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A Igreja Latina traduziu “Homilia” por sermão, passando, então, as duas palavras,
num primeiro momento, a serem empregadas de forma intercambiável. Todavia,
posteriormente, elas passaram a designar um tipo de discurso;
Algumas definições que, podem nos oferecer uma visão mais abrangente do
assunto:
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A Homilética é Arte- Pela beleza e forma
Sem dúvida, a Homilética é uma arte – já que exige força criativa, que consiste na
aplicação e adaptação dos princípios gerais da retórica à elaboração e transmissão
do sermão. Assim sendo, podemos chamar a Homilética de “Retórica Sagrada”.
Esses pregadores vinham ao povo e aos reis com sua mensagem da parte de
Deus. “Assim diz o Senhor”, Selo da mensagem profética. Assim todos eles
imploravam, advertiam, repreendiam, falavam de julgamento, inspirados por Deus.
João Batista era o elo de ligação entre o A T e o N T, ele foi o último e o maior
dos profetas Mt. 11.11 e o primeiro pregador que marcava uma nova era.
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• Por autoridade e por uma confiança serena em Deus, em si mesmo, na sua
missão e mensagem.
• Às vezes Jesus trovejava juízo, as vezes convites com ternura e amor.
Nos Evangelhos
Período Patrístico
Foi Agostinho que escreveu a primeira obra sobre a arte da pregação. Ele foi
mestre da retórica, ele escreveu uma obra de quatro tomos chamada A Doutrina
Cristã. Os três primeiros escritos em 396 2 397 e o quarto em 427. Os três primeiros
sobre princípios de interpretação e o quarto sobre homilética.
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Depois de Agostinho a produção de homilética foi escassa, uns poucos autores
se destacaram em uma época de obscurantismo entre eles. Didoro de Sevilha,
Rabano Mauro, Allan de Lille, Humberto de Romans.
2-Rabano Mauro (776 a 856 d.C)- Ele escreveu sobre a instituição do clero, contendo
instruções sobre a teoria da homilética.
3-Allan de Lille- Sua obra tem por título sumário da arte da pregação, enfatiza o lugar
que a Escritura deve ocupar. E insiste que um pregador deve ter um conhecimento
especial do N T e do A T.
Os Pilares da Reforma
1. Só a Graça;
2. Só A Fé,
3. Só a Cristo,
4. Só a Palavra,
5. Só a Deus Glória
O sermão voltou a ser o centro do culto e o texto se constituiu no ponto central
sobre o qual se tratava o sermão. A homília voltou a ser um método popular da
pregação.
Matinho Lutero, 1486 a 1546, destaca-se nesse Período ele fez numerosas
referências de pregação. Lutero declarou que um pregador deveria ter essas
virtudes;
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7. Estar seguro da doutrina;
8. Ser comprometido de corpo e alma com a Palavra.
João Calvino (1509 A 1564), Ele restaurou uma ênfase básica na arte da pregação.
Citação; Um pregador deve estudar a Bíblia; Logo ao ser instruído pelo Espírito Santo
ele pode instruir a outros
Obs; Sua ideia central era “Um sermão tem que ser direto e prático”
Calvino tratando desse assunto insistiu no fato de que as marcas da Igreja são:
Os reformadores vão enfatizar o estudo da Palavra, visto que este fora ofuscado
pela preocupação filosófica: A Razão havia tomado o lugar da Revelação. Na
Reforma, o ponto de partida não é o homem; ele não é considerado "a medida de
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todas as coisas"; antes, a sua dignidade consiste em ter sido criado à imagem de
Deus.
• A fim de reformar a Igreja que havia caído ao longo dos séculos, numa
decadência teológica, moral e espiritual.
Calvino usou de modo especial, o método de expor e aplicar quase todos os livros
das Escrituras à sua congregação. A sua mensagem se constitui num monumento de
exegese, clareza e fidelidade à Palavra, sabendo aplicá-la com maestria aos seus
ouvintes.
A pregação não deve ser rejeitada; ela deve ser entendida como a Palavra de Deus
para nós; recusá-la é o mesmo que rejeitar o Espírito (Cf. 1Ts 4.8).
• O mundo por sua vez, deseja ansiosamente ouvir, porém, não a Palavra de
Deus (1Jo 4.5).
• Como há falsos pregadores e falsos mestres, é necessário “provar” o que está
sendo proclamado para ver se o seu conteúdo se coaduna com a Palavra de
Deus (At 17.11,12;1Jo 4.1-6).
• Assim sendo, a palavra que deveria ser profética, tende com demasiada
frequência mesmo assinando o seu obituário, a se tornar apenas algo
apetecível ao “público alvo”, aos seus valores e devaneios.
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• É preciso atenção redobrada para não cairmos nesta armadilha já que não é
difícil confundir os efeitos de uma mensagem pelo conteúdo do que
anunciamos:
• A pregação deve ser avaliada pelo seu conteúdo não pelos seus supostos
resultados.
Quem prega deve ter consciência de que o púlpito não é o lugar para se exercitar
as opiniões pessoais e subjetivas, mas sim, para pregar a Palavra, anunciando todo
o desígnio de Deus, sob a iluminação do Espírito.
