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Crianças:
Relacionamento
empático e afetivo
UFCD 3240
FORMADORA: ANDREIA QUINTAS
Acompanhamento de Crianças – relacionamento empático e afetivo
Índice
Acompanhamento de Crianças: Relacionamento empático e afetivo ....................................... 0
Desenvolvimento Interpessoal da Criança ................................................................................ 3
A importância das primeiras relações ................................................................................... 3
Os Recém-Nascidos e os seus pais: ................................................................................... 3
DESENVOLVIMENTO DA VINCULAÇÃO.......................................................................... 5
IMPORTANTE ................................................................................................................. 6
Desenvolvimento afetivo segundo Erikson ................................................................... 7
Aprendizagem Social segundo Vigotsky entre os 2 e os 6 anos .................................... 8
A Relação Mãe-Filho.............................................................................................................. 8
A vinculação MÃE – FILHO e o nascimento psicológico do ser humano ........................... 8
Construção do objeto .................................................................................................. 10
Relações precoces mãe/filho ...................................................................................... 10
Processo de separação/individualização .................................................................... 11
Estruturas familiares ........................................................................................................... 11
Nuclear ou conjugal......................................................................................................... 11
Pais únicos ou monoparental .......................................................................................... 12
Ampliada ou extensa (também dita consanguínea) ....................................................... 12
Famílias comunitárias...................................................................................................... 12
Famílias homossexuais .................................................................................................... 12
Famílias recompostas ...................................................................................................... 12
Divórcio ........................................................................................................................... 12
Grupo de pares .................................................................................................................... 12
A importância das primeiras relações ............................................................................. 12
Isolamento................................................................................................................... 12
Entrada no grupo......................................................................................................... 13
A importância do grupo de pares.................................................................................... 14
A educação enquanto meio de formação do indivíduo .......................................................... 15
Da família, à creche, ao jardim-de-infância, à escola.......................................................... 19
A creche ....................................................................................................................... 19
Eixos de educação na Creche: ................................................................................. 19
Jardim de Infância ....................................................................................................... 21
Área da Formação Pessoal e Social: ........................................................................ 22
Área da Expressão e Comunicação.......................................................................... 22
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Formadora: Andreia Quintas
Acompanhamento de Crianças – relacionamento empático e afetivo
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Formadora: Andreia Quintas
Acompanhamento de Crianças – relacionamento empático e afetivo
Freud em 1915, no seu artigo “instintos e as suas vicissitudes” argumenta que a criança
possui necessidades fisiológicas que devem ser satisfeitas, sobretudo de alimento e conforto.
Assim, o bebé tornar-se-á interessado numa figura humana, especificamente a mãe, por ser ela
a sua fonte de satisfação.
Na teoria dos instintos, a vinculação com a figura materna é vista como impulso
secundário, ou seja, segundo esta teoria o bebé apenas se liga à mãe de forma a satisfazer as
suas necessidades fisiológicas mais básicas.
O psicanalista René Spitz refere que enquanto trabalhou num orfanato (1945) observou
que os bebés eram alimentados e vestidos, mas não recebiam afeto, nem eram segurados ao
colo ou embalados, e apresentavam a síndrome por ele designada de hospitalismo. Esses bebés
tinham dificuldades no seu desenvolvimento físico, faltava-lhes apetite, não ganhavam muito
peso com o tempo e perdiam o interesse por se relacionar, o que levava bastantes bebés ao
óbito.
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Assim, Spitz descreveu a ausência do afeto dos pais como fator determinante no
desenvolvimento da criança.
Erikson (1980) aborda a grande importância nos primeiros anos de vida para o
desenvolvimento.
John Bowlby (1969) inspirou-se na Psicanálise de Freud e concebeu uma teoria para
explicar as diferentes interações que se estabelecem entre mãe e filho, a que deu o nome de
Teoria da Vinculação. Esta teoria descreve as relações do bebé com a sua mãe ou cuidador
desde o nascimento até aos seis anos de idade. Aponta que o ser humano herda um potencial
para desenvolver determinados tipos de sistemas comportamentais, como o sugar, sorrir,
chorar, seguir com os olhos.
