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INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO
Paciente que apresenta proliferação de algum microrganismo patogênico em algum ambiente estéril do
trato urinário, devendo causar inflamação deste.
São infecções muito frequentes e recorrentes na infância
1-3% das meninas
1% dos meninos
Podem causar sequelas, levando à substituição do parênquima renal por tecido fibroso
o HAS, doença renal crônica
Mecanismos
Via ascendente → bactérias do períneo e prepúcio invadem bexiga e proliferam-se, levando à cistite e
eventualmente ascendendo pelo ureter, causando pielonefrite.
Via hematogênica (RN)
Fatores de Risco
Podem atuar facilitando a ascensão bacteriana e/ou impedir os mecanismos de defesa de agirem.
Ausência de circuncisão → maior quantidade de bactérias na glande
Sexo feminino → uretra mais curta; meato uretral mais próximo ao períneo
Obstrução urinária → válvula de uretra posterior, exclusiva do sexo masculino; é um folheto da uretra
posterior que funciona desde antes do nascimento
Disfunção miccional → incoordenação miccional (esvaziamento incompleto + resíduo pós-miccional)
Constipação
Refluxo vesicoureteral (RVU) → específico para pielonefrite
Picos de incidência
o 1º pico (1º ano): meninos → anomalias
o 2º pico: meninas → idade de controle esfincteriano (retém urina até alguém levar ao banheiro)
o 3º pico: meninas → atividade sexual (adolescentes)
Válvula de Uretra Posterior: suspeitar antes do nascimento, pela hidronefrose fetal + distensão vesical.
Após o nascimento, a suspeita se dá pela presença de globo vesical palpável + jato urinário fraco. Durante a vida
intrauterina ocorre a formação de pequenas membranas intrauretrais, obstruindo o lúmen uretral e impedindo fluxo
miccional apropriado. Lembrar que a hidronefrose fetal está mais relacionada à estenose da junção ureteropélvica
(JUP). Exclusiva do sexo masculino
RVU: refluxo retrógrado do conteúdo vesical para o ureter. Na implantação do ureter na bexiga não há
válvulas; ao urinar, o detrusor se contrai, aumentando a pressão intravesical. Para que não ocorra refluxo, o ureter
possui implantação oblíqua, percorrendo longo trajeto submucoso na bexiga, e durante a contração detrusora o
ureter é colabado. Quando este mecanismo falha ocorre RVU.
Primário: alteração na implantação do ureter na bexiga; geralmente é idiopático e resolve-se ao longo dos
primeiros anos de vida. O idiopático é a forma mais comum de RVU (1% da população com ureter
implantado de forma longitudinal), mas com resolução espontânea, de acordo com o grau.
Secundário: implantação normal do ureter; há algum mecanismo que aumenta a pressão intravesical, como
a válvula de uretra posterior.
Etiologia
E. coli mais comum de todas
Proteus → cálculos de estruvita (cálculo de fosfato amoníaco magnesiano)
o Mais comum no sexo masculino; tem a capacidade de alcalinizar a urina (produz uma urease que
converte ureia e amônia e alcaliniza a urina, favorecendo a formação de cálculos)
Outros gram-negativos (Klebsiella, Pseudomonas)
o Klebisella → segunda maior causa no sexo feminino
o Pseudomonas → associado à manipulação do trato urinário
Gram-positivos (enterococos, S. saprophyticus)
o Menino com ITU pensar em enterococos
o S. saprophyticus pensar em adolescentes sexualmente ativas
o S. saprophyticus é coagulase negativo, o que na urinocultura pode confundir com contaminação.
