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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA- UFBA

INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE - ICS

DEPARTAMENTO DE BIOMORFOLOGIA

DISCIPLINA: ANATOMIA I

CURSO: ODONTOLOGIA

MONOGRAFIA

CHIRLEY MOREIRA AGUIAR

Salvador - BA

Novembro/2009
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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA- UFBA

INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE - ICS

DEPARTAMENTO DE BIOMORFOLOGIA

DISCIPLINA: ANATOMIA I

CURSO: ODONTOLOGIA

MONOGRAFIA

CHIRLEY MOREIRA AGUIAR

Monografia apresentada ao
professor Dr. José Carlos Nunes
Mota, junto com a disciplina
Anatomia I para obtenção de nota
parcial referente ao primeiro
semestre letivo de 2009.

Salvador- BA

Novembro/2009
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Introdução:

O sistema sensorial que monitora e coordena a atividade dos músculos, e a


movimentação dos órgãos, e constrói e finaliza estímulos dos sentidos e inicia ações de
um ser humano (ou outro animal) é vulgarmente tratado de sistema nervoso. Os
neurônios e os nervos são integrantes do sistema nervoso, e desempenham papéis
importantes na coordenação motora. Todas as partes do sistema sensorial de um animal
são feitas de tecido nervoso e seus estimulos são dependentes do meio.

Função do Sistema Nervoso:

O sistema nervoso é responsável pelo ajustamento do organismo ao ambiente.


Sua função é perceber e identificar as condições ambientais externas, bem como as
condições reinantes dentro do próprio corpo e elaborar respostas que adaptem a essas
condições.

A unidade básica do sistema nervoso é a célula nervosa, denominada neurônio,


que é uma célula extremamente estimulável; é capaz de perceber as mínimas variações
que ocorrem em torno de si, reagindo com uma alteração elétrica que percorre sua
membrana. Essa alteração elétrica é o impulso nervoso.

As células nervosas estabelecem conexões entre si de tal maneira que um


neurônio pode transmitir a outros os estímulos recebidos do ambiente, gerando uma
reação em cadeia.

Neurônios: células nervosas:

Um neurônio típico apresenta três partes distintas: corpo celular, dentritos e


axônio.

No corpo celular, a parte mais volumosa da célula nervosa, se localiza o núcleo e


a maioria das estruturas citoplasmáticas.
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Os dentritos (do grego dendron, árvore) são prolongamentos finos e geralmente


ramificados que conduzem os estímulos captados do ambiente ou de outras células em
direção ao corpo celular.

O axônio é um prolongamento fino, geralmente mais longo que os dentritos, cuja


função é transmitir para outras células os impulsos nervosos provenientes do corpo
celular.

Os corpos celulares dos neurônios estão concentrados no sistema nervoso central


e também em pequenas estruturas globosas espalhadas pelo corpo, os gânglios nervosos.
Os dentritos e o axônio, genericamente chamados fibras nervosas, estendem-se por todo
o corpo, conectando os corpos celulares dos neurônios entre si e às células sensoriais,
musculares e glandulares.

Células Glia:

Além dos neurônios, o sistema nervoso apresenta-se constituído pelas células


glia, ou células gliais, cuja função é dar sustentação aos neurônios e auxiliar o seu
funcionamento. As células da glia constituem cerca de metade do volume do nosso
encéfalo. Há diversos tipos de células gliais. Os astrócitos, por exemplo, dispõem-se ao
longo dos capilares sanguíneos do encéfalo, controlando a passagem de substâncias do
sangue para as células do sistema nervoso. Os oligodendrócitos e as células de Schwann
enrolam-se sobre os axônios de certos neurônios, formando envoltórios isolantes.

Impulso Nervoso:

A despolarização e a repolarização de um neurônio ocorrem devido as


modificações na permeabilidade da membrana plasmática. Em um primeiro instante,
abrem-se "portas de passagem" de Na+, permitindo a entrada de grande quantidade
desses íons na célula. Com isso, aumenta a quantidade relativa de carga positiva na
região interna na membrana, provocando sua despolarização. Em seguida abrem-se as
"portas de passagem" de K+, permitindo a saída de grande quantidade desses íons. Com
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isso, o interior da membrana volta a ficar com excesso de cargas negativas


(repolarização). A despolarização em uma região da membrana dura apenas cerca de 1,5
milésimo de segundo (ms).

