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Berzoini,

coordenador da
Comissão do
Estatuto, escreve ao
Movimentos
Página 7 Ano 2 abril de 2011 número 6

“As minhas mãos


colocaram pedras
nos alicerces do
mundo
mereço meu
pedaço de pão.”
Agostinho Neto

Aprofundar as conquistas: é o que


esperam os movimentos sociais
Somos todas Combate ao Pela humanização
racismo uma luta do mundo do
presidentas internacional trabalho
Brasil escreveu seu nome na tímida O fortalecimento da relação Precisamos avançar rumo às relações
lista das nações presididas por uma política Brasil/África trabalhistas democráticas e
mulher humanizadas
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OPINIÃO
Ichiro Guerra

Mario Agra - Divulgação PT

Continuamos do
mesmo lado
O grande ato político que marcou o
aniversário de 31 anos do PT, no dia
10 de fevereiro, mostrou a força e a
unidade de um partido cada vez mais
maduro e mais seguro dos caminhos a
seguir para continuar transformando o
Brasil no país com o qual sempre so-
nhamos – um país, nunca é demais lem-
brar, com oportunidades iguais para to-
dos, com justiça social, com cidadania
plena e soberano na sua relação com o
mundo.
Entramos agora no terceiro manda-
to de nosso governo democrático e po-
pular, com a presidente Dilma Rousseff
firme no propósito de dar continuidade

O que está colocado


às conquistas obtidas nos oito anos do
presidente Lula e avançar ainda mais.
Nossos tradicionais adversários – re-
presentados na política pelo consórcio
PSDB-DEM e, na sociedade, por gru-
pos conservadores que se apóiam, so- Cinqüenta e seis milhões votaram numa can- didas pra tirar das ruas e prevenir a praga da
didatura do PT à presidência, pela 3ª vez por droga?
bretudo, em setores da chamada gran- Eleita presidenta, Dilma
emprego e salário, por terra, saúde, educação, Sim, era e ainda é possível, mas para isso, ao
de imprensa – dão mostras de que três
derrotas consecutivas não foram sufi-
por direitos. falou em “erradicação invés de simplesmente continuar a política, é pre-
Votaram contra Serra (PSDB-DEM), que que- ciso um governo do PT que revogue leis e políti-
cientes para convencê-los da força de ria privatizar o Pré-Sal, o preferido dos
da miséria” e em cas herdadas de FHC e do FMI (como a Lei de
nosso projeto e de nossas convicções. especuladores, ruralistas e da mídia, apoiado pelo “estender a mão” à Responsabilidade Fiscal, a Lei das Organizações
Por um lado, permanecem aferrados Departamento de Estado dos EUA e o Papa. Sociais, e o superávit fiscal primário para pagar
oposição.
à idéia de desconstruir o governo Lula Foi o povo trabalhador quem deu a vitória ao a dívida), enfim, rompa com a subordinação ao
e, principalmente, a figura do ex-presi- PT. Não foi nenhum setor da elite, PMDB de capital financeiro internacional para estabelecer
dente, usando as naturais diferenças de Sarney ou PSB de Cid Gomes, que agora quer No 2º turno, a polarização social, a despeito a soberania nacional. O povo apoiará com entu-
estilo entre ele e Dilma para destilar mais ministérios – aliás, duas das maiores vitó- da abstenção, fez caírem os votos brancos e nu- siasmo!
velhos preconceitos e vender a imagem rias no 1º turno, no RS e na BA, foram contra o los, apesar da campanha de voto nulo de Plínio, Os movimentos sindicais, juvenis, de negros e
PMDB Heloisa e do PSTU. mulheres etc., sabem como lutaram e suaram para
de um antagonismo irreconciliável en-
Isso ficou mais claro do 1º para o 2º turno: Eleita presidente, Dilma falou em “erradicação obter conquistas nestes 8 anos.
tre os dois.
enquanto a direção e o marqueteiro corriam atrás da miséria” e em “estender a mão” à oposição. As recentes conquistas dos metalúrgicos, pe-
De outro lado, em consonância com de “aliados” fazendo corpo mole, os setores po- Serra retrucou “estamos apenas começando troleiros e canavieiros, e a greve nacional bancá-
a tese do “confronto”, tentam puxar a pulares saíram à rua e detiveram a ofensiva rea- uma luta de verdade”. Alguém duvida? Na crise ria no meio da eleição, confirmam como é da
pauta do governo Dilma para a direi- cionária. mundial, o imperialismo estadunidense não dei- força das organizações \dos trabalhadores e se-
ta, como se eles é que tivessem ganho Desde o povo e o padre da igreja de Canindé xa margem e busca retomar posições no conti- tores populares que, afinal, depende o rumo dos
as eleições do ano passado! (Ceará) que “estranhou” a comitiva de Serra, pas- nente. No Brasil, a pretexto da crise do câmbio, acontecimentos.
Consciente do que está em jogo, o sando a militância que na gráfica do Cambuci ele e o FMI voltam a exigir o tal “ajuste fiscal”, É a serviço dessa força que devemos nos pos-
Diretório Nacional do PT, reunido no (S. Paulo) barrou os panfletos ilegais anti-Dilma, para garantir as suas exportações e a especula- tar, para conquistar “um verdadeiro governo do
mesmo dia do aniversário, alertou para até os mata-mosquitos com seu sindicato que no ção. PT, com aliados, sim, mas aliados de forças com-
essa estratégia da oposição e reafirmou Rio peitaram Serra – ao que se somaram inúme- E qual o sentido da candidata eleita falar de prometidas com as aspirações do povo”.
ras iniciativas de cartas e atos, como a manifes- “erradicação da miséria”? Lula falou isso há 8 e Nesta nova e decisiva etapa, os petistas preci-
a necessidade de o partido defender o
tação de 10 mil da FUP em defesa da Petrobras. há 4 anos. Mas com todo apoio popular, não era sarão estreitar os laços que, como já se vê, serão
legado do governo Lula, bem como de
Mobilizados, esses setores, sindicatos e orga- possível, por exemplo, a reforma agrária acabar necessários mais do que nunca.
dar sustentação (política e ideológica) nizações trouxeram suas reivindicações para a a miséria no campo? Nem reestatizar e readmitir
ao projeto de país que agora segue nas campanha! os demitidos na privatização, além de adotar me- Markus Sokol, economista, membro do DN-PT
mãos de Dilma.
Vivemos hoje uma conjuntura bastan-
te favorável para o aprofundamento das
políticas que mudaram a cara do Bra-
sil nos últimos anos, que promoveram
o crescimento econômico com distribui-
ção de renda e reposicionaram o país
no cenário mundial.
Os ajustes estruturais promovidos por
Dilma neste começo de mandato são ne-
cessários e tem todo nosso apoio. Eles
são a base para que, ao longo dos pró-
ximos quatro anos, possamos fazer mais
e melhor.
Enganam-se aqueles que tentam opor
o novo governo aos trabalhadores, aos
movimentos sociais e, absurdo dos ab-
surdos, ao próprio PT. Cada um tem sua
pauta, sua agenda e suas prioridades.
Mas a direita não se engane: continua-
mos todos do mesmo lado.
José Eduardo Dutra
Presidente Nacional do PT
MOVIMENTOS POPULARES

