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Cascais
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Cascais[2] MHC é uma vila portuguesa, sede do município (concelho) homónimo, o qual
é parte do distrito e da área metropolitanade Lisboa. Em 2016, totalizava 210 889
habitantes[1] distribuídos por uma área de 97,40 km².[3]
O município de Cascais subdivide-se em quatro freguesias (Alcabideche, Carcavelos e
Parede, Cascais e Estoril e São Domingos de Rana).[4] Apesar do seu estatuto de vila,
possui uma população que supera as das cidades
do Seixal, Alverca, Póvoa, Loures, Sacavém, Vila Franca de Xira e Costa da Caparica,
sendo a quarta vila mais populosa da Área Metropolitana de Lisboa.
A sua origem enquanto entidade independente data da Carta da Vila, de 7 de
junho de 1364, na qual o rei D. Pedro I de Portugala separava do termo de Sintra[5] em
virtude do seu desenvolvimento económico.[6] Administrativamente, apenas se torna
independente em 1514, data em que é provida de um foral próprio.[6] Ocupado desde
o Paleolítico, e com um importante património arqueológico, o concelho esteve desde
cedo voltado para a produção agrícola, pesqueira e para a extração de recursos.
Também a sua posição estratégica na Barra do Tejo contribuiu para a sua importância,
dispondo hoje de um vasto património arquitetónico militar.
Pelos seus valores naturais e paisagísticos, tanto a vila como o concelho conheceram
um surto de popularidade que a viram tornar-se no destino preferido das elites
portuguesas e estrangeiras a partir do século XIX. A chegada e eletrificação do caminho
de ferro foram transcendentais para o progresso do concelho, sendo o principal fator
para a sua urbanização a partir de 1930. Desde então, cresce até se afirmar como um
dos principais subúrbios de Lisboa, não sendo alheio aos fenómenos
de suburbanização e periurbanização que se foram dando na área metropolitana,
sendo estes ainda notórios no interior do concelho.
A vila de Cascais, à semelhança do que aconteceu nos últimos anos sobretudo com as
cidades de Lisboa, Porto e Fátima, tornou-se num dos principais destinos do turismo
em Portugal, a ponto de ter sido começada a cobrança de uma pequena taxa turística
nas dormidas locais.[7]
Índice
1Geografia
o 1.1Divisão administrativa
o 1.2Hidrografia
1.2.1Linhas de água
1.2.2Águas balneares
o 1.3Clima
o 1.4Paisagem
o 1.5Património natural e espaços verdes
1.5.1Parques urbanos
1.5.2Quintas
2Ecologia
o 2.1Flora
2.1.1Flora terrestre
2.1.2Flora marinha
3Geologia
4História
o 4.1Pré-história
o 4.2Idade Antiga
4.2.1A época romana
4.2.2A época visigótica
4.2.3A época árabe
o 4.3Idade Média
4.3.1A reconquista e desenvolvimento de Cascais
4.3.2A questão da autonomia
o 4.4Idade Moderna
4.4.1Período dos Descobrimentos
4.4.2A invasão espanhola
4.4.3A restauração da independência: novas fortificações
4.4.4O Terramoto de 1755 em Cascais
4.4.5Transição para o século XIX
o 4.5Idade Contemporânea
4.5.1A afirmação enquanto local de ócio
4.5.2O projeto do Estoril: da Riviera Portuguesa à Costa do Sol
4.5.3Século XX
o 4.6Topónimo
o 4.7Heráldica
5Demografia
6Economia
7Transportes e mobilidade
8Equipamentos e serviços
o 8.1Educação
o 8.2Saúde
o 8.3Administração, prevenção e segurança pública
o 8.4Forças de segurança
o 8.5Bombeiros
o 8.6Água e saneamento
o 8.7Limpeza e resíduos sólidos
9Política
o 9.1Eleições autárquicas
o 9.2Eleições legislativas
o 9.3Cidades-irmãs
10Cultura
o 10.1Património edificado
10.1.1Património arqueológico
10.1.2Património arquitetónico