A capacidade e a iluminação vem dele e sem ele qualquer pregador por mais
preparado que se julgue, por mais eloquente que pareça sem Ele estará só fazendo
barulho. É somente colocando-nos nas mãos do Senhor e tornando-nos dependentes
das suas ordens, sensíveis a sua vontade e obedientes ao que Ele nos determina que
podemos realizar o glorioso trabalho da pregação.
3-Permite interdisciplinaridade
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O Senhor não nos chama somente para falar ao povo, Ele nos chama é para
vivermos diante do povo. como porta-vozes do Senhor é necessário que nossas vidas
estejam colocadas no seu Altar.
Pregação é vida, assim pregar é falar de coração a coração. Por isso mesmo,
pregadores devem pregar não apenas com vida, mas com a vida, pois o pregador que
não pode viver a Palavra que fala precisa calar e viver.
Os ouvintes dão graças a Deus quando tem o seu pastor no rol dos que investem
tempo na elaboração de seus sermões. A verdade é que quanto mais tempo
passamos em oração, estudo. Meditação, e interpretação da Palavra, mais condições
tem de pregar com objetividade clareza e síntese.
Jamais devemos nos tornar tão observadores das falhas dos outros pregadores,
a ponto de perdermos a condição de ouvir para sermos alimentados com a
mensagem que está sendo pregada.
Se o que afirmamos no púlpito não pode ser confirmado com o modo como
vivemos, jamais a mensagem que pregamos será de fato relevante, Há pregadores
cujas vidas falam tão alto que os ouvintes não conseguem ouvir suas palavras.
O pregador por mais preparado que seja precisa ter uma mensagem que a
finalidade da pregação não é agradar a homens, mas ao Senhor.
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Sabendo que nada sabemos precisamos buscar aprender aos pés do Senhor. Assim
como Moisés não podemos dispensar a presença e o acompanhamento do Senhor
em qualquer circunstância.
Conhecimento homilético e retórico sem amor são como o metal que soa ou
como o sino que tine ( 1 Co. 13.1), qualquer pregador por mais que pense ter um
bom sermão e saiba comunicar bem, se não amar seus ouvintes estará apenas
fazendo barulho.
1-Dotes Naturais
Deus chama os Seus servos e os capacita para a tarefa que eles terão de realizar.
A pregação da Palavra exige dotes “naturais” como clareza de raciocínio, fluência,
dicção clara, sensibilidade. Estes dotes podem e devem ser melhorados ou
desenvolvidos. Calvino afirma que; “não é suficiente que uma pessoa seja eminente
no conhecimento profundo, se não é acompanhada do talento para ensinar.”
2-Cultura Geral
Portanto podemos ver que a pregação não é algo simples, se quisermos ser
pregadores fiéis, e, relevantes devemos nos dedicar com afinco ao estudo sério e
sistemático.
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John MacArthur afirma: Não há lugar para preguiça no ministério, ainda mais na
pregação da Palavra... Os que não assumirem o compromisso de se dedicarem com
esforço a pregação devem ficar longe do púlpito.
3-Habilidade
Saber escolher a disposição do material. Isto exige treino: Ouvir bons pregadores,
ler sermões, praticar e praticar. Aprender sem praticar é o mesmo que arar e não
semear. A prática da pregação é na realidade o ato de arar e semear ao mesmo
tempo.
4-Piedade
São aquelas coisas que conhecemos sobre nós mesmos e outros também
conhecem. “Nosso eu” é aberto conhecido por nós e pelos outros, é a nossa pessoa
pública em que nada é oculto. É a área dos atos conscientes. Ele admite sua
personalidade perante o auditório.
Área Cega – Essa vidraça é como se fosse de um vidro escuro, com possibilidade só
de um lado, ou seja, os outros nos enxergam, mas nós não nos enxergamos. Nessa
área da personalidade ficam aqueles aspectos que nós desconhecemos sobre nós
mesmos, mas que os outros conhecem. Nosso eu é cego isso quer dizer que o que
imaginamos ser não corresponde ao que os outros imaginam.
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Nosso autorretrato é totalmente diferente do retrato pintado pelos outros.
Nessa área o orador pensa que está produzindo um efeito que na realidade não está
ocorrendo, pensa que está comunicando bem, mas os ouvintes acham que ele está
comunicando mal.
Área Oculta – Essa vidraça também tem visibilidade de um lado só, mas no sentido
oposto, ou seja, nós enxergamos mais os outros não enxergam. É a área secreta da
nossa personalidade, aqui estão às coisas que conhecemos sobre nós mesmos, mas
que os outros não sabem (Insegurança, medo da reação, medo do ridículo etc). São
coisas que não revelamos aos outros por dois motivos:
Essas existem e sempre existiram dentro de cada pessoa e o ideal é que haja
equilíbrio entre elas para que a personalidade seja natural e agradável. Contudo o
orador eficaz entende que todo bom comunicador precisa aumentar a área aberta
da sua personalidade o qual leva a diminuir a área oculta.