Dakar 2011: FSM na berlinda CUT - Divulgação

Por Renato Simões

O FSM realizou em Dakar,


Senegal, no começo de fevereiro, a
sua edição centralizada em meio a
uma conjuntura instigante e um gran-
de debate político e metodológico so-
bre seu próprio futuro.
A conjuntura instigante foi respon-
sável pelos melhores momentos do
FSM Dakar. Em primeiro lugar, o
evento mergulhou na realidade afri-
cana e foi com certeza um forte ins-
trumento de mobilização e qualifica-
ção política dos movimentos sociais
e das forças políticas e sociais do con-
tinente. Realizar um encontro inter-
nacional dessa dimensão em territó-
rio e no contexto econômico, político
e social africano sempre é relevante
para os que dele participam, africa-
nos ou não.
Em segundo lugar, pela coincidên-
cia no tempo entre a realização do
FSM e as revoltas populares nos pa-
íses árabes e da África do Norte, uma
eclosão de novos atores sociais que
revolucionaram o cenário político da
região. O FSM se reuniu entre a que-
da dos ditadores da Tunísia e do Egi-
to, com relação pela internet entre o ram dezenas de pessoas vagando pe- mas em debate sobre o futuro do FSM dicações que chegaram ao governo dos mais importantes frutos deste
que acontecia em Dakar e o que acon- los espaços do FSM, com enorme dis- um conjunto de questões que somen- nacional em vários países, como dia- processo e o supera positivamente.
tecia nestes países. persão de energia política. te ficaram mais agudas com a crise logar com essas experiências? Mais de 2,5 mil pessoas participa-
Foram igualmente bem sucedidas Do ponto de vista político, outro da hegemonia neoliberal. Como con- Como avaliá-las criticamente, exer- ram de uma empolgante assembléia,
as caravanas preparatórias que saí- grande questionamento à metodologia cretizar em jornada e calendários de cendo de fato e de direito sua auto- aprovaram uma Declaração Final
ram de vários países africanos rumo do FSM é justamente o da efetividade luta, coordenação de ações comuns e nomia, e ao mesmo tempo avançar em bastante significativa e aprovaram
a Dakar, realizando debates e ativi- de seus debates no enfrentamento do construção de alternativas os debates pontos comuns a serem levados adi- um calendário de lutas e mobiliza-
dades de intercâmbio pelo trajeto, e a capitalismo e do neoliberalismo. O havidos no decorrer do FSM? ante no plano internacional e local? ções internacionais para fazer avan-
Marcha de Abertura, com mais de 70 outro mundo possível almejado no Como dialogar com as diferentes Como efetivamente dar continuida- çar a construção do outro mundo
mil participantes, que deu uma visi- ideário do FSM é igualmente urgente realidades da luta anticapitalista e de ao espírito do FSM nos dois anos possível, urgente e necessário. Um
bilidade grande a um evento que pou- e necessário, e construir lutas sociais antineoliberal nas várias regiões do que separam um evento centralizado processo para apostar, apoiar e con-
co dialogou com a cidade na sua pre- anticapitalistas e antineoliberais em Globo, buscar convergências, estabe- de outro, com rodízio de continentes? ferir.
paração. torno de alternativas econômicas, lecer alianças e sincronizar ritmos? Enquanto o Conselho Internaci- Renato Simões é Secretário Na-
Não é por acaso que os mais entu- políticas, sociais, culturais e Especificamente no caso latino- onal constitui mais um Grupo de cional de Movimentos Populares do
siastas na avaliação do FSM Dakar ambientais é condição para americano, onde os movimentos so- Trabalho interno para debater o fu- PT e representa o Foro de São Pau-
durante a reunião do Conselho Inter- concretizá-lo. ciais constituíram alianças e condu- turo do FSM, a Assembléia dos Mo- lo como membro-observador do
nacional do FSM foram justamente Neste sentido, continuam como te- tos políticos para suas lutas e reivin- vimentos Sociais se constitui num Conselho Internacional do FSM.
os representantes africanos, para
quem o FSM cumpriu seus principais
objetivos e colaborou na formação MEIO AMBIENTE
política e ideológica de uma camada
militante dos movimentos sociais e de
esquerda, dos mais sólidos e consoli- Secretaria quer fortalecer políticas em estados e municípios
dados aos mais frágeis.
Se esse lado positivo do FSM nificativos avanços na questão volvidos e desenvolvimento de pro-
Dakar não pode ser secundarizado, é ambiental. jetos de defesa do meio ambiente.
igualmente verdade que os dilemas e Evidentemente os presentes con- Ainda assim, consideram que mui-
impasses políticos e metodológicos sideraram que existiram avanços to precisa ser feito, por iniciativa
que marcam o debate entre os movi- significativos como a diminuição do da sociedade civil organizada, do
mentos sociais e ONGs que compõem desmatamento, aumento da fiscaliza- Parlamento, do Judiciário, do Mi-
o seu Conselho Internacional apare- ção e punição aos crimes ambientais, nistério Público e do Poder Execu-
ceram com maior nitidez e maior diálogo com os segmentos en- tivo, nos três níveis.
contundência neste evento.
Os problemas financeiros e
logísticos implicados na organização Os petistas, reunidos naquele evento,
das atividades autogestionadas e ou-
concluíram que as prioridades para os
tras assembléias constantes da pauta
do FSM explicam apenas em parte o próximos quatro anos devem ser:
desgaste sofrido durante os dias do
evento. Evidentemente que o caos – . Fortalecer as políticas de meio ambiente nos estados e mu
muitas vezes criativo e desafiador – nicípios,
Em janeiro deste ano, a Secreta- das na atual gestão petista. · Melhorar a transversalidade,
em maior ou menor escala sempre
ria Nacional de Meio Ambiente do No que diz respeito ao balanço o · Rediscutir e atualizar a lei de Políticas Nacional do Meio
ronda a diversidade do FSM. No caso
Ambiente,
de Dakar, ameaçou sua própria reali- PT promoveu uma plenária/seminá- destaque foi para o sentimento de que
· Criar um Plano Nacional de Meio Ambiente,
zação e condicionou fortemente seus rio em Brasília, que devido ao ba- o nosso Partido acabou se deixando
· Aprofundar a discussão sobre as interfaces do Plano Nacio
resultados. lanço que foi realizado e os temas levar pelo imediatismo em detrimen-
nal de Mudança do Clima com a questão agropecuária,
Ainda que os elementos todos não discutidos, já está significando um to de ações de longo prazo que neces-
· Desenvolver um Plano Nacional de Sociobiodiversidade,
estavam à mão, estimou-se ao final “divisor de águas” na luta pela pre- sitam de uma elaboração mais cuida-
· Desenvolver uma Política Nacional de Gestão Ambiental e
do evento que cerca de 20% a 25% servação do meio ambiente no nos- dosa.
Territorial das Terras Indígenas,
das atividades programadas puderam so país. O pequeno orçamento do MMA
· Criar Planos Estaduais de Combate a Desertificação,
ser efetivamente realizadas no espa- Com uma pauta rica e contando e o fato de não se ter conseguido
· Criar um sistema alerta de enchentes e secas,
ço e tempo previstos. Muitas ONGs com a colaboração de estudiosos executá-lo totalmente além do fato
· Lutar pelo desenvolvimento rural sustentável,
e movimentos sociais mais das mais diversas áreas do meio de não termos sido capazes, nos úl-
· No ambiente urbano, desenvolver projetos de “Cidade sus
estruturados puderam improvisar uti- ambiente a reunião promoveu uma timos oito anos, de repensar o pa-
tentável”, com especial atenção a ocupação do solo evitando
lizando recursos financeiros adicio- profunda avaliação da realidade pel do IBAMA foram razões, segun-
tragédias ambientais,
nais para viabilizar suas atividades. A ambiental hoje, os erros e acertos do o que concluíram os participan-
· Cuidar da preservação e controle dos recursos hídricos com
falta de uma programação distribuí- do nosso governo e apontou uma tes do seminário, para que não ti-
especial atenção ao aquifero Guarani.
da a tempo de orientar os participan- série de ações a serem desenvolvi- véssemos obtido maiores e mais sig-
tes e a efetiva implementação deixa-
MULHERES