10.1.2.1Arquitetura religiosa
10.1.2.2Fortificações marítimas
10.1.2.3Arquitetura de veraneio
10.1.2.3.1Cascais
10.1.2.3.2Monte Estoril
10.1.2.3.3Estoril
10.1.2.3.4São João do Estoril
10.1.2.3.5Parede
10.1.2.3.6Carcavelos
10.1.2.4Arquitetura modernista
10.1.2.5Outros edifícios
o 10.2Museus
10.2.1Bairro dos Museus
o 10.3Gastronomia
o 10.4Eventos
11Desporto
o 11.1Clubes
o 11.2Escalada
11.2.1Blocos na Baía do Mexilhoeiro
11.2.2Arribas do Farol da Guia
12Referências
13Ver também
14Ligações externas
Geografia[editar | editar código-fonte]
História[editar | editar código-fonte]
Pré-história[editar | editar código-fonte]
A presença humana no atual território do concelho de Cascais dá-se pela primeira vez
na pré-história, em cerca de 2000 a.C., com a presença de alguns povos
nómadas do Paleolítico Inferior. Estabelecendo-se em povoados, teriam feito uso de
objetos de sílex e quartzito, juntando-se, no Paleolítico Superior, objetos feitos
também a partir de osso, que se traduziram em numerosos utensílios recolhidos na
zona costeira do Guincho, entre as quais uma mó neolítica. O primeiro povoado desta
origem conhecido no concelho situava-se na atual Alameda do Casino, no Estoril, com
alguns materiais recolhidos por Félix Alves Pereira. Porém, é na zona da Parede que se
dão as descobertas mais transcendentes. No Murtal foi reconhecido outro povoado
por Leonel Ribeiro, sendo descoberto outro novo assentamento em 1953, no decorrer
de escavações na zona do Bairro Octaviano (Parede). Concluídas em 1957, estas
permitiram verificar que a sua parte inferior consistia de uma camada de terras
intacta, com diversos materiais arqueológicos. A este sítio, considerado por Manuel
Afonso do Paçocomo «o documento mais antigo e precioso de Cascais», deu-se o
nome de Parede I. Outros materiais arqueológicos aí encontrados, mais tardios e sob o
nome de Parede II, levam a crer que os primitivos habitantes do concelho vivessem
da agricultura e da criação de gado, bem como da caça e da pesca.[32] Sobre estas
primeiras populações, outras se instalariam, desta vez muito mais prósperas e
conhecedoras da metalugia do cobre, possuindo cerâmicas várias e decoradas a
primor, ao lado de uma série de artefactos de calcário, bem como botões, contas, etc.
Das grutas artificiais de São Pedro do Estoril, hoje desaparecidas pela ação da erosão,
resta um memorial acompanhado de um placar informativo.
Sabe-se que estes povos possuíam um culto muito especial pelos seus mortos, levados
a enterrar em dolmens ou grutas naturais, e ao lado de quem colocavam armas e
utensílios da sua propriedade, recipientes com alimentos e objetos de adorno e
simbolismo religioso. Neste sentido, os mais importantes sítios arqueológicos do
concelho são as grutas artificiais de Alapraia e de São Pedro do Estoril, datadas da
transição do Neolítico Final para o Calcolítico. São monumentos de inumação coletiva,
utilizados como necrópoles durante várias centenas de anos,[33] que juntamente com
outros locais de Sintra, Lisboa e Palmela, constituem um dos mais importantes surtos
da pré-história portuguesa de todos os tempos.[32]
Deste período até à invasão romana, pouco é conhecido, como refere Afonso do Paço:
«O que não sabemos com rigor, no momento presente, como tudo evolucionou até à
chegada dos Romanos. Presentemente conhecemos pouco, na região de Lisboa, Sintra
e Cascais, do período que medeia entre o grande surto dos metalúrgicos do
campaniforme e a chegada dos primeiros invasores do Lácio.»