Bowlby sugere que estes comportamentos de vinculação têm uma função biológica de
sobrevivência e proteção e que, portanto, devem ser entendidos à luz de uma perspetiva
evolutiva. A sua ativação depende de diversas condições como o estado da criança, o
comportamento da mãe e as condições ambientais que envolvem ambos.
Nesta teoria, o vínculo da criança com a mãe, chamado por ele de apego, tem uma
função biológica que lhe é específica e é o produto da atividade destes sistemas
comportamentais que promove a proximidade com a mãe/ cuidador. Portanto, ao longo do seu
desenvolvimento a criança passa a revelar um comportamento de apego que é facilmente
observado e que evidencia a formação de uma relação afetiva com a figura ou figuras desse
ambiente.
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DESENVOLVIMENTO DA VINCULAÇÃO
1.ª Fase – Orientação e sinais com discriminação limitada da figura (0-8/12 semanas de idade).
• Nesta fase, embora o bebé ainda não tenha capacidade para discriminar figuras, tem
uma orientação especial para os seres humanos. São exemplos: sorrir, agarrar, seguir e
palrar. Nesta fase é importante a presença contínua de uma figura de vinculação e que
as separações possam ser breves.
2ª Fase– Orientação e sinais dirigidos para uma ou mais figuras discriminadas (3-6 meses).
3ª. Fase – Manutenção de proximidade com uma figura discriminada através da locomoção e
sinais (6-24 meses).
4ª. Fase – Formação de uma relação recíproca corrigida para objetivos (a partir 24 meses).
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1. Seguras – o bebé que brinca com a mãe, explora o meio e aproxima-se cautelosamente do
estranho; chora quando esta sai, chora com o estranho; quando a mãe volta a criança corre para
a mãe e fica perto desta, explorando o meio à sua volta;
2. Insegura/ambivalente - ficam muito perto da mãe quando entram na sala, choram quando a
mãe sai, quando a mãe volta entrar na sala demoram muito tempo a acalmar-se, dirige-se à mãe
mas para a meio do caminho, não olha diretamente nos olhos da mãe e continua sempre a
chorar – ambivalência emocional;
3. Inseguras/ rejeitantes – a criança não chora quando a mãe sai, não reage à saída da mãe e
não a procura quando esta volta, porque sabe que não pode contar com a mãe porque esta não
responde corretamente às suas necessidades (ausência ou exagero de resposta).
IMPORTANTE
As crianças com apego seguro, ou que rumam à independência, têm confiança no amor
dos seus pais, sabem que podem confiar neles para compreender e satisfazer as suas
necessidades e veem o mundo como um local seguro. A partir da dependência nos primeiros
meses de vida e da formação do apego seguro vai naturalmente ocorrer uma independência
posterior. Os esforços de pais para levarem seus filhos à independência precoce resultam muitas
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vezes num processo inverso, ou seja, provocam dependência e medos que podem durar a vida
toda.
Quando os pais são coerentes nos seus padrões de cuidados e prestam atenção aos
sinais do bebé, oferecem um ambiente altamente favorável para a criança senti-los e ao mundo
como fontes de confiança e que respondem às suas necessidades individuais.
Com uma constante satisfação das necessidades físicas e emocionais, o bebé começa a
desenvolver um sentimento de confiança básica e apego o que lhe vai permitir desenvolver a
sua independência.
É a partir da qualidade desta relação que a criança constrói a sua visão da vida.
Se a relação for positiva, desenvolverá sentimentos de confiança, mas se, pelo contrário,
a mãe não atende às suas necessidades, desenvolve medos e suspeitas, sentimentos de
desconfiança, podendo não progredir para o estágio seguinte. Desde que seja proporcionado
um ambiente de apoio consistente a criança poderá resolver o conflito entre a confiança e a
desconfiança em termos de esperança pessoal.
Neste estádio a criança já não é tão dependente em relação à pessoa que dela cuida,
começando a explorar mais ativamente o meio envolvente.
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No entanto há que ter presente que a relação que a criança estabelece com a figura
maternal, objeto do amor da criança (cuidador), tem um papel fundamental no
desenvolvimento físico e social posterior.
Os adultos são importantes porque são uma espécie de “assistentes” que servem de
modelo, consciente ou inconscientemente, e que orientam e ajudam a compreender situações
novas, e a dar significado às experiências vividas.
