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CURSO DE DIREITO
CASE I
RESUMO
INTRODUÇÃO
É notório nesses últimos tempos, a falta de capacidade de lidar com os aspectos laborais entre
empregador e empregado, a dicotomia se o empregado está fingindo, ou fazendo pouco caso do
serviço a ser prestado, em detrimento da forma de agir do empregador diante dessas ocasiões em que
o empregado se encontra ou pode se encontrar enquanto faz seu serviço.
O meio ambiente do trabalho é o local onde as pessoas desempenham suas atividades
laborais, sejam remuneradas ou não, seja que o equilíbrio está baseado na salubridade do meio e na
ausência de agentes que comprometam a incolumidade fisco-psíquica dos trabalhadores.
Essa definição é das mais abrangentes, pois não se limita a tratar do assunto apenas em
relação ao trabalhador classicamente conhecido com aquele que ostenta uma carteira de trabalho
assinada. Isto é importante e está dentro do contexto maior assecuratório do meio ambiente
equilibrado para todos, como estabelece a Constituição (art 225, caput), uma vez que a definição geral
de meio ambiente abarca todo cidadão, e a de meio ambiente do trabalho, todo trabalhador que
desempenha alguma atividade, remunerada ou não, homem ou mulher, celetista, autônomo ou
servidor público de qualquer espécie, por todos receberam a proteção constitucional de um ambiente
de trabalho adequado e seguro, necessário à sadia qualidade de vida. Nesse momento de pandemia
no novo coronavírus há quem indague se é possível flexibilizar o conceito de meio ambiente
equilibrado do trabalho sadio e adequado é um direito fundamental inerente à própria condição
humana, porque com ele se visa proteger a saúde e a vida das pessoas. A contaminação dos
trabalhadores é um problema só deles? Um trabalhador contaminado no local de trabalho pode
contaminar muitos outros e formar uma grande cadeia de contaminação, incluindo o próprio
empregador. A questão é de ordem pública e embora não sem aos empregadores causadores da
contaminação pelo coronavírus, o trabalhador poderá se contaminar nos locais de trabalho em razão
de seu patrão não adotar medidas sanitárias básicas, como, por exemplo, um protocolo de segurança
e fornecimento de equipamentos de proteção individual e coletiva, orientando e informando os
trabalhadores sobre os riscos a que estes estão expostos.
Admilton Marques da Silva, aluno do curso de direito no Instituto de Pós-graduação e Graduação, 6º Período, hodiester@gmail.com.
Danyel Messias Martins Rodrigues Nunes, aluno do curso de direito no Instituto de Pós-graduação e Graduação, 6º período, danyelmartins7@gmail.com
Larissa Guimarães Silva, aluna do curso de direito no Instituto de Pós-graduação e Graduação, 6º Período, larigsilva@live.com
Márcio da Silva Ramos, aluno do curso de direito no Instituto de Pós-graduação e Graduação, 6º Período, marcioasp16@gmail.com
Natalia Curi Cavalcante, aluna do curso de direito no Instituto de Pós-graduação e Graduação, 6º Período, nathaliacuri@outlook.com.
Saulo Gonçalves, aluno do curso de direito no Instituto de Pós-graduação e Graduação, 6º Período, contadorsg@gmail.com
Os empregadores podem não ter como evitar a contaminação pelo coronavírus, mas
poderão e deverão contribuir para evitar essa contaminação. Se o empregado se contaminar e se
ausentar do trabalho, é necessário que o empregador arque, mesmo que por vias de atestado
médico, com a manutenção da empregabilidade do colaborador.
A pandemia do coronavírus iniciada há 01 (um) ano teve forte impacto mundialmente e
nacionalmente. Um dos fatores atingidos pela doença foi o ambiente laboral dos trabalhadores pois
com uma doença contagiosa assim, tiveram que se ausentar por alguns meses de trabalho tanto
pela propagação da doença, quanto por alguns locais de trabalho não apresentarem condições
adequadas como ambiente salubre, espaço amplo de acordo com a quantidade de funcionários e
todas as medidas de segurança essenciais para o desempenho das atividades.
O empregador responde pelas causas acidentais de trabalho independente de culpa visto
que a atividade que este desenvolve por si só geram grandes riscos ao empregado. Ademais, a
relação entre empregador-empregado é uma relação vulnerável por um depender do outro para se
ter o resultado desejado, e essa norma é um tanto quanto favorável para o trabalhador pelo fato de
que exclui o elemento subjetivo da responsabilidade civil do empregador que é a culpa ou dolo.
Em relação ao coronavírus, pode se discutir tal mérito porque a partir do momento que o
empregador não oferece todos os cuidados necessários à saúde de seus trabalhadores está
colocando em risco a vida destes. Como os sintomas da doença são muito graves como febre, falta
de ar, dores musculares e até o cansaço; podem acabar acarretando em um acidente de trabalho o
qual o empregador não poderá se abster de reparar o dano.
