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Trabalho de Clero
Trabalho de Clero
Universidade Rovuma
Lichinga
2021
Clero Manuel Robate
Trabalho de investigação
científica da cadeira de Estudos
Contemporâneos em Ensino de
Matemática, a ser apresentado
ao departamento de Ciências
Naturais e Matemática para fins
avaliativos, leccionado pelo:
Msc. Roberto Preto
Universidade Rovuma
Lichinga
2021
Índice
1. Introdução............................................................................................................................4
2.1. Transcendências...........................................................................................................5
2.2. Fé Bahá'í.......................................................................................................................7
2.3. Budismo.......................................................................................................................8
2.4. Cristianismo.................................................................................................................8
2.5. Hinduísmo....................................................................................................................9
2.6. Judaísmo.......................................................................................................................9
2.7. Platonismo....................................................................................................................9
3. Conclusão..........................................................................................................................10
4. Referências Bibliográficas.................................................................................................11
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1. Introdução
O presente trabalho tem como tema a Transcendência de Deus torna a ciência pura e
racionalmente mecanicista da natureza.
A ideia de Deus deve ser tratada como uma possibilidade para a fenomenologia. Se a
fenomenologia se propõe ser ciência primeira (metafísica e/ou a sua substituta), isto é, aquela
que subordina todo conhecimento e todas as outras ciências pela essência de fundamento,
então deverá servir de suporte para toda possibilidade de aparecimento ou ausência do
mesmo, justificando suas direcções e realizações de sentido.
Deus não precisa do homem para nada, excepto para ser Deus. Cada homem que
morre é uma morte de Deus. E quando o último homem morrer, Deus não ressuscitará.
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2.1. Transcendências
A Transcendência segundo o Dicionário Teológico etimologicamente essa palavra tem
origem latina transcendentia e significa “o que ultrapassa o conhecimento comum, e vai além
da experiência meramente humana. Sendo a transcendência um dos atributos naturais de
Deus”.
Na trajectória espiritual do Ocidente a relação entre Deus e o mundo constitui uma questão
cardial desde o tempo dos primeiros pensadores gregos, que na esteira do volume de W. Jaeger
(A teologia dos primeiros pensadores gregos) é possível denominar “teólogos”, ainda que o
termo revista um significado algo diverso do que se tornou corrente com o cristianismo. O
politeísmo grego, no qual era difusa a ideia da omnipresença do divino no cosmo, conduzia ao
respeito impregnado de veneração pela physis, uma vez que “tudo está cheio de deuses”
(Tales). CHEUNG ( 2008)
Não se deve pensar que tal posição fosse limitada aos albores da civilização grega, já
que nos seus desenvolvimentos sucessivos, especialmente no estoicismo, era frequente a ideia
do mundo como templo, ou seja, como manifestação de Deus em virtude da visibilidade do
divino no cósmico.
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No início de tudo está o encontro com Deus, não ao lado, dentro ou acima do mundo,
mas juntamente com o mundo, no mundo e através do mundo.
Deus somente é real e significativo para o ser humano se emergir das profundezas de
sua própria experiência no mundo com os outros. Por ser real e significativo, apesar de ser
Mistério, ganha um nome; projectamos imagens dele; construímos representações. E a forma
como concretizamos nossa experiência.
Representado como totalmente fora do mundo, Deus de fato não seria experimentável.
Ele é feito objecto da revelação, a irrupção dentro do mundo daquele que está fora do mundo.
Então ele revela verdades e representações de si. Segundo tal compreensão, crer é crer em
verdades sobre Deus. Deus se transforma em puro objecto da fé intelectual, fé que nada sente
de Deus, mas que adere a ele num total despojamento e na assunção de doutrinas e
representações acerca de Deus. Esse Deus está muito próximo do Deus do deísta. “O deísta é
um homem que não teve ainda tempo de se tornar ateu”, porque separou o mundo de Deus.
Deus é antes uma projecção do homem do que o nome do Mistério que tudo penetra. Diante
de um Deus representado como distante, acima e fora do mundo, ninguém cai de joelhos, não
junta as mãos, não abre o coração para a intimidade amorosa, não chora, não canta nem
dança.
materno, que sabia de sua morte desde o início da vida e que sabia cada passo de seu
caminho.
