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24/03/2021 ConJur - Moratória tributária durante a pandemia é tendência mundial

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EFEITOS DO CORONAVÍRUS

Moratória tributária durante a pandemia é


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tendência mundial
10 de abril de 2020, 7h53 Imprimir Enviar TRIBUTOS FEDERAIS
Portaria amplia contribuições que
Por Danilo Vital podem ter pagamento adiado

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PORTARIA 12/2012
Juiz do DF prorroga pagamento de
tributos federais a 750 empresas

OPINIÃO
Opinião: Alternativas para a redução
O adiamento do pagamento de tributos incentivado no Brasil por decisões
do ICMS
judiciais baseadas na Portaria 12/2012 e depois estendido por atos do governo
é tendência mundial. É o que mostra levantamento feito pelo Núcleo de POR CONTA DA PANDEMIA
Tributação do Insper, segundo qual medidas de diferimento de tributos foram Governo adia pagamento de tributos
adotadas por 36 países em todo o planeta por conta da pandemia do federais de março e abril
coronavírus.
DIREITO EM TRANSE
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O documento lista 166 estratégias Crimes tributários em tempos de
tributárias colocadas em prática por epidemia da Covid-19
83 países como resposta aos impactos
financeiros do combate à Covid-19.
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Além do diferimento dos tributos,
outras medidas listadas são: redução
da carga tributária, diferimento de Linkedin RSS
obrigação acessória, redução de
encargos moratórios, devolução de
tributos e outras medidas. Governo e Judiciário brasileiros têm atuado
em consonância para a postergação do
A estratégia mais usada é mesmo a pagamento de impostos.
postergação do pagamento: foram 83
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delas, correspondentes a 50% dos casos. Alguns países agiram em mais de uma
frente tributária. É o que ocorreu na Alemanha, que adotou seis medidas, três
relacionadas a tributo sobre renda e outras três sobre consumo.

Adotaram o diferimento de tributos: Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica,


Canadá, Chile, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estados Unidos,
Estônia, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Hungria, Indonésia, Irã, Islândia,
Israel, Itália, Japão, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Noruega, Peru, Polônia,
Portugal, Reino Unido, República Tcheca, Romênia, Suécia, Suíça e Turquia.

Governo brasileiro também age


O governo brasileiro já tomou algumas medidas semelhantes. Ainda em março,
o Ministério da Economia deu autorização para que a Procuradoria-Geral da
Fazenda Nacional suspenda atos de cobrança e facilite a renegociação de
dívidas. Em abril, aumentou prazo para pagamento de tributos federais de
março e abril em dois meses e também prorrogação do prazo para envio da
Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF). Depois,
ampliou também para a Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta
(CPRB) e Funrural.

O Comitê Gestor do Simples Nacional também agiu no mesmo sentido. Além


disso, a Receita Federal publicou a Instrução Normativa RFB 1.934/2020,
estendendo o prazo final para apresentação da Declaração Final de Espólio e
Declaração de Saída Definitiva do País, bem como do recolhimento do
imposto. Por fim, a Câmara dos Deputados aprovou a suspensão da
contribuição previdenciária patronal por até três meses.

Judiciário incentiva
Em plena vigência, a Portaria 12/2012 do governo federal, que permite que o
contribuinte adie pagamento de imposto nos estados que tenham decretado
calamidade pública, foi a grande base para pedidos que chegaram ao
Judiciário. Decisões por todo o país incentivaram a adoção de tais medidas e
levantaram a discussão que opõe a necessidade de a administração pública
arrecadar em momento de crise e a possibilidade de empresas arcarem com os
impostos sem quebrar financeiramente.

Desde a eclosão da pandemia, acumularam-se decisões a favor do contribuinte


na Justiça Federal paulista e também nas varas da Fazenda, em referência a
tributos estaduais. Na quarta (8/4), o presidente do Tribunal de Justiça de São
Paulo derrubou de uma só vez seis liminares nesse sentido, com o
entendimento de que a concessão de moratória tributária em meio à pandemia
do coronavírus tem potencial de risco à ordem administrativa, comprometendo
inclusive as ações de enfrentamento à doença.

Ainda em São Paulo, a juíza Alexandra Fuchs de Araujo, da 6ª Vara da


Fazenda Pública, concedeu liminar para determinar a suspensão da
exigibilidade de crédito tributário de uma microempresa, além da prorrogação

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dos vencimentos dos tributos e parcelamentos estaduais vencidos desde 1º de


março até 1º de maio de 2020.

No Rio Grande do Sul, decisão da 1ª Vara Federal de Hamburgo deu prazo


diferenciado para o pagamento de tributos federais devidos nos meses de
março e abril de 2020. Já o Distrito Federal teve decisões inovadores e de
grande amplitude. O juiz Márcio de França Moreira, da 8ª Vara Federal do DF,
concedeu pedido de que beneficia de uma só vez mais de 750 empresas, via
associação de empresas.

Em uma das primeiras decisões concedendo a moratória de tributos federais, o


juiz substituto Rolando Valcir Spanholo, da 21ª Vara Federal Cível do Distrito
Federal concedeu liminar a empresa ao aplicar a teoria do fato do príncipe. Seu
uso tributário foi considerado inovador e coerente por especialistas consultados
pela ConJur.

Nem todas as decisões foram a favor da moratória, como já citado. O juízo da


7ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo negou pedido da Fiesp e do Ciesp
para suspender o recolhimento de impostos paulistas por 180 dias. A 7ª Vara da
Fazenda Pública de São Paulo também negou isenção para tributos municipais,
ao considerar que empresas têm muito a oferecer à parte mais carente da
nação, recolhendo regularmente seus impostos municipais

Do Tribunal Regional Federal da 4ª Região veio uma das negativas mais


incisivas. O juiz federal convocado Alexandre Rossato da Silva Ávila entendeu
que o Judiciário não tem competência para adiar vencimento de tributos. Se
assim fizessem, não só estaria atuando como legislador positivo como também
usurparia competência dos outros poderes.

Clique aqui para ler o levantamento do Insper

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Danilo Vital é correspondente da revista Consultor Jurídico em Brasília.

Revista Consultor Jurídico, 10 de abril de 2020, 7h53

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