O Direito do Trabalho também não fica de fora dessa discussão visto que as empresas,
neste momento, precisaram adotar medidas alternativas para garantir a manutenção dos trabalhos e
da economia principalmente. Assim, cabe ressaltar a Medida Provisória 927 por apresentar tais
medidas como o teletrabalho, antecipação das férias individuais, banco de horas trabalhadas
semanais e o direcionamento qualificado do trabalhador.
Além da MP 927/2020, também foram adotados decretos estaduais para combater a
pandemia em relação à realidade de cada estado na luta contra a doença. Um exemplo recente e
ainda em decurso é o Lockdown estabelecido pelos governadores, com o fechamento das atividades
comerciais por 14 dias e reabertura destes nos outros 14 dias seguintes em consequência do agravo
do número de casos da doença bem como no aterrorizador número de óbitos.
Aqui no Estado de Goiás vale enaltecer tais dados estatísticos sendo, 460mil casos
confirmados, 437mil recuperados, 10,6mil óbitos a uma taxa de 2,3% de letalidade pela doença.
Portanto, é importante enfatizar a responsabilidade civil objetiva do empregador, pois é
responsável pela equipe de trabalhadores que possui para desempenhar a atividade comercial se
atendendo às medidas necessárias, para manutenção do trabalho, principalmente a saúde e a
segurança coletiva. Também enfatizar as mudanças que estão ocorrendo no Direito do Trabalho,
mesmo que a MP 927/2020 tenha flexibilizado algumas regras trabalhistas, não é apenas uma
questão situacional porque a sociedade vem evoluindo exponencialmente em um contexto geral, a
medida que essa evolução se mostra como um instrumento indispensável para a discussão de
equilíbrio de interesses, preservar as empresas e garantir assim renda aos trabalhadores e novas
oportunidades de trabalho.
Após o começo da atual pandemia de COVID-19, o ambiente de trabalho não foi o mesmo
de antes, várias mudanças foram necessárias nesse ambiente laboral para que o empregador e o
empregado pudessem continuar trabalhando e não fosse contagiado e nem contagiasse pessoas em
sua volta. Mudanças são extremamente necessárias para se manter no mercado de trabalho, em
que foi preciso se reinventar de forma rápida e constante.
Existem meios que pode flexibilizar o ambiente laboral e ensinar os empregadores e seus
empregados a lidar com o atual cenário em que estamos vivendo, para que possam proteger suas
vidas. Começando principalmente pelo trabalho remoto, que é o melhor meio de proteger o
empregador e o empregado, mantendo-os em casa e seguros; quando não há possibilidade de
haver o trabalho remoto, é necessário o uso de máscaras e higienização com álcool; manter o
afastamento social; realizar as reuniões por plataformas digitais, evitando a aglomeração; e realizar
o revezamento entre os dias trabalhados, se possível.
Inicialmente evidencia-se a pandemia decorrente do surto da doença Covid-19, ocasionada
pelo novo coronavírus. Com o claro intuito de salvar vidas, a Organização Mundial de Saúde (OMS)
recomenda o distanciamento social. Entretanto, há uma problemática: é necessário que
trabalhadores de atividades essenciais continuem trabalhando em prol do bem geral. No entanto,
qual a proteção garantida a esses trabalhadores? Seu ambiente de trabalho e empregador lhe
oferece condições justas e higiênicas no momento pandêmico em que passamos?
A OIT já se manifestou acerca da possibilidade de caracterização da Covid-19 como doença
profissional, caso o adoecimento seja desencadeado pelo exercício do trabalho característico à
função ou profissão desses trabalhadores, mais comum na situação dos profissionais de saúde, ou
ainda como doença do trabalho, quando causada pelo meio ambiente do trabalho ou pelas
condições a que o empregado é exposto. Neste contexto, ambos casos, o empregado enfermo
deverá ser indenizado pelo empregador. Em decorrência da responsabilidade pela atividade de risco
(classificada como objetiva), que se caracteriza pela natureza da atividade laboral e pelo trabalho em
situações em que o dano é previsível, seja em face da responsabilidade pela culpa ou dolo do
empregador (classificada como subjetiva), existente nos casos em que o empregador deixa de
cuidar de modo eficaz do ambiente laboral, por imprudência, imperícia ou negligência, como em
decorrência da ausência.
Portanto, embora a Medida Provisória nº 927, de 22 de março de 2020, em seu artigo 29,
tenha pretendido excluir a natureza ocupacional das contaminações por SARS-Cov-2 ocorridas no
ambiente de trabalho de modo apriorístico e abstrato, a norma mostra-se incompatível com os
artigos 7º, XXII, e 225 da Constituição de 1988. No contexto da pandemia vivenciada, em que o
contágio se dá pelo ar e de modo invisível, é de se presumir que as atividades desempenhadas por
profissionais de saúde, por exemplo, representam risco especial a esses trabalhadores.