O estímulo provoca, assim, uma onda de despolarizações e repolarizações que se


propaga ao longo da membrana plasmática do neurônio. Essa onda de propagação é o
impulso nervoso, que se propaga em um único sentido na fibra nervosa. Dentritos
sempre conduzem o impulso em direção ao corpo celular, por isso diz que o impulso
nervoso no dentrito é celulípeto. O axônio por sua vez, conduz o impulso em direção às
suas extremidades, isto é, para longe do corpo celular; por isso diz-se que o impulso
nervoso no axônio é celulífugo.

A velocidade de propagação do impulso nervoso na membrana de um neurônio


varia entre 10cm/s e 1m/s. A propagação rápida dos impulsos nervosos é garantida pela
presença da bainha de mielina que recobre as fibras nervosas. A bainha de mielina é
constituída por camadas concêntricas de membranas plasmáticas de células da glia,
principalmente células de Schwann. Entre as células gliais que envolvem o axônio
existem pequenos espaços, os nódulos de Ranvier, onde a membrana do neurônio fica
exposta.

Nas fibras nervosas mielinizadas, o impulso nervoso, em vez de se propagar


continuamente pela membrana do neurônio, pula diretamente de um nódulo de Ranvier
para o outro. Nesses neurônios mielinizados, a velocidade de propagação do impulso
pode atingir velocidades da ordem de 200m/s (ou 720km/h ).

Sistema Nervoso
Divisão Partes Funções gerais
Sistema nervoso Encéfalo
Processamento e integração de informações
central (SNC) Medula espinal
Condução de informações entre órgãos
Sistema nervoso Nervos
receptores de estímulos, o SNC e órgãos
periférico (SNP) Gânglios
efetuadores (músculos, glândulas...)

Sinapses: transmissão do impulso nervoso entre células:


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Um impulso é transmitido de uma célula a outra através das sinapses (do grego
synapsis, ação de juntar). A sinapse é uma região de contato muito próximo entre a
extremidade do axônio de um neurônio e a superfície de outras células. Estas células
podem ser tanto outros neurônios como células sensoriais, musculares ou glandulares.

As terminações de um axônio podem estabelecer muitas sinapses simultâneas.

Na maioria das sinapses nervosas, as membranas das células que fazem sinapses
estão muito próximas, mas não se tocam. Há um pequeno espaço entre as membranas
celulares (o espaço sináptico ou fenda sináptica).

Quando os impulsos nervosos atingem as extremidades do axônio da célula pré-


sináptica, ocorre liberação, nos espaços sinápticos, de substâncias químicas
denominadas neurotransmissores ou mediadores químicos, que tem a capacidade de se
combinar com receptores presentes na membrana das célula pós-sináptica,
desencadeando o impulso nervoso. Esse tipo de sinapse, por envolver a participação de
mediadores químicos, é chamado sinapse química.

Os cientistas já identificaram mais de dez substâncias que atuam como


neurotransmissores, como a acetilcolina, a adrenalina (ou epinefrina), a noradrenalina
(ou norepinefrina), a dopamina e a serotonina.

Impulso Nervoso:

Sinapses Neuromusculares:
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A ligação entre as terminações axônicas e as células musculares é chamada


sinapse neuromuscular e nela ocorre liberação da substância neurotransmissora
acetilcolina que estimula a contração muscular.

Sinapses Elétricas:

Em alguns tipos de neurônios, o potencial de ação se propaga diretamente do


neurônio pré-sináptico para o pós-sináptico, sem intermediação de neurotransmissores.
As sinapses elétricas ocorrem no sistema nervoso central, atuando na sincronização de
certos movimentos rápidos.

Sistema Nervoso Central


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Introdução:

O encéfalo se aloja no interior do crânio, e a medula espinal no interior de um


canal existente na coluna vertebral. O encéfalo e a medula são formados por células da
glia, por corpos celulares de neurônios e por feixes de dentritos e axônios.