Secretaria
lança
documentário
que resgata a
Somos todas Presidentas
participação Em 31 de outubro do ano passado mais uma pági-
das mulheres na da história do Brasil começava, definitivamente, a
ser escrita. O Brasil escreveu seu nome na tímida lista
na construção das nações presididas por uma mulher. Da celebra-
e consolidação ção da vitória, passando pela emoção única de subir-
mos a rampa do Planalto juntamente com a presidenta
do PT eleita até o enfrentamento do maior dos desafios a
serem enfrentados, este Governo nos pertence e so-
mos corresponsáveis por ele.
Como parte desta conquista e desta responsabili-
dade é nosso papel nos mantermos articuladas, utili-
zar as ferramentas que temos e construir as que forem
necessárias para que a ocupação, por uma mulher, do
mais alto posto de poder do nosso país, inédito até
então, “se transforme num evento natural. E que ele
possa se repetir e se ampliar nas empresas, nas insti-
tuições civis, nas entidades representativas de toda
nossa sociedade”, como declarou a presidenta Dilma
em seu primeiro pronunciamento.
Oferecer à presidenta o respaldo necessário para
cumprir o seu primeiro compromisso com as mulhe-
res deste país é também nosso primeiro desafio. Isso
significa estarmos atentas às movimentações no Con-
gresso Nacional; acompanharmos de perto as ações
ministeriais, a implementação das políticas públicas
e, de modo particular, as que afetam diretamente a
Clara Charf é uma das petistas rotina das mulheres; significa ainda acompanhar de
que dá seu depoimento perto, apoiar e dialogar com a Secretaria Especial de
Políticas para Mulheres visando seu fortalecimento e
“Muito prazer, mulheres do PT” sua presença contínua nos estados.
é o nome do documentário que res- Por outro lado, isso requer de nós um acompanha-
gata a história da participação mento mais assíduo das administrações locais tanto
das mulheres na construção do no que diz respeito às políticas públicas para mulhe-
Partido dos Trabalhadores. O res quanto nas políticas mais globais; requer disposi-
documentário é uma produção da ção de nossa parte para intervir de forma qualificada.
Secretaria Nacional de Mulheres Além disso, é fundamental que ousemos ainda mais
do PTe começou a ser produzido no sentido de intensificar nossa presença na vida par-
por ocasião dos 30 anos do Parti- tidária; que façamos valer conquistas como o preen-
do. Como consta na própria sinop- chimento da cota de 30%; o uso de no mínimo 10%
se do vídeo, ele “representa o es- do tempo da propaganda eleitoral no rádio e televisão
forço do PT, por meio de sua Se- para promover e difundir a participação politica fe-
cretaria Nacional de Mulheres, minina, e a aplicação de no mínimo 5% dos recursos
para resgatar, registar e oferecer, do fundo partidário na criação e manutenção de pro-
em especial às novas gerações de gramas de promoção e difusão da participação políti-
ca das mulheres, conforme determina a Lei. menores de dez anos, segundo estudos da profª da superação da miséria, do preconceito; por maior
petistas, uma síntese da influência
Outro desafio a que se propôs a nossa presidenta Universidade Federal Fluminense, Hildete Perei- ocupação de espaços de poder e decisão; por uma
das mulheres na construção e con-
da a dimensão exata do que é ser mulher – essa sensi- ra, pesquisadora de economia e gênero. Levanta- sociedade mais justa e igualitária. Nossa luta per-
solidação dos princípios que fun-
bilidade para perceber o que esta a sua volta com dis- mento do Instituto de Estudos de Trabalho e Soci- manece a mesma, porém, agora, quem tinha já não
damentam o Partido dos Trabalha- tem mais dúvida: provamos, somos capazes! E
posição para ousar sempre rumo a superação dos li- edade aponta que entre os anos de 1993 e 2008, o
dores.” daqui pra frente, juntas, onde quer que estejamos,
mites que lhes são impostos. Dilma declarou ao assu- número de brasileiros que viviam na miséria caiu
Para resgatar e registrar a par- devemos trabalhar para cumprir nossos compro-
mir a presidência: “a luta mais obstinada de meu go- de 32,4 milhões para 15,8 milhões. Porém do to-
ticipação e influência das mulhe- tal de 5,5 milhões de famílias chefiadas por mu- missos com as mulheres, com a sociedade, por-
verno será a erradicação da pobreza extrema e a cria-
res na história do PT ao longo des- ção de oportunidades para todos.” Essa luta nos per- lheres no período, apenas 300 mil romperam a que somos milhões de Dilma espalhadas por este
ses 30 anos, a SNMPT baseou-se tence. Dentre tantos outros motivos, nos pertence, prin- barreira da indigência. Brasil governando nosso país. Esse Governo deve
em duas fontes principais: docu- cipalmente, porque este é um problema que atinge Portanto, continuaremos nossa luta incansá- ser e é a nossa cara!
mentos de se u arquivo, do arqui- basicamente as mulheres. As famílias mais pobres são vel e incessante pela conquista de igualdade de Laisy Moriére
vo da Fundação Perseu Abramo e em sua maioria chefiadas por mulheres com filhos oportunidades entre mulheres e homens; pela Secretária Nacional de Mulheres do PT
de militantes, e o depoimento de
companheiras que participaram
ativamente da construção dessa
história.
Segundo a secretária nacional A nova ministra da Secretaria de
de mulheres do PT, Laisy Moriére,
o documentário de 60min da uma
boa noção de como o PT exerci-
Políticas para mulheres e seus desafios
ta e busca aperfeiçoar no seu in-
terior a vivência democrática. dos direitos humanos. Foi a primeira mulher a pre- públicas para mulheres, a implantação de novas políticas
“Embora, esteja focado na atua- “Nós podemos” sidir a Comissão de Direitos Humanos e e a expansão das ações em todo o território nacional com
ção das mulheres, o vídeo faz Minorias da Câmara Federal, integrou o vistas a alcançar os objetivos propostos, a ministra da
reviver as lembranças de qualquer Conselho de Ética da Câmara, foi relatora SPM deverá atuar no sentido de construir uma articula-
militante petista, especialmente da CPI das Escutas Telefônicas Clandes- ção com os demais ministérios, imprimindo ao Governo
daquelas(es) que estão no Parti- tinas em que pediu o indiciamento do ban- uma visão de transversalidade das políticas públicas
do desde a sua fundação, e revela queiro Daniel Dantas, do grupo focadas nas mulheres ou naquelas em que elas são as prin-
para as gerações posteriores por- Opportunity. Também foi a relatora da Lei cipais protagonistas. Também será necessário assegurar
que o PT é o que é. Realmente vale Maria da Penha e autora da Lei do Laço uma maior proximidade da Secretaria de Políticas Públi-
a pena rever um pouco dessa his- Branco (lei 11.489, em vigor desde 2007, cas para Mulheres com os governos locais, o que requer
tória”, afirma a secretária. que instituiu o 06 de dezembro como o uma descentralização de suas ações e estruturas por meio
Dia Nacional de Mobilização dos Homens de um órgão de representação nos estados, como aconte-
A distribuição do documentário
pelo fim da Violência contra as Mulhe- ce com os demais ministérios.
começa nesta semana, como parte
res). Ciente de seus desafios a ministra já deixou claro que
da agenda do 8 de março. É certo Ao assumir a SPM, Iriny destacou o assumiu a Secretaria com disposição de enfrentar o desa-
que todos os diretórios estaduais combate à pobreza, o combate à violên- fio, ao afirmar: “Trabalharemos com muita proximidade
e secretarias de mulheres do PT re- cia contra a mulher, a capacitação profis- a outros Ministérios que garantirão a efetividade dos pro-
ceberão um exemplar desse regis- sional para mulheres e a adoção de gramas que pretendemos implementar. Da mesma manei-
tro histórico. O vídeo está Iriny Lopes é a nova ministra da Secretaria Especial de politicas de crédito e financiamento para o ra, os governantes, principalmente os municipais, deve-
disponibilizado no site do PT. Políticas para Mulheres. Em 2010 foi reeleita para seu 3º empreendedorismo como as principais priorida- rão ser grandes parceiros, interlocutores para que as polí-
Para facilitar o download ele foi mandato consecutivo na Câmara dos Deputados. Sua atu- des de sua gestão. ticas públicas para mulheres possam ser efetivadas em
dividido em blocos. ação parlamentar se pautou prioritariamente na temática Tendo em vista o fortalecimento das políticas cada Estado, em cada município brasileiro.”
SINDICAL