Vírus → adenovírus (cistite hemorrágica)
Quadro Clínico
Cistite – crianças maiores
o Disúria, polaciúria, estrangúria
o Dor suprapúbica
o Incontinência urinária – valorizado após os 5 anos
Pielonefrite
o Com ou sem sintomas de cistite
o Calafrios, dor lombar, manifestações inespecíficas
o Febre sem sinais localizatórios (FSSL) → principal causa em lactentes é ITU
Temperatura axilar > 39oC tem maior risco de estar com ITU
Diagnóstico
EQU → marcadores de inflamação e bactérias
o Bioquímica:
Esterase leucocitária → marcador de inflamação; sensível, porém pouco específico
Nitrito → marcador de gram (-) na urina (gram – converte nitrato em nitrito em 4h);
específico, porém menos sensível
o Sedimento: leucócitos (≥ 5 piócitos/campo ou > 10000 leucócitos/ml)
Bacterioscopia / Gram
Urinocultura → obrigatório; existe a possibilidade de contaminação da amostra pelas bactérias presentes na
porção distal da uretra. Como interpretar o resultado:
TRATAMENTO
CISTITE PIELONEFRITE
Duração: 3-5 dias Duração: 7-14 dias
Tratamento: ambulatorial Internação:
< 1 mês (ou < 3 meses)
Sulfametoxazol + Trimetropim Sepse / não ingere líquidos, desidratação,
o Resistência vem aumentando às vômitos, prostração
cepas de E.coli, preferir não usar Hospitalar
Nitrofurantoína Ampicilina (gram+) + aminoglicosídeo
Amoxicilina (gram-)
Cefalexina Cefalosporina 3ª geração (ceftriaxona)
Ácido nalidíxico Ambulatorial
Ceftriaxona IM
Ciprofloxacino VO se for grave,
pseudomonas
Cefalexina, sulfas, amoxicilina + clavulanato
Não pode: nitrofurantoína→ não alcança níveis
adequados no parênquima renal
Uma % significativa de crianças com pielonefrite apresentam REFLUXO VESICOURETERAL – a forma mais comum é o
RVU primário idiopático - alteração congênita que pode estar presente em até 1% da população – essas crianças
podem ter refluxos de intensidades variáveis; aqueles que apresentam graus mais leves tem maior chance de evoluir
com cura espontânea.
Exames de Imagem
USG de rins e vias urinárias: permitem identificar de alterações grosseiras e repercussões de refluxos mais
graves
Cintilografia renal com DMSA: DMSA liga-se às células tubulares renais – na fase aguda da doença é o
padrão-ouro para o diagnóstico de pielonefrite (alteração de captação do DMSA na região do parênquima
renal inflamado); na fase crônica (4 a 6 meses) temos ausência de captação em caso de cicatriz renal
(parênquima renal substituído por tecido fibroso)
Uretrocistografia miccional (UCM): quando há refluxo o contraste ascende pelo ureter chegando até a pelve
renal.
o Confirma a presença do refluxo e permite avaliação do grau do refluxo.
Graus de RVU
Grau I: sem alterações evidentes e preocupantes. / Grau II: Alterações leves, porém sem alterações na anatomia urinária / Grau
IV: dilatação severa e alterações na anatomia; Grau V: deformidade renal exorbitante
Quando investigar?
- Nelson (AAP):
Após o 1º episódio de pielonefrite (2 – 24 meses):
o USG – se normal → parar investigação
o USG alterada → uretrocistografia miccional
Após 2º episódio de pielonefrite → uretrocistografia miccional
Incontinência Urinária
Perda involuntária da urina
Quando está dormindo = enurese
o Só se fala em enurese quando tem menos de 5 anos
o Primária: nunca parou de ter; pais também tiveram, herança genética
o Secundária: ficou continente por pelo menos 6 meses e voltou a ser incontinente; tem algum fator
precipitando (ITU, cetoacidose, trauma psíquico como bullying, separação dos pais, troca de escola)
o Monossintomático: só possui a enurese; provavelmente esta apenas demorando para ter
continência, pode utilizar tratamento comportamental
o Não monossintomática: durante o dia tem outras manifestações do trato urinário; precisa tratar a
causa, tem que tratar a incontinência diurna
Durante o dia = diurna
o Avaliar bexiga hiperativa – urgência, manobras de contenção
o Sempre avaliar constipação – em geral, a primeira coisa a se fazer é tratar a constipação
o Considerar oxibutinina (anti-colinérgico)
Parassimpático contrai o detrusor por estímulo colinérgico
INFECTOLOGIA PEDIÁTRICA
Exantema + febre presente: sarampo e rubéola
Exantema + sem febre: eritema infeccioso, exantema súbito
SARAMPO
“Parampo 36”
Vírus da família Paramixovírus
Doença de notificação compulsória imediata!
