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Universidade Estácio de Sá

Bacharelando em Direito

Matheus Barros Rodrigues

PEC 188/2019
Extinção dos Municípios

Macaé – Rio de Janeiro


2021
Matheus Barros Rodrigues

PEC 188/2019
Extinção dos Municípios

Trabalho sobre conteúdo debatido e aprendido em


sala de aula pela Universidade Estácio de Sá, como
requisito para complementação de nota.

Orientadora: Luiza Helena Pernambuco de Fraga


Rodrigues

Macaé – Rio de Janeiro

2021
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................. 4
1.1 O que é um Projeto de Emenda Constitucional?
1.2 Como são feitas?
1.3 Projeto de Emenda Constitucional 188/2019.
2 DESENVOLVIMENTO.......................................................................................5
2.1 Organização dos estados-membros
2.2 As restrições de uma unificação ou desmembramento de municípios frente ao Pacto
Federativo.
2.3 Regiões Metropolitanas e Municípios.
2.4 Reportagem.

3 CONCLUSÃO DO ORIENTANDO.......................................................................8

REFERÊNCIAS.........................................................................................................10
INTRODUÇÃO

O presente trabalho, iniciou-se através da disciplina Organização Estatal, lecionada


em uma Instituição de Ensino Privada. E surgiu a partir do incentivo da docente, com a
finalidade de estimular os alunos do curso de Direito, a buscarem sobre os diversos temas
existentes dentro da Disciplina.

A Constituição Federal do Brasil é a Carta Magna que rege a nação brasileira e


orienta os brasileiros e/ou estrangeiros tanto em conduta de vida, quanto aos seus direitos e
deveres como cidadãos em território nacional, a fim de propor a ordem e o progresso do país.
Embora nossa Constituição seja rígida, pode haver mudanças através de Projetos de Emenda
Constitucional (PEC), que seriam pequenas mudanças em determinadas leis caso haja uma
necessidade, quer sejam inclusões ou exclusões, tendo como esperado resultado, melhorias para
os brasileiros.

O Projeto de Emenda Constitucional se inicia quando um ou um grupo de


parlamentares elaboram essa proposta constitucional na Câmara dos Deputados e encaminham
para a Comissão de Constituição e Justiça de Redação (CCJ) onde será feita uma análise para
que não haja nenhuma irregularidade no projeto. Depois dessa checagem e aprovação, essa
proposta é enviada para uma Comissão Especial. Depois de aprovada pelas duas comissões, a
emenda é votada pelos deputados e, depois, o processo se repete no Senado, onde só é
necessário a análise do CCJ. Caso seja aprovado, o projeto se torna lei e passar a vigorar como
parte integrante do texto constitucional. É importante ressaltar que as PEC’s não podem violar
as cláusulas pétreas da Constituição, que são: forma federativa de Estado; voto direto, secreto,
universal e periódico; separação dos Poderes; e os direitos e garantias individuais dos cidadãos.

O Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro (sem partido) juntamente com


o Ministro da Economia, Paulo Guedes, elaboraram uma proposta que divide milhares de
opiniões. A Pec188/2019 trata-se da extinção de municípios que têm seus habitantes inferior a
5 mil e sua renda abaixo dos 10% de sua receita. O município extinto faria parte do município
mais próximo que não se enquadra nas condições citadas acima. A aplicação desse projeto, caso
seja aprovado, estaria previsto para 2023, onde os munícipios com dificuldades de se manter
teriam até o ano citado para provar entrar nos requisitos descritos.
Para que haja a formalização desse projeto aprovado, o Art. 25 da CF/88 entraria
em ação, visto que a União não pode interferir, pois mediante a CF/88, é dada ao estado-membro
a autonomia para comandar determinado território do país.

DESENVOLVIMENTO

A auto-organização dos Estados Federados, consagrada pelo art. 25 da


Constituição, revela-se através de Constituição própria elaborada pelo Poder Constituinte
Decorrente. Assim, aos Estados são reservados todos os poderes que não lhes sejam vedados
pela Constituição (art. 25, § 1º). Verifica-se, pois, que, a autonomia estadual decorre da
Constituição Federal, fonte matriz do Poder Constituinte Estadual, que estabelece uma série
de princípios e vedações a serem observados pelos Estados federados na sua organização.

Embora os estados-membros tenham autonomia administrativa e política para


comandar determinados territórios, quando se trata de uma unificação ou desmembramento de
municípios ou até mesmo estados, depois de aprovado na Assembleia legislativa de
determinados estados, a CF/88 é clara ao descrever, no Art 1°, sobre a união indissolúvel dos
estados e municípios e o Distrito Federal, ou seja, mesmo se tornando um ou dois territórios,
todos fazem parte do Brasil, pois, se confirmasse qualquer suspeita de emancipação desses
espaço em questão, haveria intervenção da União.