Humanizar o mundo do Trabalho


Foto: Valter Campanato/ABr

Nosso país obteve avanços ex-


traordinários na valorização dos
trabalhadores e trabalhadoras, ma-
nutenção e avanço dos seus direi-
tos e respeito às organizações sin-
dicais, mas ainda estamos muito
longe do ideal nas relações entre
trabalhadores e empregadores. Ain-
da vivemos discriminações de gê-
nero e cor, convenções internacio-
nais ainda são desrespeitadas, as-
sim como a própria legislação do
país.
Dentre todos os ramos de traba-
lhadores e trabalhadoras no Brasil,
certamente um dos que são mais
mal tratados é o dos trabalhadores
domésticos, uma categoria de apro-
ximadamente oito milhões de pes-
soas, composta por mais de 90%
de mulheres e, dentre estas, com
mais de 80% de mulheres negras.
Submetidas a jornadas enormes,
vítimas de assédio moral e sexual
e até de violência física, estas com-
panheiras, em sua maioria não têm
registro em carteira e são discrimi-
nadas, inclusive, na própria legis-
lação do país.
A luta das trabalhadoras domés-
ticas, representadas por seus sin-
dicatos e sua federação nacional,
filiada a CUT, têm recebido soli-
dariedade do movimento sindical
combativo.
Esta luta, evidentemente, não diz
respeito só ao Brasil por isso, por
iniciativa da CUT e outras centrais,
a reunião da OIT em junho terá
como um dos principais pontos de
pauta a questão do trabalho domés- Presidenta da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (Fenatrad), Creuza Maria de Oliveira
tico dentro do contexto da
humanização do mundo do traba-
lho.

