois) anos consecutivos, sem remuneração e com prejuízo da contagem do tempo de serviço público.
§ 1º - A licença poderá ser negada, quando o afastamento for inconveniente ao interesse do serviço.
§ 2º - O servidor militar deverá aguardar em exercício a concessão da licença, salvo hipótese de imperiosa necessidade,
devidamente comprovada à autoridade a que estiver subordinado, considerando-se como faltas os dias de ausência ao
serviço, caso a licença seja negada.
§ 3º - O servidor militar poderá, a qualquer tempo, reassumir o exercício do cargo.
§ 4º - Não se concederá nova licença, antes de decorridos 2 (dois) anos do término da anterior, contados desde a data em
que tenha reassumido o exercício do cargo.
Art. 72 Será concedida ao servidor militar licença para tratamento de saúde própria, a pedido ou "ex-officio", precedida de
inspeção médica realizada pelo Departamento de Saúde da Brigada Militar, na Capital ou no interior, sem prejuízo da
remuneração a que fizer jus.
§ 1º - Sempre que necessário, a inspeção médica poderá ser realizada na residência do servidor, ou no estabelecimento
hospitalar em que se encontrar internado.
§ 2º - O servidor militar não poderá recusar-se à inspeção médica.
§ 3º - O resultado da inspeção médica será comunicado imediatamente ao servidor militar, logo após a sua realização, salvo
se houver a necessidade de exames complementares, quando então, ficará o servidor militar à disposição do Departamento de
Saúde da Brigada Militar.
Art. 73 Findo o período de licença, o servidor militar deverá reassumir imediatamente o exercício do cargo, sob pena de ser
considerado ausente, salvo prorrogação ou determinação constante em laudo pericial.
Art. 74 O atestado e o laudo da junta médica não se referirão ao nome ou à natureza da doença, devendo, porém, esta ser
especificada através do respectivo código (CID).
Parágrafo único. Para a concessão de licença a servidor militar acometido de moléstia profissional, o laudo médico deverá
estabelecer a sua rigorosa caracterização.
Art. 75 O servidor militar em licença para tratamento de saúde própria deverá absterse do exercício de atividades
incompatíveis com o seu estado, sob pena de imediata suspensão da mesma.
Art. 76 O servidor militar poderá obter licença por motivo de doença do cônjuge, de ascendente, descendente, enteado e
colateral consanguíneo, até o 2º grau, desde que comprove ser indispensável a sua assistência e esta não possa ser prestada,
simultaneamente, com o exercício do cargo.
Parágrafo único. A doença será comprovada através de inspeção de saúde a ser procedida pelo Departamento de Saúde da
Brigada Militar.
Art. 77 A licença de que trata o artigo anterior será concedida:

BRIGADA MILITAR - CTSP - Promoção de Soldado a Sargento 19


LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL ESTATUTO DOS SERVIDORES MILITARES

I - com a remuneração total, até 90 (noventa) dias;


II - com 2/3 (dois terços) da remuneração, no período que exceder a 90 (noventa) e não ultrapassar a 180 (cento e oitenta)
dias;
III - com 1/3 (um terço) da remuneração, no período que exceder a 180 (cento e oitenta) e não ultrapassar a 365 (trezentos e
sessenta e cinco) dias.
Parágrafo único. Para os efeitos deste artigo, as licenças, pela mesma moléstia, com intervalos inferiores a 30 (trinta) dias, serão
consideradas como prorrogação.
Art. 78 À servidora militar é concedido licença maternidade de 180 (cento e oitenta) dias, mediante inspeção médica e sem
prejuízo da remuneração.
§ 1.º No caso de natimorto, decorridos 30 (trinta) dias do evento, a servidora-militar será submetida a inspeção médica e, se
julgada apta, reassumirá o exercício do cargo. (Renumerado pela Lei Complementar n.º 15.165/18)
§ 2.º O prazo previsto no “caput” deste artigo terá contagem iniciada a partir da alta da Unidade de Tratamento Intensivo, em
caso de nascimento prematuro. (Incluído pela Lei Complementar n.º 15.165/18)
Art. 79. Ao término da licença a que se refere o artigo anterior, é assegurado à servidora-militar lactante, durante o período
de 2 (dois) meses, o direito de comparecer ao serviço em um turno, quando seu regime de trabalho obedecer a dois turnos,
ou a três horas consecutivas por dia, quando seu regime de trabalho obedecer a turno único.
Art. 80. À servidora militar adotante será concedida licença a partir da concessão do termo de guarda ou da adoção pelo
prazo de 180 (cento e oitenta) dias, sem prejuízo da remuneração. (Redação dada pela Lei Complementar n.º 15.165/18)
Art. 81. Pelo nascimento ou pela adoção de filho, o servidor militar terá direito à licença-paternidade de 30 (trinta) dias
consecutivos, sem prejuízo da remuneração, inclusive em casos de natimorto. (Redação dada pela Lei Complementar n.º
15.165/18)
Parágrafo único. O prazo previsto no “caput” deste artigo terá contagem iniciada a partir da alta da Unidade de Tratamento
Intensivo, em caso de nascimento prematuro. (Redação dada pela Lei Complementar n.º 15.165/18)
Art. 82 As licenças poderão ser interrompidas a pedido ou nas condições estabelecidas neste artigo.
§ 1º A interrupção da licença capacitação e da licença para tratar de interesses particulares poderá ocorrer:
I - em caso de mobilização e estado de guerra;
II - em caso de decretação de estado de sítio;
III - em caso de emergente necessidade e segurança pública;
IV - para cumprimento de sentença que importe em restrição da liberdade individual;
V - para cumprimento de punição disciplinar, conforme regulamento da Força;
VI - em caso de pronúncia em processo criminal ou indiciação em Inquérito Policial Militar, a juízo da autoridade que efetivou
a pronúncia ou a indiciação.
§ 2º - A interrupção de licença para tratamento de saúde de pessoa da família e para cumprimento de pena disciplinar que
importe em restrição da liberdade individual, será regulada em legislação própria.

DA PENSÃO POLICIAL-MILITAR

Art. 83 A pensão policial-militar destina-se a amparar os beneficiários do servidor militar falecido ou extraviado e será paga
conforme o disposto em lei.
Art. 84 A pensão policial-militar do pessoal do serviço ativo, da reserva ou reformado será a do Instituto de Previdência do
Estado, conforme legislação específica, salvo no caso do artigo seguinte.
Art. 85 O servidor militar morto em campanha ou em ato de serviço, ou em consequência de acidente em serviço, deixará a
seus dependentes pensão correspondente aos vencimentos integrais do grau hierárquico imediatamente superior ao que
possuir na ativa.

BRIGADA MILITAR - CTSP - Promoção de Soldado a Sargento 20


Parágrafo único. O disposto no "caput" sobre o valor da pensão não se aplica ao servidor militar que for promovido

LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
extraordinariamente.

DAS PRERROGATIVAS

Art. 86 As prerrogativas dos servidores militares são constituídas pelas honras, dignidades e distinções devidas aos graus
hierárquicos e cargos.
Parágrafo único. São prerrogativas dos servidores militares:
I - o uso de títulos, uniformes, distintivos, insígnias e emblemas policiais-militares da Brigada Militar, correspondentes ao posto
ou à graduação;
II - as honras, tratamento e sinais de respeito que lhes são assegurados em leis ou regulamentos;
III - as penas de prisão, detenção ou reclusão, fixadas em sentença judicial e os casos de prisão provisória, serão cumpridos em
organização policial-militar, cujo Comandante, Chefe ou Diretor tenha precedência hierárquica sobre a pessoa do preso;
IV - julgamento em foro especial, nos crimes militares;
V - livre ingresso e trânsito, em objeto de serviço, em qualquer recinto público ou privado, respeitada a garantia constitucional
da inviolabilidade do domicílio;
VI - prioridade em qualquer serviço de transporte ou comunicação, público ou privado, no território estadual, quando em
serviço de caráter urgente;
VII - carteira de identidade de acordo com modelo regulamentar, que consigne os direitos e prerrogativas instituídos em lei,
para o exercício funcional;
VIII - não confinamento em cela no caso de punição administrativa.
Art. 87 Somente em caso de flagrante delito o servidor militar poderá ser preso por autoridade policial civil, ficando esta
obrigada a entregá-lo imediatamente à autoridade policial- militar mais próxima, só podendo retê-lo na delegacia ou posto
policial durante o tempo necessário à lavratura do flagrante.
§ 1º - Cabe ao Comandante-Geral da Brigada Militar a iniciativa de responsabilizar a autoridade policial que não cumprir o
disposto neste artigo e que maltratar ou consentir que seja maltratado qualquer preso servidor militar ou não lhe der o
tratamento devido ao seu posto ou a sua graduação.
§ 2º - Se durante o processo em julgamento no foro civil houver perigo de vida para qualquer preso servidor militar, a
autoridade policial-militar da localidade providenciará em entendimentos com a autoridade judiciária, visando à guarda do
Foro ou Tribunal por força policial-militar, se for o caso.

DO USO DOS UNIFORMES DA BRIGADA MILITAR

Art. 88 Os uniformes da Brigada Militar, com seus distintivos, insígnias e emblemas são privativos dos servidores militares e
representam o símbolo da autoridade policial-militar, com as prerrogativas que lhe são inerentes.
Parágrafo único. Constituem crimes previstos na legislação específica o desrespeito aos uniformes, distintivos, insígnias e
emblemas policiais-militares, bem como seu uso por quem a ele não tiver direito.
Art. 89 O uso dos uniformes, com seus distintivos, insígnias e emblemas, bem como os modelos, descrição, peças, acessórios
e outras disposições, são estabelecidos na regulamentação da Brigada Militar.
§ 1º - É proibido ao servidor militar o uso de uniforme:
I - em reuniões, propaganda ou qualquer outra manifestação de caráter políticopartidário;
II - na inatividade, salvo para comparecer a solenidades militares e policiais-militares e, quando autorizado, a cerimônias cívicas
comemorativas das datas nacionais ou a atos sociais solenes de caráter particular;
III - no estrangeiro, quando em atividade não relacionada com a missão de servidor militar, salvo quando expressamente
determinado ou autorizado.
BRIGADA MILITAR - CTSP - Promoção de Soldado a Sargento 21
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL ESTATUTO DOS SERVIDORES MILITARES

§ 2º - Os servidores militares na inatividade, cuja conduta possa ser considerada como ofensiva à dignidade da classe, poderão
ser definitivamente proibidos de usar uniformes, por decisão do Comandante-Geral da Brigada Militar.
Art. 90 O servidor militar fardado tem as obrigações correspondentes ao uniforme que usa e aos distintivos, emblemas e
insígnias que ostenta.
Art. 91 É vedado a qualquer organização ou pessoa civil usar uniformes ou ostentar distintivos, equipamentos, insígnias ou
emblemas iguais aos adotados na Brigada Militar ou que com eles possam ser confundidos.
Parágrafo único. Serão responsabilizados pela infração das disposições deste artigo os diretores ou chefes de sociedades ou
organizações de qualquer natureza, empregadores, empresas e institutos ou departamentos que tenham adotado ou
consentido que sejam usados uniformes ou ostentados distintivos, equipamentos, insígnias ou emblemas que possam ser
confundidos com os adotados na Brigada Militar.

DA AGREGAÇÃO

Art. 92 A agregação é a situação transitória na qual o servidor militar da ativa deixa de ocupar vaga na escala hierárquica de
seu Quadro, nela permanecendo sem número.
§ 1º - O servidor militar será agregado quando:
I - exercer cargo ou função não previstos nos quadros de organização da Brigada Militar, criados em lei para provimento e
desempenho privativos de servidores militares;
II - aguardar transferência "ex-officio" para a reserva remunerada, por ter sido enquadrado em quaisquer dos requisitos que a
motivam;
III - for afastado temporariamente do serviço ativo por motivo de:
a) ter sido julgado incapaz temporariamente, após um ano contínuo de tratamento;
b) ter sido julgado incapaz definitivamente, enquanto tramita o processo de reforma;
c) haver ultrapassado um ano contínuo de licença para tratamento de saúde própria;
d) ter-lhe sido concedida licença para tratar de interesses particulares ou licença para desempenho de mandato em associação
de classe;
e) haver ultrapassado seis meses contínuos de licença para tratamento de saúde de pessoa da família;
f) ter sido considerado oficialmente extraviado;
g) haver sido esgotado o prazo que caracteriza o crime de deserção previsto no Código Penal Militar, se Oficial ou Praça com
estabilidade assegurada;
h) como desertor, ter-se apresentado voluntariamente, ou ter sido capturado e reincluído a fim de se ver processar;
i) se ver processar, após ficar exclusivamente à disposição da justiça comum ou militar;
j) ter-lhe sido concedida a licença especial de que trata o parágrafo 1º do art. 102 desta Lei, enquanto aguarda transferência
para a reserva remunerada;
l) ter sido condenado a pena restritiva de liberdade superior a seis meses, com sentença passada em julgado, enquanto durar
a execução;
m) ter passado à disposição de Secretaria do Governo ou de outro órgão do Estado, da União, dos Estados ou dos Territórios
ou Municípios, para exercer função de natureza civil, salvo se for do interesse da segurança pública; n) ter sido, com prévia
autorização ou mediante ato do Governador do Estado, investido em cargo, função ou emprego público civil temporário,
inclusive da administração indireta; o) ter-se candidatado a cargo eletivo, desde que conte com dez ou mais anos de efetivo
serviço;
p) ser afastado das funções de acordo com o previsto nesta lei ou condenado a pena de suspensão do exercício do posto,
graduação, cargo ou função prevista em lei;
q) haver ultrapassado seis meses contínuos, na situação de convocado para funcionar como Juiz do Tribunal Militar do Estado;

BRIGADA MILITAR - CTSP - Promoção de Soldado a Sargento 22


r) ter-lhe sido concedida licença para acompanhar o cônjuge, na forma do artigo 148 desta Lei.

LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
§ 2º - O servidor militar agregado de conformidade com os incisos I e II do parágrafo 1º continua a ser considerado, para
todos os efeitos, em serviço ativo.
§ 3º - A agregação do servidor militar a que se refere o inciso I e as letras "m" e "n" do inciso III do parágrafo 1º é contada
desde a posse do novo cargo e até o regresso à Corporação ou transferência "ex-officio" para a reserva remunerada.
§ 4º - A agregação do servidor militar a que se refere as letras "a", "c", "d", "e", e "j", do inciso III do parágrafo 1º é contada a
partir do primeiro dia após os respectivos prazos e enquanto durarem o respectivo evento ou situação.
§ 5º - A agregação do servidor militar a que se refere o inciso II e as letras "b", "f", "g", "h", "i", "l", e "p" do inciso III do
parágrafo 1º é contada a partir da data indicada no ato que torna público o respectivo evento.
§ 6º - A agregação do servidor militar a que se refere a letra "o" do inciso III do parágrafo 1º é contada a partir da data do
registro como candidato e até sua diplomação ou seu regresso à corporação, se não houver sido eleito.
§ 7º - Ultrapassados dois anos, contínuos ou não, de agregação, nos termos da letra "n" do inciso III do parágrafo 1º, o
servidor militar ficará automaticamente transferido para a reserva, nas mesmas condições do que houver aceito cargo público
permanente.
§ 8º - O servidor militar em atividade, com mais de 10 (dez) anos de serviço, ao candidatar-se a cargo eletivo, será afastado
temporariamente, do serviço ativo e agregado, e, se eleito e diplomado, será transferido para a reserva remunerada, com
remuneração proporcional ao seu tempo de serviço.
§ 9º - O servidor militar agregado fica sujeito às obrigações disciplinares concernentes às suas relações com outros servidores
militares e autoridades civis, salvo quando titular do cargo que lhe dê precedência funcional sobre outros servidores militares
mais graduados ou mais antigos.
Art. 93 O servidor militar agregado ficará adido, para efeito de alterações e remuneração, à organização policial-militar que
lhe for designada, continuando a figurar no respectivo registro, sem número, no lugar que até então ocupava, com a
abreviatura "Ag" e anotações esclarecedoras de sua situação.
Art. 94 A agregação se faz por ato do Governador do Estado para os Oficiais e do Comandante-Geral para as Praças.

DA REVERSÃO

Art. 95 Reversão é o ato pelo qual o servidor militar agregado retorna ao respectivo quadro tão logo cesse o motivo que
determinou a sua agregação, voltando a ocupar o lugar que lhe competir na respectiva escala numérica, na primeira vaga que
ocorrer.
Parágrafo único. A qualquer tempo poderá ser determinada a reversão do militar agregado, exceto nos casos previstos nas
letras "a", "b", "c", "f", "g", "l", "o", e "p" do inciso III do parágrafo 1º do artigo 92. Art. 96 - A reversão será efetuada mediante
ato do Governador do Estado para os Oficiais e do Comandante-Geral para as Praças.

