Estudos asseguram que o planeta Terra tem uma idade
aproximada de 4,5 bilhões de anos e que, durante todo esse tempo, diversas transformações físicas, químicas e biológicas ocorreram até atingir o patamar de atmosfera atual. Nesse âmbito, a fim de reconstruir a atmosfera primitiva e compreender suas modificações ao longo de milênios, tentamos investigar os registros gerados por essas transformações por meio de um trabalho integrado de diversas áreas da ciência. Assim, à medida em que compreendemos as severas mutações químicas que a atmosfera terrestre experimentou, procura-se entender de que forma ela impacta manutenção da vida terrestre. Quando analisamos a atmosfera primitiva, podemos ressaltar fatores importantes que nos auxiliam a compreender a dinâmica da crosta no período antigo. O primeiro deles é a escassez de oxigênio que pudesse atuar como um filtro de radiação, a segunda, era abundância de gases como hidrogênio, metano e amônia, sendo estes dois últimos comummente transformados em nitrogênio de dióxido de carbono. Sob essa perspectiva, o pouco oxigênio disponível acabava por reagir com outros compostos presentes na sua forma reduzida. Diferente da atmosfera primitiva, o oxigênio que compõem nosso planeta atualmente, é quase integralmente oriundo da fotossíntese, uma vez que as outras fontes fotoquímicas inorgânicas contribuem com uma parcela ínfima do oxigênio que respiramos. Dessa forma, os processos biológicos produzem não apenas o oxidante atmosféricos, como também gases reduzidos. O ponto crítico dessa transformação inicia-se quando, mesmo em um ambiente extremamente redutor, seres fotossintéticos começaram a
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aparecer (cerca de 2 bilhões de anos). Assim, a produção de biomassa não limitaria através da fermentação, mas também pela fotossíntese, que gera biomassa por meio da redução de dióxido de carbono na presença de água e luz solar. nCO2 + nH2 O → {CH2 O}n + nO2 (1) Portanto, com a emissão de O2 gradativamente maior, os seres existentes necessitavam se proteger desse agente oxidante muito poderoso, por meio de uma adaptação bioquímica (através da produção de enzimas protetoras de espécies altamente reativas como os radicais oxigenados) ou evitando serem expostos ao mesmo. Ao passo que isso ocorria, a radiação UV que atingia a crosta terrestre era muito intensa e energética, dessa forma, o excesso de oxigênio era fotoquimicamente transformado em ozônio. A partir desse ponto, iniciou-se o acúmulo de ozônio na baixa troposfera. Na medida em que a concentração de oxigênio aumentava, a camada de ozônio ficava cada vez mais elevada, i.e, distante da crosta terrestre. Em suma, houve a necessidade de mais de um bilhão de anos para que os seres vivos se adaptassem a mudança de uma atmosfera redutora para altamente oxidante como nos dias atuais que contêm, em torno de, 21% de oxigênio. Na atualidade, a atmosfera terrestre é composta de nitrogênio, com 78%; oxigênio, 21%; e outros gases (como dióxido de carbono, neônio, ozônio, hélio e vapor de água) 1%. O que preocupa os estudiosos, no entanto, é como as ações antrópicas intensificam a concentração de alguns gases nocivos ao nosso escossitema, como, por exemplo, Co2, CH4 e os polêmicos CFC’s . Por essas circunstâncias, é cada vez mais necessário em pensarmos em desenvolvimento sustentável.