Esta ascensão, exigida pelos chefes das principais famílias de Cascais (homens-bons),
permitia que os cascalenses pudessem eleger por si os seus juízes e governadores. Em
troca, estes comprometem-se a pagar ao suserano uma quantia adicional de 200 libras
anuais, para além dos direitos tradicionais já devidos ao monarca. O imposto referido
na carta régia permite atestar a relevância das atividades levadas a cabo na póvoa
marítima[6], e o conteúdo da carta só se compreende em função do grande
desenvolvimento demográfico de Cascais.[34] Porém, o foral não é claro quanto aos
deveres dos súbditos, como também não o é quanto ao território que constituiria o
termo da vila ou mesmo quanto à sua própria independência[12] (assim, e
aparentemente, só o povoado foi considerado autónomo[34]).
A questão da autonomia[editar | editar código-fonte]
A 8 de abril de 1370, com um documento de D. Fernando, que doa o Castelo de
Cascais como feudo a Gomes Lourenço de Avelar pela sua contribuição nas lutas
contra Castela, clarifica-se que a vila era até então parte do termo de Sintra, e isenta-a
dessa sujeição[12]:
«damos a ele dito Gomes Lourenço e a todos os seus sucessores […] o nosso castelo e
lugar de Cascais que é termo de Sintra, o qual lugar de Cascais de nosso movimento
próprio e da nossa certa ciência fazemos isento e isentamo-lo e tiramo-lo e
dessujeitamo-lo de Sintra em que esteve até ao tempo de ora. E queremos e
mandamos que daqui em diante seja per si e haja jurisdição alta e baixa como a
qualquer castelo e lugar que não é sujeito a cidade, nem a vila, nem a castelo
Limites aproximados do termo de Cascais nos séculos XIV-XVcomparados com os
atuais.
Tal situação pode ser explicada pela oposição dos homens-bons da vila de Sintra, que
viam no porto de Cascais parte importante do seu concelho, bem como pela falta de
mão-de-obra decorrente da Peste Negra de 1348 e pela eventual incapacidade dos
homens-bons de Cascais de assegurarem o pagamento devido ao rei. [6] Assim, não é
clara a questão da independência de Cascais entre 1364 e 1370. Independentemente
disto, a autonomia de Cascais não seria total: por integrar a vila e seu termo
num feudo senhorial, implicou a doação de toda a jurisdição cível e crime, com
exceção do direito de apelo para o rei nos feitos crimes; da jurisdição sobre os
marítimos, da responsabilidade do monarca; da liberdade de atuação dos
corregedores no novo senhorio e ainda dos direitos reais sobre dízimas de mercadorias
de navios que fossem descarregadas e transacionadas em Cascais. A importância da
vila leva à construção do seu castelo, anterior a 1370, para o reforço de uma estrutura
defensiva improvisada que se instalara no local onde se fixara a população.
Para além desta questão, a carta de D. Fernando delimita pela primeira vez o termo de
Cascais. Os seus limites, semelhantes aos atuais, seriam então, a sul e poente,
o Oceano Atlântico; a norte, a foz do Rio Touro [atual ribeiro da Mata], o sítio de
Barbas de Rei, a Penha da Hera [depois Penedo da Hera], o açude da Azenha do
Tarambulho, Janes, o caminho do Rio Tortulho, a Estrada de Lisboa, as Portas de
Manique (Capa Rota, atual Centro Empresarial de Sintra) e a vereda que se prolongava
pela estrada de Sintra até Rio de Mouro; e como fronteira a nascente «daí em diante
pelo Rio [atual Ribeira da Laje] ao mar».[6]
Com tudo isto, a carta régia de 1370 apenas definia o termo, sem nada prescrever
sobre a organização do concelho. Aparentemente, o município de Cascais continuava a
reger-se pelo diploma régio de 1364, de D. Pedro I. Cartas subsequentes, relativas ao
feudo, em nada se pronunciaram quanto aos moldes definidores do município.