Não há dúvidas do forte embasamento jurídico correspondente à responsabilização do
empregador frente ao empregado, a sustentar que a responsabilidade do empregador existente no
caso de adoecimento por Covid-19 dos profissionais de saúde e em quaisquer outras atividades
essenciais é objetiva.
Com relação as evidencias sobre a propagação da Covid-19, não deixa nenhuma margem
de dúvida, desde quando começou a disseminação, segundo os meios de comunicação com início
na China, já faz uma ano que estamos convivendo com este atual momento, é tornou uma pandemia
a nível mundial que tem ceifado milhões de vida a nível mundial. Especificamente no Brasil
atualmente temos os seguintes dados estatísticos: Casos 12.220,011 recuperados 10.750,131 e
mortes 300.685. Em nosso Estado temos os seguintes casos 462.740 recuperados 440.730 e mortes
10.599. Com relação aos vacinados no Brasil já ultrapassamos 12 milhões. Estado de Goiás
vacinados com a primeira dose 355.300, segundo dose 110.075 portanto as evidencias não deixa
nenhuma dúvida sobre o momento atual.
Diante do exposto em tela, não poderia ser diferente como foi atingido vários setores da
sociedade, no ambiente laboral o que temos presenciado nas mídias, temos casos julgados, onde
entendemos que serão confrontados em lide nos tribunais, temos as legislações trabalhistas, novas
legislações que tem surgidos onde teremos muito embate pela frente. Pois o atualmente, diante dos
fatos que estão ocorrendo no momento, teremos um longo período de cuidados com lidar com o
próximo, amigos e com nossos entes queridos, enquanto todos não tiverem vacinados, vamos
conviver com os protocolos de saúde que todos nós temos conhecimento.
É obrigação da empresa proporcionar um ambiente de trabalho saudável a seus
empregados, de modo que, mesmo que não seja possível cumprir as regras para o “home office”, a
empresa é obrigada a fornecer todo e qualquer material necessário à proteção de seus empregados,
observando as normas sanitárias já existentes.
A covid-19 pode ser reconhecida como doença ocupacional, aplicando-se na espécie o
disposto no §2° do art. 20 da Lei n°8.213, de 1991, quando a doença resulta das condições
especiais em que o trabalho é executado e com ele se relaciona diretamente. Ela pode constituir
acidente de trabalho por doença equiparada, na hipótese em que a doença seja proveniente de
contaminação acidental do empregado pelo vírus da Covid-19, no exercício de sua atividade, nos
termos do inciso III do artigo 21 da Lei n°8.213, de 1991.
Sabemos que questões relativas ao trabalho estão compreendidas nos direitos sociais
expressos na Constituição Federal (artigo 6º). Vale dizer que o inciso XXII do artigo 7º da
Constituição Federal estabelece, entre outros direitos dos trabalhadores rurais e urbanos, "a redução
dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança".
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Embora o cenário seja de gravidade mundial sem precedentes, no que tange às relações de
trabalho, a legislação prevê algumas formas alternativas de amenizar a crise, as quais objetivam a
manutenção do funcionamento das empresas, bem como de seus respectivos quadros de
colaboradores, e esses mesmos colaboradores, junto de seus empregadores, estejam protegidos ao
exercerem suas funções laborais e que se acaso ocorra a contaminação, tenham todo o respaldo
jurídico.
REFERÊNCIAS
Adequação do meio ambiente do trabalho em tempos de Covid-19. Revista Consultor Jurídico, Brasil,
29 de mai. de 2020. Disponível em: https://url.gratis/FJxYd
Coronavírus: STF reconhece Covid-19 como acidente de trabalho. Brasil, 04 de mai. de 2020.
Disponível em: https://url.gratis/zX9N5
Autores:
Admilton Marques da Silva, aluno do curso de direito no Instituto de Pós-graduação e Graduação, 6º Período, hodiester@gmail.com.
Danyel Messias Martins Rodrigues Nunes, aluno do curso de direito no Instituto de Pós-graduação e Graduação, 6º período, danyelmartins7@gmail.com
Larissa Guimarães Silva, aluna do curso de direito no Instituto de Pós-graduação e Graduação, 6º Período, larigsilva@live.com
Márcio da Silva Ramos, aluno do curso de direito no Instituto de Pós-graduação e Graduação, 6º Período, marcioasp16@gmail.com
Natalia Curi Cavalcante, aluna do curso de direito no Instituto de Pós-graduação e Graduação, 6º Período, nathaliacuri@outlook.com.
Saulo Gonçalves, aluno do curso de direito no Instituto de Pós-graduação e Graduação, 6º Período.