Transmissão por aerossóis – 90% dos susceptíveis serão contaminados , 6 dias até 4 dias após o rash
Incubação: 8 a 12 dias
PRÓDROMOS EXANTEMA
Febre, tosse, coriza, conjuntivite (fotofobia) TIPO: MORBILIFORME (lesões máculo-papulares
com tendência à confluência e permeio de pele sã)
Enantema (manchas de KOPLIK): lesão INÍCIO: fronte, nuca, retroauricular (linha de
brancacenta envolta por um halo de implantação dos cabelos)
hiperemia, caracteristicamente na face PROGRESSÃO: craniocaudal lenta
interna das bochechas (patognomônico) DESCAMAÇÃO: furfurácea
Complicações
Otite média aguda (mais comum)
Pneumonia (mais mata)
o A PNM pode ser pelo próprio vírus do sarampo (PNM de células gigantes) ou uma PNM bacteriana
secundária.
Encefalite (alta letalidade; não é comum)
Panencefalite esclerosante subaguda (vírus permanece no SNC e leva a essa condição após alguns anos; é
fatal)
Tratamento:
Vitamina A – uma dose ao diagnóstico e outra dose no dia seguinte
o Deficiência de vitamina A aumenta os riscos de infecção
Isolamento por aerossol – quadro privativo, máscara N95 aos susceptíveis
Notificação compulsória imediata
Profilaxia
Pré-contato: imunização
Pós-contato
o Vacina: até 3º dia (vacina de bloqueio) – para fins de bloqueio a primeira dose pode ser feita a partir
dos 6 meses, entre 6 e 12 meses (mas essa dose não deve ser considerada para a rotina); período de
latência é menor que o tempo de incubação do vírus selvagem
o Imunoglobulina padrão: até 6º dia → grávidas, < 6 meses e imunocomprometidos (que sejam
suscetíveis)
RUBÉOLA
Togavírus
Transmissibilidade: 5-7 dias antes, 5-7 dias após (gotícula)
Incubação: 14-21 dias
PRÓDROMOS EXANTEMA
Sintomas catarrais, febre baixa
LINFADENOPATIA RETROAURICULAR,
TIPO: RUBEOLIFORME (as lesões máculo-
OCCIPITAL e CERVICAL
papulares são isoladas)
SINAL DE FORSCHHEIMER (lesões róseas,
PROGRESSÃO: craniocaudal rápida
puntiformes, no palato) → é bastante
DESCAMAÇÃO: Ausente
característico da rubéola, mas não é
patognomônico
Complicações
Artropatia, principalmente no sexo feminino
Síndrome da rubéola congênita – surdez, cegueira, cardiopatia
Prevenção
Imunização
Pós contato: vacina até 72h – menos eficaz
EXANTEMA SÚBITO
O HHV-6 é um membro da família dos herpes vírus, os quais podem estabelecer uma infecção latente ou
persistente. O HHV-6 pode estabelecer uma infecção latente nas glândulas salivares. Roséola infantil
É uma doença de lactentes
Transmissibilidade desconhecida
Incubação: 5-15 dias
Complicação mais comum: crise febril
Diagnóstico diferencial não infeccioso → farmacodermia (prurido, eosinofilia)
PRÓDROMOS EXANTEMA
FEBRE ALTA (39-40°C) TIPO: MACULOPAPULAR
PROGRESSÃO: início no TRONCO
Some em crise! Logo após, CENTRÍFUGA (vai para as extremidades)
surge o exantema! Tende a desaparecer rapidamente, sem descamação
VARICELA
“Varicela 54”
Infecção primária pelo vírus Varicela-Zoster (VVZ)
Transmissibilidade 80-90%, até todas as lesões virarem crostas; aerossol