Pelo Educação:
direito da
organização uma luta de
no local de
trabalho
todos
O aumento do Piso Nacio- PROUNE permitindo que mais
Faz parte da humanização das re-
lações trabalhistas a livre organiza- nal da Educação pela de 700.000 jovens, filhos de tra-
ção sindical. Hoje temos sindicatos presidenta Dilma para R$ balhadores tivessem acesso à
atuantes em todos os ramos de ativi- 1.187,00 e suas reiteradas de- universidade, a implantação do
dade, as centrais sindicais são reco- clarações da prioridade que seu ENEM que ajuda a melhorar o
nhecidas, a greve se consolida como governo dará a educação nos nível da educação, o Bolsa Fa-
um direito inalienável dos trabalha- dão a certeza que a educação mília, com a contrapartida que
dores... Entretanto, persiste uma vi-
no nosso País dará um salto de as crianças sejam mantidas na
são antidemocrática da maioria dos
qualidade. escola, são alguns dos exemplos
empregadores: o impedimento à or- “O novo Plano Nacional de Maiores investimentos em dos acertos do governo petista
ganização por local de trabalho.
Com exceção das grandes catego- Educação deve ser um educação certamente não inte- mas ainda muito precisa ser fei-
rias, com forte tradição de organiza- instrumento de superação de ressam apenas aos professores to.
ção, a regra no nosso país é que não mas a todo o povo brasileiro e O Congresso Nacional da
exista organização por local de tra- desigualdades e promover uma ao pais, do ponto de vista es- CNTE apontou o caminho. Edu-
balho na grande maioria das catego-
rias profissionais. Por incrível que
educação pública de qualidade tratégico. cação precisa de grandes inves-
Não foram poucos os avan- timentos, de muitos recursos.
possa parecer, ainda existem inclu- para todos e todas, respeitando as ços que tivéssemos nessa área Por isso, entre outras importan-
sive, empregadores que demitem tra-
balhadores pelo simples fato de se- diferenças regionais, culturais e nos oito anos de governo Lula, tes sugestões, professores e fun-
rem sindicalizados. A luta da CUT históricas das regiões brasileiras”: a criação de quase 40 novas cionários de escolas decidiram
por organização nos locais de traba- universidades com a que a luta agora é por 10% do
lho é uma das principais bandeiras contratação de milhares novos PIB para educação e por um Pla-
que os petistas devem abraçar para Roberto Franklin de Leão, presidente da CNTE professoresuniversitários, o no Nacional de Educação.
que a democracia finalmente entre
nas relações trabalhistas no Brasil.
COMBATE AO RACISMO