“Não tenha medo de apresentar você a você mesmo, porque isto dará condições a
você mesmo de se apresentar aos outros”.
1-Lembre-se de que você não é o único sempre que tiver medo do auditório
sinta-se orgulhoso, isso mesmo.
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Orgulhe-se porque pelos mesmos aspectos você é igual aos grandes
oradores de todos os tempos. Sempre que você estiver com medo você estará bem
acompanhado. Você estará na companhia de Demóstenes, Jonh Kenned, Rui
Barbosa.
2-Não tenha medo do medo. Se não tiver medo do medo você terá um medo a
menos.
4- Prepare-se.
O auditório não está ali para vê-lo fracassar, mas sim para ouvi-lo. Se não
acreditasse em você não ficariam para escutá-lo, evite pensar que será terrível falar
para as pessoas, pense sempre na contribuição que você vai dar aos ouvintes e nas
coisas boas que irá dizer.
No caso da pregação pense na ajuda espiritual que você vai dar aos outros
(ouvintes), pense no fato de que você não está ali em causa própria. Mas a serviço
de uma superior, cumprindo uma ordem divina e que o interesse do êxito é
primeiramente do Senhor.
A Pessoa do pregador.
1-Qualificação Básica
2-Qualidades Espirituais
3-Qualidades Naturais
4-Qualidades Físicas
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4.1-Boa Aparência
4.2-Resistência Física
5-Qualidades Intelectuais
5.2-Estudo Geral
Ninguém quer ouvir um orador mentiroso e desonesto para ser cativante ele precisa
ter um caráter respeitável “Só quem conquista o respeito do ouvinte é quem vive de
maneira respeitável”.
3-Oração- A oração deve fazer parte da vida de todo crente, todavia deve fazer
muito mais parte da vida do pregador. O pregador, portanto, deve ser um homem de
oração, é a oração que ajuda na semeadura da Palavra, no seu crescimento, e
frutificação. A oração está para o pregador assim como a água está para a semente e
a planta.
4-Unção- Essa era uma das principais exigências da Igreja primitiva na separação
de obreiros At. 6.3-4 somente a unção do Espírito Santo sobre nós nos capacitará a
desenvolvermos de maneira fiel e frutífera o ministério.
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6-Senso de Tarefa- Pregar não é fácil é trabalho exaustivo, o pregador que não
sente o fardo do Senhor não pode sentir por muito tempo que o lado positivo excede
o negativo. Existem certos pregadores que parecem ter sido claramente separados
dos demais como mensageiros de Deus.
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É tarefa de o pregador estimular os desanimados, caso contrário não haverá
ninguém para deter a maré de derrotas.
13-Cultura- O pregador precisa ter cultura geral sólida, não pense em delimitar o
campo ou área de conhecimento como pregador. Além de um bom vocabulário,
simples e claro, mas deve evitar a vulgaridade e gírias. A melhor maneira de
enriquecer o vocabulário é através da prática constante da leitura.
15-Paciência -Os alvos do pregador em sua maior parte são objetivos a longo prazo
que levam anos para ser alcançado. O trabalho do pregador é plantar e regar, pois o
acréscimo é tarefa de Deus.
Conclusão
O pregador deve sempre ter consciência de que pode ser muito útil à humanidade.
Ser submisso a vontade de Deus e orientado em todo tempo pelo Espírito Santo a
guiá-lo em toda verdade (Anísio Batista)
O Sermão
O Conteúdo do Sermão
Basicamente o conteúdo da mensagem que pregamos pode ser tudo aquilo que se
pode dizer “Assim diz o Senhor” 1 Co. 4.1.
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O Texto e a Pregação
A pregação para ser relevante precisa ter a sua base na Palavra de Deus, com a
aplicação da Palavra de Deus e desafiando os ouvintes. Sem isso não há pregação.
É preciso conhecer mais e mais a Deus e buscar fazer a sua vontade, daí a
importância de cultivarmos a vida devocional.
Para sermos pregadores relevantes é preciso não apenas ler, mas ter prazer na Lei
do Senhor e na sua Palavra meditar de dia e de noite (Sl. 1.2).
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4-Pregação não é Palestra.
O Que é Pregação?
A pregação para ser relevante tem que ter sua base na Palavra de Deus. O
conteúdo da mensagem cristã provém das Escrituras.
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• Não deve provir de pensamentos filosóficos, políticos, poetas nem da
própria experiência ou reflexões próprias do pregador, mas sim das
Escrituras.
Ler- (A Bíblia) Pregação sem ler é trágico. Há pregadores que leem o texto que vão
pregar de forma atrapalhada, ele não domina o texto que está expondo.
• Há pregadores que leem o texto e saem do texto e não voltam mais ao texto.
• O sermão emana do texto, é preciso explicar o texto, ir ao texto mergulhar
no texto e descobrir as riquezas do texto.
Aplicar- Apesar de o texto ser antigo o pregador precisa conectar o texto ao ouvinte.
Se o pregador não conectar o texto ao ouvinte ele não pregou.
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