Se Deus é mera actividade teorética, tendo como objecto unicamente a própria perfeição, não
conhece o mundo imperfeito, e menos ainda opera sobre ele. Deus não atua sobre o mundo,
voltando-se para ele, com o pensamento e a vontade; mas unicamente como o fim último,
atraente, isto é, como causa final, e, por consequência, e só assim, como causa eficiente e
formal (exemplar). De Deus depende a ordem, a vida, a racionalidade do mundo; ele, porém,
não é criador, nem providência do mundo. Em Aristóteles o pensamento grego conquista
logicamente a transcendência de Deus; mas, no mesmo tempo, permanece o dualismo, que vem
anular aquele mesmo Absoluto a que logicamente chegara, para dar uma explicação filosófica
da relatividade do mundo pondo ao seu lado esta realidade independente dele. ANDRADE
(2015)
2.2. Fé Bahá'í
Bahá'ís acreditam em um único e imperecível Deus, o criador de todas as coisas,
incluindo todas as criaturas e forças do universo. Deus é descrito como “um Deus pessoal,
incognoscível, inacessível, provedor de toda revelação,
eterno, omnisciente, omnipresente e todo-poderoso.” Embora inacessível directamente, Deus
é, no entanto, visto como consciente de sua criação, com uma mente, vontade e propósito. Os
bahá'ís acreditam que Deus expressa essa vontade em todos os momentos e de muitas
maneiras, inclusive através de uma série de mensageiros divinos referidos como Manifestação
de Deus ou, às vezes, “educadores divinos”. Conforme PEARLMAN (2009), “Para expressar
as razões de Deus, existiriam essas manifestações estabelecedoras da religião no mundo. Os
ensinamentos bahá'ís dizem que Deus é muito complexo para que a humanidade possa
compreendê-lo completamente, não podendo, a humanidade, nem mesmo criar uma imagem
precisa dele”.
2.3. Budismo
Diz PEARLMAN (2009), que “No budismo, “transcendência”, por definição,
pertence aos seres mortais dos reinos sem forma da existência”. No entanto, embora esses
seres estejam no “pico” de Samsara, o budismo considera o desenvolvimento da
transcendência temporário e um beco sem saída espiritual que, portanto, não ocasiona uma
cessação permanente do Samsara. Essa afirmação foi um diferenciador primário dos outros
professores de Sramana durante o treinamento e desenvolvimento do próprio Gautama Buda.
2.4. Cristianismo
Para PEARLMAN (2009), “A Igreja Católica, assim como outras igrejas cristãs,
sustenta que Deus transcende toda a criação. Segundo Tomás de Aquino, “... em relação a
Deus, não podemos entender o que ele é, mas apenas o que ele não é, e como os outros seres
se relacionam com ele”.
2.5. Hinduísmo
A transcendência é descrita e vista de várias perspectivas diversas no hinduísmo. Algumas
tradições, como Advaita Vedanta, vêem a transcendência na forma de Deus como o Nirguna
Brahman (Deus sem atributos), sendo a transcendência absoluta. Outras tradições,
como Vishishitadvaita e Bhakti yoga, vêem a transcendência como Deus com atributos
(Saguna Brahman), sendo o Absoluto uma divindade pessoal (Ishvara), como Vishnu ou Shiva.
PEARLMAN (2009)
2.6. Judaísmo
Os teólogos judeus, especialmente desde a Idade Média, descreveram a transcendência
de Deus em termos de simplicidade divina, explicando as características tradicionais de Deus
como omnisciente e omnipotente. Intervenções da transcendência divina ocorrem sob a forma
de eventos fora do campo da ocorrência natural, como milagres e a revelação dos Dez
Mandamentos a Moisés no Monte Sinai, ou como providência divina, que é parte do Deus
transcendente, segundo Fílon de Alexandria (século I) por ser Ele a causa activa na
manutenção do universo.
2.7. Platonismo
As noções de transcendência e imanência estão presentes nos conceitos platónicos,
como na Teoria das Ideias, em que há uma subdivisão do Mundo Inteligível das Formas
imutáveis, acima do Céu (hiperurânio), eternas e transcendentes, e do mundo sensível das
formas aparentes, os fenómenos sensíveis manifestos que delas participam. Conceitos como o
princípio criador Uno e Nous, Demiurgo e Alma do Mundo seguem todo o neoplatonismo e
influenciam as filosofias religiosas posteriores.
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3. Conclusão
Em fim, fica evidente que Deus é um fenómeno extraordinário, pois transcende a
constituição subjectiva, e toda a possibilidade de uma doação objectiva é prender a figura
divina na idolatria. A excelência da doação que põe Deus indisponível provoca uma carência
receptiva de sua presença, pois a própria doação originária se oculta no momento mesmo que
se realiza a doação, abandonando-se invisivelmente. A experiência de Deus não constitui um
luxo só de alguns. É a condição indispensável para toda a vida de fé. Toda religião assenta
sobre uma experiência de Deus. Sem ela os dogmas são andaimes rígidos; a moral, uma
couraça opressora; a ascese, um rio seco; a prática religiosa, um desfiar monótono de gestos
estereotipados; a devoção, um estratagema para combater o medo; e as celebrações, uma
ostentação vazia, sem a graça da vida interior.
O mundo provém do Logos criador, e este é Pessoa, Razão, Amor. O fio condutor,
segundo o qual Deus atua na história, significa assim que Deus é Pessoa. Ele não é um deus
sem nome, mas tem um “rosto” e um Nome. Não é uma ideia ou uma fórmula, mas um
Vivente pessoal. Assim se supera o pressuposto de um Deus inútil e deixado fora do mundo,
ao qual corresponde facilmente um cristianismo marginalizado, que não representa uma
alternativa epocal, que não consegue pôr-se como motor da história.
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4. Referências Bibliográficas
ANDRADE, C.C. Dicionário Teológico. Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias
de Deus. 2015.
CHEUNG, Vincent. Introdução à teologia sistemática. Arte Editorial. São Paulo. 2008.