A camada mais externa do encéfalo tem cor cinzenta e é formada principalmente


por corpos celulares de neurônios. Já a região encefálica mais interna tem cor branca e é
constituída principalmente por fibras nervosas (dentritos e axônios). A cor branca se
deve a bainha de mielina que reveste as fibras.

Na medula espinal, a disposição das substâncias cinzenta e branca se inverte em


relação ao encéfalo; a camada cinzenta é interna e a branca, externa.

Meninges:

Tanto o encéfalo como a medula espinal são protegidos por três camadas de
tecido conjuntivo (as meninges). A meninge externa, mais espessa, é a dura-máter; a
meninge mediana é a aracnóide; e a mais interna é a pia-máter, firmemente aderido ao
encéfalo e a medula. A pia-máter contém vasos sanguíneos responsáveis pela nutrição e
oxigenação das células do sistema nervoso central.

Entre a aracnóide e a pia-máter, há um espaço preenchido pelo líquido


cerebrospinal ou líquido cefalorraquidiano, que também circula nas cavidades internas
do encéfalo e da medula, esse líquido tem a função de amortecer os choques mecânicos
do sistema nervoso central contra os ossos do crânio e da coluna vertebral.

Partes do encéfalo:

Suas partes fundamentais são:

 Lobo olfativo;
 Cérebro;
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 Tálamo;
 Lobo óptico;
 Cerebelo;
 Bulbo raquidiano (ou medula oblonga).

Sistema Nervoso Periférico


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Introdução:

O Sistema Nervoso Periférico é constituído pelos nervos e gânglios nervosos e


sua função é conectar o sistema nervoso central às diversas partes do corpo humano.

Nervos e gânglios nervosos:

Nervos são feixes de fibras nervosas envoltas por uma capa de tecido conjuntivo.
Nos nervos há vasos sanguíneos, responsáveis pela nutrição das fibras nervosas.

As fibras presentes nos nervos podem ser tanto dentritos como axônios que
conduzem, respectivamente, impulsos nervosos das diversas regiões do corpo ao
sistema nervoso central e vice-versa.

Gânglios nervosos são aglomerados de corpos celulares de neurônios localizados


fora do sistema nervoso central. Os gânglios aparecem como pequenas dilatações em
certos nervos.

Nervos sensitivos, motores e mistos:

Nervos sensitivos são os que contêm somente fibras sensitivas, que conduzem
impulsos dos órgãos sensitivos para o sistema nervoso central. Nervos motores são os
que contêm somente fibras motoras, que conduzem impulsos do sistema nervoso central
até os órgãos efetuadores (músculos ou glândulas). Nervos mistos contêm tanto fibras
sensitivas quanto motoras.

Nervos cranianos:

São os nervos ligados ao encéfalo, enquanto nervos ligados à medula espinhal


são denominados nervos espinais ou raquidianos. Possuímos doze pares de nervos
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cranianos, responsáveis pela intervenção dos órgãos do sentido, dos músculos e


glândulas da cabeça, e também de alguns órgãos internos.

Nervos espinhais ou raquidianos:

Dispõem-se em pares ao longo da medula, um par por vértebra. Cada nervo do


par liga-se lateralmente à medula por meio de duas "raízes", uma localizada em posição
mais dorsal e outra em posição mais ventral.

A raiz dorsal de um nervo espinhal é formada por fibras sensitivas e a raiz


ventral, por fibras motoras.

Gânglios espinhais:

Na raiz dorsal de cada nervo espinhal há um gânglio, o gânglio espinhal, onde se


localizam os corpos celulares dos neurônios sensitivos. Já os corpos celulares dos
neurônios motores localizam-se dentro da medula, na substância cinzenta. Os nervos
espinhais ramificam-se perto da medula e os diferentes ramos inervam os músculos, a
pele e as vísceras.

Fisiologia do sistema nervoso:

a)Funções do encéfalo:

As informações vindas das diversas partes do corpo, chegam até as partes


específicas do encéfalo, chamadas de centros nervosos, onde são integradas para gerar
ordens de ação na forma de impulsos nervosos que são emitidas às diversas partes do
corpo através das fibras motoras presentes nos nervos cranianos e espinais.