DO EXCEDENTE

Art. 97 Excedente é a situação transitória a que automaticamente passa o servidor militar que:
I - tendo cessado o motivo que determinou a sua agregação, reverte ao respectivo quadro, estando este com seu efetivo
completo;
II - aguarda a colocação a que faz jus na escala hierárquica, após haver sido transferido de quadro, estando o mesmo com o
seu efetivo completo;
III - é promovido por bravura, sem haver vaga;
IV - é promovido indevidamente;
V - sendo o mais moderno na respectiva escala hierárquica, ultrapassa o efetivo de seu quadro, em virtude de promoção de
outro servidor militar em ressarcimento de preterição;

BRIGADA MILITAR - CTSP - Promoção de Soldado a Sargento 23


LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL ESTATUTO DOS SERVIDORES MILITARES

VI - tendo cessado o motivo que determinou sua reforma por incapacidade definitiva, retorna ao respectivo Quadro, estando
este com o seu efetivo completo.
§ 1º - O servidor militar cuja situação é a de excedente, salvo o indevidamente promovido, ocupa a mesma posição relativa em
antiguidade que lhe cabe, na escala hierárquica, com a abreviatura "Excd" e receberá o número que lhe competir em
consequência da primeira vaga que se verificar.
§ 2º - O servidor militar cuja situação é a de excedente é considerado como em efetivo serviço para todos os efeitos e
concorre, respeitados os requisitos legais, em igualdade de condições e sem nenhuma restrição a qualquer cargo policial-
militar, bem como à promoção.
§ 3º - O servidor militar promovido por bravura, sem haver vaga, ocupará a primeira vaga aberta, deslocando para a vaga
seguinte o princípio de promoção que deveria ter sido seguido.
§ 4º - O servidor militar promovido indevidamente só contará antiguidade; e receberá o número que lhe competir na escala
hierárquica, quando a vaga a ser preenchida corresponder ao princípio pelo qual deveria ter sido promovido, desde que
satisfaça aos requisitos para a promoção.

DO AUSENTE

Art. 98 É considerado ausente o servidor militar que, por mais de vinte e quatro horas consecutivas:
I - deixar de comparecer à sua Organização Policial-Militar, sem comunicar qualquer motivo de impedimento;
II - ausentar-se, sem licença, da Organização Policial-Militar onde serve ou do local onde deva permanecer.
Parágrafo único. Decorrido o prazo mencionado neste artigo, serão observadas as formalidades previstas em legislação
específica.

DO DESAPARECIMENTO E DO EXTRAVIO

Art. 99 É considerado desaparecido o servidor militar da ativa que, no desempenho de qualquer serviço, em viagem, em
operações policiais-militares ou em caso de calamidade pública, tiver paradeiro ignorado por mais de oito dias.
§ 1º - A situação do desaparecido só será considerada quando não houver indício de deserção.
§ 2º - O servidor militar da ativa, com estabilidade assegurada, que permanecer desaparecido por mais de trinta dias, será
oficialmente considerado extraviado.

DO DESLIGAMENTO OU EXCLUSÃO DO SERVIÇO ATIVO

Art. 100 O desligamento ou exclusão do serviço do servidor militar é feito em consequência de:
I - transferência para a reserva remunerada;
II - reforma;
III - demissão;
IV - perda do posto ou patente;
V - licenciamento;
VI - exclusão a bem da disciplina;
VII - deserção;
VIII - falecimento;
IX - extravio.

BRIGADA MILITAR - CTSP - Promoção de Soldado a Sargento 24


Parágrafo único. O desligamento do serviço será processado após a expedição de ato do Governador do Estado ou de

LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
autoridade à qual para tanto tenham sido delegados ou concedidos poderes.
Art. 101 A transferência para a reserva remunerada ou a reforma não isentam o servidor militar de indenização dos prejuízos
causados à Fazenda Estadual ou a terceiros, nem do pagamento das pensões decorrentes de sentença judicial.
Art. 102 Ao servidor militar da ativa, enquadrado nos incisos I ou V do artigo 100 ou demissionário a pedido, serão aplicadas
as disposições constantes nos parágrafos deste artigo, com relação ao seu desligamento da Organização Policial-Militar em
que serve.
§ 1º - Decorridos 30 (trinta) dias da data em que tiver sido protocolado, no órgão encarregado da administração do pessoal, o
requerimento de transferência para a reserva remunerada, na forma do inciso I do artigo 100, o servidor militar será
considerado em licença especial, sem prejuízo da remuneração e da contagem de tempo de serviço, para todos os efeitos,
podendo afastar-se do serviço, enquanto aguarda o desligamento, salvo se, antes, tiver sido cientificado do indeferimento do
pedido.
§ 2º - Nos demais casos previstos no "caput" deste artigo, o desligamento será feito após a publicação do ato correspondente,
no Diário Oficial e no boletim da organização em que serve o servidor militar, a qual não poderá exceder de trinta dias da
primeira publicação Oficial.

DA REINCLUSÃO

Art. 103 A Praça licenciada a pedido ou "ex-officio", neste último caso desde que não seja a bem da disciplina, poderá ser
reincluída, mediante novo concurso público.
Parágrafo único. Em hipótese alguma a Praça licenciada no comportamento "MAU"' poderá ser incluída novamente.

DA TRANSFERÊNCIA PARA A RESERVA REMUNERADA

Art. 104 A passagem do servidor militar à situação de inatividade, mediante transferência para a reserva remunerada, se
efetua:
I - a pedido;
II - "ex-officio".
Art. 105 - A transferência para a reserva remunerada, a pedido, será concedida, mediante requerimento, ao servidor militar
que conte, no mínimo, com trinta anos de serviço, se homem, e vinte e cinco anos, se mulher.
§ 1º No caso de o servidor militar haver realizado qualquer curso ou estágio por conta do Estado, de duração superior a seis
meses, sem haver decorrido três anos de seu término, a transferência para a reserva só será concedida mediante indenização
de todas as despesas correspondentes à realização do referido curso ou estágio, inclusive as diferenças de vencimentos, na
forma regulamentar.
§ 2º Preenchidos os demais requisitos legais, a transferência para reserva a pedido exige o tempo mínimo de 25 (vinte e cinco)
anos de efetivo serviço militar prestado à Corporação para os homens e de 20 (vinte) anos de efetivo serviço militar prestado à
Corporação para as mulheres, sendo computado, para essa finalidade, o tempo de serviço público já averbado até a data de
publicação desta Lei Complementar.
Art. 106 A transferência "ex-officio" para a reserva remunerada verificar-se-á sempre que o servidor militar incidir em um dos
seguintes casos:
I - atingir as seguintes idades limites:
a) Oficiais: 65 anos;
b) Praças: 60 anos;
II - o Oficial, ao completar 30 (trinta) anos de serviço e:

BRIGADA MILITAR - CTSP - Promoção de Soldado a Sargento 25


LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL ESTATUTO DOS SERVIDORES MILITARES

a) Revogado.
b) 35 (trinta e cinco) anos de efetivo exercício, em qualquer hipótese;
III - ultrapassar 2 (dois) anos contínuos de licença para tratamento de saúde em pessoa da família;
IV - agregar para, com prévia autorização ou mediante ato do Governador do Estado, assumir cargo público civil temporário,
não eletivo, inclusive na Administração Indireta, e permanecer afastado das funções por 2 (dois) anos, contínuos ou não;
V - for diplomado para desempenho de cargo eletivo;
VI - quando Coronel, for demitido por necessidade de serviço ou for dispensado da função de Comandante-Geral e não
aceitar nomeação para outro cargo policial-militar;
§ 1º - A transferência para a reserva remunerada processar-se-á à medida que o servidor militar for enquadrado em um dos
itens deste artigo.
§ 2º - Enquanto permanecer no cargo que trata o inciso IV:
a) fica assegurada a opção entre a remuneração do cargo e a do posto ou graduação;
b) somente poderá ser promovido por antiguidade;
c) o tempo de serviço será contado apenas para a promoção por antiguidade e para a transferência à inatividade.
Art. 111 A transferência do servidor militar para a reserva remunerada pode ser suspensa na vigência de estado de sítio, de
calamidade pública e nos casos de convocação e mobilização, nos termos da lei.
Art. 112 O Oficial da reserva remunerada poderá ser convocado para o serviço ativo por ato do Governador do Estado, por
proposição do Comandante-Geral, para compor o Conselho de Justificação, para ser encarregado de Inquérito Policial-Militar
ou para ser incumbido de outros procedimentos administrativos, na falta de Oficial da ativa em situação hierárquica compatível
com a do Oficial envolvido.
§ 1º - O Oficial convocado nos termos deste artigo terá os direitos e deveres dos Oficiais da ativa de igual situação hierárquica,
exceto quanto à promoção, a que não concorrerá e contará como acréscimo esse tempo de serviço.
§ 2º - A convocação de que trata este artigo terá a duração necessária ao cumprimento da atividade que a ela deu origem,
não devendo ser superior ao prazo de doze meses e dependerá da anuência do convocado, sendo precedida de inspeção de
saúde.

DA REFORMA

Art. 113 A passagem do servidor militar à situação de reformado efetua-se "exofficio".


Art. 114 A reforma de que trata o artigo anterior será aplicada ao servidor militar que:
a) Oficiais: 70 anos;
b) Praças: 65 anos
II - for julgado incapaz definitivamente para o serviço ativo da Brigada Militar e não houver possibilidade de, na forma
regulamentar, ser readaptado em decorrência de limitação que tenha sofrido em sua capacidade física e mental, a pedido ou
ex-officio, conforme a avaliação médica a ser procedida por Junta Policial-Militar de Saúde;
III - estiver agregado por mais de dois anos, por ter sido julgado incapaz temporariamente, mediante homologação de Junta
de Saúde ainda que se trate de moléstia curável;
IV - for condenado à pena de reforma, prevista em lei, por sentença passada em julgado;
V - sendo Oficial, a reforma tiver sido determinada pelo Tribunal Militar do Estado, em julgamento por ele efetuado, em
consequência de Conselho de Justificação a que foi submetido;
VI - sendo Aluno-Oficial ou Praça com estabilidade assegurada, tal medida for indicada ao Comandante-Geral da Brigada
Militar em julgamento de Conselho de Disciplina.
§ 1º - Aos atuais postos de 1º e 2º Tenentes, em extinção, aplica-se o disposto na alínea "b" do inciso I deste artigo.

BRIGADA MILITAR - CTSP - Promoção de Soldado a Sargento 26


§ 2º - O servidor militar reformado na forma dos itens V e VI só poderá readquirir a situação de servidor militar anterior,

LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
respectivamente, por outra sentença do Tribunal Militar do Estado e nas condições nela estabelecidas, ou por decisão do
Comandante-Geral da Brigada Militar, em processo regular.
Art. 115 Anualmente, no mês de fevereiro, o órgão responsável pelo pessoal da Corporação organizará a relação dos
servidores militares que houverem atingido a idade-limite de permanência na reserva remunerada, a fim de serem reformados.
Parágrafo único. A situação de inatividade do servidor militar da reserva remunerada, quando reformado por limite de idade,
não sofre solução de continuidade, exceto quanto às condições de convocação.
Art. 116 A incapacidade definitiva pode sobrevir em consequência de:
I - ferimento sofrido em ação policial ou enfermidade contraída nessa circunstância ou que nela tenha causa eficiente, bem
como em decorrência da agressão sofrida e não provocada pelo serviço militar, no exercício de suas atribuições;
II - acidente em serviço, entendido como:
a - por ato relacionado, mediata ou imediatamente, com as atribuições do posto ou graduação, ainda que ocorrido em
horário ou local diverso daquele determinado para o exercício de suas funções;
b - por situação ocorrida no percurso da residência para o trabalho e vice-versa;
c - em treinamento; e
d - em represália, por sua condição de servidor militar.
III - doença, moléstia ou enfermidade adquirida com relação de causa e efeito a condições inerentes ao serviço;
IV - tuberculose ativa, alienação mental, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante,
cardiopatia grave, males de Addison e de Parkinson, pênfigo, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, esclerose
múltipla, estados avançados do mal de Paget (osteíte deformante), Síndrome de Imunodeficiência Adquirida e outras que a lei
indicar, com base na medicina especializada;
V - acidente, doença, moléstia ou enfermidade sem relação de causa e efeito com o serviço.
§ 1º - Os casos de que tratam os itens I, II, e III deste artigo serão provados por atestado de origem ou inquérito sanitário de
origem, sendo os termos do acidente, baixa ao hospital, papeletas de tratamento nas enfermarias e hospitais, bem como os
registros de baixa, utilizados como meios subsidiários para esclarecer a situação.
§ 2º - Nos casos de tuberculose, as Juntas de Saúde deverão basear seus julgamentos, obrigatoriamente, em observações
clínicas acompanhadas de repetidos exames subsidiários, de modo a comprovar, com segurança, a atividade da doença, após
acompanhar sua evolução até três períodos de seis meses de tratamento clínico-cirúrgico metódico, atualizado e, sempre que
necessário, nosocomial, salvo quando se tratar de formas avançadas no conceito clínico e sem qualquer possibilidade de
regressão completa, as quais terão parecer imediato da incapacidade definitiva.
§ 3º - O parecer definitivo a adotar, nos casos de tuberculose, para os portadores de lesões aparentemente inativas, ficará
condicionado a um período de consolidação extranosocomial nunca inferior a seis meses contados a partir da época da cura.
§ 4º - Considera-se alienação mental todo caso de distúrbio mental ou neuro-mental grave persistente, no qual, esgotados os
meios habituais de tratamento, permaneça alteração completa ou considerável na personalidade, destruindo a
autodeterminação do pragmatismo e tornando o indivíduo total e permanentemente impossibilitado para qualquer trabalho.
§ 5º - Ficam excluídas do conceito de alienação mental as epilepsias psíquicas e neurológicas, assim julgadas pelas Juntas de
Saúde.
§ 6º - Considera-se paralisia todo caso de neuropatia grave e definitiva que afeta a motilidade, sensibilidade, troficidade e mais
funções nervosas, no qual, esgotados os meios habituais de tratamento permaneçam distúrbios graves, extensos e definitivos,
que tornem o indivíduo total e permanentemente impossibilitado para qualquer trabalho.
§ 7º - São também equiparados a paralisias os casos de afecção ósteo-músculoarticulares graves e crônicos (reumatismos
graves e crônicos ou progressivos e doenças similares), nos quais, esgotados os meios habituais de tratamento, permaneçam
distúrbios extensos e definitivos, querósteo-músculo-articulares residuais, quer secundários das funções nervosas, motilidade,
troficidade ou mais funções, que tornem o indivíduo total e permanentemente impossibilitado para qualquer trabalho.
§ 8º - São equiparados à cegueira, não só os casos de afecção crônica, progressiva e incurável que conduzirão à cegueira
total, como também os de visão rudimentar que apenas permitam a percepção de vultos, não suscetíveis de correção por
lentes nem removíveis por tratamento médico-cirúrgico.

BRIGADA MILITAR - CTSP - Promoção de Soldado a Sargento 27


LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL ESTATUTO DOS SERVIDORES MILITARES

Art. 117 O servidor militar da ativa, julgado incapaz definitivamente por um dos motivos constantes dos itens I, II, III e IV do
artigo anterior, será reformado com remuneração integral, qualquer que seja o seu tempo de serviço.
Art. 118 O servidor militar da ativa, julgado incapaz definitivamente por um dos motivos constantes do item I do artigo 116,
será promovido extraordinariamente, nos termos definidos em lei específica, antes de ser reformado.
Parágrafo único. Nos casos previstos nos itens II, III e IV do artigo 116, verificada a incapacidade definitiva, o servidor militar
considerado inválido, com impossibilidade total e permanente para qualquer trabalho, será reformado com remuneração
correspondente ao grau hierárquico imediatamente superior ao que possuir na ativa.
Art. 119 O servidor militar da ativa, julgado incapaz definitivamente por um dos motivos constantes do item V do artigo 116,
será reformado:
I - com remuneração proporcional ao tempo de serviço, se Oficial ou Praça com estabilidade assegurada;
II - com remuneração integral do seu posto ou graduação, desde que, com qualquer tempo de serviço, seja considerado
inválido, com impossibilitante total e permanente para qualquer trabalho.
Art. 120 O servidor militar, reformado por incapacidade definitiva, que for julgado apto em inspeção de saúde pela Junta
Superior de Saúde, em grau de recurso ou revisão, poderá retornar ao serviço ativo ou ser transferido para a reserva
remunerada.
§ 1º - O retorno ao serviço ativo ocorrerá se o tempo decorrido na situação de reformado não ultrapassar dois anos e na
forma do § 1º do artigo 97.
§ 2º - A transferência para a reserva remunerada, observado o limite de idade para permanência nessa situação, ocorrerá se o
tempo decorrido na situação de reformado ultrapassar dois anos.
Art. 121 O servidor militar reformado por alienação mental, enquanto não ocorrer a designação judicial de curador, terá a sua
remuneração paga aos seus beneficiários, desde que o tenham sob sua guarda e responsabilidade e lhe dispensem
tratamento humano e condigno.
§ 1º - A interdição judicial do servidor militar reformado por alienação mental deverá ser providenciada pelos beneficiários,
parentes ou responsáveis, até sessenta dias a contar da data do ato da reforma, sob a pena de suspensão do pagamento da
remuneração respectiva.
§ 2º - A interdição judicial do servidor militar e seu internamento em instituição apropriada, policial-militar ou não, deverão ser
providenciados pela Corporação quando:
I - não houver beneficiários, parentes ou responsáveis;
II - não forem satisfeitas as condições de tratamento exigidas neste artigo.
§ 3º - Os processos e os atos de registro de interdição do servidor militar serão isentos de custas na Justiça Estadual.