Enquanto feudo, os de Avelar seriam os Senhores de Cascais, titulares de todos os seus
terrenos até 1373, altura em que a vila de Cascais é invadida por Castela, sendo a sua
população encarcerada e a vila roubada. São nesse ano sucedidos pelos de Vilhena
(com D. Henrique Manuel de Vilhena como Senhor de Cascais entre 1373 e 1384 e
entre 1385 e 1386). Na crise de 1383–85, Cascais manteve-se fiel a D. Beatriz, algo que
viria a justificar a doação da vila, por D. João I, ao Dr. João das Regras:
«[…] Sabei que nós, por desserviço que recebemos do conde D. Henrique, porquanto
sendo nosso vassalo se partiu de nós e se foi para nossos inimigos, o privamos da vila
de Cascais»
Por esta época, o crescimento da vila é constante, e esta desenvolvera-se para fora das
muralhas do castelo, com arrabaldes sobre a falésia junto à Ribeira das Vinhas, na área
da Rua do Poço Novo e dos Becos Tortos e Esconso, no arrabalde denominado Vila
Nova. No seu conjunto, o termo registava cerca de 700 habitantes, que na vila eram
200 a 300.[5]
Mapa de 1572 com desenho da zona costeira até Lisboa (então denominada Costa de
Santo António). Esta é a representação mais antiga que se conhece do litoral de
Cascais.[5]
Foi na Freguesia e Concelho de Cascais que nasceu a 13 de Março de 1701 José Pereira
da Silva, pai da avó paterna de Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco, 1.° Visconde de
Correia Botelho.
A 14 de Março de 1745, o Marquesado de Cascais reverteu para a Coroa por extinção
da linha principal.
O Terramoto de 1755 em Cascais[editar | editar código-fonte]
A prática dos banhos de mar, pela qual se dá a popularidade da zona, remonta aos
religiosos que residiam no Convento do Estoril e a alguns liberais que haviam sido
presos na vila durante o miguelismo. A partir daí, dá-se um primeiro período de
desenvolvimento desta nova moda, assente em pressupostos terapêuticos, cujos
principais responsáveis foram entusiastas como o Visconde da Luz. A burguesia e as
suas excursões marítimas até esta região ajudaram para que os banhos de mar se
impusessem enquanto forma de ócio. Porém, a verdadeira razão por detrás da
descoberta das praias de Cascais para estes usos seria outra, a reconstrução das
estradas para Oeiras(entre 1859 e 1864) e para Sintra, que ajudaram a suportar o surto
de vilegiatura a que por aqueles tempos se assistia.[5]
É com isto que Cascais se torna rapidamente um destino de cariz elitista, tal como
outras praias da margem norte do Tejo, chegando a alcançar o estatuto de praia da
Corte em setembro de 1867 graças à Rainha D. Maria Pia e, mais tarde, por D. Luís. Em
alternativa às praias, a vila possuía o Passeio Visconde de Nossa Senhora da Luz
(atualmente um jardim), onde era possível contactar com a natureza e dispôr de
ocasiões sociais, ao qual se seguiu (a partir de 1869) o Teatro Gil Vicente e várias
outras associações recreativas, humanitárias, desportivas e culturais.
Apesar disto, ainda eram patentes as sérias carências urbanísticas com as quais a vila
se padecia a nível de alojamentos, algo que levou a Câmara Municipal a investir na
reforma dos sistemas de esgotos, abastecimento de água, recolha de lixo, iluminação
pública e da rede viária.[5] Tal seria a razão por detrás da edificação de novas
habitações que pudessem cumprir com as condições exigidas pelos vilegiaturistas,
dando origem àquela que seria a imagem de marca do concelho: a arquitetura de
veraneio.
