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UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ – UNIFESSPA

INSTITUTO DE ESTUDOS EM DIREITO E SOCIEDADE – IEDS


FACULDADE DE DIREITO – FADIR

JAPENTAYARETI TOHAR JUKAPRIRE

ATUAÇÃO DO ESTADO SOBRE O DOMÍNIO ECONÔMICO

MARABÁ/PA
2019
JAPENTAYARETI TOHAR JUKAPRIRE

ATUAÇÃO DO ESTADO SOBRE O DOMÍNIO ECONÔMICO

Trabalho solicitado pelo Edieter


Ceconello, de Direito Adiministrativo II,
curso de Direito (Bacharel) turno
Integral, Universidade Federal do sul e
Sudeste do Pará- Unifesspa.

MARABÁ/PA
2019
Sumário

INTRODUÇÃO....................................................................................................... 5

1- O Estado tem legitimidade para intervir na economia? ................................... 6

2 - O que é intervenção direta............................................................................... 7

2.1 - Estado Regulador:..................................................................................... 8

2.2 - Estado Executor: ....................................................................................... 8

3 - Conclusão: .................................................................................................... 8

4- BIBLIOGRAFIA: ..............................................................................................8
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INTRODUÇÃO

Em harmonia com a dicção contida no artigo 170 da Constituição Federal de


1988, a ordem econômica encontra-se centrada em dois postulados
fundamentais, quais sejam: a valorização do trabalho humano e a livre iniciativa.
Denota-se que, ao fixar os dois postulados como alicerces da ordem econômica,
o Texto Constitucional de 1988 objetivou indicar que todas as atividades
econômicas, independentemente de quem possa exercê-las, devem com eles
encontrar compatibilidade. Das premissas ora mencionadas, extrai-se que, caso
a atividade econômica estiver de alguma forma vulnerando os preceitos
supramencionados, será a atividade considerada inválida e inconstitucional.
Além disso, a intervenção do Estado na vida econômica substância um redutor
de riscos tanto para os indivíduos quanto para as empresas, sobremaneira
quando identifica, em termos econômicos, a segurança como princípio. Repise-
se, neste ponto, que a intervenção do Estado não poderá entender-se como uma
limitação ou um desvio imposto aos próprios objetivos das empresas, mas sim
como uma diminuição de riscos e uma garantia de segurança maior na
prossecução dos fins últimos da acumulação capitalista. Assim, a presente
busca promover uma análise acerca do papel desempenhado pelo Estado,
enquanto regulador, no domínio econômico, bem como as formas de
intervenção.
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1- O Estado tem legitimidade para intervir na economia?

O Estado está plenamente legitimado a intervir no domínio econômico graças ao


art. 170 da Constituição Federal no qual estão expostos todos os princípios da
ordem econômica. Nele está previsto o respeito à livre iniciativa ao mesmo tempo
em que é necessária a manutenção do status quo.

“Art. 170 A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na


livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existências dignas, conforme os
ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
I - Soberania nacional;
II - Propriedade privada;
III - função social da propriedade;
IV - Livre concorrência;
V - Defesa do consumidor;
VI - Defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado
conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de
elaboração e prestação;
VII - redução das desigualdades regionais e sociais;
VIII - busca do pleno emprego;
IX - Tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob
as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País.”

O artigo 173 discorre sobre a atuação do Estado que, embora esteja plenamente
legitimado, só pode intervir diretamente em nome da segurança nacional e do
interesse coletivo.

“Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração


direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária
aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo,
conforme definidos em lei.”
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Os riscos segurança nacional que justificam a intervenção estatal são as


atividades que envolvem risco à defesa nacional, à soberania e a integridade do
Estado.

O artigo 174 versa sobre a intervenção indireta do Estado:

“Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado


exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento,
sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado.”

2 - O que é intervenção direta?

Segundo o professor Giovani Clark (2001):


“A intervenção direta é realizada quando o Estado cria as chamadas empresas
estatais (empresas públicas e sociedades de economia mista) para atuarem no
domínio econômico, como agentes, concorrendo com os particulares ou detendo
o monopólio; ou, ainda, quando o Estado cria as agências reguladoras para
regularem e fiscalizarem serviços e atividades econômicas. Essa modalidade de
intervenção pode ser também denominada Direito Institucional Econômico.”
(CLARK, 2001, p. 33)

O Estado só pode intervir diretamente quando houver ameaça à segurança


nacional ou ao interesse coletivo e precisa atender a algumas condições
essenciais, dentre as quais se destacam:

a) Não deve haver forma empresarial específica para o Estado, devendo-se


observar aquelas previstas em lei (art. 173, § 1º, CR/88);

b) As empresas estatais só podem assumir duas formas, a de empresa pública


ou a de sociedade de economia mista;
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c) O Estado, atuando como empresa pública ou sociedade de economia mista,


não pode ter benefícios fiscais que não tenham sido concedidos ao setor privado
concorrente (art. 173, § 2º, CR/88);

d) Como sociedade de economia mista, o Estado deve necessariamente abrir


seu capital.

Ao versar sobre a intervenção direta no domínio econômico, é possível verificar


que o estado pode seguir dois modelos de atuação: o de Regulador e o de
Executor.

2.1 - Estado Regulador:


Quando o Estado age como Regulador, segundo José dos Santos Carvalho
Filho, ele elabora normas, reprime abusos, interfere na iniciativa privada e regula
preços e abastecimento.
Como foi mencionado anteriormente, o Estado pode intervir de forma direta na
ordem econômica, só podendo fazê-lo em nome da segurança nacional e do
interesse coletivo para que não venha a ferir princípios constitucionais como o
da liberdade de iniciativa. Atuando como regulador o Estado impõe normas e
mecanismos com o intuito de punir e/ou prevenir condutas abusivas que possam
vir a prejudicar a harmonia social.

2.2 - Estado Executor:


Ao atuar como executor o Estado exerce atividade econômica. Há uma
intervenção direta na economia na qualidade de Estado Empresário. Enquanto
executor o Estado realiza atividades estritamente econômicas ou presta serviços
públicos, comprometendo-se plenamente com a atividade produtiva.

3 - Conclusão:

Por fim, resta concluir que o Estado, seja pela forma direta ou indireta, possui
meios legítimos de intervenção na economia. Frequentemente filósofos,
pensadores e economistas criticam a intervenção estatal como se ela fosse um
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freio, um mecanismo para controlar suas liberdade e direitos individuais. Epude


concluir com este artigo que ainda que uma intervenção signifique maior controle
da economia por parte do Estado, não significa que isso seja necessariamente
algo negativo, pois as intervenções visam garantir o equilíbrio econômico,
proteger o interesse público e o direito a livre concorrência.

Bibliografia

CLARK, Giovani. O Município em face do Direito Econômico. Belo Horizonte: Del


Rey,2001

BRASIL. Constituição de 1988: Promulgada em 5 de outubro de 1988: Atualizada


pela emenda constitucional n° 45, de 08-12-2004. Coletânea de Legislação
Administrativa. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005.

CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 16. ed.
Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2005.

DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 13° ed., São Paulo:
Atlas, 2001.

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