DA DEMISSÃO, DA PERDA DO POSTO E DA PATENTE E DA DECLARAÇÃO DE INDIGNIDADE OU INCOMPATIBILIDADE


COM O OFICIALATO

Art. 122 A demissão da Brigada Militar, aplicada exclusivamente aos Oficiais, se efetua:
I - a pedido;
II - "ex-officio".
Art. 123 A demissão a pedido será concedida, diante de requerimento do interessado:
I - sem indenização aos cofres públicos, quando contar com mais de cinco anos de Oficialato;
II - com indenização das despesas feitas pelo Estado com a sua preparação e formação, quando contar menos de cinco anos
de Oficialato.
§ 1º - No caso de o Oficial ter feito qualquer curso ou estágio de duração igual ou superior a seis meses e inferior ou igual a
dezoito meses, por conta do Estado, e não tendo decorrido mais de três anos de seu término, a demissão só será concedida
mediante indenização de todas as despesas correspondentes ao referido curso ou estágio, acrescidas, se for o caso, das
previstas no item II deste artigo a das diferenças de vencimentos.

BRIGADA MILITAR - CTSP - Promoção de Soldado a Sargento 28


§ 2º - No caso de o Oficial ter feito qualquer curso ou estágio de duração superior a dezoito meses, por conta do Estado,

LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
aplicar-se-á o disposto no parágrafo anterior, se ainda não houverem decorrido mais de cinco anos de seu término.
§ 3º - O Oficial demissionário a pedido não terá direito a qualquer remuneração, sendo a sua situação militar definida pela Lei
de Serviço Militar.
§ 4º - O direito à demissão a pedido pode ser suspenso, na vigência de estado de guerra, de sítio, e nos casos de perturbação
da ordem interna, de mobilização ou de calamidade pública.
Art. 124 O Oficial da ativa empossado em cargo público permanente, estranho à sua carreira será imediatamente, mediante
demissão "ex-officio", transferido para a reserva, onde ingressará com o posto que possuir na ativa e com as obrigações
estabelecidas em lei, não podendo acumular qualquer proventos de inatividade com a remuneração do cargo público
permanente.
Art. 125 O Oficial que houver perdido o posto e a patente será demitido "ex-officio", sem direito a qualquer remuneração ou
indenização, e terá a sua situação definida pela Lei do Serviço Militar.
Art. 126 O Oficial perderá o posto e a patente se for declarado indigno do Oficialato, ou com ele incompatível, por decisão
do Tribunal Militar do Estado, em decorrência de julgamento a que for submetido.
Parágrafo único. O Oficial declarado indigno do Oficialato, ou com ele incompatível, e condenado à perda de posto e patente,
só poderá readquirir a situação de servidor militar anterior por outra sentença do Tribunal Militar do Estado e nas condições
nela estabelecidas.
Art. 127 Fica sujeito a declaração de indignidade para o Oficialato, ou de incompatibilidade com o mesmo, por julgamento
do Tribunal Militar do Estado, o Oficial que:
I - for condenado por Tribunal Civil ou Militar a pena restritiva de liberdade individual superior a dois anos, em decorrência de
sentença condenatória passada em julgado;
II - for condenado por sentença passada em julgado por crime para o qual a lei comine essa pena acessória;
III - incidir nos casos previstos em lei específica, que motivam o julgamento por Conselho de Justificação e neste for
considerado culpado;
IV - tiver perdido a nacionalidade brasileira.

DO LICENCIAMENTO

Art. 128 O licenciamento do serviço ativo, aplicado somente às Praças, se efetua:


I - a pedido;
II - "ex-officio".
§ 1º - O licenciamento a pedido poderá ser concedido, desde que não haja prejuízo para o serviço, à Praça engajada ou
reengajada que conte, no mínimo, a metade do tempo de serviço a que se obrigou.
§ 2º - O licenciamento "ex-officio" se dará:
I - por conclusão de tempo de serviço;
II - por conveniência do serviço;
III - a bem da disciplina.
§ 3º - O servidor militar licenciado não tem direito a qualquer remuneração e terá sua situação militar definida pela Lei do
Serviço Militar.
§ 4º - O licenciado "ex-officio" a bem da disciplina receberá o Certificado de Isenção previsto na Lei do Serviço Militar.
§ 5º - Compete ao Governador do Estado o ato licenciamento das Praças.
Art. 129 O Aluno-Oficial e as demais Praças sem estabilidade assegurada, empossadas em cargo público permanente
estranho à sua carreira, serão imediatamente licenciados "exofficio", sem remuneração, e terão sua situação militar definida
pela Lei do Serviço Militar.

BRIGADA MILITAR - CTSP - Promoção de Soldado a Sargento 29


LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL ESTATUTO DOS SERVIDORES MILITARES

Parágrafo único. As Praças que tiverem feito curso ou estágio aplicam-se as disposições dos parágrafo único do artigo 105.
Art. 130 O direito ao licenciamento a pedido poderá ser suspenso na vigência do estado de guerra ou de sítio e nos casos de
perturbado da ordem interna, de mobilização ou de calamidade pública.

DA ANULAÇÃO DE INCLUSÃO

Art. 131 A anulação de inclusão, para as Praças, ocorrerá durante a prestação do serviço policial-militar inicial nos seguintes
casos:
I - de irregularidade no recrutamento, inclusive relacionada com a seleção;
II - de moléstia não adquirida em serviço, em consequência da qual o voluntário venha a permanecer afastado do serviço
durante noventa dias, consecutivos ou não;
III - se o voluntário for portador de moléstia que o incapacite para o serviço e que haja escapado à observação da Junta
Policial-Militar de Saúde, por ocasião da inspeção para a inclusão.
Parágrafo único. Cabe ao Comandante-Geral determinar a anulação de Inclusão.

DA EXCLUSÃO DA PRAÇA A BEM DA DISCIPLINA

Art. 132 A exclusão a bem da disciplina será aplicada "ex-officio":


a) às Praças sem estabilidade que forem condenadas a pena restritiva de liberdade superior a dois anos, no foro civil ou militar,
em sentença transitada em julgado.
b) aos Alunos-Oficiais ou às Praças com estabilidade assegurada:
I - sobre as quais houver pronunciado tal sentença o Conselho Permanente de Justiça, por haverem sido condenadas em
sentença passada em julgado por aquele Conselho ou pela Justiça Civil a pena restritiva de liberdade individual superior a dois
anos, ou, nos crimes previstos na legislação especial concernente à Segurança Nacional, a pena de qualquer duração;
II - sobre as quais houver pronunciado tal sentença o Conselho Permanente de Justiça, por haverem perdido a nacionalidade
brasileira;
III - incidirem nos casos que motivaram julgamento por Conselho de Disciplina e neste forem considerados culpados.
Parágrafo único. O Aluno-Oficial ou a Praça com estabilidade assegurada que houver sido excluído a bem da disciplina, só
poderá readquirir a situação de servidor militar anterior:
a) por outra sentença do Conselho Permanente de Justiça e nas condições nela estabelecidas, se a exclusão for consequência
de sentença daquele Conselho;
b) por decisão do Comandante-Geral da Brigada Militar, em processo regular, se a exclusão for consequência de ter sido
julgado culpado em Conselho de Disciplina.
Art. 133 Compete ao Governador do Estado o ato de exclusão, a bem da disciplina, das Praças com estabilidade.
Art. 134 A exclusão da Praça a bem da disciplina acarreta a perda do seu grau hierárquico e não a isenta das indenizações
dos prejuízos causados à Fazenda Estadual ou a terceiros, nem das pensões decorrentes de sentença judicial.
Parágrafo único. A Praça excluída a bem da disciplina não terá direito a qualquer remuneração ou indenização e sua situação
militar será definida pela Lei do Serviço Militar.

BRIGADA MILITAR - CTSP - Promoção de Soldado a Sargento 30


DA DESERÇÃO

LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
Art. 135 A deserção do servidor militar acarreta a interrupção do serviço policialmilitar, com a consequente demissão "ex-
officio" para o Oficial ou exclusão do serviço ativo para a Praça.
§ 1º - A demissão do Oficial ou exclusão da Praça com estabilidade processar-se-á após um ano de agregação, se não houver
captura ou apresentação voluntária antes do término desse prazo.
§ 2º - A Praça sem estabilidade assegurada será automaticamente excluída, ao ser oficialmente declarada desertora.
§ 3º - O servidor militar desertor que for capturado ou que se apresentar voluntariamente depois de haver sido demitido ou
excluído, será submetido a inspeção de saúde e, se julgado apto, reincluído no serviço ativo e, a seguir, agregado para se ver
processar e, na hipótese de ser julgado incapaz, a sua situação será regulada na legislação específica.
§ 4º - A reinclusão em definitivo do servidor militar de que trata o parágrafo anterior dependerá de sentença do Conselho de
Justiça.

DO FALECIMENTO E DO EXTRAVIO

Art. 136 O falecimento do servidor militar da ativa acarreta interrupção do serviço policial-militar, com o consequente
desligamento ou exclusão do serviço ativo, a partir da data da ocorrência do óbito.
Art. 137 O extravio do servidor militar da ativa acarreta interrupção do serviço policial-militar com o consequente
afastamento temporário do serviço ativo, a partir da data em que o mesmo foi oficialmente considerado extraviado.
§ 1º - O desligamento do serviço ativo será feito seis meses após a agregação por motivo de extravio.
§ 2º - Em caso de naufrágio, sinistro aéreo, catástrofe, calamidade pública ou outros acidentes oficialmente reconhecidos, o
extravio ou o desaparecimento do servidor militar da ativa será considerado como falecimento, para fins deste Estatuto, tão
logo sejam esgotados os prazos máximos de possível sobrevivência ou se dêem por encerradas as providências de
salvamento.
Art. 138 O reaparecimento do servidor militar extraviado ou desaparecido, já desligado do serviço ativo, resulta em sua
reinclusão e nova agregação, enquanto se apuram as causas que deram origem ao seu afastamento.
Parágrafo único. O servidor militar reaparecido será submetido a Conselho de Justificação ou a Conselho de Disciplina, por
decisão do Comandante-Geral da Brigada Militar, se assim julgar necessário.

DO TEMPO DE SERVIÇO

Art. 139 Os servidores militares começam a contar tempo de serviço na Brigada Militar a partir da data de sua inclusão ou
nomeação para o posto ou graduação.
§ 1º - Considera-se como data de inclusão ou nomeação, para fins deste artigo, a data de publicação do respectivo ato no
Diário Oficial do Estado.
§ 2º - O servidor militar reincluído recomeça a contar tempo de serviço na data de publicação, no Diário Oficial do Estado, do
ato concernente a sua reinclusão.
§ 3º - Quando, por motivo de força maior oficialmente reconhecido, como incêndio, naufrágio, sinistro aéreo, inundação ou
outras calamidades, faltarem dados para contagem de tempo de serviço, caberá ao Comandante-Geral arbitrar o tempo a ser
computado, para cada caso particular, de acordo com os elementos disponíveis, após as investigações que couberem.
Art. 140 Na apuração de tempo de serviço policial-militar, será feita a distinção entre:
I - tempo de serviço efetivo;
II - anos de serviço.

BRIGADA MILITAR - CTSP - Promoção de Soldado a Sargento 31


LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL ESTATUTO DOS SERVIDORES MILITARES

Art. 141 Tempo de efetivo serviço é o espaço de tempo computado dia a dia entre a inclusão ou nomeação e a data limite
estabelecida para contagem ou data do desligamento do serviço ativo, mesmo que tal espaço de tempo seja parcelado.
§ 1º - Será, também, computado como tempo de efetivo serviço o tempo passado dia a dia, nas Organizações Policiais-
Militares, pelo servidor militar da reserva convocado ou mobilizado, no exercício de funções servidores militares na forma do
artigo 112.
§ 2º - Não serão deduzidos do tempo de efetivo serviço, além dos afastamentos previstos no artigo 66, os períodos em que o
servidor militar estiver afastado do exercício de suas funções, em gozo de licença especial.
§ 3º - Ao tempo de efetivo serviço, de que trata este artigo, apurados e totalizados em dias, será aplicado o divisor trezentos e
sessenta e cinco, para a correspondente obtenção dos anos de efetivo serviço.
Art. 142 "Anos de serviço" é a expressão que designa o tempo de efetivo serviço a que se refere o artigo anterior, com os
seguintes acréscimos:
I - tempo de serviço público federal, estadual ou municipal prestado pelo servidor militar anteriormente a sua inclusão,
matrícula, nomeação ou reinclusão na Brigada Militar, acrescido do tempo de serviço de que trata a Lei Estadual nº 7057, de
30 de dezembro de 1976;
§ 1º - Os acréscimos a que se refere o inciso I serão computados somente no momento da passagem do servidor militar à
situação de inatividade.
§ 3º - Não é computável, para efeito algum, o tempo:
I - que ultrapassar de um ano, contínuo ou não, em licença para tratamento de saúde de pessoa da família;
II - passado em licença, para tratar de interesse particular;
III - passado como desertor;
IV - decorrido em cumprimento de pena de suspensão do exercício do posto, ou graduação; cargo, ou função por sentença
passada em julgado;
V - decorrido em cumprimento de pena restrita da liberdade, por sentença passado em julgado, desde que não tenha sido
concedida suspensão condicional da pena;
VI - decorrido após completada a idade limite de permanência no serviço ativo da força;
VII - decorrido após a data em que for julgado incapaz definitivamente para o serviço ativo.
§ 4º - As restrições constantes dos §§ 1º e 2º do presente artigo não prejudicarão a vigência dos artigos 15 a 17 da Lei nº 6.196,
de 15 de janeiro de 1971.
Art. 143 O tempo que o servidor militar vier a passar afastado do exercício de suas funções, em consequência de ferimentos
recebidos em acidente quando em serviço, na manutenção da ordem pública, ou de moléstia adquirida no exercício de
qualquer função policial-militar, será computado como se ele o tivesse passado no exercício daquelas funções.
Art. 144 O tempo de serviço passado pelo servidor-militar no exercício de atividades decorrentes ou dependentes de
operações de guerra será regulado em legislação específica.
Art. 145 O tempo de serviço dos servidores militares beneficiados por anistia será contado conforme estabelecer o ato legal
que a conceder.
Art. 146 A data limite estabelecida para o final de contagem dos anos de serviço, para fins de passagem para a inatividade,
será a do desligamento do serviço ativo.
Art. 147 Na contagem dos anos de serviço não poderá ser computada qualquer superposição entre si dos tempos de serviço
público federal, estadual, municipal ou passado em administração indireta, nem com os acréscimos de tempo, para os
possuidores de curso universitário, nem com tempo de serviço computável após a inclusão em Organização PolicialMilitar ou
órgão de formação de Polícia-Militar ou a nomeação para posto da Brigada Militar.

BRIGADA MILITAR - CTSP - Promoção de Soldado a Sargento 32


DA LICENÇA PARA ACOMPANHAR O CÔNJUGE

LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
Art. 148 O servidor militar estável terá direito à licença, sem remuneração e sem a contagem de tempo de serviço, para
acompanhar o cônjuge, quando este for transferido, independentemente de solicitação própria, para outro ponto do Estado
ou do Território Nacional, para o exterior ou para o exercício de mandato eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo federal,
estadual ou municipal.
Art. 149 A licença será concedida mediante pedido do servidor militar, devidamente instruído, podendo ser renovada a cada
dois anos.

DAS RECOMPENSAS E DAS DISPENSAS DO SERVIÇO

Art. 150 As recompensas constituem reconhecimento de bons serviços prestados pelos servidores militares.
§ 1º - São recompensas aos servidores militares:
a) prêmios de Honra ao Mérito;
b) condecorações por serviços prestados;
c) elogios, louvores, referências elogiosas;
d) dispensa do serviço.
§ 2º - As recompensas serão concedidas de acordo com as normas estabelecidas nas leis e nos regulamentos da Brigada
Militar.
Art. 151 As dispensas do serviço são autorizações concedidas aos servidores militares para afastamento total do serviço, em
caráter temporário.
Art. 152 As dispensas do serviço podem ser concedidas aos servidores militares:
I - como recompensa;
II - em decorrência de prescrição médica.
Parágrafo único. As dispensas de serviço serão concedidas com remuneração correspondente ao cargo ou função e
computadas como tempo de efetivo serviço.

DA PRORROGAÇÃO DO SERVIÇO POLICIAL-MILITAR

Art. 153 Às Praças que concluírem o tempo de serviço a que estiverem obrigadas, poderá, desde que requeiram, ser
concedida prorrogação desse tempo, uma ou mais vezes, como engajados ou reengajados, segundo as conveniências da
Corporação e de acordo com a legislação pertinente.
Parágrafo único. O tempo de serviço policial-militar inicial, bem como os de engajamento e de reengajamento, será de dois
anos.