O encéfalo humano contém cerca de 35 bilhões de neurônios e pesa


aproximadamente 1,4 kg. A região superficial do cérebro, que acomoda bilhões de
corpos celulares de neurônios (substância cinzenta), constitui o córtex cerebral. O córtex
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cerebral está dividido em mais de quarenta áreas funcionalmente distintas. Cada uma
delas controla uma atividade específica.

Tálamo e Hipotálamo:

Todas as mensagens sensoriais, com exceção das provenientes dos receptores do


olfato, passam pelo tálamo antes de atingir o córtex cerebral. Este é uma região de
substância cinzenta localizada entre o tronco encefálico e o cérebro. O tálamo atua
como estação retransmissora de impulsos nervosos para o córtex cerebral. Ele é
responsável pela condução dos impulsos às regiões apropriadas do cérebro onde eles
devem ser processados.

O hipotálamo, também constituído por substância cinzenta, é o principal centro


integrador das atividades dos órgãos viscerais, sendo um dos principais responsáveis
pela homeostase corporal. Ele faz ligação entre o sistema nervoso e o sistema
endócrino, atuando na ativação de diversas glândulas endócrinas. É o hipotálamo que
controla a temperatura corporal, regula o apetite e o balanço de água no corpo e está
envolvido na emoção e no comportamento sexual.

Tronco Encefálico:

Formado pelo mesencéfalo, pela ponte e pela medula oblonga (ou bulbo
raquidiano), o tronco encefálico conecta o cérebro à medula espinal. Além de coordenar
e integrar as informações que chegam ao encéfalo, ele controla a atividade de diversas
partes do corpo.

O mesencéfalo é responsável por certos reflexos. A ponte é constituída


principalmente por fibras nervosas mielinizadas que ligam o córtex cerebral ao cerebelo.
O bulbo raquidiano participa na coordenação de diversos movimentos corporais e
possui importantes centros nervosos.
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Cerebelo:

É o responsável pela manutenção do equilíbrio corporal, é graças a ele que


podemos realizar ações complexas, como andar de bicicleta e tocar violão, por exemplo.
O cérebro recebe as informações de diversas partes do encéfalo sobre a posição das
articulações e o grau de estiramento dos músculos, bem como informações auditivas e
visuais.

Funções da medula espinhal:

A medula espinhal elabora respostas simples para certos estímulos. Essas


respostas medulares, denominadas atos reflexos, permitem ao organismo reagir
rapidamente em situações de emergência. A medula funciona também como uma
estação retransmissora para o encéfalo. Informações colhidas nas diversas partes do
corpo chegam à medula, de onde são retransmitidas ao encéfalo para serem analisadas.
Por outro lado, grande parte das ordens elaboradas no encéfalo passa pela medula antes
de chegar aos seus destinos.

A parte externa da medula, de cor branca, é constituída por feixes de fibras


nervosas mielinizadas, denominados tratos nervosos, que são responsáveis pela
condução de impulsos das diversas regiões da medula para o encéfalo e vice-versa.

Divisão funcional do SNP:

As ações voluntárias resultam da contração de músculos estriados esqueléticos,


que estão sob o controle do sistema nervoso periférico voluntário ou somático. Já as
ações involuntárias resultam da contração das musculaturas lisa e cardíaca, controladas
pelo sistema nervoso periférico autônomo, também chamado involuntário ou visceral.
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1. SNP Voluntário:

Tem por função reagir a estímulos provenientes do ambiente externo. Ele é


constituído por fibras motoras que conduzem impulsos do sistema nervoso central aos
músculos esqueléticos.

2. SNP Autônomo:

Tem por função regular o ambiente interno do corpo, controlando a atividade dos
sistemas digestivos, cardiovascular, excretor e endócrino. Ele contém fibras nervosas
que conduzem impulsos do sistema nervoso central aos músculos lisos das vísceras e à
musculatura do coração.

3. SNP Autônomo Simpático e SNP Autônomo Parassimpático:

O SNP autônomo (SNPA) é dividido em dois ramos: simpático e parassimpático,


que se distinguem tanto pela estrutura quanto pela função. Enquanto os gânglios da via
simpática localizam-se ao lado da medula espinal, distantes do órgão efetuador, os
gânglios das vias parassimpáticas estão longe do sistema nervoso central e próximos ou
mesmo dentro do órgão efetuador.