FSM: SNCR realiza encontro com lideranças de partidos africanos


Integrante da delegação petista no Fórum Social
Mundial, em Dakar, a secretária nacional de Com-
bate ao Racismo do PT, Cida Abreu, participou das
atividades programadas pelo partido e dos debates que
aconteceram no Fórum, estabelecendo contato com
partidos da África e com lideranças femininas do
Senegal.
Em parceria com a representante do Partido Demo-
crático Senegalês, a secretária de Combate ao Racis-
mo, Cida Abreu coordenou uma das atividades: o En-
contro de Mulheres Líderes dos Partidos do Senegal.
O evento contou com a presença de representantes de
todas as sete correntes, desde os partidos que apói-
am o governo até a candidata de oposição à presidên-
cia do país nas eleições de 2012, Aissatore Teocure.
Pelo Brasil, junto com Cida Abreu, participaram Laisy
Moriére, secretária nacional de Mulheres do PT,
Morgana Eneile, secretária nacional de Cultura do PT,
e a embaixadora do Brasil no Senegal, Maria Elisa No Brasil, o reconhecimento do racismo como definidor dessas
Teófilo de Luna. desigualdades ainda é um desafio
As líderes dos partidos do Senegal falaram sobre
a repercussão positiva e a importância da eleição da
presidenta Dilma Rousseff. As brasileiras explicaram 2011 - Ano Internacional dos Afrodescendentes
a importância das mulheres nos partidos políticos, o
funcionamento e a competência de cada setor do Par- Programa deAção de Durban, em 2001. sim foi com o Partido dos Trabalhadores,
tido dos Trabalhadores, a organização e a participa- A par dessas, outras referências da que desde sua fundação hasteou a bandeira
ção de mulheres no partido, e em que pé está a legis- ONU são fundamentais para que o atu- do combate sem trégua ao racismo e a to-
lação sobre cotas de gênero no Brasil. al reconhecimento tenha se concretiza- das as formas de discriminações. As
Com uma reflexão sobre o período do escravismo do. Entre elas, estão as resoluções 62/ consequências dessa batalha foram conso-
e a identidade histórica e sentimental do Brasil com 122, de 17 de dezembro de 2007, 63/5, lidadas em oito anos de governo Lula, e te-
o povo africano, Cida Abreu ressaltou a capacidade de 20 de outubro de 2008, e 64/15, de rão continuidade com a presidenta Dilma.
de superação da população, a importância do encon- 16 de novembro de 2009, relativas ao Cada vez mais com a participação de ne-
tro com mulheres africanas e a necessidade de inten- monumento permanente e lembrança gros e não-negros que mantêm viva a cha-
das vítimas da escravidão e da venda ma da revolta contra a discriminação e o
sificar o diálogo sobre os programas e projetos que
transatlântica de escravos. Essas refe- preconceito.
possibilitem liberdade com dignidade, através da luta
rências dizem respeito ao primeiro ca- O Brasil e os países do continente afri-
política. minho de que se falou anteriormente, e cano se irmanam na busca de valores soli-
As lideranças também apresentaram como propos- que foca em uma das pedras de toque dários que ultrapassem as fronteiras proto-
ta o fortalecimento da relação política Brasil/Áfri- do combate ao racismo: seu reconheci- colares da diplomacia entre Estados e Na-
ca, com a criação de um comitê de intercâmbio en- mento como definidor das condições ções, para cada vez mais dar sentido
tre as mulheres líderes de partido do Brasil e do O reconhecimento do ano de 2011, pela que traçam rumos distintos e, por isso mes- civilizatório ao desenvolvimento humano,
Senegal. “Essa questão foi acatada e considerada Organização das Nações Unidas (ONU), mo, determinantes por princípio das desigual- econômico e social. As marcas do
importante por todas as participantes, porém com a como o Ano Internacional dos dades que traçarão os destinos de homens e colonialismo ainda são visíveis na maioria
necessidade de nos reunirmos mais vezes para detec- Afrodescendentes, tem pelo menos dois com- mulheres. dos 53 países do continente, mas são notó-
tar nossas identificações e nos proporcionar um co- ponentes a partir dos quais se pode analisar a No Brasil, o reconhecimento do racismo rios os avanços na organização econômica,
nhecimento da organização e funcionamento dos par- importância da luta histórica de negros e ne- como definidor dessas desigualdades ainda é política e o fortalecimento da sociedade ci-
gras pela superação das desigualdades. Um um desafio. Isso a despeito de o país ter algu- vil. Esses avanços garantirão os processos
tidos do Senegal” ressaltou Cida Abreu.
diz respeito ao caminho percorrido pelos mo- mas das iniciativas mais avançadas no com- democráticos internos e a visibilidade ex-
A dirigente do PT também coordenou atividade na vimentos organizados de combate ao racis- bate a essa prática, como a criação de um terna positiva, com isso interrompendo os
Casa Brasil, onde participou da reunião sobre inter- mo até que houvesse a compreensão de que ministério dedicado exclusivamente à supe- olhares preconceituosos marcados pelo ra-
câmbio bilateral com a ministra de Gênero e Rela- essa luta é um ato fundamental para a supe- ração das desigualdades raciais – a Secreta- cismo que o Ocidente carrega das demais
ções do Senegal, Awa Ndiaye, a ministra da Seppir, ração da miséria e da exclusão. Este caminho ria de Políticas de Promoção da Igualdade Ra- regiões do globo, solapando esta mesma
Luiza Bairros, e representante do ministério de Polí- leva à pesquisa da origem das condições atu- cial, instituída em 2003 e vinculada direta- visão que o Norte tem em grande medida
tica para as Mulheres. Como encaminhamento, as mi- ais de miséria e exclusão, com raízes forte- mente à Presidência da República – e várias em relação aos países que formam o alinha-
nistras acertaram uma troca permanente de experiên- mente fincadas no continente africano, e seus outras ações para a preservação da memória mento Sul-Sul.
cias e ação de cooperação sobre as políticas públicas desdobramentos em outros continentes, atra- da escravidão e da necessidade de superação O Ano Internacional dos
de cada ministério. vés da escravidão de homens e mulheres ne- de seus resultados perversos. Esse é o segun- Afrodescendentes, iniciado no dia 1º de ja-
gros. O outro componente é o do horizonte do componente referido, que diz respeito à neiro de 2011, deu a partida no Brasil já em
que se apresenta para que as políticas de com- instituição de políticas públicas de combate 2010, quando do lançamento da Coleção
bate ao racismo e aos seus corolários – exclu- ao racismo. A instituição de datas relativas História Geral da África, que cobre desde a
Seppir vai afinar parceria com são e miséria – sofram um incremento signi- ao tema do combate ao racismo é uma gran- Pré-História à História Contemporânea da
ministérios para combater ficativo no plano internacional, já que a inici- de conquista dos Movimentos Negro e Soci- África. Dessa forma, os conhecimentos e os
pobreza e violência ativa parte da instância máxima do concerto al no País e no mundo. Assim, o dia 21 de saberes sobre o continente africano, muitos
das nações – a ONU. março é consagrado como Dia Internacional deles praticados por nós no dia a dia, mas
A ministra da Igualdade Racial, Luiza Bairros, afirmou que A decisão da ONU está expressa na Reso- de Luta contra o Racismo, iniciativa da ONU; previamente ignorados neste limiar do sé-
a prioridade da Seppir (Secretaria Especial de Promoção de lução 64/169, e tem como antecedentes a De- o 13 de maio é o Dia Nacional de Luta contra culo XXI, ficam ao alcance de nossas mãos.
Políticas de Igualdade Racial) é a relação com os demais mi- claração Universal dos Direitos Humanos, o Racismo; e o 20 de Novembro é reconheci- Os governos e a sociedade têm a oportuni-
nistérios nas ações para combater a pobreza extrema, promo- onde se proclama que todos os seres huma- do oficialmente como Dia Nacional de Cons- dade de marcar o Ano Internacional, dando
ver uma educação antiracista, retomar a política de saúde da nos nascem livres e iguais em dignidade e di- ciência Negra, inspirando a militância negra continuidade ao reconhecimento da origem
população negra e enfrentar a violência que afeta a juventude reitos e que toda pessoa tem todos os direitos brasileira a realizar duas grandes Marchas da humanidade no Continente Africano,
negra. e liberdades enunciados nela, sem distinção Nacionais pela Imortalidade de Zumbi dos implementando políticas concretas de com-
Luiza Bairros detalhou a necessidade de aproximação com alguma, o Pacto Internacional de Direitos Ci- Palmares. A primeira, realizada em 1995, bate às doenças que mutilam a maioria dos
quatro ministérios: com o MDS (Ministério do Desenvolvi- vis e Políticos, o Pacto Internacional de Di- continha em sua pauta de reivindicações a povos, respeitando sua autodeterminação e
mento Social), é preciso acertar a agenda de erradicação da reitos Econômicos, Sociais e Culturais, a Con- exigência da criação de um organismo nacio- investindo em desenvolvimento sustentável
venção Internacional sobre a Eliminação de nal para executar as políticas de combate ao parte do que foi saqueado, inclusive os mi-
pobreza. Com a Educação, “é preciso rever os obstáculos no
Todas as Formas de Discriminação Racial, a racismo e a todas as formas de discriminação lhares de corpos e cérebros destruídos pelo
governo para fazer valer a idéia de uma educação antiracista”.
Convenção sobre a Eliminação de Todas as e, com isso, promover a igualdade racial. Com mercado da escravidão.
Com o Ministério da Saúde, Luiza Bairros pretende traba-
Formas de Discriminação Contra a Mulher, a efeito, a Marcha mobilizou as organizações O Partido dos Trabalhadores deve
lhar em conjunto, de modo a “induzir Estados e municípios
Convenção sobre os Direitos da Criança, a negras para a Conferência de Durban, em engajar-se no programa de atividades do
para que caminhem dentro da diretriz que a política de saúde
Convenção Internacional sobre a Proteção dos 2001, na África do Sul. A Marcha Zumbi Ano Internacional dos Afrodescendentes,
da população negra aponta”. E na área da Segurança Pública Direitos de Todos os Trabalhadores Migra- Mais 10, em 2005, cobrou celeridade na exe- dando continuidade aos seus compromis-
- tema que a ministra acredita vá ganhar centralidade no go- tórios e de seus Familiares, a Convenção so- cução das políticas de promoção da igualda- sos históricos assumidos com a comunida-
verno Dilma – será necessário levar em conta o fato de que as bre os Direitos das Pessoas com Deficiência de nas áreas da educação, trabalho, saúde, ter- de negra, tanto no plano nacional como no
taxas de homicídio no interior da juventude negra são maiores e outros instrumentos internacionais pertinen- ra e segurança pública. Este conjunto de ini- internacional, mas, sobretudo, com o Con-
do que em qualquer outro setor da população brasileira. tes aos direitos humanos. Além disso, a reso- ciativas se soma a outras ações emblemáticas tinente Africano.
- Existem Estados onde o nível de ocupação física da esco- lução da ONU faz referência às disposições incorporadas ao calendário oficial.
las noturnas caiu a 30 por cento. E os 70 por cento que não contidas nos documentos finais de todas as Nada disso, porém, teria sentido, se as or-
estão na escola também não estão no mercado de trabalho. Ao João Carlos Nogueira
grandes conferências e cúpulas das Nações ganizações da sociedade civil não tivessem Sociólogo, Doutorando em Arqueologia (IPT-
mesmo tempo, as estatísticas mostram um número cada vez Unidas, em particular a Declaração e o Pro- incorporado o significado da luta antirracista Portugal) Membro do Coletivo de Combate ao
maior de jovens que são mortos exatamente nessa faixa etária, grama de Ação de Viena e a Declaração e o como um de seus principais emblemas. As- Racismo de SC.
alerta a ministra.
QUARTO CONGRESSO