A Família Real estabelece a sua presença em Cascais a partir de 1870 graças à reforma
da antiga casa do Governador da Cidadela, que se converte no Paço de Cascais e onde
a Corte se passou a instalar em meados de setembro. D. Carlos entra oficialmente na
vila no dia 28 de setembro, data do seu aniversário, e nela fica até à abertura da
temporada do Teatro Nacional de São Carlos. A sua paixão pelo mar levou-o a realizar
prospeções regulares na costa da Guia, na foz do Tejo e em Sesimbra e a montar
na Cidadela de Cascais o primeiro laboratório de biologia marítima em Portugal,
equipado com um sistema de tanques em que mantinha vivas as espécies capturadas
nas suas campanhas oceanográficas iniciadas em Cascais.[5]
A nova época de desenvolvimento que Cascais atravessava, enquanto capital do lazer,
implicava também pontos importantes no desporto, assumindo um grande
protagonismo na sua introdução e promoção. Várias eram as modalidades
introduzidas e praticadas: vela (com a primeira regata na baía em 1871), remo,
natação, ténis (praticado pela primeira vez no país em 1882) e futebol (primeiro
desafio público entre portugueses em 1888, na Parada). [5]
À época, e para além dos banhos de mar, eram de grande relevância os banhos
termais, levando à inauguração de diversos edifícios destinados a esta prática. Deste
modo, crescem em popularidade os sítios dos Banhos da Poça (sobranceiro à praia da
Poça), as Termas do Estoril, inseridas na quinta de José Viana da Silva Carvalho e pelas
quais Santo António do Estoril continuava a ser recomendado., mas com o seu
expoente máximo na vila da Parede, onde se ergue o Sanatório de Sant’Ana. A fama
das termas de Santo António do Estoril, ainda populares em 1910, levam a que Daniel
Delgado alcunhe a zona como a «Riviera de Portugal», exaltando as suas virtudes
naturais[5]:
«se todos estes dons da natureza fossem judiciosamente empregues, com a devida
atenção às necessidades e confortos dos doentes ingleses e outros, o Estoril tornar-se-
ia muito em breve no melhor centro de águas cloretadas de sódio para o tratamento
do reumatismo crónico e da gota, durante o inverno»
Passeio D. Maria Pia, junto à Cidadela de Cascais.
Casa de Santa Maria, da autoria de Jorge O'Neill, sobranceira à Praia de Santa Marta e
à Marina de Cascais.
Enquanto isto, Cascais sofria várias renovações destinadas à melhoria dos espaços
públicos. Em 1890 é completado o Passeio Maria Pia, junto à esplanada do Paço Real,
seguida da inauguração da nova Praça de Touros e da Avenida Valbom, que liga a
estação ao centro da vila. Segue-se a Esplanada Príncipe Real D. Luís Filipe e, no ano de
1899, a inauguração da Avenida D. Carlos I, de acesso à Cidadela. Surgem também
alguns dos melhores exemplos da arquitetura de veraneio, com a Torre de São
Sebastião e da Casa de Santa Maria, de Jorge O’Neill, hoje musealizadas; da Casa de
São Bernardo, do Conde de Arnoso; ou das habitações dos Marqueses do Faial, de
Joaquim da Silva Leitão, do Conselheiro Luís Augusto Perestrelo de Vasconcelos e de
Francisco Augusto Trindade Baptista.[5]
Continua também, por esta altura, a reestruturação em função da indústria do lazer,
com o aumento do número de empresas de aluguer de carruagens, de casinos e de
hotéis. O desporto também reforça a sua importância, e Cascais assiste em 1893 à
primeira corinthian race portuguesa, impondo-se como o principal campo de regatas
nacional. Tais eventos continuariam com a Taça Vasco da Gama (a primeira regata
internacional promovida em Portugal), a primeira competição entre bulb-keels e a
primeira regata oceânica, entre a vila e Leixões. Entretanto, para além dos desportos
de mar, também se realizaram na Parada três importantes gincanas automóveis, que
garantiram à vila destaque na história da modalidade.[5]
Com tudo isto, Cascais torna-se num ponto de passagem obrigatório, graças à
presença de individualidades como o Rei do Sião ou o Presidente da República
Francesa, Émile Loubet, em 1897 e 1905, respetivamente. Esta tendência não se viu
contrariada nem mesmo com o assassinato de D. Carlos, que ajudara a vila a ganhar a
sua fama, sendo então que se consolida enquanto estância balnear com a alcunha de
«Riviera de Portugal».[5] A prática dos banhos em Cascais viria depois a ser praticada
também pelos Presidentes da República, com o exemplo máximo de Óscar Carmona,
que transforma a Cidadela de Cascais na sua residência oficial.
