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Projeto de Intervenção - Área de aplicação: Ensino Fundamental Séries Finais e Ensino

Médio. – FASE II

REVITALIZAÇÃO DE UM ESPAÇO DE CONVIVÊNCIA PARA OS JOVENS


 
Situação problema
O espaço físico escolar é de grande importância para os alunos. Deve ser convidativo,
visto que este será um ambiente diário de estudo, discussões, reflexões, relações sociais
e lazer. Um espaço que represente a história e a cultura daquele povo e lugar, que traga o
sentimento de pertencimento, por meio da apreciação visual ou estética e pelos sentidos
a partir de vivências significativas.
Entretanto, se o espaço físico não atende as necessidades dos alunos, as aulas tendem a
se tornar desmotivantes, ocasionando uma evasão dos alunos, ou seja, buscam suprir
suas excitações motoras e afetivas em outros espaços. Segundo os Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCN) do Ensino Médio (1999), "o educando vem, paulatinamente,
se afastando das quadras, do pátio, dos espaços escolares e buscando em locais extra-
escolares experiências corporais que lhe trazem satisfação e aprendizado como parques,
clubes, academias, (...)" (BRASIL, 1999, p. 156).
Ao se propor a criar um espaço significativo a escola abre a oportunidade para que os
alunos falem de si, se expressem, troquem ideias e vivenciem experiências diversas,
contribuindo para novas descobertas, aprendizagens e a ampliação de suas
competências socioemocionais.
Por meio de observações e análises do espaço escolar e das relações interpessoais
nestes ambientes, considero interessante aprimorar e revitalizar um espaço não utilizado
na escola, transformando-o em um espaço de convivência para os alunos, a fim de
contribuir para que os jovens se envolvam com a escola, fortalecendo sua identidade e
sentimento de pertencimento.
 
Pergunta:
De que maneira os espaços de convivência contribuem para o fortalecimento do vínculo
entre aluno e escola?
Objetivos:
1.    Propor estratégias e incentivos diversificados para um melhor convívio e interação
entre aluno e escola, através da revitalização dos espaços de convivência.

2.    Contribuir com a construção de um ambiente no qual o aluno se sinta acolhido,


oferecendo um espaço que promova uma boa convivência.

3.    Revitalizar um ambiente pouco utilizado na escola, a fim de fornecer um espaço onde


os jovens sintam-se a vontade para se expressar e interagir uns com os outros.

Estratégias de ação:
1º Estratégia:
Realizar observação na escola para averiguar quais os espaços que não são utilizados e
quais podem ser revitalizados para compor os espaços de convivência.
2º Estratégia:
Para compor os espaços de convivência, sugiro que sejam utilizadas prateleiras
de pallets para deixar revistas, gibis e alguns livros. Nichos de caixote para guardar jogos
de tabuleiro e almofadas. Proponho também a utilização de mesas e bancos de pallets ou
caixotes com almofadas, puffs feitos de pneu e/ou rede para descanso. Outra
possibilidade é que uma parede seja pintada com tinta preta, a fim de ser um espaço para
os jovens fazerem desenhos, escrever poesias, recados, entre outros.
3° Estratégia:
Solicitar aos alunos e comunidade a contribuição de doação desses materiais e mão de
obra para a construção dos espaços. Também poderão ser utilizados materiais que estão
disponíveis na escola e que não estão sendo usados no momento.

Referencial teórico:

A organização do espaço físico tem um grande potencial no processo de apropriação dos


alunos em relação ao ambiente escolar. Uma vez que, as aprendizagens se dão por meio
das experiências que são possibilitadas vivenciar na educação.
Com a finalidade de contribuir para que o espaço do Ensino Médio cumpra sua função
social, por meio da construção de uma escola que acolhe a juventude (BRASIL, 2017, p.
464) considero que o ambiente escolar deve estar organizado de forma a atribuir sentido
à vida dos jovens que usufruem deste espaço.
Sendo assim, proponho a revitalização de um espaço não utilizado na escola,
transformando-o em um espaço de convivência. O projeto consiste em realizar a
observação do ambiente escolar e juntamente aos alunos decidir qual espaço e como
será revitalizado.
De acordo com Gil (1999), a observação “constitui elemento fundamental para a
pesquisa”, para Lakatos & Marconi(1992), observação é uma técnica de coleta de dados
para conseguir informações. E Rúdio (2002) reforça que o termo tem um sentido amplo,
que não se trata apenas de ver, mas também examinar. Ou seja, a observação é um meio
para conhecer pessoas, coisas, acontecimentos e fenômenos.