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 154 A assistência religiosa aos servidores militares será regulada em lei específica.
Art. 155 É vedado o uso, por parte de organizações civis, de designações que possam sugerir a sua vinculação à Brigada
Militar, excetuadas as associações, clubes, círculos e outros, que congreguem membros da Brigada Militar.
Art. 156 Aplicam-se à Brigada Militar, no que couberem, o Regulamento Interno e dos Serviços Gerais do Exército (R/1), o
Regulamento de Continências, Honra e Sinais de Respeito das Forças Armadas (R/2), o Regulamento de Administração do

BRIGADA MILITAR - CTSP - Promoção de Soldado a Sargento 33


LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL ESTATUTO DOS SERVIDORES MILITARES

Exército (R/3), o Regulamento de Correspondência do Exército, o Conselho de Justificação (Lei nº 5.836/72) e o Conselho de
Disciplina (Decreto federal nº 71.500/72).
Art. 157 O cônjuge do servidor militar, sendo servidor estadual, será, se o requerer, removido ou designado para a sede do
município onde servir o servidor militar, sem prejuízo de qualquer dos seus direitos, passando, se necessário, a condição de
adido ou posto a disposição de qualquer órgão do serviço público estadual.
Parágrafo único. Quando, por necessidade do serviço, o servidor militar mudar a sede do seu domicílio, terá assegurado o
direito de transferência e matrícula, para si e seus dependentes, para qualquer estabelecimento de ensino do Estado,
independente de vaga e em qualquer grau.
Art. 158 Não se aplicam as disposições deste Estatuto ao pessoal civil em serviço na Brigada Militar.
Art. 159 Aplicam-se aos servidores militares, nos casos omissos na presente Lei, as disposições do Estatuto e Regime Jurídico
Único dos Servidores Públicos Civis do Estado do Rio Grande do Sul.
Art. 160 Os servidores militares inativados na forma prevista pelo artigo 167, § 1º, incisos I, II e III da Lei nº 7.138, de 30 de
janeiro de 1978, são considerados promovidos ao grau hierárquico imediato, mantendo-se inalterado o cálculo dos respectivos
proventos.
Art. 161 As Praças terão direito ao fardamento de serviço por conta do Estado, de acordo com a tabela de distribuição
elaborada pela Brigada Militar.
Art. 162 Esta lei entra em vigor no primeiro dia do mês seguinte ao de sua publicação.
Art. 163 Revogam-se as disposições em contrário, em especial a Lei nº 7.138, de 30 de janeiro de 1978.
PALÁCIO PIRATINI, em Porto Alegre, 18 de agosto de 1997.

BRIGADA MILITAR - CTSP - Promoção de Soldado a Sargento 34


ORGANIZAÇÃO BÁSICA

LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
DA BRIGADA MILITAR
(LEI Nº 10.991/97)

Dispõe sobre a Organização Básica da Brigada Militar do Estado e dá outras providências.


Art. 1º A Brigada Militar, Polícia Militar do Estado do Rio Grande do Sul, é uma Instituição permanente e regular, organizada
com base na hierarquia e na disciplina, destinada à preservação da ordem pública e à incolumidade das pessoas e do
patrimônio.
Art. 2º A Brigada Militar vincula-se, administrativa e operacionalmente, à Secretaria de Estado responsável pela Segurança
Pública no Estado do Rio Grande do Sul.
Art. 3º Compete à Brigada Militar:
I - executar, com exclusividade, ressalvada a competência das Forças Armadas, a polícia ostensiva, planejada pela autoridade
policial-militar competente, a fim de assegurar o cumprimento da lei, a manutenção da ordem pública e o exercício dos
poderes constituídos;
II - atuar preventivamente, como força de dissuasão, em locais ou área específicas, onde de presuma ser possível a
perturbação da ordem pública;
III - atuar repressivamente, em caso de perturbação da ordem pública e no gerenciamento técnico de situações de alto risco;
IV - exercer atividades de investigação criminal militar;
V - atuar na fiscalização e controle dos serviços de vigilância participar no Estado;
VI - executar o serviço de prevenção e combate a incêndio;
VII - planejar, organizar, fiscalizar, controlar, coordenar, instruir, apoiar e reconhecer o funcionamento dos serviços civis
auxiliares de bombeiros;
VIII - realizar os serviços de busca e resgate aéreo, aquático e terrestre no Estado;
IX - executar as atividades de defesa civil no Estado;
X - desempenhar outras atribuições previstas em lei.
XI - planejar, estudar, analisar, vistoriar, controlar, fiscalizar, aprovar e interditar as atividades, equipamentos, projetos e planos
de proteção e prevenção contra incêndios, pânicos, desastres e catástrofes em todas as edificações, instalações, veículos,
embarcações e outras atividades que ponham em risco a vida, o meio ambiente e o patrimônio, respeitada a competência de
outros órgãos;
XII - realizar a investigação de incêndios e sinistros;
XIII - elaborar e emitir resoluções e normas técnicas para disciplinar a segurança contra incêndios e sinistros;
XIV - avaliar e autorizar a instalação de sistemas ou centrais de alarmes privados contra incêndios, nos Órgãos de Polícia
Militar (OPM) de Bombeiros, mediante a cobrança de taxas de serviço não emergenciais, determinadas na Lei nº 10.987, de 11
de agosto de 1997, aplicando-selhes as penalidades previstas em lei.
Parágrafo único. São autoridades policiais-militares o Comandante-Geral da Brigada Militar, os Oficiais, e as Praças em
comando de fração destacada, no desempenho de atividade policial-militar no âmbito de suas circunscrições territoriais.
Art. 4º A Brigada Militar estrutura-se em órgãos de Direção, de Apoio e de Execução.
§ 1º - Ao Comando-Geral, que é o órgão de Direção Geral da Brigada Militar, compete a administração da Instituição.
§ 2º - Aos Departamentos e ao Comando do Corpo de Bombeiros - CCB, que são órgãos de apoio da Brigada Militar,
compete o planejamento, a direção, o controle e a execução das diretrizes emanadas do Comando da Instituição.

BRIGADA MILITAR - CTSP - Promoção de Soldado a Sargento 35


LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL ORGANIZAÇÃO BÁSICA DA BRIGADA MILITAR

§ 3º - Aos Comandos Regionais e aos órgãos de Polícia Militar (OPM), que são os órgãos de Execução da Brigada Militar,
compete as atividades administrativo-operacionais indispensáveis ao cumprimento das finalidades da Instituição.
§ 4º - Os órgãos de Polícia Militar (OPM) compreendem:
I - OPM de Polícia Ostensiva;
II - OPM de Bombeiros;
III - OPM de Ensino;
IV - OPM de Logística;
V - OPM de Saúde;
VI - OPM Especiais.
Art. 5º Os OPM têm criação, extinção, atribuições, estrutura, organização, efetivo, nível, subordinação e grau de comando
fixados considerando-se os indicadores de segurança pública da respectiva circunscrição territorial e os indicadores específicos
da Instituição.
Art. 6º O Comandante-Geral, Oficial do último Posto da carreira do Quadro de Oficiais de Estado-Maior - QOEM, é a
autoridade primeira da Instituição, competindo-lhe a sua administração, com os poderes e deveres inerentes à função.
Art. 7º O Comando-Geral compreende:
I - o Comandante-Geral;
II - o Subcomandante-Geral;
III - o Conselho Superior;
IV - o Estado Maior;
V - a Corregedoria-Geral;
VI - a Ajudância Geral;
VII - o Gabinete do Comandante-Geral; e
VIII - a Comissão de Avaliação e Mérito.
Art. 8º O Comandante-Geral é indicado pelo Secretário de Estado responsável pelos assuntos de segurança pública e
nomeado pelo Chefe do Poder Executivo Estadual, competindolhe:
I - a Coordenação geral das atividades da Instituição;
II - a Presidência da Comissão de Avaliação e Mérito;
III - a Direção do Conselho Superior.
Art. 9º O Subcomandante-Geral é o substituto, nos seus impedimentos eventuais, do Comandante-Geral da Corporação,
competindo-lhe igualmente as funções de assessorá-lo no cumprimento das atividades da Brigada Militar.
Parágrafo único. O Subcomandante-Geral será indicado pelo Secretário de Estado responsável pelos assuntos de segurança
pública, ouvido o Comandante-Geral, e nomeado pelo Governador do Estado.
Art. 10 Ao Conselho Superior, constituído pelos Coronéis da ativa em exercício na Instituição, cabe o assessoramento em
assuntos de interesse da Corporação.
Art. 11 Ao Estado Maior da Brigada Militar, órgão de assessoramento do ComandoGeral, compete o estudo e o planejamento
estratégico da Instituição.
Art. 12 O Estado Maior da Brigada Militar estrutura-se em:
I - chefia; e
II - seções.
Art. 13 Ao Chefe do Estado Maior compete:
I - assessorar o Comandante-Geral; e
II - coordenar, dirigir e controlar os trabalhos do Estado Maior.

BRIGADA MILITAR - CTSP - Promoção de Soldado a Sargento 36


Art. 14 A Corregedoria-Geral, diretamente subordinada ao Comandante-Geral é o órgão de disciplina, orientação e

LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
fiscalização das atividades funcionais e da conduta dos servidores da Instituição.
Parágrafo único. Compete à Corregedoria-Geral:
I - cumprir atividades que lhe sejam atribuídas pelo Comandante-Geral;
II - exercer a apuração de responsabilidade criminal, administrativa ou disciplinar;
III - fiscalizar as atividades dos órgãos e servidores da Brigada Militar, realizando inspeções e correições e sugerindo as
medidas necessárias ou recomendáveis para a racionalização e eficiência dos serviços;
IV - avaliar, para encaminhamento posterior ao Comandante-Geral, os elementos coligidos sobre o estágio probatório de
integrantes da carreira de Servidor-Militar;
V - requisitar, de qualquer autoridade, certidões, diligências, exames, pareceres técnicos e informações indispensáveis ao bom
desempenho de sua função; e
VI - elaborar o regulamento do estágio probatório dos servidores-militares.
Art. 15 A Ajudância-Geral tem a seu cargo os serviços administrativos do Quartel do Comando-Geral e o atendimento de
suas necessidades em pessoal e material.
Art. 16 O Gabinete do Comandante-Geral, ao qual compete o assessoramento direto ao Comandante-Geral, é composto
por:
I - Chefia;
II - Assessorias;
III - Secretaria Executiva.
Art. 17 À Comissão de Avaliação e Mérito, órgão de assessoramento permanente do Comandante-Geral nos assuntos
relativos às carreiras de Oficiais e Praças da Instituição, compete o controle, avaliação e processamento das promoções.
Art. 18 Os Comandos Regionais, escalões intermediários de Comando, são os responsáveis em suas respectivas circunscrições
territoriais pelas atividades administrativo operacionais dos OPM que lhe são subordinados.
§ 1º - Os Comandos Regionais, conforme a respectiva circunscrição territorial de atuação, podem receber denominações
diferenciadas, em razão do efetivo e da sua destinação, que atendam às necessidades da segurança pública.
§ 2º - Os Comandos Regionais podem ser dotados de Centro de Operações Policiais Militares.
Art. 19 Os Departamentos e o Comando do Corpo de Bombeiros organizam, sob a forma de sistemas, as atividades de
ensino, instrução e pesquisa, logística, patrimônio, saúde, administração financeiro-contábil, pessoal, informática, atividades de
bombeiro e outras, de acordo com as necessidades de instituição, compreendendo:
I - Departamento de Ensino, órgão de planejamento, controle e fiscalização das atividades de ensino, instrução e pesquisa;
II - Departamento de Logística e Patrimônio, órgão de planejamento, controle e fiscalização dos bens patrimoniais afetos à
Instituição, competindo-lhe a aquisição, distribuição, manutenção e a contratação de todos os serviços;
III - Departamento de Saúde, órgão de planejamento, controle e fiscalização das atividades de saúde da Instituição;
IV - Departamento Administrativo, órgão de planejamento, controle, fiscalização, auditoria e execução das atividades
financeiro-orçamentário-contábeis do pessoal;
V - Departamento de Informática, órgão de planejamento, controle e fiscalização dos sistemas informatizados da Instituição.
VI - Comando do Corpo de Bombeiros, órgão de planejamento, controle, coordenação e fiscalização de todas as atividades
técnicas de bombeiro.
Art. 20 As funções de Comandante-Geral, de Subcomandante-Geral, de Chefe do Estado-Maior, de Corregedor-Geral e de
Diretores dos Departamentos são privativas do posto de Coronel do QOEM.
§ 1º - A função de Diretor do Departamento de Saúde será exercida por um Coronel do Quadro de Oficiais Especialistas em
Saúde - QOES.
§ 2º - VETADO

BRIGADA MILITAR - CTSP - Promoção de Soldado a Sargento 37


LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL ORGANIZAÇÃO BÁSICA DA BRIGADA MILITAR

§ 3º - O preenchimento das funções nos OPM de Bombeiros ocorrerá, preferencialmente, por Oficiais detentores do Curso de
Especialização em Bombeiros ou equivalente, por Oficiais pertencentes ao Quadro de Tenentes de Polícia Militar - QTPM -
oriundos da Qualificação Policial Militar 2 - QPM-2 e, somente, por Praças Integrantes da mesma Qualificação.
Art. 21 Os Departamentos da Brigada Militar poderão dividir-se em divisão, seção e setor, nesta ordem de hierarquia, com
competências a serem discriminadas em regimento interno.
Art. 22 O Poder Executivo regulamentará a presente Lei no que couber, no prazo de 90 (noventa) dias, a contar de sua
vigência.
Art. 23 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 24 Revogam-se as disposições em contrário, em especial a Lei nº 7.556, de 20 de novembro de 1981.
PALÁCIO PIRATINI, em Porto Alegre, 18 de agosto de 1997.

BRIGADA MILITAR - CTSP - Promoção de Soldado a Sargento 38


CARREIRA DOS SERVIDORES

LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
MILITARES DO RS
(LEI Nº 10.992/97)

Dispõe sobre a carreira dos Servidores Militares do Estado do Rio Grande do Sul e dá outras providências.
Art. 1º Os Quadros de Organização da Brigada Militar e as carreiras dos Oficiais e Praças passam a observar os preceitos
estatuídos na presente Lei.
Art. 2º Fica instituída a carreira dos Servidores Militares Estaduais de Nível Superior, estruturada através do Quadro de Oficiais
de Estado Maior - QOEM e do Quadro de Oficiais Especialistas em Saúde - QOES.
§ 1º - A carreira dos Quadros de Oficiais, de que trata o "caput" deste artigo, é constituída dos postos de Capitão, Major,
Tenente-Coronel e Coronel.
§ 2º - A inclusão no quadro de acesso para a promoção ao posto de Coronel poderá ser recusada pelo servidor.
Art. 3º O ingresso no QOEM dar-se-á no posto de Capitão, por ato do Governador do Estado, após concluída a formação
específica, através de aprovação no Curso Superior de Polícia Militar.
§ 1º - O ingresso no Curso Superior de Polícia Militar dar-se-á mediante concurso público de provas e títulos com exigência de
diplomação no Curso de Ciências Jurídicas e Sociais.
§ 2º - Os aprovados no concurso público de que trata o parágrafo anterior, enquanto estiverem frequentando o Curso
Superior de Polícia Militar, cujo prazo de duração não excederá a dois anos, serão considerados Alunos-Oficiais.
Art. 4º O ingresso no QOES dar-se-á no posto de Capitão, por ato do Governador do Estado, mediante concurso público de
provas e títulos e conclusão, com aprovação, do Curso Básico de Oficiais de Saúde - CBOS, sendo exigido diploma de nível
superior na respectiva área da saúde.
Art. 5º A ascensão funcional nos postos do QOEM e do QOES ocorrerá após decorrido o interstício mínimo de oito anos de
efetivo serviço em cada posto imediatamente anterior ao correspondente à promoção.
§ 1º - Para a promoção ao posto de Major, o ocupante do posto de Capitão deverá ter prestado serviços em órgão de
execução por um período, consecutivo ou não, de, no mínimo, três anos e ter concluído, com aprovação, o Curso Avançado
de Administração Policial Militar - CAAPM.
§ 2º - O acesso à promoção ao posto de Coronel, pelo ocupante do posto de Tenente Coronel, exige a conclusão, com
aprovação, do Curso de Especialização em Políticas e Gestão de Segurança Pública - CEPGSP.
§ 3º - O Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais e o Curso Superior de Polícia Militar, cursados pelos integrantes do Quadro de
Oficiais de Polícia Militar - QOPM, com vigência anterior a esta Lei, são equivalentes e substituídos, respectivamente, pelos
Cursos previstos nos parágrafos 1º e 2º deste artigo.
Art. 6º Os postos de Capitão, Major, Tenente-Coronel e Coronel da atual carreira do Quadro de Oficiais de Polícia Militar -
QOPM e o posto de Capitão da atual carreira do Quadro Especial de Oficiais de Polícia Militar Feminina - QEOPMFem,
previstos na Lei nº 9.741, de 20 de outubro de 1992, ficam incorporados à carreira do QOEM, assim como os postos
mencionados neste artigo, da atual carreira do Quadro de Oficiais de Saúde - QOS, igualmente previstos na mencionada Lei,
passam a integrar a carreira do QOES.
§ 1º - Os atuais postos de Primeiro e Segundo-Tenentes do QOPM e do QEOPMFem passam a constituir o Quadro Especial de
Oficiais da Brigada Militar em Extinção - QEOBMEx, e os atuais postos de Primeiro e Segundo-Tenentes do QOS passam
também a constituir o Quadro Especial de Oficiais de Saúde da Brigada Militar em Extinção - QEOSBMEx, sendo que estes
postos serão extintos à medida que vagarem os respectivos cargos.
§ 2º - Não haverá ingressos no posto inicial da carreira do QOEM e do QOES, decorrentes da conclusão dos Cursos instituídos
nos artigos 3º e 4º desta Lei, enquanto não forem promovidos ao posto de Capitão os integrantes dos Quadros Especiais
previstos no parágrafo anterior, até a sua extinção.