A Relação Mãe-Filho
A vinculação MÃE – FILHO e o nascimento psicológico do ser humano
Neumann salienta que sendo o ser humano incapaz de ser independente logo após o
nascimento, diferentemente da maioria dos animais, prorroga a sua fase embrionária para além
do nascimento. A fase embrionária compreende, assim, 9 meses intrauterinos e mais 1 ano pós-
uterinos. Nesta fase, a criança vive o inconsciente da mãe, estando ligada a mãe física e
psicologicamente e dependendo dela para tudo.
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Após esta fase, a criança inicia o seu processo de desligamento da mãe, juntamente com
a formação e fortalecimento do ego.
Na relação mãe-filho, nos primeiros meses, a qual Neumann camou de “relação primal
mãe filho”, a criança vive e experimenta o corpo da mãe como sendo ela mesma e o mundo.
Não possui consciência capaz de discernimento, perceção e controle do seu próprio corpo.
É necessário haver uma base sólida de confiança e segurança durante a relação mãe-
filho, onde o ego poderá encontrar o caminho do desenvolvimento sadio. Embora este
desenvolvimento ocorra gradualmente, há uma forte tendência, na criança, de manter-se nesta
relação simbiótica com a mãe, já que depende dela materialmente e psicologicamente.
Para Neumann a perda da mãe representa muitíssimo mais do que apenas a perda de
fonte de alimento. Para um recém-nascido – até mesmo quando continua a ser bem alimentado
– equivale à perda da vida. A presença de uma mãe amorosa que fornece alimentação
insuficiente não é de forma alguma tão desastrosa quanto à presença de uma mãe pouco
afetuosa que fornece alimentos em abundância.
A qualidade do amor na relação primal mãe – filho estabelecerá a qualidade das relações
do indivíduo com o mundo interno e externo. O principal é a qualidade do amor e não a
quantidade de amor que a mãe dispensa ao filho. O amor em excesso e possessivo sufoca e gera
insegurança.
ASSIM:
Inicia-se antes de a criança nascer (fase pré-natal), quando os pais começam a realizar
questões: será menino ou menina? Como vai ser? Com quem se parecerá? Como será a nossa
relação?
A criança já na fase intrauterina (no interior do útero) conhece a voz da sua mãe e das
pessoas mais próximas desta;
A mãe é o seu primeiro objeto, e é com quem contacta pela primeira vez;
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Procura na mãe o afeto, o carinho, o alimento, mas os laços desenvolvidos não são
apenas por esta ter o alimento desejado, mas sim porque tem o afeto e contato que este
necessita para um desenvolvimento futuro harmonioso;
As características desta relação, no primeiro ano de vida, vão ter grande importância no
desenvolvimento futuro da criança: personalidade, autoestima, confiança em si próprio e
relacionamento interpessoal.
Construção do objeto
A mãe é a sua primeira imagem mental – o seu primeiro objeto e o primeiro agente
de socialização;
Até aos sete meses o bebé não tem a consciência da permanência do objeto. Assim,
quando a mãe se ausenta, o bebé apenas pensa que lhe falta uma parte muito importante, mas
nem consegue perceber o quê, pois não tem capacidade de o recordar;
Depois dos sete/oito meses, após já adquirir a sua ideia de objeto, quando a mãe
desaparece o bebé acha que ela não vai voltar. Pensa que o objeto (neste caso a mãe)
desapareceu;
Só por volta de um ano de vida, é que o bebé começa a compreender que a mãe continua
a existir, mesmo quando não está junto dele.
Uma relação com uma figura materna disponível e acessível, que apoia quando é preciso
e que respeita a individualidade, promove a integração na personalidade de:
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Processo de separação/individualização
A ansiedade da separação e face a estranhos, são marcos emocionais e cognitivos que
refletem a vinculação à mãe;
Contudo, mesmo nessa altura, um bebé pode reagir positivamente a uma pessoa
desconhecida, sobretudo se a mãe falar de um modo positivo sobre esta ou se a pessoa aguardar
um pouco e só depois abordar o bebé de modo gradual e suave através da brincadeira;
Quando a criança nunca esteve num lugar separado da sua mãe e na presença de
pessoas, até à altura, desconhecidas, convém pouco a pouco, visitar com ela o lugar, levando-a
esporadicamente antes de começar a frequentá-lo de forma regular. Quanto mais familiarizada
se encontra uma criança com as pessoas e os lugares com os quais entra em contacto, mais
segura se sente e mais livremente pode desfrutar, explorando o ambiente que a rodeia.
