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0 INTRODUÇÃO

A mononucleose é uma doença causada pelo vírus de Epstein-Barr. Esse vírus invade as
células que revestem o nariz e a garganta, afetando os linfócitos B (glóbulos brancos
responsáveis pela produção de anticorpos). Essa infecção pode ser assintomática ou
apresentar febre alta, dificuldade para engolir, tosse e outros sintomas.

A infecção causada por este vírus é muito frequente e afeta principalmente crianças,
adolescentes e adultos igualmente. Cerca de 50 % das crianças já sofreu uma infecção pelo
vírus de Epstein-Barr antes dos cinco anos de idade. Os adolescentes e os adultos jovens
costumam contrair mononucleose infecciosa pelo beijo ou contato íntimo com alguém já
infectado.

No geral, a pessoa com mononucleose está recuperada em poucas semanas. Porém uma
pequena proporção de doentes necessita de meses para ficar curada. Há controvérsias sobre a
cronicidade da infecção.

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2.0 CAUSAS

A mononucleose é causada por uma infecção do vírus Epstein-Barr, da família Herpesviridae.


Ela pode ser transmitida principalmente pelo beijo ou contado com secreções orais. A
mononucleose raramente é transmitida pelo contato sexual ou transfusão de sangue.

Após infectar um novo hospedeiro, o vírus tem um período de incubação que varia entre 30 a
45 dias, para então apresentar os sintomas. Em crianças mais novas, esse período pode ser
menor.

Algumas pessoas que foram infectadas com a mononucleose podem contaminar outras
pessoas mesmo depois que os sintomas cessaram, sendo que o período de transmissão pode
durar um ano ou mais.

3.0 SINTOMAS DE MONONUCLEOSE

Os sintomas da mononucleose podem incluir:

 Fadiga
 Sensação geral de mal-estar
 Dor de garganta
 Inflamação de garganta que não melhora com o uso de antibióticos
 Febre
 Inchaço dos gânglios linfáticos no pescoço e axilas
 Amígdalas inchadas
 Dor de cabeça
 Erupção cutânea
 Baço suavemente inchado.

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Sintomas como febre e dor de garganta geralmente diminuem dentro de um par de semanas.
No entanto, outros sinais como fadiga, aumento dos gânglios linfáticos e baço inchado podem
durar por algumas semanas.

4.0 DIAGNÓSTICO E EXAMES

Se você estiver sentir qualquer um dos sintomas listados, considere comunicar um médico.
Caso descanso e uma dieta saudável não aliviem os sintomas dentro de uma semana ou duas
ou seus cessarem e depois voltarem, marque uma consulta médica.

Um clínico geral provavelmente conseguirá fazer o diagnóstico de mononucleose, podendo


também ser um infectologista ou pediatra, no caso das crianças. Como as consultas costumam
ser breves e há muitas informações e perguntas para cobrir, é uma boa ideia estar bem
preparado. Aqui estão algumas informações para ajudar no diagnóstico mais rápido:

 Anote quaisquer sintomas que você está enfrentando, inclusive os que podem parecer
sem relação com o motivo pelo qual você agendou a consulta
 Anote as informações pessoais importantes, incluindo quaisquer tensões principais ou
mudanças de vida recentes
 Faça uma lista de todos os medicamentos, bem como de quaisquer vitaminas ou
suplementos que você está tomando
 Leve um membro da família ou amigo junto. Às vezes pode ser difícil lembrar todas
as informações fornecidas durante a consulta. Alguém que acompanha você pode se
lembrar de algo que você perdeu ou esqueceu.

Seu tempo com o seu médico é limitado, preparar uma lista de perguntas irá ajudá-lo a
aproveitar ao máximo o tempo. Liste suas perguntas a partir da mais importante para a menos
importante, caso o tempo se esgote. Para mononucleose, algumas perguntas básicas incluem:

 Quais são as causas mais prováveis dos meus sintomas?


 Quais são as outras causas possíveis para os meus sintomas?
 Que exames eu preciso?
 Eu tenho essas outras condições de saúde. Como posso melhor gerenciá-las?
 Existem restrições que eu preciso seguir?
 Preciso ficar afastado do trabalho ou escola e por quanto tempo?
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 Quando posso retornar minhas atividades?
 Existem medicações que eu preciso evitar com mononucleose?
 Há algum material impresso que eu posso levar comigo? Quais sites você recomenda?

Além das perguntas que você preparou para perguntar ao seu médico, não hesite em fazer
perguntas adicionais durante a sua nomeação.

5.0 DIAGNÓSTICO DE MONONUCLEOSE

A análise dos sintomas é a chave mais importante para o diagnóstico da mononucleose. O


médico irá examiná-lo em busca de sinais da infecção, incluindo sua garganta, pele e
abdômen. Os exames para ajudar a confirmar o diagnóstico incluem:

 Exames sorológicos: um teste pode ser feito para detectar a presença de anticorpos
para o vírus EpsteinBarr no seu corpo. Este exame dá resultados dentro de um dia, mas
não pode detectar a infecção durante a primeira semana da doença
 Hemograma completo: um hemograma completo pode ser feito para descartar outras
infecções.

Exames de fígado podem ser feitos para descobrir se o vírus está afetando esse órgão. Se o
teste de mononucleose é negativo, o médico pode testá-lo para uma infecção por
citomegalovírus ou outros organismos.