As fibras nervosas simpáticas e parassimpáticas inervam os mesmos órgãos, mas


trabalham em oposição. Enquanto um dos ramos estimula determinado órgão, o outro o
inibe. Essa ação antagônica mantém o funcionamento equilibrado dos órgãos internos.

O SNPA simpático, de modo geral, estimula ações que mobilizam energia,


permitindo ao organismo responder a situações de estresse. Por exemplo, o SNPA
simpático é responsável pela aceleração dos batimentos cardíacos, pelo aumento da
pressão sanguínea, pelo aumento da concentração de açúcar no sangue e pela ativação
do metabolismo geral do corpo.

Já o SNPA parassimpático estimula principalmente atividades relaxantes, como a


redução do ritmo cardíaco e da pressão sanguínea, entre outras.

Tanto nos gânglios do SNPA simpático como nos do parassimpático ocorrem


sinapses químicas entre os neurônios pré-ganglionares e os pós-ganglionares. Nos dois
casos, a substância neurotransmissora da sinapse é a acetilcolina. No SNPA
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parassimpático, o neurotransmissor é a acetilcolina, como nas sinapses ganglionares. Já


no simpático, o neurotransmissor é, com poucas exceções, a noradrenalina.
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Doenças e distúrbios do Sistema Nervoso

 Acidente Vascular Cerebral (AVC):

É um distúrbio grave do sistema nervoso. Podem ser causados tanto pela obstrução
de uma artéria, que leva à isquemia de uma área do cérebro, como por uma ruptura
arterial seguida de derrame. Os neurônios alimentados pela artéria atingida ficam sem
oxigenação e morrem, estabelecendo-se uma lesão neurológica irreversível. A
porcentagem de óbitos entre as pessoas atingidas por AVC é de 20 a 30% e, dos
sobreviventes, muitos passam a apresentar problemas motores e de fala.

Algum dos fatores que predispõem ao AVC são a hipertensão arterial, a taxa elevada
de colesterol no sangue, a obesidade, o diabete melito, o uso de pílulas
anticoncepcionais e o hábito de fumar.

 Ataques Epiléticos:

Epilepsia não é um doença e sim um sintoma que pode ocorrer em diferentes formas
clínicas. As epilepsias aparecem, na maioria dos casos, antes dos 18 anos de idade e
podem ter causas diversas, tais como anomalias congênitas, doenças degenerativas do
sistema nervoso, infecções, lesões decorrentes de traumatismo craniano, tumores
cerebrais, etc.

 Cefaléias:

São dores de cabeça que podem se propagar pela face, atingindo os dentes e o
pescoço. Sua origem está associada a fatores diversos como tensão emocional,
distúrbios visuais e hormonais, hipertensão arterial, infecções, sinusites, etc.

A enxaqueca é um tipo de cefaléia que ataca periodicamente a pessoa e se


caracteriza por uma dor latejante, que geralmente afeta metade da cabeça. As
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enxaquecas são freqüentemente acompanhadas de fotofobia (aversão a luz), distúrbios


visuais, náuseas, vômitos, dificuldades em se concentrar, etc. As crises de enxaqueca
podem ser desencadeadas por diversos fatores, tais como tensão emocional, tensão pré-
menstrual, fadiga, atividade física excessiva, jejum, etc.

Doenças degenerativas do sistema nervoso:

Diversos fatores podem causar morte celular e degeneração, em maior ou menor


escala, do sistema nervoso. Esses fatores podem ser mutações genéticas, infecções
virais, drogas psicotrópicas, intoxicação por metais, poluição, etc. As doenças nervosas
degenerativas mais conhecidas são a esclerose múltipla, a doença de Parkinson, a
doença de Huntington e a doença de Alzheimer.

 Esclerose Múltipla:

Se manifesta por volta dos 25 a 30 anos de idade, sendo mais freqüente nas
mulheres. Os primeiros sintomas são alterações da sensibilidade e fraqueza muscular.
Podem ocorrer perda da capacidade de andar, distúrbios emocionais, incontinência
urinária, quedas de pressão, sudorese intensa, etc. Quando o nervo óptico é atingido,
pode ocorrer diplopia (visão dupla).

