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1. INTRODUÇÃO
O n-butanol de origem verde é convencionalmente produzido via fermentação ABE
(acetona- butanol-etanol) por bactérias do gênero Clostridium (Vane, 2008). No entanto, do
ponto de vista de mercado, se a produção de n-butanol atingir a escala de bilhões de litros em
atendimento à demanda do mercado de combustíveis automotivos, haverá uma sobre oferta do
coproduto acetona dado que a produção de acetona na fermentação ABE equivale à metade da
produção de n-butanol (Mariano et al., 2013).
No entanto, a baixa permeabilidade dos tecidos lignocelulósicos pode fazer com que a
transferência de massa seja pobre durante o processo de imobilização celular. Portanto, com o
objetivo de aumentar a área superficial do material lignocelulósico e facilitar a adesão de
micro-organismos, pré-tratamentos químicos vem sendo realizados nesses materiais para
posterior utilização como agente imobilizador (Cai et al., 2016). Neste trabalho, avaliamos o
efeito do pré-tratamento alcalino no bagaço de cana utilizado como agente de imobilização
celular para a fermentação IBE.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
2.1. Matéria-Prima
Os estudos foram feitos com bagaço de cana de açúcar adquirido da Usina Ester,
Cosmópolis. Glicose foi utilizada para compor os meios de cultura.
3. RESULTADOS
Materiais lignocelulósicos como o bagaço de cana são compostos por celulose,
hemicelulose e lignina, que formam uma estrutura rígida e cristalina de baixa acessibilidade a
enzimas e micro-organismos. Diferentes processos de pré-tratamento tem o poder de
modificar essa estrutura, aumentando a área superficial e a porosidade desse material (Behera
et al., 2014). Portanto, com o objetivo de aumentar a acessibilidade do bagaço de cana pelo
micro-organismo facilitando a formação de biofilmes, foi realizado o pré-tratamento alcalino.
A Tabela 1 mostra os resultados das fermentações controle e utilizando bagaço in natura e
pré-tratado como agente de imobilização celular. Foi utilizado o mesmo tempo de
fermentação (41,5 horas) para todos os ensaios para que se pudesse obter uma melhor
comparação dos dados.
Tabela 1 - Resultados finais das fermentações de glicose em IBE sem agente de imobilização celular, e
utilizando bagaço de cana in natura e pré-tratado como agente de imobilização celular. O controle corresponde à
fermentação realizada com a mesma quantidade de mangueira e gaze utilizada em todos os experimentos.
5. REFERÊNCIAS
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lignocellulosic biomass. Renewable and Sustainable Energy Reviews. v. 36, p. 91-106, 2014.
CAI D, CHENG C, WANG Y, HU S, CUI C, QIN P, TAN T. Effect of chemical pretreatments on corn stalk bagasse as
immobilizing carrier of Clostridium acetobutylicum in the performance of a fermentation-pervaporation coupled system.
Bioresour. Technol. v. 220, p. 68-75, 2016.
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