BRIGADA MILITAR - CTSP - Promoção de Soldado a Sargento 39


LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL CARREIRA DOS SERVIDORES MILITARES DO RIO GRANDE DO SUL

§ 3º - A incorporação dos Oficiais oriundos dos Quadros extintos por esta Lei, aos novos Quadros por ela criados, far-se-á de
acordo com as respectivas antiguidades e na ordem de precedência que entre si detinham seus integrantes, nos Quadros de
origem.
§ 4º - Os atuais Alunos-Oficiais, com ingresso até a data de vigência desta Lei, serão declarados Segundo-Tenentes do
QEOBMEx, por ocasião da formatura no respectivo Curso Superior de Formação de Oficiais - CSFO, mediante ato do
Governador do Estado.
§ 5º - O Curso Superior de Formação de Oficiais da Brigada Militar (CSFO/BM), com vigência anterior a esta Lei, é equivalente
e substituído pelo Curso Superior de Polícia Militar.
Art. 7º Os integrantes do QOPM, do QEOPMFem e do QOS, previstos na Lei nº 9.741, de 20 de outubro de 1992, bem como
os integrantes dos Quadros Especiais em extinção, previstos no § 1º do artigo anterior, têm assegurado o direito à ascensão
hierárquica, independentemente do interstício e tempo de serviço em órgão de execução previstos no artigo 5º desta Lei,
aplicando-se-lhes o Estatuto dos Servidores Militares do Estado do Rio Grande do Sul e o Regulamento de Promoções.
Parágrafo único. À medida que vagarem os cargos dos postos de Primeiro-Tenente do QEOBMEx, preservado o disposto no §
4º do artigo anterior, poderão ser providos, em igual número, os cargos do Quadro de Primeiro-Tenentes de Polícia Militar -
QTPM, criado por esta Lei.
Art. 8º O Oficial do Quadro de Oficiais de Estado Maior - QOEM exerce o Comando, Chefia ou Direção dos órgãos
administrativos de média e alta complexidade da estrutura organizacional da Corporação e das médias e grandes frações de
tropa de atividade operacional, incumbindo-lhe o planejamento, a coordenação e o controle das atividades a seu nível, na
forma regulamentar, bem como o planejamento, a direção e a execução das atividades de ensino, pesquisa, instrução e
treinamento, voltadas ao desenvolvimento da segurança pública, na área afeta à Brigada Militar.
Art. 9º O Oficial do Quadro de Oficiais Especialistas em Saúde - QOES atuará nas atividades de saúde da Instituição,
aplicando-lhes as disposições do artigo anterior, de acordo com as suas peculiaridades.
Art. 10 Os Quadros de Oficiais de Administração (QOA) e de Oficiais Especialistas (QOE), previstos na Lei nº 9.741, de 20 de
outubro de 1992, serão extintos à medida que vagarem os respectivos cargos, ficando assegurado aos seus atuais integrantes
a ascensão hierárquica, na forma da legislação pertinente.
Art. 11 Fica instituída a carreira dos Servidores Militares Estaduais de Nível Médio, integrada pelo Quadro de Primeiro-
Tenentes de Polícia Militar - QTPM e pelas Qualificações Policiais-Militares - QPM - para Praças, composta, respectivamente,
por posto e graduações, com exigência da escolaridade de 2º Grau do ensino médio, a qual possibilitará o acesso ao grau
hierárquico de Primeiro-Tenente.
Art. 12 As Qualificações Policiais-Militares (QPM) da Brigada Militar passam a ser as seguintes:
I - Qualificação Policial-Militar 1 (QPM-1): Praças de Polícia Ostensiva;
II - Qualificação Policial-Militar 2 (QPM-2): Praças Bombeiros.
Art. 13 As Qualificações Policiais-Militares a que se refere o artigo anterior, a partir da edição desta Lei, são constituídas pelas
graduações de Soldado de 1ª classe, Segundo Sargento e Primeiro Sargento.
Art. 14 O ingresso nas Qualificações Policiais-Militares dar-se-á na graduação de Soldado de 1ª classe, por ato do
Comandante-Geral da Brigada Militar, após aprovação em concurso público e no respectivo Curso de Formação.
Art. 15 A inclusão em quadro de acesso para as promoções na carreira instituída no artigo 11 poderá ser recusada pelo
servidor.
Art. 16 As graduações de Cabo e Subtenente, previstas na Lei nº 9.741, de 20 de outubro de 1992, ficam extintas, à medida
que vagarem os respectivos cargos.
§ 1º - A graduação de Terceiro-Sargento será provida, respeitado o efetivo para ela fixado na Lei citada, mediante a formação
em serviço dos atuais Soldados e Cabos que contarem com mais de 20 (vinte) anos de serviço militar e tiverem classificação,
no mínimo, no comportamento "Bom".
§ 2º - Em caso de empate, para o provimento referido no parágrafo anterior, terá preferência, em ordem sucessiva, o servidor
militar que for mais antigo e o que apresentar melhor desempenho.
§ 3º - O provimento das vagas previstas conforme o parágrafo 1º dar-se-á mediante autorização do Chefe do Poder Executivo,
ouvido o Secretário de Estado da Justiça e da Segurança.

BRIGADA MILITAR - CTSP - Promoção de Soldado a Sargento 40


§ 4º - Aos servidores militares beneficiados pelo parágrafo 1º deste artigo não se aplica a regra de promoção à graduação

LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
imediatamente superior quando da transferência para a reserva remunerada, a pedido, ou da reforma.
§ 5º - As vagas preenchidas na graduação de Terceiro-Sargento, conforme os parágrafos anteriores, integram o total do
efetivo fixado para a graduação de Soldado.
§ 6º - Não havendo mais candidatos passíveis de formação em serviço, a graduação de Terceiro-Sargento entrará em
extinção, revertendo os cargos, à medida em que vagarem, para a graduação de Soldado.
Art. 17 Poderão concorrer às promoções à graduação de Segundo-Sargento os Cabos e Soldados que tiverem sido incluídos
na Brigada Militar anteriormente à vigência desta Lei e que tenham concluído, com aprovação, o Curso Técnico em Segurança
Pública - CTSP, desde que já se tenham extinguido, por promoções, as graduações de Terceiro-Sargento.
§ 1.º O total de postos de Primeiro-Tenente (QTPM) será distribuído entre a qualificação de policiamento e a qualificação de
bombeiros proporcionalmente ao respectivo efetivo, para fins de convocação de Subtenentes e Primeiro-Sargentos aos cursos
de habilitação (CBA) previstos no “caput” deste artigo. (Renumerado pela Lei Complementar n.º 12.374/05)
§ 2º Das vagas referentes às convocações de que trata o "caput" deste artigo, 50% (cinquenta por cento) serão preenchidas
por candidatos habilitados, a ser regulado administrativamente pela Brigada Militar, observado o interstício mínimo de 5
(cinco) anos de efetivo serviço para o Curso Técnico em Segurança Pública – CTSP –, e de 4 (quatro) anos na graduação de
Primeiro-Sargento para o Curso Básico de Administração – CBA. (Redação dada pela Lei Complementar n.º 15.048/17)
§ 3º O interstício de permanência na graduação de Primeiro-Sargento referido no § 2º será de 3 (três) anos para os atuais
Terceiros, Segundos e Primeiros-Sargentos e para os atuais alunos do CTSP. (Incluído pela Lei Complementar n.º 15.048/17)
Art. 18 As promoções ao posto e às graduações da carreira instituída no artigo 11 terão interstício mínimo de cinco anos, dos
quais pelo menos quatro anos em serviço em órgãos de execução.
Art. 19 - Serão promovidos à graduação de Segundo-Sargento, após aprovação no curso de habilitação Curso Técnico de
Segurança Pública (CTSP), os Terceiros-Sargentos em Extinção, Cabos em Extinção e Soldados, que contarem com mais de
cinco anos de efetivo serviço na Brigada Militar, obedecidos os critérios de antigüidade e merecimento, a medida que vagarem
os cargos. (Redação dada pela Lei Complementar n.º 11.832/02)
§ 1º Serão promovidos à graduação de Primeiro-Sargento os Segundos-Sargentos que contarem com pelo menos 4 (quatro)
anos na graduação, obedecidos os critérios de antiguidade e merecimento, à medida que vagarem os cargos. (Redação dada
pela Lei Complementar n.º 15.048/17)
§ 2º O interstício de permanência na graduação de Segundo-Sargento referido no § 1º será de 3 (três) anos para os atuais
Terceiros e Segundos-Sargentos e para os atuais alunos do CTSP. (Incluído pela Lei Complementar n.º 15.048/17)
Art. 20 Os Servidores Militares Estaduais de Nível Médio são, por excelência, elementos de execução das atividades
administrativas e operacionais, podendo exercer o Comando e Chefia de órgãos administrativos de menor complexidade e das
pequenas frações de tropa da atividade operacional da estrutura organizacional da Corporação, assim como auxiliar nas
tarefas de planejamento, executar a coordenação e o controle das atividades em seu nível, na forma regulamentar, e ainda
auxiliar na execução das atividades de ensino, pesquisa, instrução e treinamento.
Art. 21 Ao Curso Básico de Administração Policial Militar concorrerão os Subtenentes e Primeiro-Sargentos que tenham
concluído, com aprovação, o Curso Técnico em Segurança Pública - CTSP.
Art. 22 Ficam extintas as Qualificações Policiais Militares Gerais e Particulares e a Qualificação Especial de Praças de Polícia
Militar Feminina, instituídas pela Lei nº 9.741, de 20 de outubro de 1992.
§ 1º - As Praças oriundas das extintas Qualificações Policiais-Militares Particulares (QPMP), da Qualificação Policial-Militar Geral-
1 (QPMG-1) e da Qualificação Especial de Praças de Polícia-Militar Feminina (QEPPMFem) passam a integrar a Qualificação
PolicialMilitar 1 (QPM-1).
§ 2º - As Praças oriundas das extintas Qualificações Policiais-Militares Particulares (QPMP) da Qualificação Policial-Militar Geral-
2 (QPMG-2) passam a integrar a Qualificação Policial-Militar 2 (QPM-2).
§ 3º - As fusões das extintas Qualificações Policiais-Militares, com vistas à formação das Qualificações criadas por esta Lei,
observarão, para a organização das novas escalas hierárquicas, a ordem de antiguidade na graduação e a ordem de
precedência que seus integrantes detinham nas Qualificações extintas.

BRIGADA MILITAR - CTSP - Promoção de Soldado a Sargento 41


LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL CARREIRA DOS SERVIDORES MILITARES DO RIO GRANDE DO SUL

§ 4º - As especialidades de interesse da Brigada Militar, exercidas por Praças, serão criadas e reguladas por ato do Chefe do
Poder Executivo, mediante proposta do ComandanteGeral da Brigada Militar ao Secretário de Estado responsável pelos
assuntos da segurança pública.
Art. 23 Fica extinta a graduação de Aspirante-a-Oficial.
Art. 24 Ficam extintos os Cursos de Formação, Habilitação e Aperfeiçoamento instituídos para Oficiais e Praças anteriormente
à vigência desta Lei.
Art. 25 Ficam mantidos os padrões remuneratórios dos cargos correspondentes aos postos e graduações extintos por esta
Lei, sobre os quais incidirá a política salarial do Estado.
Art. 26 Os períodos de tempo de serviço prestados em órgãos de execução, previstos nesta Lei, serão exigidos em sua
plenitude a partir de três anos da data de vigência desta Lei.
Art. 27 VETADO.
Art. 28 As despesas decorrentes da aplicação desta Lei correrão à conta de dotações orçamentárias próprias.
Art. 29 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 30 Revogam-se as disposições em contrário.
PALÁCIO PIRATINI, em Porto Alegre, 18 de agosto de 1997.

BRIGADA MILITAR - CTSP - Promoção de Soldado a Sargento 42


REGULAMENTO DISCIPLINAR

LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
DA BRIGADA MILITAR
(DECRETO Nº 43.245/04)

Art. 1º Fica aprovado o Regulamento Disciplinar da Brigada Militar do Estado do Rio Grande do Sul, publicado em anexo ao
presente Decreto.
Art. 2º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação, revogando-se as disposições em contrário, especialmente
o DECRETO Nº 43.053, de 23 de abril de 2004.
PALÁCIO PIRATINI, em Porto Alegre,19 de julho de 2004.

REGULAMENTO DISCIPLINAR DA BRIGADA MILITAR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL


TÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º O Regulamento Disciplinar da Brigada Militar do Estado do Rio Grande do Sul tem a finalidade de especificar e
classificar as transgressões disciplinares e estabelecer normas relativas às punições disciplinares, os recursos, o comportamento
policial-militar das Praças e as recompensas policiais-militares.
§ 1º - A camaradagem é indispensável à formação e ao convívio entre os integrantes da Corporação, devendo estes primar
pela melhor relação social entre si.
§ 2º - Incumbe ao superior hierárquico incentivar e manter a harmonia e a amizade entre seus subordinados.
§ 3º - A civilidade, como parte da educação policial-militar, é de importância vital para a disciplina no âmbito da Brigada Militar
e, assim sendo, é indispensável que o superior trate com cortesia, urbanidade e justiça os seus subordinados e, em
contrapartida, o subordinado deve externar, aos seus superiores, toda manifestação de respeito e deferência.
§ 4° - As demonstrações de camaradagem, cortesia e consideração, obrigatórias entre os Militares Estaduais, devem ser
dispensadas também aos Militares das Forças Armadas e aos Militares Estaduais de outras Corporações.
Art. 2° Este Regulamento aplica-se aos Militares Estaduais ativos e alunos matriculados em órgãos de formação.
§ 1° - Os Militares Estaduais na inatividade não são alcançados pelas disposições deste Regulamento, excetuando-se quanto a
divulgação de segredos militares, de que trata a Lei Federal n° 7.524/86, tanto quanto a manifestação pública, pela imprensa
ou por outro meio de divulgação, de críticas a assuntos que afetem a previsão estatutária relativa ao valor e a ética policial-
militar, naquilo que lhes for aplicável.
§ 2° - Os Alunos de órgãos de formação de Militares Estaduais também estão sujeitos aos Regimentos Internos, Regulamentos,
Normas e Ordens específicas dos OPM em que estejam matriculados e/ou frequentando o Curso.

BRIGADA MILITAR - CTSP - Promoção de Soldado a Sargento 43


LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL REGULAMENTO DISCIPLINAR DA BRIGADA MILITAR

CAPÍTULO II
DA HIERARQUIA E DA DISCIPLINA

Art. 3° A hierarquia e a disciplina são a base institucional da Brigada Militar.


Art. 4° São manifestações essenciais da disciplina e da hierarquia policial-militar:
I - a correção de atitudes;
II - a pronta obediência às ordens dos superiores hierárquicos;
III - a dedicação integral ao serviço;
IV - a colaboração espontânea para a disciplina coletiva e a eficiência da instituição;
V - a consciência das responsabilidades;
VI - o respeito à hierarquia entre os servidores militares ativos e inativos;
VII - a rigorosa observância das prescrições legais e regulamentares.
Art. 5° As ordens legais devem ser prontamente executadas, cabendo inteira responsabilidade à autoridade que as
determinar.
§ 1° - Em caso de dúvida, será garantido ao subordinado os esclarecimentos necessários para o total entendimento e
compreensão sobre o que deve cumprir.
§ 2° - Quando a ordem contrariar preceito legal poderá o executor solicitar a sua confirmação por escrito, cumprindo a
autoridade que a emitiu atender à solicitação.
§ 3° - Cabe ao executor que exorbitar no cumprimento de ordem recebida a responsabilidade pelos excessos e abusos que
cometer.
Art. 6° Todo Militar Estadual que se deparar com ato contrário à disciplina militar deverá adotar medida saneadora.
Parágrafo único. Se detentor de precedência hierárquica sobre o transgressor, o Militar Estadual deverá adotar as providências
cabíveis pessoalmente, se subordinado, deverá comunicar ao seu comandante imediato ou seu representante.

TÍTULO II
DAS TRANSGRESSÕES DISCIPLINARES
CAPÍTULO I
DA DEFINIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO

Art. 7° Transgressão disciplinar é qualquer violação dos princípios da ética, dos deveres ou das obrigações policiais-militares,
na sua manifestação elementar e simples, bem como qualquer omissão ou ação contrária a preceitos legais ou
regulamentares.
§ 1° - A responsabilidade criminal e civil não elide a incidência de transgressão disciplinar e, consequentemente, da aplicação
de sanção disciplinar, caso a conduta não seja devidamente justificada.
§ 2° - São transgressões disciplinares:
I - todas as ações ou omissões contrárias à disciplina policial-militar especificadas no Anexo I, deste Regulamento;
II - todas as ações ou omissões ou atos não especificados na relação de transgressões do Anexo citado que afetem a honra
pessoal, o pundonor militar, o decoro da classe ou o sentimento do dever e outras prescrições contidas no Estatuto dos
Servidores Militares Estaduais, Leis e Regulamentos, bem como aquelas praticadas contra regras e ordens de serviço emanadas
de autoridade competente.

BRIGADA MILITAR - CTSP - Promoção de Soldado a Sargento 44


Art. 8° As transgressões, quanto à natureza, classificam-se como:

LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
I - leves;
II - médias;
III - graves.
§ 1° - A classificação das transgressões disciplinares, obedecidos os preceitos deste Regulamento, cabe a quem tem
competência para aplicar as punições.
§ 2° - A autoridade competente poderá, motivadamente, observando o interesse da disciplina, da ordem administrativa e da
ação educativa da punição, e os vetores da aplicação da sanção, de que trata os artigos 34 a 41, deste Regulamento, alterar a
classificação da falta disciplinar prevista na Relação dos Tipos Transgressionais Disciplinares constante do Anexo I, deste
Regulamento.