Estruturas familiares
A família assume uma estrutura característica.
Nuclear ou conjugal
• Consiste num homem, numa mulher e nos seus filhos, biológicos ou adotados,
habitando num ambiente familiar comum.
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Famílias comunitárias
• Ao contrário dos sistemas familiares tradicionais, onde a total responsabilidade pela
criação e educação das crianças se cinge aos pais e à escola, nestas famílias, o papel dos
pais é descentralizado, sendo as crianças da responsabilidade de todos os membros
adultos.
Famílias homossexuais
• Existe uma ligação conjugal ou marital entre duas pessoas do mesmo sexo, que podem
incluir crianças adotadas ou filhos biológicos de um ou ambos os parceiros
Famílias recompostas
• São famílias em que pelo menos um dos adultos tem filhos de outros casamentos.
• A maioria dos meninos aceitam bem o padrasto, o que não ocorre com tanta facilidade
com as meninas.
Divórcio
• Pode ser um choque para a criança saber que os pais se vão divrciar. Muitas vezes sente-
se culpada pelo facto e geralmente muda o seu comportamento, podendo exibir
comportamentos depressivos, hostis, desobedientes, irritáveis, isolamento, etc.,
perdendo muitas vezes o interesse pela escola e pela vida social.
Grupo de pares
A importância das primeiras relações
Isolamento
• É algo normal e natural;
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• Aos 12/ 24 meses a criança procura brincar ao lado dos seus novos amigos, mas sem
fazer esforço para estabelecer contato, nem mostrar interesse nas brincadeiras de
outras crianças;
• A partir dos 24 meses, começa a mostrar interesse pelas atividades dos outros. Primeiro
este interesse é apenas em observar a atividade que estes estão a desenvolver, estando
em silêncio; Os primeiros movimentos para se juntar às brincadeiras de um grupo
podem tanto ser tranquilos quanto tempestuosos; isto depende do grupo em questão
e da criança que pretende juntar-se;
• A criança para fazer parte do grupo tem que fazer o que todos estão a fazer, para não
ser diferente, cooperar com o grupo, dividir brinquedos, esperar pela sua vez;
• A maior parte das crianças que brinca sozinha, leva mais tempo para atravessar os
diversos estágios de aprender a brincar em grupo;
• Nunca devemos forçar uma criança a participar de brincadeiras em grupo se ela não
quiser, é perfeitamente possível que ela não saiba como o fazer, por ainda não estar
preparada.
Entrada no grupo
• As crianças gostam de estar juntas e são tolerantes umas para as outras. Podem dizer
algumas palavras, oferecer e tirar os brinquedos, mas raramente se zangam. Mesmo
que uma criança bata noutra, pouco depois começam a brincar.
• Pouco depois dos 2 anos, na sua maioria, as crianças começam a interagir e a brincar
umas com as outras. Podem, por exemplo, reunir-se num canto da casa ou junto à manta
a brincar em grupo. Além disso, as conversas são simples.
• São agora menos tolerantes umas para as outras. Podem não partilhar o que lhes
pertence e, se lhes tirarem um brinquedo, protestam. Podem bater, dar pontapés e
morder umas nas outras. Deste modo, aprendem a interagir e a provocar reações.
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pouco e pouco, criam-se amizades. Estas podem ser de pouca duração. Embora algumas
crianças pareçam inseparáveis durante semanas e até meses, na maior parte dos casos
as amizades vão e vêm rapidamente.
Conforme os valores de cada grupo, as diferenças podem ser melhor ou pior aceites.
A não aceitação pelo grupo de pares pode gerar ansiedade e afetar a autoestima. No
entanto, cada criança vive esta situação de modo específico e a imagem que tem de si e o
suporte social que recebe dos outros que são significativos tem um papel muito importante.
O grupo de pares pode ser definido como um grupo de pessoa, pertencentes ao mesmo
grupo social, de idade semelhante e que desenvolvam atividades conjuntas.
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Assim:
A criança em idade escolar, hoje em dia, passa muito tempo fora de casa:
• Escola;
• Amigos;
• Jogos e Entretenimentos.