Novo Estatuto do PT, um debate que


interessa aos setoriais
Foto: divulgação PT

O IV Congresso do PT, em caráter extraordi-


nário, terá como principal ponto de pauta a re-
forma estatutária. O Diretório Nacional instituiu
uma comissão responsável por organizar os de-
bates sobre o assunto, fazendo-o chegar aos mais
diversos segmentos petistas.
A contribuição da militância dos setoriais é
fundamental pois é necessário que esta reforma
aprofunde e qualifique a participação dos seg-
mentos sociais organizados nas instâncias parti-
dárias e na sua formulação política.
O portal do PT (www.pt.org.br) têm um es-
paço dedicado a este debate. Acesse a página,
leia as opiniões dos nossos dirigentes e participe.
Sua opinião é fundamental.
A Comissão será coordenada pelo deputado
Ricardo Berzoini e, ao final de 60 dias, apresen-
tará um anteprojeto a ser debatido por todo o
partido através de suas instâncias, antes de se-
guir para o Congresso, que discutirá e aprovará
o novo estatuto.
Leia abaixo artigo de Berzoini e veja como
contatar os membros da Comissão

Ricardo Berzoini – reformaestatutaria@pt.org.br


Alberto Cantalice – albertocantalice@hotmail.com
Antonio Donato – donatopt@terra.com.br
Carlos Árabe – carlos.henrique@pt.org.br
Cristiano Tadeu – cristianotadeu13@yahoo.com.br
Arlete Sampaio - arletesampaio13@gmail.com
Gilney Viana – gilney.viana@gmail.com
Gleber Naime – glebernaime@pt.org.br
Jorge Coelho – jorgecoelho13@uol.com.br
Laisy Morière – mulheres@pt.org.br
Luiz Eduardo Greenhalg – leg.leg@uol.com.br
Paulo Frateschi – paulofrateschi@uol.com.br
Romênio Pereira - romenio@pt.org.br
Sonia Braga – soniabraga.ce@gmail.com
Valter Pomar – pomar.valter@gmail.com
Vilson Oliveira – vilsonao@terra.com.br

Nossa reforma política interna, por Ricardo Berzoini


Foto: divulgação
e à democracia interna. Em um partido das disputas eleitorais despolitizadas.
como o PT, o risco de nos tornarmos Para tanto, é necessidade urgente o for-
reféns da estrutura política externa ao talecimento da capacidade dirigente
partido é sempre presente, quanto mais das instâncias partidárias.
crescemos e nos tornamos atores deci- A combinação entre a agenda
sivos da vida política da Nação. institucional do Partido e as lutas so-
Trataremos, também e especialmen- ciais determinam o caráter
te, da necessidade de aumentar o nú- multifacetado de um partido que bus-
mero de filiados e melhorar a vida or- ca intervir nos mais variados espaços
gânica do Partido. O PT, na maioria das do Brasil. Para que isso se sustente em
pesquisas de opinião, tem mais de 20% termos estratégicos, é vital capacitar
de simpatia popular, em torno do triplo o Partido para o debate ideológico e
do segundo colocado, o PMDB, que re- programático em curso na sociedade
gistra entre 6 a 9% dos pesquisados.É brasileira.
razoável que tenhamos a ambição de O debate que faremos será
trazer 20% desses simpatizantes, para determinante para que nossa constru-
o ato de filiação formal ao partido com ção partidária se consolide nos próxi-
o qual se identificam. Isso representa mos anos. Mais que discutir regras iso-
quintuplicar nosso quadro. Mas para ladas de eleição de instâncias, o fun-
Ricardo Berzoini, coordenador da Comissão da Reforma do Estatuto que isso seja uma conquista de consci- damental é ousar no projeto
ência e participação, temos que tratar organizativo e buscar a qualidade das
da ampliação da democracia interna, in- relações políticas como insumo básico
O 4º. Congresso Nacional do PT, em sou por crises e impasses marcantes.
clusive garantindo formação política e para nosso projeto político.
fevereiro de 2010, deliberou pela rea- Devemos debater o financiamento da
comunicação interna regular para o con- No momento em que a sociedade
lização de um amplo debate a respeito atividade partidária, ou seja, discutir
junto dos filiados. Por mais que o PT brasileira retoma a questão da refor-
de nossa trajetória organizativa e dos sem reservas as formas de sustentar ma-
seja a experiência mais efetiva de parti- ma política, a primeira iniciativa de
desafios presentes e futuros de nossa terialmente o partido e reduzir sua de-
cipação partidária do Brasil, e referên- nossa reforma interna deve ser a parti-
grande instituição partidária, que já pendência de finaciamentos externos.
cia para inúmeros partidos de outros pa- cipação das bases do partido na dis-
completou 31 anos de vida. Esse de- Esse é um ponto decisivo para estabe-
íses nesse aspecto, sabemos que há um cussão. As centenas de milhares de
bate tem por objetivo atualizar nosso lecer, de forma transparente, uma estra-
enorme desafio para superar o abismo filiados devem dar a demonstração de
estatuto partidário e reforçar os ins- tégia permanente de viabilização do
entre a filiação e a real participação de- que esse não é um problema da dire-
trumentos institucionais internos que crescimento sustentável de nossa pre-
mocrática nos rumos da nossa vida in- ção, nem as respostas virão da cúpula.
garantem nossa democracia e concep- sença política na
terna. Nosso PT já mostrou que a militância
ção organizativa. sociedade.
As experiências positivas e negativas é que defende e protege o partido, na
A resolução que estabeleceu essa re- O IV Congresso também destaca para
verificadas nos PEDs de 2001 a 2009 luta pela democracia de nosso projeto
forma definiu uma pauta obrigatória, debate o caráter coletivo das campanhas
nos determinam o desafio de consoli- socialista.
fruto das reflexões acerca da vivência eleitorais do Partido, ou seja, como ga-
política que nos levou a tantas vitóri- rantir que os projetos individuais não dar o instrumento do voto direto e afas- Ricardo Berzoini é deputado federal (PT-SP) e