TÍTULO III
DAS SANÇÕES DISCIPLINARES
CAPÍTULO I
DA NATUREZA E AMPLITUDE

Art. 9° As sanções disciplinares aplicáveis aos Militares Estaduais, nos termos dos artigos precedentes, são:
I - advertência;
II - repreensão;
III - detenção;
IV - prisão;
V - licenciamento a bem da disciplina;
VI - exclusão a bem da disciplina.
§ 1° - As sanções disciplinares têm função educativa e visam à preservação da disciplina em beneficio do punido, da
coletividade a que ele pertence e também à garantia da eficiência na prestação dos serviços.
§ 2° - A publicação das punições dos praças se dará em Boletim Geral ou Interno.
§ 3° - A publicação das punições dos Oficiais se dará no Boletim Disciplinar dos Oficiais dentro dos respectivos círculos
hierárquicos, podendo ser em Boletim Geral ou Interno caso as circunstâncias ou a natureza da transgressão sejam aviltantes à
ética e ao dever Policial-Militar.

SEÇÃO I
DA ADVERTÊNCIA

Art. 10 A advertência, forma mais branda das sanções, será aplicada ostensivamente, por meio de publicação em Boletim, e
será registrada nos assentamentos individuais do transgressor.

SEÇÃO II
DA REPREENSÃO

Art. 11 A repreensão é sanção imposta ao transgressor de forma ostensiva, mediante publicação em Boletim, devendo
sempre ser averbada nos assentamentos individuais do transgressor.

BRIGADA MILITAR - CTSP - Promoção de Soldado a Sargento 45


LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL REGULAMENTO DISCIPLINAR DA BRIGADA MILITAR

SEÇÃO III
DA DETENÇÃO

Art. 12 A detenção consiste no cerceamento da liberdade do punido, o qual deverá permanecer no local que lhe for
determinado, sem que fique confinado.
§ 1° - O ato administrativo que decidir pela detenção esclarecerá se deve ser cumprida com prejuízo das escalas operacionais
de serviço externo ou não.
§ 2° - A detenção com prejuízo do serviço externo consiste na permanência do punido em local próprio e designado para tal,
o qual deverá comparecer aos atos de instrução e serviços internos, caso as circunstâncias recomendem o contrário, tal
restrição deverá ser objeto da publicação que veiculou o ato administrativo.
§ 3° - A detenção sem prejuízo do serviço externo consiste na permanência do punido em local próprio e designado para tal,
devendo concorrer às escalas operacionais, tanto como a instrução e serviços internos.
§ 4° - O tempo de cumprimento da punição contar-se-á do momento em que o punido for recolhido até aquele em que for
posto em liberdade.
§ 5° - Os Militares Estaduais dos diferentes círculos de oficiais e praças, estabelecidos em lei estatutária, não poderão cumprir
suas sanções disciplinares no mesmo compartimento, tanto como deverão ficar separados daqueles presos à disposição da
Justiça.

SEÇÃO IV
DA PRISÃO

Art. 13 Exclusivamente para o atendimento das disposições de conversão de infração penal em disciplinar, previstas na lei
penal militar, haverá o instituto da prisão administrativa que consiste na permanência do punido no âmbito do
aquartelamento, com prejuízo do serviço e da instrução.

SEÇÃO V
DO LICENCIAMENTO E DA EXCLUSÃO

Art. 14 O licenciamento e a exclusão a bem da disciplina consistem no afastamento ex-officio do Militar Estadual do serviço
ativo, conforme preceitua o Estatuto dos Servidores Militares do Estado.
Art. 15 O licenciamento a bem da disciplina será aplicado à praça sem estabilidade, mediante processo administrativo,
quando:
I - acusada oficialmente ou por qualquer meio lícito de comunicação social de ter:
a) procedido incorretamente no desempenho do cargo;
b) tido conduta irregular; ou
c) praticado ato que afete a honra pessoal o pundonor militar ou decoro da classe.
II - afastado do cargo, na forma do estatuto, por se tomar incompatível com o mesmo ou demonstrar incapacidade no
exercício das funções a ele inerentes;
III - condenado por crime de natureza dolosa com pena privativa de liberdade até dois anos, tão logo transite em julgado a
sentença; ou
IV - permanecer no comportamento mau pelo período de dois anos.

BRIGADA MILITAR - CTSP - Promoção de Soldado a Sargento 46


Art. 16 A exclusão a bem da disciplina será aplicada ex-officio ao praça com estabilidade, de acordo com o prescrito no

LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
Estatuto dos Servidores Militares do Estado, sendo submetida a Conselho de Disciplina nos termos da legislação específica.

SEÇÃO VI
DAS MEDIDAS CAUTELARES

Art. 17 Quando para a preservação da vida ou da integridade física, excluídas as circunstâncias de flagrância de delito, uma
ocorrência exija pronta intervenção, mesmo sem possuir ascendência funcional sobre o infrator, o militar estadual de maior
antiguidade que presenciar a irregularidade deverá tomar imediatas e enérgicas providências, inclusive recolhendo o
transgressor a local determinado, na condição de detido com prejuízo do serviço, em nome da autoridade competente, dando
ciência a esta, pelo meio mais rápido, do ocorrido e das providências tomadas em seu nome.
Parágrafo único. O transgressor permanecerá nestas condições pelo período de vinte e quatro horas, prorrogável por igual
período, mediante decisão devidamente fundamentada, da qual ser-lhe-á dado ciência, determinando-se a imediata apuração
dos fatos e instauração do devido processo administrativo disciplinar militar, pela autoridade que detém a competência
punitiva sobre o infrator.
Art. 18 Quando para a preservação da disciplina e do decoro da Corporação, uma ocorrência exija pronta intervenção,
visando restabelecer a ordem administrativa, mesmo sem possuir ascendência funcional sobre o infrator, o militar estadual de
maior antiguidade que presenciar ou tiver conhecimento de transgressão disciplinar de natureza grave deverá tomar imediatas
e enérgicas providências, inclusive recolhendo o transgressor a local determinado, na condição de detido com prejuízo do
serviço, em nome da autoridade competente, dando ciência a esta, pelo meio mais rápido, do ocorrido e das providências
tomadas em seu nome.
Parágrafo único. O transgressor permanecerá nestas condições pelo período de até vinte e quatro horas, mediante decisão
devidamente motivada, da qual ser-lhe-á dado ciência, determinando-se a imediata apuração dos fatos e instauração do
devido processo administrativo disciplinar militar, pela autoridade que detém a competência punitiva sobre o infrator.

TÍTULO IV
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR MILITAR
CAPÍTULO I
DA COMPETÊNCIA

Art. 19 A competência disciplinar é inerente ao cargo, posto ou função.


Art. 20 São autoridades competentes para aplicar sanção disciplinar:
I - O Governador do Estado a todos os Militares Estaduais sujeitos a este Regulamento;
II - O Chefe da Casa Militar aos que estiverem sob suas ordens;
III - O Comandante-Geral e o Subcomandante-Geral da Brigada Militar a todos os Militares Estaduais sujeitos a este
Regulamento, exceto o Chefe da Casa Militar e àqueles que servirem sob as ordens deste;
IV - O Chefe do Estado Maior da Brigada Militar aos que estiverem sob suas ordens;
V - O Corregedor-Geral, o Comandante do Comando do Corpo de Bombeiros, os Comandantes dos Comandos Regionais de
Polícia Ostensiva, os Comandantes dos Comandos Regionais de Bombeiros, o Comandante do Comando dos órgãos de
Polícia Militar Especiais e os Diretores aos que estiverem sob suas ordens ou integrantes das OPM subordinadas;
VI - O Ajudante-Geral, os Comandantes e Subcomandantes de órgãos Policiais Militares, os Chefes de Assessorias, Seção,
Centros e Divisões, e os Comandantes de Subunidades aos que estiverem sob seu comando, chefia ou direção.
VII - Os Comandantes de Pelotões Destacados, aos que servirem sob suas ordens.
Art. 21 O Governador do Estado e o Comandante-Geral da Brigada Militar são competentes para aplicar todas as sanções
disciplinares previstas neste Regulamento.

BRIGADA MILITAR - CTSP - Promoção de Soldado a Sargento 47


LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL REGULAMENTO DISCIPLINAR DA BRIGADA MILITAR

Art. 22 Na ocorrência de transgressão disciplinar envolvendo Militares Estaduais de mais de um OPM, caberá ao Comandante
com responsabilidade territorial sobre a área onde ocorreu o fato, apurar ou determinar sua apuração, e, ao final, remeter os
autos à autoridade funcional superior comum aos envolvidos.
Art. 23 Quando duas autoridades de níveis hierárquicos diferentes, ambas com competência disciplinar sobre o transgressor,
tiverem conhecimento da transgressão disciplinar, caberá à de maior hierarquia apurá-la ou determinar que a menos
graduada o faça.
Art. 24 No caso de ocorrência disciplinar envolvendo Militares das Forças Armadas e Militares Estaduais, a autoridade policial-
militar competente deverá tomar as medidas disciplinares cabíveis quanto aos elementos a ela subordinados, informando o
escalão superior sobre a ocorrência, as medidas tomadas e o que foi por ela apurado, dando ciência do fato também ao
Comandante Militar interessado.

CAPÍTULO II
DA PARTE DISCIPLINAR

Art. 25 A parte disciplinar é o relato de uma transgressão disciplinar cometida por Militar Estadual.
Art. 26 Todo Militar Estadual que tiver conhecimento de um fato contrário à disciplina deverá participar ao seu superior
imediato, por escrito ou verbalmente, neste último caso confirmando a participação, por escrito no prazo de até dois dias
úteis.
Art. 27 A parte disciplinar deve ser clara e precisa, contendo os dados capazes de identificar pessoas ou objetos envolvidos,
local, data, hora do fato, circunstâncias e alegações do transgressor, quando presente.
§ 1° É vedado ao comunicante tecer comentários ou opiniões pessoais.
§ 2° A parte disciplinar deverá ser apresentada no prazo de até dois dias úteis, contados da constatação ou do conhecimento
do fato, ressalvadas as disposições relativas às medidas cautelares, previstas nos artigos 17 e 18, deste Regulamento, quando
deverá ser feita imediatamente.
CAPÍTULO III
DO PROCESSO

Art. 28 Nos casos em que são imputadas ao Militar Estadual ações ou omissões tidas como transgressões da disciplina
policial-militar, estas serão devidamente apuradas na forma do contido neste Capítulo e nos Anexos I e II, deste Regulamento,
propiciando-se ao imputado o devido processo administrativo para a sua ampla defesa e contraditório.
Parágrafo único. O processo administrativo será orientado pelos princípios da instrumental idade, simplicidade, informalidade,
economia procedimental e celeridade, buscando sempre a verdade real sobre o fato apreciado.
Art. 29 As autoridades competentes para instauração, procedimento e julgamento do processo são aquelas com
competência para aplicar a sanção administrativa.
Parágrafo único. As autoridades de que trata o caput deste artigo, excetuando-se aquelas do inciso VII do artigo 20, poderão
delegar a Oficial que lhe seja subordinado, a realização do Processo Administrativo Disciplinar Militar, observando a
precedência hierárquica entre o Encarregado e o Acusado.
Art. 30 Incumbirá ao acusado o ônus de provar os fatos por ele alegados em sua defesa, entre estes os de existência de fato
impeditivo, modificativo ou extintivo da pretensão punitiva-disciplinar, bem como o de apresentar e conduzir à autoridade
competente as provas documentais e testemunhais que arrolar como pertinentes ao fato.
Parágrafo único. A autoridade competente ou a encarregada do processo poderá limitar ou excluir as provas e testemunhas
que considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias.
Art. 31 Nenhum ato do processo será declarado nulo se da nulidade não resultar prejuízo para a Administração ou para a
defesa, nem se praticado de forma diversa da prescrita tenha atingido sua finalidade.
Parágrafo único. Igualmente não será declarada nulidade de ato processual que não tenha influído na apuração da verdade
substancial ou decisão da autoridade competente.

BRIGADA MILITAR - CTSP - Promoção de Soldado a Sargento 48


Art. 32 O processo será arquivado quando reconhecido:

LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
I- estar provada a inexistência do fato:
II - não haver prova da existência do fato;
III - não constituir o fato infração disciplinar;
IV - não existir prova de ter o acusado concorrido para a infração disciplinar;
V - não existir prova suficiente para a aplicação da punição;
VI - a existência de quaisquer das seguintes causas de justificação:
a) motivo de força maior ou caso fortuito;
b) legítima defesa própria ou de outrem;
c) estado de necessidade;
d) estrito cumprimento do dever legal;
e) coação irresistível;
f) inexigibilidade de conduta diversa.
Art. 33 O Militar Estadual, com estabilidade cuja atuação no serviço revelar-se incompatível com o cargo ou que demonstrar
incapacidade para o exercício das funções policiais-militares a ele inerentes será submetido a Conselho de Justificação ou
Disciplina.
Parágrafo único. Obedecidas as prescrições estatutárias será promovido o imediato afastamento do cargo e das funções o
Militar Estadual que praticar os atos previstos no caput deste artigo.

CAPÍTULO IV
DA APLICAÇÃO DA SANÇÃO DISCIPLINAR

Art. 34 Na aplicação da sanção disciplinar serão considerados os motivos, circunstâncias e consequências da transgressão, os
antecedentes e a personalidade do infrator, assim como a intensidade do dolo ou o grau da culpa.
Art. 35 São circunstâncias atenuantes:
I - estar classificado, no mínimo, no comportamento bom;
II - relevância de serviços prestados;
III - ter cometido a transgressão para a preservação da ordem ou do interesse público;
IV - ter admitido, com eficácia para elucidação dos fatos, o cometimento da transgressão.
Art. 36 São circunstâncias agravantes:
I - estar classificado no comportamento insuficiente ou no comportamento mau;
II - prática simultânea ou conexão de duas ou mais transgressões;
III - reincidência;
IV - conluio de duas ou mais pessoas;
V - falta praticada com abuso de autoridade;
VI - ter sido cometida a transgressão:
a) em presença de subordinado;
b) durante a execução de serviço;
c) com premeditação;
d) em presença de tropa;
e) em presença de público.

BRIGADA MILITAR - CTSP - Promoção de Soldado a Sargento 49


LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL REGULAMENTO DISCIPLINAR DA BRIGADA MILITAR

Art. 37 A aplicação da punição será feita com justiça, serenidade e imparcialidade, para que o punido fique consciente e
convicto de que a mesma se inspira no cumprimento exclusivo de um dever.
§ 1° A aplicação da sanção disciplinar será proporcional à gravidade da transgressão cometida, e não justificada, dentro dos
seguintes limites:
I - advertência ou repreensão para as transgressões classificadas como de natureza leve;
II - de repreensão até dez dias de detenção com prejuízo do serviço para as transgressões classificadas como de natureza
média;
III - de detenção com prejuízo do serviço, até trinta dias, às punições previstas nos artigos 14 e 15, deste Regulamento, para as
transgressões classificadas como de natureza grave.
§ 2° A punição não poderá atingir o máximo previsto no parágrafo anterior quando ocorrerem apenas circunstâncias
atenuantes;
§ 3° A aplicação da primeira punição classificada como detenção com prejuízo do serviço ou prisão são da competência das
autoridades elencadas no inciso I ao VI do artigo 20, do presente Regulamento;
§ 4° Nos casos em que houver a necessidade de exceder o limite de dez dias de detenção com prejuízo do serviço ou de
quinze dias de prisão na aplicação da punição, esta deverá ser submetida a apreciação das autoridades previstas no inciso VI
do artigo 20 deste Regulamento, com exceção das aplicadas pelas autoridades que as precedem.
Art. 38 O enquadramento disciplinar é a descrição da transgressão cometida, dele devendo constar, resumidamente, o
seguinte:
I - descrição da ação ou omissão que caracteriza a transgressão;
II - indicação da transgressão disciplinar;
III - as causas de justificação ou das circunstâncias atenuantes e agravantes;
IV - alegações de defesa;
V - decisão da autoridade aplicando a sanção;
VI - assinatura da autoridade.
Art. 39 Em caso de reincidência, a aplicação da pena deverá ser com maior severidade.
Art. 40 Na ocorrência de mais de uma transgressão, sem conexão entre elas, serão aplicadas as sanções correspondentes
isoladamente.
Art. 41 Ninguém será administrativamente cerceado da liberdade, exceto quando da necessidade da aplicação das medidas
cautelares, da detenção ou da prisão de que tratam o presente Regulamento.

CAPÍTULO V
DO CUMPRIMENTO DA SANÇÃO DISCIPLINAR

Art. 42 A autoridade competente que tiver de efetivar o cumprimento de uma sanção imposta a subordinado que esteja a
serviço ou à disposição de outra autoridade, fará a devida comunicação para que a medida seja cumprida.
Art. 43 O cumprimento da sanção disciplinar por Militar Estadual afastado de serviço deve ocorrer após a sua apresentação
no OPM, pronto para o serviço policial-militar, salvo nos casos da preservação da ordem.
Parágrafo único. A interrupção de afastamento regulamentar para implemento de sanção disciplinar, somente ocorrerá
quando determinada pelo Governador do Estado ou pelo Comandante-Geral da Brigada Militar.