As regiões metropolitanas são áreas formadas por vários municípios que


apresentam uma estrutura ou aglomeração urbana interligada entre si ou em torno de uma cidade
capital, denominada de metrópole, onde, por leis complementares, visam atender as funções
públicas de interesse comum. A CF/88 tornou os municípios entes federativos, onde são dotados
de autonomia política, legislativa, administrativa e financeira. Embora muitos consigam se
manter, há cerca de 1217 munícipios que tem essa dificuldade econômica e depende dos
repasses da União, gerando mais gastos aos cofres públicos.
Presidente do Senado afasta
possibilidade de pautar proposta de
extinção dos Municípios

Há quase dois anos o movimento municipalista tem reforçado posicionamento


contrário a um dispositivo da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 188/2019,
que prevê a extinção de cerca de 1.217 Municípios de até cinco mil habitantes que
não atingirem, em 2023, o limite de 10% dos impostos municipais sobre sua
receita total. Depois de inúmeras manifestações no Congresso e no Executivo, os
prefeitos tiveram um alívio com o anúncio do presidente do Senado, Rodrigo
Pacheco (DEM-MG), que descartou a possibilidade de pautar a matéria naquela
Casa.

A afirmação do parlamentar ocorreu durante reunião com o presidente da


Confederação Nacional de Municípios (CNM), Glademir Aroldi, e com outras
lideranças municipalistas estaduais. O encontro foi solicitado pelo movimento
municipalista e teve como objetivo apresentar a pauta prioritária deste ano ao
Congresso Nacional. Na ocasião, Aroldi reforçou a importância da PEC 188/2019,
que trata do Pacto Federativo, mas criticou o trecho que prevê a dissolução desses
Municípios. Em resposta, o presidente do Senado endossou o posicionamento do
municipalismo ao valorizar a autonomia, a cultura e o contexto histórico enraizado
em cada cidade que correria o risco de deixar de existir.

"Sobre a extinção de Municípios, evidentemente eu tenho uma posição


radicalmente contrária. Quando saiu essa proposta, no dia que saiu, eu desde já
anunciei o meu repúdio a esse trecho. Por uma razão muito simples. Uma vez
criado um Município, há um sentimento de pertencimento das pessoas que
nasceram naquele lugar. O nosso papel enquanto brasileiro é permitir que esses
Municípios tenham sustentabilidade”, destacou o parlamentar.

Mobilizações municipalistas
Além de se reunir por diversas vezes com congressistas e integrantes do governo
federal para ratificar contra a extinção dos Municípios, o movimento municipalista
encabeçado pela CNM promoveu mobilizações em todo o país para contestar esse
trecho da proposta. Uma das mais enfáticas foi realizada em 2019 para alertar
parlamentares, a União e a sociedade civil sobre as inconsistências do texto e os
impactos negativos da matéria.
Intitulada Mobilização Municipalista contra a Extinção dos Municípios, prefeitos
de todo o país se reuniram em Brasília. Acompanhados pelos presidentes da CNM
e de cada entidade estadual, os participantes percorreram os gabinetes de
deputados e senadores e marcaram presença em um ato no gramado em frente
ao Congresso Nacional. Eles protestaram contra a extinção dos Municípios,
ficando placas com o nome das 1.217 cidades. À época, a Confederação também
realizou um estudo para mostrar os efeitos da proposta e os dados.

O levantamento com o posicionamento do movimento municipalista foi


apresentado à imprensa e aos participantes.“O exemplo que eu tenho desses
1.217 Municípios com população abaixo de cinco mil habitantes é Saldanha
Marinho, que cresceu muito depois de sua emancipação. Eu tenho certeza que se
consultar a população todos vão concordar com a manutenção do Município”,
disse o presidente da CNM.

Confira mais detalhes da atuação do movimento municipalista:

Em frente ao Congresso, prefeitos protestam contra a extinção de


Municípios
Prefeitos lotam auditório do Senado; Aroldi apresenta estudo sobre
extinção de Municípios
ESTUDO da CNM mostra graves consequências da extinção de
Municípios
Conselho Político define ações da mobilização contra a PEC 188/2019;
cessão onerosa também é destaque

Da Agência CNM de Notícias


3 Conclusão do Orientando

Quando se trata de Municípios, não estamos falando somente de espaço


territorial, mas de costumes, dialetos, comidas típicas, e, o mais importante: a história
que aquele espaço representa. Porém, quando não há uma base econômica forte, o
repasse da União, que poderia ser utilizada para outras prioridades, acaba sendo para
manter determinados locais. Sendo assim, a proposta sobre a extinção de municípios
acaba sendo algo a se analisar, visto que o município vizinho, que tem essa
estabilidade econômica forte, passaria a tomar conta daquele espaço e teria autonomia
sobre ele.

REFERÊNCIAS

https://www.cnm.org.br/comunicacao/noticias/presidente-do-senado-afasta-
possibilidade-de-pautar-proposta-de-extincao-dos-municipios

https://www.senado.leg.br/atividade/const/con1988/CON1988_05.10.1988/art_1_.asp

https://www.camara.leg.br/noticias/573448-saiba-mais-sobre-a-tramitacao-de-pecs/

http://www.pge.sp.gov.br/centrodeestudos/revistaspge/revista/tes1.htm

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