Incubação: 10-21 dias
Febre na fase prodrômica que persiste até 3-4 dias do início do exantema
Lesões em crostas → não é mais infectante (paciente pode voltar às atividades habituais)
PRÓDROMOS EXANTEMA
TIPO: VESICULAR PLEOMÓRFICO
Mácula → pápula → vesícula → pústula → crosta
Pode ocorrer infecção secundária
INESPECÍFICOS Pruriginoso / acomete mucosas
Febre, cefaleia, dor abdominal PROGRESSÃO: centrífuga; mas com distribuição
A criança pode nem ter pródomos centrípeta
Início: couro cabeludo, face e tronco
Polimorfismo regional
Descamação ausente
Complicações
Infecção bacteriana (GAS e S.aureus): + comum
o Cicatriz permanente: sinal de infecção bacteriana secundária
Varicela progressiva - acometimento visceral (pneumonia e hepatite)
Varicela congênita (<20sem): em qualquer momento da gestação o vírus pode passar pela placenta, quando
acontece nas primeiras 20semanas ocorre a síndrome da varicela congênita (lesões cicatriciais, hipoplasia
dos membros)
Neurológicas – ataxia cerebelar aguda (alteração na fala, marcha e nistagmo)
Tratamento
ACICLOVIR VO – encurta a fase da viremia
o Maiores de 12 anos
o 2o caso no domicilio
o Doença pulmonar/cutânea
o Corticoterapia em dose não imunossupressora
o Usuário de salicilato – risco aumentado de desenvolver síndrome de Reye
Aciclovir IV – internado em isolamento
o Imunodeprimidos
o Recém-nascidos?
o Varicela progressiva
Profilaxia
Pré-contato: imunização (até 7 anos, pela SBP em qualquer idade)
Vacina: até 5 dias após exposição, o ideal é que seja até 3 dias, a partir dos 9 meses
o MS: bloqueio hospitalar e creche, controle de surto hospitalar em > 9 meses
IGHAVZ (específica): até 4 dias (96h)
o Imunodeprimidos
o Grávidas
o RNPT (< 28 sem: sempre / ≥ 28 sem: se mãe não teve varicela)
o RN de mãe com varicela de 5 dias antes até 2 dias após o parto
o Controle de surto hospitalar em < 9 meses
ESCARLATINA
SGA – exotoxina pirogênica (eritrogênica)
Incubação: 2 a 5 dias
PRÓDROMOS EXANTEMA
TIPO: MICROPAPULAR (pele com aspecto de
lixa) com inicio no pescoço e progressão crânio-
DOENÇA ESTREPTOCÓCICA: FARINGITE caudal rápida
SINAL DE PASTIA = acentuação do exantema nas
ENANTEMA: LÍNGUA EM MORANGO (papilas áreas de dobras que não desaparece com a
linguais hiperemiadas e hipertrofiadas) → 1º digitopressão (principalmente: fossa
Língua em morango branco / 2º Língua em antecubital)
morango vermelho SINAL DE FILATOV (palidez perioral)
PROGRESSÃO: CENTRÍFUGA
DESCAMAÇÃO: LAMELAR ou LAMINAR
Tratamento: PENICILINA BENZATINA
Principal diagnóstico diferencial: doença de Kawasaki
DOENÇA DE KAWASAKI
A causa da doença ainda não é bem estabelecida, mas diversos fatores parecem apontar para uma causa de
provável origem infecciosa. Parece haver ainda alguma predisposição genética, o que explicaria a maior incidência da
doença em crianças de origem asiática, independentemente do local de moradia.
FEBRE (5 DIAS)
+ Mais comum em < 5 anos
Conjuntivite o A escarlatina é mais comum em > 5 anos!
