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Das Nascentes Aos Deságues do rio Verruga: retóricas ambulatórias em Conquista/Ba

1. Introdução
Desde os primeiros momentos de contato nas periferias de Vitória da Conquista (1),
saltava aos olhos a intensidade e a precocidade da exploração sexual ampliada pelo
tamanho da cidade e de seu entorno que a torna um polo de mais de um milhão de
habitantes.
Em 2004 passei a trabalhar como consultor de PDUs(2), com questões de vetor de
expansão urbana e pude cruzá-las em Conquista às notas de campo sobre o network
nas periferias, o que envolveu em especial as perambulações de determinados agentes
sociais entre essas mesmas periferias e os centros mais propriamente urbanizados na
Cidade, as relações periferia, crime, violência e exploração sexual pareceu-me clara.
Além do que, uma presença/ausência, pareceu-me encompassar a Cidade, ou ao
menos “a minha visão dela”(3) como me repetiu inúmeras vezes a primeira arquiteta-
urbanista com quem trabalhei, que coordenou a equipe de execução e
Acompanhamento no PDU de Prado elaborado entre 2003 e 2007 (4), o rio Verruga é
subterrâneo em relação aos planejamentos do desenvolvimento urbano, bem como o
são os periféricos, que, no entanto, afloram nos mesmos pontos do rio.
Tanto o Verruga, quanto os agentes sociais que habitam suas margens perabulam pela
cidade, trecruzam-na, pose-se dizer até. Outrossim sempre foram no processo de
desenvolvimento urbano da cidade escamoteados, extintos por pesquisas de notório
saber e/ou decretos; absurdos para as lógicas arquitetônico-urbanísticas hegemônicas
na história do Planalto da Conquista. Apesar disso e, talvez, por tal permanecem qual
retóricas ambulatórias (CERTEAU) a jogar enquanto contra ideologia.
A leitura de Micheal de Certeau, o trabalho de sua equipe, para ser mais preciso
permitiram-me, ao concordar com a dupla crítica à praxiologia de Pierre Bourdieu ( ) e
ao sujeito da ação de Michael Foucault ( ), bem como reparar noções com efeito de
lugar, capacidade de entulha,ento e uso ostentatório do espaço, centrais em la misere
de mondi e, em alguma medida antevistas pelo A invenção do cotidiano.
Tal releitura o foi possível, também, pelo cruzamento de tais teorias com notas de
campo a princípios esparsar mas tornadas sistemáticas com a institucionalização do
projeto (5) que objetivam nosa participação no cotidiano e no nerwork periférico de
VItória da Conquista.
São tais notas que organizam a narrativa desta comunicação. Optou-se por divididí-las
nos seguintes tópicos: a visão da cidade no caminhar da periferia, o crime e a violência
e, por fim a exploração sexual em Vitória da Conquista/Ba.
2. A Visão da Cidade no Caminhar da Periferia
Apesar de toda a pretensa ordem da Cidade, o que implica, como dito, o escamotear
do rio Verruga, suas nascentes e locais onde aflora, ou ainda, nos quais recebe as
águas pluviais, bem como dos moradores da suas periferias, algumas ruas centrais e
históricas da Cidade vinculam o centro à periferia e são perpassadas tanto pelos
periféricos, quanto pelas águas do rio.
Duas ruas, ladeiras cheias de curvas (ao contrário da maioria das retas ruas e avenidas
modernas da cidade) são emblemáticas: rua da Conquista e rua do Triunfo. Nomes
dados a vias abertas no período da guerra e conquista dos povos indígenas
dominantes no Planalto da Conquista do século XVI, caminhos pelos quais os
emboabas impunham a Lei e o Rei a populações seminômades que atrapalhavam suas
ações de guerra contra os bandeiranntes paulistas nas minas gerais. para os
moradores do México de das Pedrinhas, bairros periféricos aos quais se chega por
estas imensas ladeiras as chamam de Bueirão e Magassapo
Desde que passei a vsitar o México esta diferença de nomenclatura ficou conspícua, ao
ponto mesmo de as pessoas com que conversei no centro e na periferia da cidade
quse confundirem-nas com quatro ruas.
Neste ponto o relato da primeira visita de campo que fiz com uma Turma de
Comunicação e Sociedade em 2009 ao entorno donpoçço é bastante interessante para
começarmos a compreender o significado dessa dupla forma de nomeação.

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