BRIGADA MILITAR - CTSP - Promoção de Soldado a Sargento 50


TÍTULO V

LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
DO COMPORTAMENTO POLICIAL-MILITAR

Art. 44 O comportamento Policial-Militar dos Praças espelha o seu procedimento civil e policial-militar sob o ponto de vista
disciplinar.
Art. 45 Ao ser incluído na Brigada Militar, o Praça será classificado no comportamento bom.
Art. 46 Para fins disciplinares e para outros efeitos, o comportamento policial-militar do Praça é considerado:
I - excepcional, quando no período de setenta e dois meses de efetivo serviço tenha sofrido até no máximo uma advertência;
II - ótimo, quando no período de quarenta e oito meses tenha sofrido até no máximo uma repreensão, ou o equivalente;
III - bom, quando no período de vinte e quatro meses tenha sofrido até no máximo uma punição de detenção, ou o
equivalente;
IV - insuficiente, quando no período de doze meses tenha sofrido até no máximo uma punição de detenção com prejuízo do
serviço ou o equivalente;
V - mau, quando no período de doze meses tenha sofrido até duas punições de detenção com prejuízo do serviço ou o
equivalente, e mais uma outra punição qualquer.
§ 1° - A reclassificação do comportamento se dará ex-officio, de acordo com os prazos estabelecidos neste artigo.
§ 2° - Para a classificação de comportamento, duas advertências equivalerão a uma repreensão, duas repreensões a uma
detenção sem prejuízo do serviço e duas detenções sem prejuízo do serviço a uma detenção com prejuízo do serviço.
§ 3° - Ainda para efeito de classificação do comportamento, a prisão administrativa, de que trata o artigo 13 deste
Regulamento, corresponderá a uma detenção com prejuízo do serviço.
§ 4° - Para efeito de reclassificação do comportamento, ter-se-á como base as datas em que as sanções foram publicadas.
§ 5° - A reclassificação do comportamento do ME se dará gradativamente e será proporcional à sanção, tomando como base
o comportamento bom.
§ 6° - A reclassificação do comportamento se dará após a decisão definitiva.
§ 7° - As punições canceladas ou anuladas não serão consideradas para efeito de reclassificação do comportamento.
§ 8° - O Militar Estadual classificado no comportamento Bom ou ótimo poderá ser beneficiado com a reclassificação gradativa
por ocasião de sua transferência para a reserva remunerada, independente dos prazos, por meio de publicação fundamentada
de seu comandante imediato.

TÍTULO VI
DOS RECURSOS DISCIPLINARES

Art. 47 É direito de todo o Militar Estadual, que se considerar prejudicado, ofendido ou injustiçado por ato de superior
hierárquico na esfera disciplinar, interpor os seguintes recursos:
I - Reconsideração de Ato;
II - Queixa;
III - Representação.
Art. 48 O recurso disciplinar deve ser redigido de forma respeitosa, sem comentários ou insinuações, tratando de caso
específico, cingindo-se aos fatos que o motivaram, fundamentando-se em argumentos, provas ou documentos
comprobatórios e elucidativos.
Art. 49 Os recursos deverão ser interpostos individualmente e deverão ser encaminhados pela autoridade à qual o
requerente estiver diretamente subordinado.

BRIGADA MILITAR - CTSP - Promoção de Soldado a Sargento 51


LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL REGULAMENTO DISCIPLINAR DA BRIGADA MILITAR

Art. 50 Os recursos disciplinares a que se refere o artigo 47 deste Regulamento terão efeito suspensivo no cumprimento da
punição imposta.
Art. 51 A decisão do recurso não agravará a punição do recorrente.
Art. 52 A Reconsideração de Ato é o recurso interposto, mediante parte ou oficio, à autoridade que praticou, ou aprovou, o
ato disciplinar que se reputa irregular, ofensivo, injusto ou ilegal, para que o reexamine.
Art. 53 A Queixa é o recurso interposto perante a autoridade imediatamente superior a que aplicou a punição disciplinar, por
Militar Estadual que se julgue prejudicado em virtude de decisão denegatória do recurso de Reconsideração de Ato.
Parágrafo único. Caso a decisão denegatória for do Subcomandante, do Chefe do Estado-Maior ou do Corregedor-Geral da
Brigada Militar, a queixa será interposta perante o Comandante-Geral.
Art. 54 Representação é o recurso disciplinar, efetuado mediante oficio ou parte, interposto por autoridade que julgue
subordinado seu estar sendo vítima de injustiça, ilegalidade, arbitrariedade, abuso de autoridade ou prejudicado em seus
direitos por ato de autoridade superior hierárquico.
Art. 55 Os recursos de Reconsideração de Ato, Queixa e Representação deverão ser interpostos no prazo de três dias úteis a
contar da publicação do ato.
Art. 56 A decisão dos recursos disciplinares será dada no prazo de até oito dias.
Art. 57 Não será conhecido o recurso intempestivo, procrastinador ou que não apresente fatos novos que modifiquem a
decisão anteriormente tomada, devendo este ato ser publicado, obedecido o prazo do artigo anterior.
Parágrafo único. O recurso disciplinar, que não atender aos requisitos previstos no presente Regulamento, não será conhecido
pela autoridade à qual for dirigido, cabendo a esta mandar arquivá-lo ou encaminhá-lo à autoridade competente, publicando
a sua decisão em Boletim, fundamentadamente.
Art. 58 Cabe ao Comandante-Geral da Brigada Militar decidir, em última instância, os recursos disciplinares deste Título,
contra ato punitivo aplicado pelas autoridades de que trata o artigo 20, deste Regulamento, exceto a prevista no inciso I
daquele dispositivo.
Parágrafo único. Nos casos em que a sanção disciplinar tiver sido aplicada pelo Comandante-Geral caberá somente o recurso
de Reconsideração de Ato.
Art. 59 Quando a sanção disciplinar tiver sido aplicada pelo Governador do Estado, somente será cabível o recurso de
Reconsideração de Ato.

TÍTULO VII
DO CANCELAMENTO E DA ANULAÇÃO

Art. 60 O cancelamento de sanção disciplinar consiste na retirada dos registros realizados nos assentamentos do Militar
Estadual.
Art. 61 O cancelamento da punição será concedido ao ME que o requerer, satisfeitas as seguintes condições:
I - não ser a transgressão objeto do cancelamento, atentatória ao sentimento do dever, à honra pessoal, ao pundonor militar
ou ao decoro da classe;
II - ter o requerente bons serviços prestados e comprovados pela análise de suas alterações;
III - ter o requerente parecer favorável de seu Comandante;
IV - ter o requerente completado, sem qualquer outra punição superveniente:
a) seis anos de efetivo serviço, quando a punição a cancelar for de detenção com prejuízo do serviço ou prisão;
b) quatro anos de efetivo serviço, quando a punição a cancelar for de detenção sem prejuízo do serviço;
c) dois anos de efetivo serviço, quando a punição a cancelar for de advertência ou repreensão.
Art. 62 A eliminação das anotações nos assentamentos e fichas disciplinares se dará de modo que não seja possível a sua
leitura, registrando-se apenas o número e a data do ato administrativo que formalizou o cancelamento.

BRIGADA MILITAR - CTSP - Promoção de Soldado a Sargento 52


Art. 63 A solução do requerimento solicitando o cancelamento da punição deverá constar em publicação do Boletim.

LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
Art. 64 A decisão do pedido de cancelamento de punição é de competência dos Comandantes Regionais e Diretores, além
das autoridades elencadas nos incisos I, II, III, IV, V e VII do artigo 20, deste Regulamento.
Art. 65 Concedido o cancelamento, o comportamento do Militar Estadual será reclassificado, na forma deste Regulamento.
Art. 66 O Comandante-Geral da Brigada Militar, ex-officio, ou mediante requerimento do interessado, após parecer do
Comandante deste, independentemente das condições enunciadas nos artigos anteriores, poderá cancelar as sanções dos
Militares Estaduais que tenham prestado relevantes serviços e não hajam sofrido qualquer punição nos últimos dois anos.
Art. 67 A anulação de punição consiste em tomar sem efeito sua aplicação.
§ 1° - A anulação da punição será concedida quando for comprovado ter ocorrido injustiça ou ilegalidade na sua aplicação.
§ 2° - A punição poderá ser anulada:
I - a qualquer tempo pelas autoridades elencadas no artigo 20, incisos I, II e III, deste Regulamento;
II - no prazo de cento e vinte dias pelas demais autoridades previstas nos incisos do artigo 20, deste Regulamento.
Art. 68 A anulação da punição importará na eliminação de toda e qualquer anotação ou registro nos assentamentos do
punido relativo à sua aplicação.
Art. 69 A autoridade que tomar conhecimento de comprovada ilegalidade ou injustiça na aplicação de punição e não tiver
competência para anulá-la, deverá propor a sua anulação à autoridade competente, fundamentadamente.

TÍTULO VIII
DAS RECOMPENSAS POLICIAIS-MILITARES

Art. 70 As recompensas policiais-militares constituem reconhecimento aos bons serviços prestados pelo Militar Estadual e
consubstanciam-se em prêmios por atos meritórios e serviços relevantes.

Art. 71 São recompensas policiais-militares, além de outras previstas em lei e regulamentos especiais:
I - o elogio;
II - a dispensa do serviço.
Art. 72 O elogio, que pode ser individual ou coletivo, é ato administrativo que coloca em relevo as qualidades morais e
profissionais do servidor militar, podendo ser formulado independentemente da classificação de comportamento, com a
devida publicidade e registro nos assentamentos.
§ 1° - O elogio individual somente poderá ser reconhecido a Militares Estaduais que tenham se destacado na prática de ato em
serviço ou ação meritória, onde os aspectos principais nele abordados serão referentes ao caráter, à coragem e
desprendimento, à inteligência, às condutas civil e policial-militar, às culturas profissionais e gerais, à capacidade como
instrutor, à capacidade como comandante e como administrador e à capacidade física.
§ 2° - Só serão registrados nos assentamentos dos ME os elogios individuais obtidos no desempenho de funções próprias à
Brigada Militar e concedidos por autoridades com atribuições para fazê-lo.
§ 3° - O elogio coletivo visa a reconhecer os serviços prestados e a ressaltar as qualidades reveladas por um grupo de
Policiais-Militares ou fração de tropa ao cumprir destacadamente uma determinada missão.
§ 4° - Quando a autoridade que conceder o elogio não dispuser de Boletim para a publicação, esta deverá ser feita, mediante
solicitação escrita, no da autoridade imediatamente superior.
Art. 73 A dispensa do serviço consiste na publicação, devidamente fundamentada, dos motivos que levaram a concessão da
recompensa ao ME, a juízo de seu Comandante, de modo que também apresente efeito educativo e motive a coletividade a
seguir os bons exemplos.
§ 1° - A dispensa total do serviço será concedida pelo prazo máximo de oito dias, alternados ou consecutivos, no decorrer de
um ano civil, observado esse limite, os dias de dispensa que não serão descontados das férias do Militar Estadual.

BRIGADA MILITAR - CTSP - Promoção de Soldado a Sargento 53


LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL REGULAMENTO DISCIPLINAR DA BRIGADA MILITAR

§ 2° - A dispensa total do serviço é regulada por dias de vinte e quatro horas, contados de Boletim a Boletim. Sua publicação
deverá ser feita, no mínimo, vinte e quatro horas antes do início, salvo motivo de força maior.
Art. 74 São competentes para conceder as recompensas de que trata este Título as autoridades especificadas no artigo 20,
deste Regulamento.

TÍTULO IX
DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS FINAIS

Art. 75 Os julgamentos a que forem submetidos os Militares Estaduais perante o Conselho de Justificação ou Conselho de
Disciplina serão realizados segundo legislação específica.
Parágrafo único. As causas determinantes de sujeição do ME a julgamento por um desses Conselhos, provocados ex-officio ou
a pedido, são as estabelecidas na legislação própria.
Art. 76 O comportamento dos praças deverá ser adequado ao disposto no artigo 46, deste Regulamento.
Art. 77 A Brigada Militar deverá elaborar relatório anual de avaliação disciplinar de seu efetivo.
§ 1° - Os critérios de avaliação terão por base a aplicação deste Regulamento.
§ 2° - A avaliação deverá contemplar a totalidade das transgressões e sanções correspondentes, posto ou graduação e OPM
do transgressor e localidade do cometimento das infrações.
Art. 78 As disposições deste Regulamento não se aplicam aos procedimentos já instaurados com base no Decreto n° 41.067,
de 24 de setembro de 2001, exceto às sanções disciplinares aplicáveis e aos procedimentos e respectivas autoridades recursais.
Parágrafo único. Para efeitos de classificação de comportamento disciplinar as suspensões, ocorridas na vigência do
regulamento citado no caput deste artigo, corresponderão a uma prisão ou uma detenção com prejuízo do serviço.
Art. 79 O Comandante-Geral da Brigada Militar expedirá instruções complementares necessárias à correta interpretação e
perfeita aplicação das disposições deste Regulamento.
Art. 80 Este Regulamento Disciplinar entra em vigor na data de sua publicação.

ANEXO I
TIPOS TRANSGRESSIONAIS DISCIPLINARES

I - São consideradas transgressões de natureza leve:


1. Deixar de comunicar ao superior, tão logo possível, a execução de ordem legal recebida;
2. Deixar o subordinado de cumprimentar superior, uniformizado ou não, neste caso desde que o conheça, ou de prestar-lhe
homenagens ou sinais regulamentares de consideração e respeito e o superior hierárquico, de responder ao cumprimento;
3. Chegar atrasado ao expediente, ao serviço para o qual esteja nominalmente escalado ou a qualquer ato em que deva tomar
parte ou assistir;
4. Tornar parte em jogos proibidos, ou jogar a dinheiro;
5. Içar ou arriar, sem ordem, bandeira ou insígnia de autoridade;
6. Executar toques ou fazer sinais regulamentares sem ordem para tal;
7. Conversar ou fazer ruídos em ocasião, lugar ou hora imprópria;
8. Fumar em lugar ou ocasião onde isso seja vedado ou quando se dirigir a superior;
9. Usar uniforme de forma inadequada, contrariando as normas respectivas, ou vestuário incompatível com a função, ou,
ainda, descurar do asseio pessoal ou coletivo;
10. Negar-se a receber alimentação, uniforme, equipamentos, ou outros objetos que lhe sejam destinados ou devam ficar em
seu poder;

BRIGADA MILITAR - CTSP - Promoção de Soldado a Sargento 54


11. Conduzir veículo ou pilotar aeronave ou embarcação da Corporação, sem autorização do órgão competente da Brigada

LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
Militar.
12. Penetrar o Militar Estadual, sem permissão ou ordem, em aposento destinado a superior ou onde este se ache, bem como
em qualquer lugar onde a entrada lhe seja vedada;
13. Sobrepor ao uniforme insígnias de sociedades particulares, entidades religiosas ou políticas, bem como medalhas
desportivas, ou, ainda, usar indevidamente distintivos ou condecorações;
14. Deixar, o Militar Estadual, de portar o seu documento de identidade funcional, quando de serviço ou trajando uniforme da
Brigada Militar;
II - São consideradas transgressões de natureza média:
1. Condutas dolosas tipificadas como infração penal de menor potencial ofensivo, atentatórias ao sentimento do dever ou à
dignidade do Policial-Militar;
2. Deixar de cumprir ou de fazer cumprir normas regulamentares, na esfera de suas atribuições;
3. Deixar de comunicar ato ou fato irregular que presenciar ou de que tenha conhecimento, quando não lhe couber intervir;
4. Deixar de participar a tempo, à autoridade superior, impossibilidade de comparecer ao OPM ou a qualquer ato de serviço;
5. Permutar serviço sem permissão da autoridade competente;
6. Deixar de comunicar ao superior imediato ou a outro, na ausência daquele, informação sobre iminente perturbação da
ordem pública ou grave alteração do serviço, logo que disso tenha conhecimento;
7. Deixar de dar informações em processos, quando lhe competir;
8. Deixar de encaminhar documento no prazo legal;
9. Retardar o cumprimento de ordem legal;
10. Deixar de encaminhar à autoridade competente, na linha de subordinação e no mais curto prazo, recurso ou documento
que receber, desde que elaborado de acordo com os preceitos regulamentares, não tenha competência legal para solucioná-
lo;
11. Deixar de se apresentar, nos prazos regulamentares, sem motivo justificado, nos locais em que deva comparecer;
12. Deixar de se apresentar ao fim de qualquer afastamento do serviço, logo que souber que o mesmo foi interrompido;
13. Encaminhar Parte ou instaurar Procedimento Administrativo Disciplinar Militar sem fundamento;
14. Trabalhar mal, por falta de atenção;
15. Afastar-se do local em que deva encontrar-se por força de ordens ou disposições legais;
16. Faltar a qualquer ato em que deva tomar parte ou assistir, ou ainda, retirar-se antes de seu encerramento, sem a devida
autorização;
17. Representar o OPM, ou a Corporação, em qualquer ato, sem estar devidamente autorizado;
18. Tomar compromisso pelo Órgão de Polícia Militar (OPM) que comanda ou em que serve, sem estar autorizado;
19. Comparecer fardado a manifestações de caráter político;
20. Entrar ou sair de OPM, ou tentar fazê-lo, com força armada, sem prévio conhecimento ou ordem de autoridade
competente, salvo para fins de instrução prevista ou ordenada pelo Comando;
21. Dirigir viatura policial com negligência, imprudência ou imperícia;
22. Ofender a moral e os bons costumes por meio de atos, palavras ou gestos;
23. Portar-se sem compostura em lugar público;
24. Ser indiscreto em relação a assunto de caráter oficial cuja divulgação possa ser prejudicial à disciplina ou à boa ordem do
serviço.
25. Espalhar boato ou notícia tendenciosa sobre ME ou a respeito da atividade policial-militar;
26. Frequentar lugares incompatíveis com o seu nível social e o decoro da classe;
27. Publicar ou fornecer dados para publicação de documentos oficiais sem permissão ou ordem da autoridade competente;