Alterações em lábios / cavidade oral
Adenomegalia
Exantema
Alterações em extremidades
MONONUCLEOSE
Vírus Epstein-Baar
Transmissão: contato íntimo oral
Incubação: 30-50 dias
Clínica
o Faringite, fadiga
o Linfadenopatia generalizada
o EsplenomegaliaLinfocitose com atipia – 50% dos casos, podendo haver ruptura esplênica
o Sinal de Hoagland (edema palpebral)
o Exantema máculopapular após uso de amoxicilina (rash)
Avaliação complementar
o Linfocitose com atipia linfocitária
o Sorologia
Acs heterófilos: > 4 anos
Sorologia específica
DOENÇA MÃO-PÉ-BOCA
Causada pelo Coxsackie A16
Clínica: vesículas em mãos e pés, pápulas em região glútea; vesículas em cavidade oral
INFECÇÕES VIRAIS
Vírus Coxsackie A (enterovírus)
Úlceras na cavidade oral (lesões ulceradas envoltas por halo de hiperemia,
HERPANGINA tipicamente localizadas predominantemente na cavidade posterior da orofaringe –
palato mole, úvula, pilares; diferentemente da gengivoestomatite-herpética)
Lactentes e pré-escolares
Conjuntivite
ADENOVIROSE Febre faringo-conjuntival – faringite exsudativa com conjuntivite
Sintomas de IVAS
CARDIOPATIAS CONGÊNITAS
CARDIOPATIAS CONGÊNITAS
Sobrecarga de volume
CIV, CIA, PCA, DSAV
(shunt esquerda-direita)*
Acianóticas
Sobrecarga de pressão
Coarctação da aorta
(obstrução)
Cianóticas Tetralogia de Fallot e Transposição dos grandes vasos
Algumas cardiopatias acianóticas podem tornar-se cianóticas, e, algumas
cardiopatias cianóticas podem não cursar inicialmente com cianose.
(*) Cardiopatias acianóticas: as manifestações são decorrentes do que encontrarmos na relação Qp/Qs, ou seja, da relação
entre fluxo pulmonar/fluxo sistêmico, determinando a magnitude das manifestações clínicas nas cardiopatias congênitas.
Em um indivíduo normal, a relação QP/QS é igual a 1. No shunt E-D, essa relação é maior que 1 (parte do sangue que
deveria seguir para o sistêmico volta para o coração).
CARDIOPATIAS ACIANÓTICAS
COMUNICAÇÃO INTERVENTRICULAR (CIV)
Cardiopatia cianótica mais comum
Defeito pode estar localizado em vários pontos do septo IV – as duas localizações mais comuns são:
perimembranosa (próximo às valvas aórtica e pulmonar – uma das margens do defeito é formada por tecido
membranoso) e a muscular (defeito único ou múltiplo, com todas as bordas em tecido muscular; grande
chance de fechamento espontâneo) – sendo que, dessas duas, a mais comum é a perimembranosa.
Clínica:
Logo após o nascimento: shunt limitado (não há um gradiente de pressão bem estabelecido, pois a RV
pulmonar demora até 6-8 semanas para diminuir por completo – RN assintomático!)
CIV pequena: assintomática – sopro holossistólico em borda esternal esquerda inferior (com frêmito)
CIV moderada / grande: manifestações de insuficiência cardíaca (taquipneia, interrupção das mamadas,
sudorese – tipicamente no polo cefálico) – hiperfonese de B2 em área pulmonar – sopro holossistólico –
ruflar diastólico mitral
Diagnóstico:
Raio-X de tórax: normal (CIV pequena) ou aumento da circulação pulmonar, cardiomegalia (aumento de
AE/VE, aumento de VD, aumento de AP)
ECG: sobrecarga de AE e VE, sobrecarga biventricular
Eco: localização, tamanho e repercussão hemodinâmica
Tratamento:
Fechamento espontâneo
Correção cirúrgica:
o Defeitos pequenos sem sintomas (?)
o Sintomáticos / CIV grande
Complicações:
SÍNDROME DE EISENMENGER: o aumento do fluxo pulmonar, ao longo do tempo, leva ao desenvolvimento
de uma doença da vasculatura pulmonar; o aumento da resistência vascular pulmonar causa inversão do
shunt (direita-esquerda) com desenvolvimento de cianose!