as importantes, mas que também pas- se sobreponham às demandas coletivas tar de nosso caminho os desvios típicos presidirá a Comissão de Reforma Estatutária do PT
JUVENTUDE

A juventude do PT em 2011
O povo brasileiro escolheu que o Brasil deve seguir mudando, e De outro lado, o segundo enfoque aponta que será fundamental sociais como em relação às demais instâncias partidárias, como as
o PT teve um papel fundamental nisto, em especial organizando e fortalecer a organização interna e externa da JPT, com uma olhar próprias setoriais, que realizarão encontros no segundo semestre
mobilizando a juventude brasileira, em conjunto com os demais especial à participação no Congresso do PT, que deve reformar seu deste ano.
partidos da coligação. estatuto, além das agendas políticas da juventude brasileira, como o Em suma, o ano de 2011 será crucial para a juventude avançar,
Agora, para fazer com que o processo desenvolvido pela juven- Congresso da UNE, a campanha pela Reforma Política, e as de- no Brasil e no PT. E estas questões não estão dissociadas. Um par-
tude durante a campanha seja continuado, a JPT entra em 2011 mais campanhas pela defesa dos direitos humanos, valorização da tido com uma juventude cada vez mais forte e organizada terá as
com dois enfoques prioritários: O primeiro centrado no avanço rumo diversidade contra o preconceito e por mais políticas públicas. condições necessárias e fundamentais para fazer do Brasil um país
à consolidação da Política Nacional de Juventude. Para isso tere- Para isso desafios internos deverão ser garantidos, como onde os jovens têm uma vida cada vez melhor, pois os jovens foram
mos a realização da II Conferencia de Juventude do Governo Fede- aumentar o reconhecimento do PT sobre a importância da juventu- às urnas para garantir o exercício da democracia e como conquista
ral, o debate na Câmara sobre a aprovação do Estatuto e do Plano de no seu interior, fortalecer a rede organizacional da JPT, criando desse processo de aprofundamento democrático, foi eleita Dilma, a
Nacional da Juventude, além do fortalecimento do papel dos jovens uma dinâmica maior de funcionamento entre todas as instâncias da primeira mulher presidenta do país, com a contribuição e a cara da
na pauta no governo Dilma. juventude, assim como conectá-las entre si – tanto com as redes juventude.

Notas

Vem aí o II Congresso A JPT na II Conferência O movimento estudantil


da JPT! Nacional de Juventude petista está na luta!
A Executiva Nacional da JPT convocou para Em 2008, mais de 400 mil jovens se mo- Estudantes de diversos Diretórios e Cen-
12 a 15 de novembro de 2011 o II Congresso bilizaram para debater a Política Nacional tros Acadêmicos de todo o Brasil partici-
Nacional da JPT, que deve ser antecedido de eta-
de Juventude. Muitas bandeiras foram le- param em Janeiro do 13º CONEB da UNE,
pas municipais e estaduais.
vantadas que possibilitaram o avanço das que debateu o Plano Nacional de Educa-
Se o I Congresso foi um marco ao mudar a
forma como se organizam os jovens dentro do políticas públicas de juventude no Brasil – ção e a agenda política dos estudantes bra-
PT e como se relacionam com a sociedade, o II como a vitória com a aprovação e promul- sileiros para este ano tão importante.
será um marco ainda maior, pois representará a gação da PEC da Juventude. O movimento estudantil petista esteve
Secretarias Estaduais consolidação da organização de juventude den- Reconhecendo isso, ainda em 2010, o presente com grande peso e foi fundamen-
da JPT planejam o ano! tro e fora do PT, agora com muito mais acúmulo Presidente Lula decidiu convocar a II Con- tal, com toda a sua diversidade, para con-
e militantes organizados. ferência Nacional de Juventude para o se- vocar a Jornada de Lutas e traçar os desa-
Durante todo o mês de fevereiro, as Secreta- Assim, o II Congresso da Juventude do gundo semestre deste ano. Esta Conferên- fios que a UNE e os estudantes devem en-
rias Estaduais da JPT realizarão reuniões e se- PT será, além do momento de renovação das di- cia terá um caráter importante, pois deve- frentar para o Brasil continuar mudando,
minários de planejamento de suas ações para reções em todos os níveis, uma grande campa- rá contribuir decisivamente para o tendo a educação para a juventude com
este ano. nha pública da juventude petista ao longo de todo
aprofundamento da política de juventude, uma questão central para o seu desenvol-
A iniciativa servirá para fortalecer a agenda o ano. Esta campanha, através de uma agenda
política da juventude petista em todos os esta- agora no Governo Dilma. vimento.
pública e debates preparatórios, proporcionará
dos, fazendo com que a JPT incorpore e o fortalecimento da relação do PT com os movi- Haverá etapas municipais e estaduais, Além da Jornada, a agenda do movimen-
protagonize os principais movimentos da juven- mentos juvenis, ampliando e qualificando a sua além das conferências livres. A Juventude to estudantil terá ainda o Conselho de En-
tude nos novos cenários políticos estaduais, além participação nos espaços de políticas públicas, do PT, que protagonizou a primeira, deve- tidades Gerais – CONEG e o 52º
de preparar a intervenção nas Conferências principalmente com a intervenção organizada na rá ser fundamental mais uma vez para o Congresso da UNE, em julho, onde ha-
Estaduais de Juventude e organizar o processo II Conferência Nacional de Juventude e no 52º fortalecimento do papel estratégico da ju- verá eleição para diretoria da entidade para
do II Congresso da JPT! Congresso da União Nacional dos Estudantes. ventude no Governo Dilma. o período 2011 – 2013.

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