BRIGADA MILITAR - CTSP - Promoção de Soldado a Sargento 55


LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL REGULAMENTO DISCIPLINAR DA BRIGADA MILITAR

28. Responder de maneira desrespeitosa a superior, igual ou subordinado;


29. Desconsiderar ou desrespeitar a autoridade civil;
30. Não zelar devidamente, danificar ou extraviar, por negligência ou com inobservância de regras ou normas de serviço,
materiais e bens pertencentes à Fazenda Pública, ainda que o mesmo não esteja sob sua responsabilidade direta;
31. Servir-se ou apropriar-se, sem autorização ou ordem superior, de objetos que não estejam a seu cargo ou que pertençam
a outrem;
32. Manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheira ou parente até o segundo grau;
33. Autorizar, promover ou executar manobras perigosas com viaturas, aeronaves ou embarcações;
34. Não ter, pelo preparo próprio ou de seus subordinados ou instruendos, a dedicação imposta pelo sentimento do dever;
35. Causar ou contribuir para a ocorrência de acidente de serviço ou instrução;
36. Desrespeitar regras de trânsito, medidas gerais de ordem policial, judicial ou administrativa;
37. Retardar ou prejudicar o serviço de polícia judiciária militar que deva promover ou que esteja investido;
38. Andar armado, estando em trajes civis, sem o cuidado de ocultar a arma;
39. Concorrer para a discórdia ou desarmonia ou cultivar a inimizade entre camaradas;
40. Apresentar parte ou recurso sem seguir as normas e preceitos regulamentares ou em termos desrespeitosos com
argumentos falsos ou de má-fé.
III - São consideradas transgressões de natureza grave:
1. Condutas dolosas tipificadas como crimes, atentatórias ao sentimento do dever ou à dignidade policial-militar;
2. Faltar com a verdade;
3. Trabalhar mal, intencionalmente;
4. Simular doença para esquivar-se ao cumprimento do dever;
5. Utilizar-se do anonimato para fins ilícitos;
6. Deixar de punir transgressor da disciplina;
7. Deixar de comunicar irregularidade que presenciar ou que tiver ciência;
8. Deixar superior hierárquico de acompanhar procedimentos de apuração disciplinar ou penal, em que estiver envolvido seu
subordinado;
9. Deixar de assumir a responsabilidade por seus atos ou pelos atos praticados por subordinados que agirem em cumprimento
de sua ordem;
10. Retardar ou prejudicar medidas ou ações de ordem judicial ou policial de que esteja investido ou que deva promover;
11. Dificultar ao subordinado a apresentação de recurso ou o exercício do direito de petição;
12. Abandonar o serviço para o qual tenha sido designado;
13. Fazer, diretamente ou por intermédio de outrem, transações pecuniárias envolvendo atividades de serviço, bens da
Fazenda Pública ou artigos de uso proibido nos quartéis, repartições ou estabelecimentos públicos;
14. Realizar ou propor transação pecuniária que envolva superior, igual ou subordinado, salvo se tratar de empréstimo em
dinheiro de que não seja auferido lucro;
15. Usar armamento, munição e/ou equipamento não autorizado;
16. Disparar a arma por imprudência, negligência, imperícia ou desnecessariamente;
17. Não obedecer às regras básicas de segurança ou não ter cautela na guarda de arma própria ou sob sua responsabilidade;
18. Empregar violência no ato de serviço;
19. Maltratar preso sob sua guarda;
20. Contribuir ou permitir que preso conserve em seu poder instrumentos ou objetos não permitidos;

BRIGADA MILITAR - CTSP - Promoção de Soldado a Sargento 56


21. Abrir ou tentar abrir qualquer dependência do quartel, repartição ou estabelecimento, sem autorização;

LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
22. Ofender, provocar ou desafiar seu superior, igual ou subordinado, com palavras, gestos ou ações;
23. Travar luta corporal com seu superior, igual ou subordinado;
24. Introduzir material inflamável ou explosivo em OPM, salvo em obediência à ordem de serviço;
25. Ter em seu poder, introduzir ou distribuir, em área policial-militar ou sob jurisdição policial-militar, publicação, estampa ou
jornal que atente contra a disciplina ou a moral.
26. Ter em seu poder, introduzir ou distribuir, sem a devida autorização, bebidas alcoólicas, tóxicos ou entorpecentes em
OPM;
27. Fazer uso, estar sob ação ou induzir, mesmo de folga, outrem ao uso de substâncias entorpecentes ilícitas;
28. Apropriar-se de objetos pertencentes ao Estado ou a particulares, ainda que por seu valor não constitua crime;
29. Retirar ou tentar retirar, de local sob a administração policial-militar, objeto, viatura ou animal, sem ordem dos respectivos
responsáveis;
30. Extraviar ou danificar documentos e bens pertencentes à Fazenda Pública;
31. Retardar ou prejudicar serviço que deva cumprir;
32. Descumprir preceitos legais durante a detenção com prejuízo do serviço (DCPS) ou a custódia de preso;
33. Usar expressões jocosas ou pejorativas que atentem contra a raça, a religião, o credo ou á orientação sexual;
34. Aconselhar ou concorrer para o descumprimento ou retardar a execução de ordem legal de autoridade competente;
35. Dar ordem ilegal ou claramente inexequível;
36. Participar da gerência ou administração de empresa privada, de sociedade civil, ou exercer o comércio;
37. Fazer uso do posto ou da graduação para obter ou permitir que terceiros obtenham vantagens pecuniárias indevidas;
38. Utilizar-se de sua condição de Militar Estadual para a prática de atos ilícitos ou que venham em desabono à imagem da
Corporação;
39. Empregar subordinado ou servidor civil, ou desviar qualquer meio material ou financeiro sob sua responsabilidade ou não,
para a execução de atividades diversas daquelas para as quais foram destinadas, em proveito próprio ou de outrem;
40. Censurar publicamente decisão legal tomada por superior hierárquico ou procurar desconsiderá-la;
41. Procurar desacreditar seu igual ou subordinado;
42. Determinar a execução de serviço não previsto em lei ou Regulamento;
43. Fazer uso do cargo ou função policial-militar para cometer assédio sexual;
44. Violar ou deixar de preservar local de crime;
45. Receber propina ou comissão em razão de suas atribuições;
46. Praticar usura sob qualquer de suas formas;
47. Procurar a parte interessada em ocorrência policial-militar, para obtenção de vantagem indevida;
48. Deixar de tomar providências para garantir a integridade física de preso;
49. Liberar preso ou dispensar parte da ocorrência sem atribuição legal;
50. Evadir-se ou tentar evadir-se de escolta;
51. Publicar ou contribuir para que sejam publicados fatos ou documentos afetos às autoridades policiais ou judiciárias que
possam concorrer para o desprestígio da Corporação, ferir a disciplina ou a hierarquia, ou comprometer a segurança;
52. Omitir, em qualquer documento, dados indispensáveis ao esclarecimento dos fatos;
53. Transportar na viatura, na aeronave ou na embarcação que esteja sob seu comando ou responsabilidade, pessoal ou
material, sem autorização da autoridade competente;
54. Ameaçar, induzir ou instigar alguém a prestar declarações falsas em procedimento penal, civil ou administrativo;
55. Faltar ao expediente ou ao serviço para o qual esteja nominalmente escalado;

BRIGADA MILITAR - CTSP - Promoção de Soldado a Sargento 57


LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL REGULAMENTO DISCIPLINAR DA BRIGADA MILITAR

56. Afastar-se, quando em atividade policial-militar, da área em que deveria permanecer ou não cumprir roteiro de
patrulhamento pré-determinado;
57. Evadir-se da detenção;
58. Exercer ou administrar, quando no serviço ativo, a função de segurança particular ou qualquer outra atividade profissional
legalmente vedada ou incompatível com a profissão de Militar Estadual ou cause algum prejuízo ao serviço ou à imagem da
Corporação;
59. Apresentar-se para atividades de serviço em estado de embriaguez ou sob efeito de substância entorpecente;
60. Usar adereços ou similares não condizentes com os preceitos militares;
61. Deixar de cumprir ordem regulamentar ou legal.

ANEXO II
PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR MILITAR DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

1 - A apuração das transgressões da disciplina policial-militar, previstas neste regulamento, obedecerá ao disposto neste anexo.
2 - O processo administrativo disciplinar militar orientar-se-á pelos critérios da oralidade, simplicidade, infornalidade, economia
procedimental, celeridade e instrumentalidade, assegurando ao acusado o contraditório e a ampla defesa.
3 - O processo disciplinar destina-se a julgar os oficiais e praças da Brigada Militar, nos casos de acusação de prática de
infração disciplinar que não se enquadre nas disposições da Lei n° 5.836, de 05 de dezembro de 1972 e Decreto n° 71.500, de
05 de dezembro de 1972, criando-lhes as necessárias condições para o exercício da ampla defesa e do contraditório

DO CONHECIMENTO DA TRANSGRESSÃO DISCIPLINAR

4 - O conhecimento de transgressão da disciplina policial-militar exige das autoridades, relacionadas no artigo 20, deste
regulamento o Poder-Dever de apurá-la para a aplicação das medidas disciplinares necessárias.
5 - Nenhuma transgressão da disciplina policial-militar conhecida poderá ficar sem ser devidamente apurada, sob pena de
responsabilidade funcional.
6 - O conhecimento da transgressão da disciplina policial-militar dar-se-á nos seguintes casos:
a) através da parte disciplinar, previstas nos artigos 25 a 27 deste regulamento;
b) através das conclusões de Procedimentos Administrativos Investigatórios (Inquérito Policial Militar - IPM, Sindicância,
Inquérito Técnico - IT, Auditoria e Inspeção Correicional);
c) através da comunicação formal de autoridades e do público em geral;
d) através de reclamação do ofendido que, se Militar Estadual, deverá observar o canal de comando;
e) através dos meios de comunicação social.

DA APURAÇÃO DA TRANSGRESSÃO DISCIPLINAR

7 - A reclamação do ofendido deverá ser reduzida a termo, podendo ser instaurada Sindicância ou IPM, para apurar as
circunstâncias da imputação;
8 - Quando o conhecimento da transgressão disciplinar ocorrer através dos meio de comunicação social, a autoridade
competente poderá instaurar Sindicância ou IPM para apurar as circunstâncias da imputação;
9 - Em caso de denúncia anônima, se não houver consistência na acusação, a autoridade competente poderá mandar arquivá-
la, por despacho devidamente motivado, ou instaurar Sindicância ou IPM para apurar o denunciante e as circunstâncias da
imputação;

BRIGADA MILITAR - CTSP - Promoção de Soldado a Sargento 58


10 - Se presentes circunstâncias concorrentes à transgressão disciplinar e indícios de crime militar, deverá ser instaurado IPM.

LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR MILITAR

11 - Através da parte disciplinar:


a) a instauração do processo dar-se-á pela autoridade com atribuição disciplinar, consoante o disposto no Art. 20 deste
regulamento.
b) recebida a parte disciplinar e demais documentos instrutórios, a autoridade mandará autua-la, dando-se o início do
processo administrativo, designará a audiência de justificação e determinará a notificação do acusado para comparecer no dia
e horário aprazados, oportunidade em que deverá apresentar resposta escrita com as provas que entender cabíveis, devendo
trazer suas testemunhas.
c) a audiência de justificação deverá ser marcada no prazo de três dias úteis, contados da notificação formal do acusado;
d) a cientificação do acusado será feita através da Notificação Disciplinar, entregue mediante recibo na segunda via, que
deverá ser juntada aos autos, devendo constar a advertência de que sua ausência à audiência de justificação implicará em
reconhecimento dos fatos como verdadeiros, conforme preceitua o art. 285 do CPC;
e) acompanhará a notificação cópia da parte disciplinar;
f) até o dia da audiência de justificação, os autos deverão ficar à disposição do acusado, na 1ª Seção, para vista ou eventual
extração de cópias, mediante solicitação formal do mesmo, quando deverão ser conclusos a quem irá presidi-la;
g) a audiência de justificação será presidida pela autoridade com competência para punir o transgressor, ou por Militar
Estadual designado;
h) o Militar Estadual designado para presidir a audiência de justificação deverá ser superior hierárquico ou com precedência
sobre o acusado;
i) poderá ser designado escrivão para lavrar os termos da audiência;
j) o acusado regularmente notificado deverá comparecer à audiência de justificação, no dia e horário aprazados,
acompanhado das suas testemunhas;
l) aberta a audiência de justificação, o acusado deverá apresentar resposta escrita, pessoalmente ou através de advogado
especificamente constituído;
m) o acusado que admitir a transgressão poderá fazê-la oralmente, o que será reduzido a termo e lido, devendo ser assinado
pelo encarregado da audiência, pelo declarante, pelo escrivão, se houver, e por duas testemunhas instrumentais;
n) não admitindo a transgressão disciplinar, o acusado, na resposta escrita, deverá expor toda matéria de defesa,
apresentando as provas moralmente legítimas, ainda que não especificadas em lei, hábeis para provar a veracidade do
alegado;
o) todas as provas serão produzidas na audiência de justificação, podendo o encarregado limitar ou excluir as que
considerarem excessivas, impertinentes ou protelatórias, conforme previsto no artigo 30, parágrafo único, deste Regulamento;
p) de todo o ocorrido na audiência de justificação será lavrado termo, assinado pelo encarregado, pelo acusado e/ou seu
advogado e pelas testemunhas, se houver;
q) finda a audiência de justificação, os autos serão conclusos à autoridade competente, para solução da parte disciplinar;
12 - Através das conclusões de Procedimentos Administrativos Investigatórios:
a) a apuração da transgressão da disciplina policial-militar, noticiada em Procedimentos Administrativos Investigatórios, será
feita nos próprios autos;
b) recebidos os autos, a autoridade com competência para punir o transgressor procederá na forma prevista no número "11" e
alíneas deste subtítulo, com o relatório, parecer ou conclusões do encarregado do processo administrativo, mais a solução da
autoridade decisória, condições em que será dispensada a parte disciplinar;
13 - Através de comunicação formal de autoridades e do público em geral:

BRIGADA MILITAR - CTSP - Promoção de Soldado a Sargento 59


LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL REGULAMENTO DISCIPLINAR DA BRIGADA MILITAR

a) recebida a comunicação formal de autoridade ou público em geral de transgressão disciplinar policial-militar, a autoridade
com competência para punir o transgressor mandará autua-la como processo administrativo e procederá na forma prevista no
número "11" e alíneas deste subtítulo, com o documento que deu origem à autuação substituindo parte disciplinar;
14 - Através de reclamação do ofendido não se tratando de militar estadual.
a) quando não instaurada sindicância ou IPM, recebido o terno da reclamação do ofendido noticiando transgressão disciplinar
policial-militar, a autoridade com competência para punir o transgressor mandará autua-la como processo administrativo e
procederá na forma prevista no número "11" e alíneas deste subtítulo, com o termo substituindo a parte disciplinar. Tratando-
se de militar estadual deverá encaminhar a denúncia observando os canais de comando;
b) instaurada sindicância ou IPM, a autoridade com competência para punir o transgressor procederá na forma prevista no
número "12" e alíneas deste subtítulo.

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

15 - A admissão pelo acusado do cometimento de transgressão disciplinar, de que trata o inciso IV do Art. 35 deste
regulamento, deverá ser considerada como circunstância atenuante preponderante na aplicação da sanção disciplinar;
16 - As autoridades relacionadas nos incisos I e III do artigo 20 deste regulamento poderão delegar a apuração e aplicação da
punição disciplinar às autoridades que tenham competência concorrente;
17 - Praticada a transgressão disciplinar na presença de uma das autoridades relacionadas nos incisos II a VII do artigo 20 deste
regulamento, esta designará servidor militar para presidir a audiência de justificação, mediante Portaria, que será autuada
como processo administrativo, com relato do fato, observado os requisitos do artigo 28 deste regulamento, que procederá na
forma prevista nos números "11" e "12" do subtítulo anterior deste anexo, com a Portaria substituindo a parte disciplinar, ou
poderá solicitar à autoridade imediatamente superior, mediante parte disciplinar, que proceda a sua apuração e aplique a
punição disciplinar, se for o caso;
18 - No cumprimento das sanções disciplinares de detenção e prisão o Militar Estadual punido deverá permanecer fardado;
19 - Os horários de visitas deverão ser regulados pelas autoridades que aplicaram a sanção, não devendo ultrapassar o
período de duas horas diárias, exceto aos advogados aos quais deverá ser observada a legislação pertinente (Estatuto dos
Advogados, Lei n° 8.906/1994). Situações excepcionais deverão ser solucionadas pela autoridade responsável pelo
cumprimento da punição disciplinar;
20 - Nos casos em que a autoria e materialidade da transgressão disciplinar sejam suficientes para a imputação ao acusado
fica dispensada a instauração de Procedimento Administrativo Investigatório, devendo, neste caso ser instaurado
imediatamente o Processo Administrativo Disciplinar Militar.

BRIGADA MILITAR - CTSP - Promoção de Soldado a Sargento 60

Você também pode gostar