• Segurança emocional;
A idade de entrada na escola, em quase todos os países, é dos seis a sete anos, quando
a criança, de acordo com as etapas do desenvolvimento, torna-se capaz de reconhecer uma
letra que combinando com outras, pode formar sílabas e palavras. Da mesma forma, também
é capaz de compreender operações da matemática.
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A escola assume assim também o âmbito de educação informal na medida em que neste
espaço as crianças desde cedo desenvolvem a sua socialização.
Analfabetismo na Europa
Anos
2000 7,8% 0% 0% 0% 0% 0%
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São as crianças oriundas dos meios sociais mais desfavorecidos que abandonam mais e
mais cedo a escola. Mesmo quando não se regista insucesso escolar é tendencioso este
abandono precoce.
PORQUÊ???
Este aspeto está relacionado com a imagem desvalorizada que têm da escola. A maioria
destes jovens analisa a sua situação de forma negativa (ex. para que é que vou estudar… não
vale a pena).
De facto, o nosso sistema de ensino não funciona de forma igualitária, sendo que os
fatores raça, sexo e classe ainda predominam nas oportunidades dadas aos indivíduos.
Atualmente a sociedade promove um ideia negativa de que só não consegue quem não
quer, o que de facto foge à realidade, já que as pessoas são todas diferentes, e as crianças tem
ritmos próprios de aprendizagem.
Muitas vezes as pessoas com carreiras sustentadas referem expressões como “só não
arranja emprego quem não quer” ou “só não sabes porque não estudas” o que de facto são
ideias erradas.
• EX. Vamos a passar na rua e vemos alguém a ser assaltada. Como agimos?
De facto vamos proceder de acordo com a nossa forma de pensar face à situação.
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Acompanhamento de Crianças – relacionamento empático e afetivo
É comum existir uma grande dificuldade dos professores em tratar os alunos do mesmo
modo visto as diferenças que os caracterizam, havendo habitualmente um favorecimento de
determinados alunos em detrimento daqueles que demostram mais dificuldades.
A escola apresenta uma maior facilidade em transmitir os seus saberes nos meios sociais
onde estes já existem:
Classes Favorecidas =
• mais estímulo;
• mais informação
• maior nível de escolaridade
• menos estímulo
• menos informação
• menor nível de escolaridade
É natural que isto aconteça uma vez que para estes alunos de classes mais favorecidas
a o contexto vivido na escola é tendencialmente incrementado pelo contexto vivido no seio
familiar. Ex: Se os meus pais falam constantemente de política em casa, eu vou aprender sobre
o assunto sem esforço, uma vez que inconscientemente ao ouvir vou adquirindo competências.
Agora, o importante neste sentido é que a Escola deverá procurar conhecer a realidade
do seu corpo estudantil para só depois poder projetar uma intervenção sustentada e igualitária.
RESUMINDO:
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Acompanhamento de Crianças – relacionamento empático e afetivo
necessidade do interesse que o educador deve ter pela vida do aluno como um todo, fazendo
que a escola passe a ter sentido na vida dele.
A influência que esta exerce sobre a criança condiciona, facilita e pode mesmo alterar
o desenvolvimento da criança;
É na família que se aprendem pela primeira vez os valores essenciais e é onde se dão as
primeiras relações afetivas importantes para todo o amadurecimento global do individuo;
Entre pais e a equipa educativa tem que existir uma relação estreita de colaboração e
respeito, pois ambos têm um “rumo”/ objetivo semelhante, e em sintonia conseguir alcançar o
mesmo fim;
Como sabemos não é obrigatório a frequência de uma criança numa creche (dos 3 meses
aos 3 anos) nem no jardim-de-infância (dos 3 aos 6anos), apenas no 1ºciclo (6 aos 9 anos).
A creche
Eixos de educação na Creche:
Movimento:
Estes modos de se movimentar faz com que as crianças consigam ver o mundo a partir
de diferentes posições.
É preciso deixar que se movimentem, criando espaços seguros com alguns obstáculos
para que elas possam andar, dar cambalhotas, etc.
Brincar e o Jogar:
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Brincar é uma atividade vivida sem propósitos e que realizamos de maneira espontânea
atendendo ao nosso reflexo, ao desejo, ao nosso emocional e isto acontece tanto na infância
como na vida adulta.