Clínica:
Assintomática (grande parte)
DESDOBRAMENTO FIXO DE B2
Sopro sistólico ejetivo em borda esternal esquerda média e alta (estenose pulmonar relativa)
Sopro diastólico tricúspide (encontrado principalmente naquelas com maior aumento da relação QP/QS)
Diagnóstico:
Raio-X de tórax: aumento de AD e VD, aumento da artéria pulmonar e circulação pulmonar
ECG: sobrecarga de VD, BRD
Eco: tipo e tamanho do defeito, sentido do shunt
Tratamento:
Acompanhamento: CIA pequena, assintomáticos
Cirurgia ou cateterismo: sintomáticos, aumento do VD, aumento da relação QP/QS
Diagnóstico:
Raio-x: aumento da circulação pulmonar, aumento de AE, VE, aorta e artéria pulmonar
ECG: aumento de VE
Eco: estabelece o diagnóstico
Tratamento:
Farmacológico (PMT): indometacina, ibuprofeno (↓PGE2)
Cirúrgico ou por cateterismo: repercussão hemodinâmica – (naquelas sem repercussão pode ser feita opção
de acompanhamento)
COARCTAÇÃO DA AORTA
A obstrução pode estar localizada em qualquer ponto da aorta, sendo pontual ou acometer algum segmento
Com frequência existe associação com valva aórtica bicúspide
Síndrome de Turner (comumente associada com CoA)
Formas:
Justaductal: adjacente ao canal arterial
Pré-ductal (hipoplasia tubular): obstrução anterior à emergência do canal arterial – quadro mais grave
(principalmente se hipoplasia tubular)
Clínica:
RN com CoA grave: manifestações ainda no período neonatal; neste período o fluxo sistêmico é dependente
do canal arterial. Manifestações: cianose diferencial (nos membros superiores não há cianose), IC grave e
sinais de choque
Crianças maiores / adolescentes:
Hipertensão arterial em membros superiores
Pulsos diminuídos em membros inferiores: dores nos membros
Frêmito nos espaços intercostais (circulação colateral)
Diagnóstico:
Raio-X: erosões costais; sinal do “3” (aumento da aorta pré e pós-obstrução)
Tratamento:
RN: prostaglandina (manter perfusão sistêmica)
Correção cirúrgica aberta ou por cateterismo
CARDIOPATIAS CIANÓTICAS
TETRALOGIA DE FALLOT
Cardiopatia congênita cianótica mais comum!
Características:
Obstrução via saída de VD
Hipertrofia do VD
CIV (defeito no septo IV)
Dextroposição da aorta
Diagnóstico:
Raio-X: “coração em bota” – elevação do ápice cardíaco devido a hipertrofia de VD; diminuição da circulação
pulmonar; arco da pulmonar escavado
ECG: sinais de aumento do VD
Eco: diagnóstico definitivo
Tratamento:
Cirurgia / Paliativo: Shunt de Blalock-Taussig (liga artéria subclávia na artéria pulmonar)
Clínica:
Cianose progressiva no RN
Disfunção miocárdica – insuficiência cardíaca
Sem sopros; B2 hiperfonética
No período neonatal, a cardiopatia congênita com mais manifestações é a transposição.
Diagnóstico:
Raio-X: coração em “ovo deitado”, fluxo pulmonar normal ou aumentado
Tratamento:
RN: prostaglandina EV – para manter o canal (permite que o sangue oxigenado alcance a circulação
sistêmica)
Atriosseptostomia por balão (Rashkind)
Jatene (cirurgia definitiva) – até 21 dias de vida (troca das artérias) – o VE está conectado a um circuito de
baixa pressão, de maneira que perde massa muscular; assim, se a cirurgia não for feita nos primeiros dias de
vida, ao conectar o VE com a aorta, ele não terá mais capacidade de bombear o sangue contra a circulação
sistêmica
FV / TV SEM PULSO
2J/kg
RCP 2 minutos
Acesso IV / IO
CHOCÁVEL?
/Sim
/
RCP 2 minutos
/Adrenalina (a cada 3-5 min)
Considerar IOT
CHOCÁVEL?
Sim
/
RCP 2 minutos
Amiodarona* ou Lidocaína
(*) No PALS a amiodarona pode ser repetida mais duas vezes
(**) Carga máxima: aumentar até 10J/kg ou até a carga do adulto
IOT
< 1 ano 3,5
1-2 anos 4
Sem cuff (> 2 anos) (idade)/4 + 4
Com cuff (> 2 anos) (idade)/4 + 3,5