Após a escolha do espaço, é importante destacar quais os materiais, mobiliários e itens


que serão disponibilizados e como será a organização do local. De acordo com as autoras
Barbosa e Horn (2001), a organização adequada do espaço e dos materiais dispostos no
ambiente escolar são fatores decisivos na construção da autonomia intelectual e social,
permitindo que os indivíduos tomem decisões, façam escolhas e busquem objetivos de
forma coletiva.
Para a construção do espaço, pode-se usar de diferentes possibilidades a fim de viabilizar
“experiências que estimulem à criatividade, a experimentação, a imaginação, e
desenvolvam as distintas linguagens expressivas e possibilitem a interação com outras
pessoas” (BARBOSA; HORN, 2001, p. 68). Martins e Gonçalves (2014) reforçam que o
indivíduo identifica-se com o espaço por elementos de sua cultura, por experiências
gratificantes ali acontecidas e pela troca de conhecimentos.
É importante incentivar os jovens a refletirem suas práticas e senso de coletividade,
visando uma gestão democrática, na qual todos são responsáveis pelas decisões e pela
participação no processo escolar.
Para Ferreira (1993), educar para a cidadania não significa formar cidadãos que pensem
que podem resolver sozinhos os seus problemas, mas sim o quanto precisam caminhar
juntos com outras pessoas. Tendo em vista a gestão democrática, segundo a
LDB 9.394/96 especificamente em seu artigo 14, dispõe a importância de estabelecer a
participação e o envolvimento de pais, alunos, professores e funcionários nas tomadas de
decisões escolares. E de acordo com Melo e Ribeiro (2003) a gestão democrática é
impulsionadora da liberdade de expressão e pensamento, estimulando a criatividade na
formulação de ideias sem o medo da repressão.
Sendo assim, conclui-se que a revitalização do espaço escolar, influenciará na
contribuição de fortalecimento entre o vínculo alunoXescolaXcomunidade, auxiliando os
indivíduos no processo de desenvolvimento social, cultural e afetivo, promovendo a
autonomia, criatividade, coletividade, senso de gestão democrática e sua identidade como
parte essencial a este espaço.
 
Referências
 
BARBOSA, Maria Carmem Silveira; HORN, Maria da Graça Souza. Organização do
espaço e do tempo na escola infantil. In: CRAIDY, Carmem (Org.). Educação infantil: pra
que te quero? Porto Alegre: Artmed, 2001. p. 67- 79
 
BRASIL. Base Nacional Curricular Comum. Brasília: CNE, 2017.
 
Brasil. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes curriculares
nacionais para a educação básica / Secretaria de Educação Básica. – Brasília : MEC,
SEB, 2009.
 
FERREIRA, Cidadania: uma questão para a educação. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,
1993.
 
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 1999.
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Metodologia do trabalho científico. 4.ed. São Paulo:
Atlas, 1992.
MARTINS, Rudnei Joaquim. GONÇALVES, Teresinha Maria. Apropriação do espaço na
pré-escola segundo a psicologia ambiental. Psicologia & Sociedade, v. 26, n. 3, Belo
Horizonte, set./dez. 2014. Disponível em: . Acesso em: 15 out. 2016.
MELLO, M. C. de; RIBEIRO, A. E. do A. Competências e Habilidades: da teoria à prática.
Rio de Janeiro: Wak , 2.ed., 2003.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, SECRETARIA DE EDUCAÇÃO MÉDIA E Tecnológica.
Parâmetros Curriculares Nacionais: ensino médio. Brasília: Ministério da Educação, 1999.
RUDIO, F. V. Introdução ao projeto de metodologia científica. Petrópolis: Vozes, 2002.

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