Dos 4 aos 6 meses as crianças tocam-se mutuamente, olham-se, olham as mãos, sorriem
ou choram;
Dos 6 aos 10 meses colocam a mão na cara do outro, fazem gestos de carinho;
A partir dos 8 meses aprendem a realizar a mesma coisa juntos, imitam o companheiro
e a base da atividade comum pode ser um objeto.
Socialização/ Autonomia
Linguagem
É necessário conversar muito com o bebé, construir diálogo com conteúdo, com
vocabulário rico, com informações, explicações.
Estar atento à maneira como se fala com a criança : não simplificar demasiado e não
infantilizar.
Sentidos
Audição, tato, visão, olfato e audição são os caminhos por onde entram as informações
e as sensibilizações.
Ampliar experiências com o corpo e os sentidos, estabelecer relações entre eles ativa o
pensamento e a imaginação.
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Jardim de Infância
É um espaço privilegiado onde se promove o desenvolvimento pessoal e social da
criança, numa perspetiva de educação para a cidadania
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• Enriquecer o vocabulário;
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Organização do espaço
Condição basilar para formação da criança. Espaços amplos, diferenciados onde haja um
fácil acesso por parte das crianças.
Espaço/ambiente:
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• Condições climáticas
O Recreio
Acompanhamento de crianças no recreio
Os sentidos: audição, tato, olfato, paladar e visão são os caminhos por onde entram
as informações e as sensibilizações.
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• Deve-se evitar usar o recreio como castigo, porque pode ser contraproducente.
• Para que elas sejam capazes de adquirir todas as capacitações académicas que
desejamos que aprendam, é preciso que tenham uma pausa que lhes permita
libertar a energia e exercitar o seu lado social
• No recreio deve haver preocupação com a maneira como os alunos ocupam o seu
tempo de recreio.
• Nas atividades externas os primeiros vinte minutos podem ser orientados pelas,
educadores com atividades de motricidade: corrida, saltos, rodas, apanhada.
• Os outros vinte e cinco minutos podem ser de atividades livres, em que as crianças
brincam espontaneamente, de acordo com as suas preferências, são
supervisionadas pelas auxiliares.
• Assim nos primeiros vinte minutos de recreio orientado pode ser promovido jogos
e brincadeiras antigas, como forma também de transmissão cultural, como: jogo do
lenço, saltar à corda, danças, macaco do chinês, jogo do saco, cantigas de roda, etc.
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Acompanhamento de Crianças – relacionamento empático e afetivo
Muitas pessoas acham que hoje em dia a indisciplina na escola é maior e vêm isso
como consequência “dos tempos modernos”. “No meu tempo o professor era autoridade; ele
era respeitado não só na escola mas em toda sociedade”.
Vários podem ser os fatores que dificultam a participação de alguns alunos nessa
disciplina coletiva. Muitas vezes, o problema está nas relações do aluno com a classe, com o
conteúdo do ensino, ou com as pessoas.
Em relação ao professor, a hostilidade pode ter sua causa no seu próprio fracasso
escolar, na severidade do professor ou nos motivos pessoais originados na família, bem como
em função da relação com os colegas, às vezes, em um sentimento de inferioridade ou desejo
de ser aceito.
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Assim, a disciplina, ou as regras, é algo que se aprende e ensina desde os primeiros anos
de vida.
É preciso firmeza, bom senso, paciência e capacidade de adaptação por parte dos pais.
Entre os 6 e os 12 meses
• Testar os pais e a importância da repetição:
• Os pais precisam de dizer não até a lição tenha sido aprendida e não precise
mais de ser testada;
• O não pode ser confuso para a criança porque pode ter vários contextos;
• Tem de compreender que as regras não são iguais para todas as pessoas;
• Vantagens / Desvantagens
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• Precisa de saber quando acaba o castigo e quando pode voltar a ter autorização
para brincar com os amigos
• Vantagens / Desvantagens
• Vantagens / Desvantagens
• Vantagens / Desvantagens
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• Vantagens / Desvantagens
• Vantagens / Desvantagens
• Prejudica a autoestima;
• Vantagens / Desvantagens
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• Vantagens / Desvantagens
• A criança pode não se sentir amada e capaz de amar porque sente raiva e
revolta;
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