Por ocasião das Comemorações do Quarto Centenário da Descoberta do Caminho
Marítimo para a Índia em 1898, foi criado o título de Conde de Cascais.
Política[editar | editar código-fonte]
Cultura[editar | editar código-fonte]
Património edificado[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Lista de património edificado em Cascais
Situada junto à costa, muito do seu património monumental relaciona-se com a defesa
e a navegação. Como tal, em termos de arquitectura destacam-se os muitos fortes,
situadas entre a praia do Abano e São Julião da Barra (já em Oeiras) e que foram, até
ao século XIX, de extrema importância para a defesa de Lisboa. Além destes,
destacam-se as muitas ruínas romanas e visigóticas (vilas e necrópoles), igrejas e
capelas, bem como casas senhoriais da antiga nobreza portuguesa que, a partir dos
finais do século XIX, começou a utilizar esta costa como área de veraneio.
Património arqueológico[editar | editar código-fonte]
Chalet Barros
Estoril[editar | editar código-fonte]
Chalet Barros
Casal de São Roque
Casa António José Viana Silva de Carvalho
Cocheiras de Santos Jorge
Casa Eugénio de Freitas Bandeira de Mello
Casa Nossa Senhora da Conceição
Casal de Santa Luísa
Chalet Santos
Vila Ramos Simões
Casa das Três Marias
Casa de São Nuno
Casa da Torre.
Chalet Brito
Casa Bernardino de Carvalho
Vivenda Alda
Chalet Pinheiro e Silva
Casa Eugénio Augusto Ribeiro de Castro
Vivenda Rose
Casa Conde da Azarujinha
Casa da Torre
Vila Laura
Vivenda Manon
Casa de São Paulo
Casal Novo
Parede[editar | editar código-fonte]
Casa José Nunes da Mata
Casa Teresa Gutiérrez
Casa Francisco Libório da Silva
Roseiral
Casa Alfredo César de Meneses e Vasconcellos
Casa Joaquim Ribeiro da Cunha
Casa Condessa d'Edla
Casa Manuel de Azevedo Gomes (Casa das Pedras)
Vila Estefânia
Casa Camilo Dionísio Álvares
Regina
Vila Saldanha
Casa Jerónimo Neto (Colégio da Bafureira)
Quinta de Santa Teresinha
Vivenda Ladimiro
Maria José
Casal de São José
Conjunto de Casas Leite da Costa Maia
Carcavelos[editar | editar código-fonte]
Hotel Palácio
Casino do Estoril
Casal de Monserrate
Casa José Espírito Santo Silva
Edifício dos Telefones
Casa dos Cedros
Edifício dos Correios
Casa de São Francisco
Casa dos Arufes
Casas geminadas da Rua de Inglaterra, n.º 500 e 504
Casa Claridade
Casa Vale Florido e Boavida
Edifício do Rádio Clube Português/Clube Nacional de Ginástica
Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão
Bairro das Caixas (Parede)
Outros edifícios[editar | editar código-fonte]
Marégrafo de Cascais
Azenha de Atrozela
Quinta de Manique ou Casa da Quinta de Manique ou Palácio de
Manique ou Casa da Quinta do Marquês das Minas ou Quinta do Marquês de
Minas
Quinta da Torre D'Aguilha
Estação Ferroviária de Cascais
Teatro Municipal Mirita Casimiro
Museus[editar | editar código-fonte]
Desde 2015[55], a vila de Cascais conta com o Bairro dos Museus, com a integração de
diversos equipamentos e parques que contam com programação e bilhética integrada.