6.0 TRATAMENTO DE MONONUCLEOSE

Não há tratamento específico disponível para mononucleose. O tratamento envolve


principalmente repouso e beber muitos líquidos. Pessoas que tiveram mononucleose uma vez
desenvolvem anticorpos para a doença, não podendo contraí-la novamente.

Os corticosteroides são os medicamentos recomendados para aliviar alguns de seus sintomas,


como inchaço da garganta e amígdalas. Além disso, o tratamento da mononucleose pode
envolver medicamentos para infecções secundárias.

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Ocasionalmente, uma infecção estreptocócica acompanha a dor de garganta da mononucleose.
Você também pode desenvolver uma sinusite aguda ou uma amigdalite. Se assim for, pode ser
necessário o tratamento com antibióticos para essas infecções bacterianas que o acompanham.

Mas cuidado: amoxicilina e outros derivados de penicilina não são recomendados para
pessoas com mononucleose. Na verdade, algumas pessoas com mononucleose que tomam um
destes medicamentos podem desenvolver uma erupção cutânea. A erupção, no entanto, não
significa necessariamente que eles são alérgicos ao medicamento. Se necessário, outros
medicamentos estão disponíveis para tratar infecções que podem acompanhar a
mononucleose.

7.0 CONVIVENDO/ PROGNÓSTICO

 Beba muita água e sucos de frutas: fluidos ajudam a aliviar a febre e dor de garganta,
além de evitar a desidratação
 Tome um analgésico para dor
 Tenha cuidado ao dar aspirina para crianças ou adolescentes, uma vez que ela tem sido
associada à síndrome de Reye, uma doença rara mas potencialmente fatal em crianças
que acabaram de ser tratadas para infecções como catapora e gripe
 Gargarejo com água salgada. Faça isso várias vezes ao dia para aliviar a dor de
garganta. Misture 1/2 colher de chá de sal em um copo de água morna.

A maioria dos sinais e sintomas da mononucleose desaparecem dentro de algumas semanas,


mas pode ser que leve de dois a três meses para você se sentir completamente normal. Quanto
mais cedo você começa a descansar, mais cedo você se recupera. Retornar às suas atividades
cedo demais pode aumentar o risco de uma recaída.

Para evitar o risco de complicações no baço, espere pelo menos um mês antes de retornar a
atividades vigorosas, como esportes de contato. A ruptura do baço resulta em hemorragias
graves e é uma emergência médica. Pergunte ao médico quando é seguro para que você possa
retomar o seu nível normal de atividade.

8.0 EXPECTATIVAS

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A mononucleose normalmente desaparece dentro de algumas semanas, mas em alguns casos
pode levar meses para sarar. Pessoas que tiveram mononucleose uma vez desenvolvem
anticorpos para a doença, não podendo contraí-la novamente.

9.0 COMPLICAÇÕES POSSÍVEIS

O vírus de Epstein-Barr tem sido relacionado com o linfoma de Burkitt, um tipo de câncer que
aparece principalmente na África tropical. Também pode influir no desenvolvimento de certos
tumores dos linfócitos B, que afetam as pessoas imunodeprimidas (como as submetidas a
transplantes de órgãos ou soropositivas) e em alguns tipos de câncer de nariz ou garganta.
Apesar de não se saber qual papel o vírus desempenha nestes casos, pensa-se que partes
específicas do material genético deste alteram o ciclo de crescimento das células infectadas.

Outras complicações incluem:

 Aumento do baço e, em casos mais graves, rompimento do órgão, necessitando de


cirurgia
 Hepatite
 Icterícia

Mononucleose também pode resultar levar a complicações menos comuns:

 Anemia
 Trombocitopenia
 Miocardite
 Complicações que envolvem o sistema nervoso, como meningite, encefalite e
Síndrome de Guillain-Barret
 Amígdalas inchadas, que podem bloquear a respiração.

10.0 PREVENÇÃO

A mononucleose é transmitida através da saliva. Se você está infectado, pode ajudar a


prevenir a propagação do vírus para outras pessoas:

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 Evite beijar o parceiro ou parceira
 Não compartilhe alimentos, pratos, copos e outros utensílios por até vários dias após
cessar os sintomas.

O vírus Epstein-Barr pode persistir em sua saliva durante meses após a infecção. Não existe
vacina para prevenir a mononucleose.

11.0 CONCLUSÃO

A mononucleose infecciosa pode ser transmitida não só pelo beijo, mas por compartilhamento
de qualquer objeto que tenha contato com saliva. O vírus EBV pode se associar a outros vírus
e causar diversas doenças. Por seus sintomas serem semelhantes ao de um resfriado a doença
pode passar despercebida, mas pode ser transmitida sem que as pessoas saibam. Não se tem
um medicamento para a Mononucleose infecciosa, mesmo ela sendo da família do herpes os
medicamentos que combatem a herpes não servem para ela, utilizando assim apenas
medicamentos que combatam os sintomas da doença e não ela.

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12.0 BIBLIOGRAFIA

1. LIMA.Marcos Antonio Pereira de, RABENHORST.Silvia Helena Barem.


Associação do vírus Epstein-Barr (EBV) com tumores sólidos. Revisão de Literatura.
2005.

2. RIBEIRO-SILVA A & ZUCOLOTO S. O papel do vírus Epstein-Barr na


tumorigênese humana. Medicina, Ribeirão Preto, n.36, p. 16-23, jan./mar. 2003.

3. VAZ, Adelaide J.; TAKEI, Kioko; BUENO, Ednéia Casagranda. Imunoensaios:


Fundamentos e aplicações. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.

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