 Doença de Parkinson:

Manifesta-se geralmente a partir dos 60 anos de idade e é causada por alterações nos
neurônios que constituem a "substância negra" e o corpo estriado, dois importantes
centros motores do cérebro. A pessoa afetada passa a apresentar movimentos lentos,
rigidez corporal, tremor incontrolável, além de acentuada redução na quantidade de
dopamina, substância neurotransmissora fabricada pelos neurônios do corpo estriado.
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 Doença de Huntington:

Começa a se manifestar por volta dos 40 anos de idade. A pessoa perde


progressivamente a coordenação dos movimentos voluntários, a capacidade intelectual e
a memória. Causado pela morte dos neurônios do corpo estriado. Pode ser hereditária,
causada por uma mutação genética.

 Doença de Alzheimer:

O nome da doença surgiu por causa do neurologista alemão Alois Alzheimer. Esta
doença é uma demência que se manifesta por volta dos cinqüenta anos e se caracteriza
por uma deterioração intelectual profunda, desorientando a pessoa, que perde
progressivamente a memória, as capacidades de aprender e de falar.

Essa doença é considerada a primeira causa de demência senil. A expectativa média


de vida de quem sofre desta moléstia é entre cinco e dez anos, embora atualmente
muitos pacientes sobrevivam por 15 anos ou mais.

PS.: Demência senil - forma clínica de deterioração intelectual do idoso. Cerca de


10% de todas as pessoas maiores de 65 anos sofrem uma degeneração intelectual
significativa.

Através do Alzheiner, ocorre alterações em diversos grupos de neurônios do córtex-


cerebral, é uma doença hereditária, tendo origem por mutação gênica. É uma demência
degenerativa primária ainda pouco conhecida: pré-disposição hereditária, fatores
congênitos, perturbações metabólicas diversas, intoxicações, infecções por vírus, etc.
Uma anomalia enzimática parece ser uma provável causa que transformaria, por
fosforilação excessiva e inadequada, uma proteína normal do cérebro (TAU) em
proteína anormal (A68) encontrada nos neurofilamentos encefálicos. Mas todas essas
causas ainda são consideradas hipóteses.

Não existe uma prevenção possível para esta doença. Só um tratamento médico-
psicológico intensivo do paciente, que visa mantê-lo o maior tempo possível em seu
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tempo normal de vida. Com a ajuda da família e a organização de uma assistência


médico-social diversificada é possível retardar a evolução da doença.

Em 1993, a Food and Drug Administration autorizou a comercialização nos Estados


Unidos, do primeiro remédio contra a doença - THA (tetrahidro-amino-acrime) ou
tacrine.

Doenças infecciosas do sistema nervoso:

Vírus, bactérias, protozoários e vermes podem parasitar o sistema nervoso,


causando doenças de gravidade que depende do tipo de agente infeccioso, de seu estado
físico e da idade da pessoa afetada.

Diversos tipos de vírus podem atingir as meninges (membranas que envolvem o


sistema nervoso central), causando as meningites virais. Se o encéfalo for afetado, fala-
se de encefalites. Se a medula espinal for afetada, fala-se de poliomielite. Infecções
bacterianas também podem causar meningites.

O protozoário Plasmodium falciparum causa a malária cerebral, que se


desenvolve em cerca de 2 a 10% dos pacientes. Destes, cerca de 25% morrem em
conseqüência da infecção. O verme platelminto Taenia solium (a solitária do porco)
pode, em certos casos, atingir o cérebro, causando cisticercose cerebral. A pessoa
adquire a doença através da ingestão de alimentos contaminados com ovos de tênia. Os
sintomas são semelhantes aos das epilepsias.
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Referências Bibliográficas:

 http://www.colegiosaofrancisco.com.br
 http://www.webciencia.com
 http://pt.wikipedia.org
 DANGELO E FATTINI, Anatomia humana sistêmica e segmentar. 2ª ed. São
Paulo: Atheneu, 2006.

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