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Rio de Janeiro
Setembro de 2015
Torres, Roberta de Roode
Procedimento Metodológico para Definir a
Potencialidade dos Municípios Quanto à Implantação de
Sítios Aeroportuários Regionais / Roberta de Roode Torres.
– Rio de Janeiro: UFRJ/COPPE, 2015.
XIX, 247 p.: il.; 29,7 cm.
Orientadores: Márcio Peixoto de Sequeira Santos
Licínio da Silva Portugal
Tese (doutorado) – UFRJ / COPPE / Programa de
Engenharia de Transportes, 2015.
Referências Bibliográficas: f. 208-214
1. Aeroportos Regionais. 2. Critérios de Localização.
3. AHP. I. Santos, Márcio Peixoto de Sequeira et al. II.
Universidade Federal do Rio de Janeiro, COPPE, Programa
de Pós Graduação em Engenharia de Transportes. III. Título.
iii
Aos meus filhos amados, Eric e Alice, para que nunca subestimem o valor do estudo e
da força de vontade.
iv
Paciência: Entender que tudo tem seu tempo. Que tudo vem a seu tempo. Dar o tempo
necessário. Para crescer. Brotar. Florescer. Aceitar o ciclo da vida. Respeitar o fluxo do
tempo. Observar o tempo passar. Esperar o tempo certo. Para Plantar. Para Colher. Para
Agir. Para seguir. Para Aprender.
v
AGRADECIMENTOS
À CAPES, pelo apoio financeiro em grande parte deste período, permitindo que eu
pudesse desenvolver as revisões e estudos necessários.
À Jane e Helena, pela ajuda inestimável, amizade e carinho por tantos anos, desde o
Mestrado. Adoro vocês!
Aos meus filhos Eric e Alice, mais do que sonhados e mais do que amados, obrigada
pelo amor e compreensão nos momentos que não pude estar junto em função da
produção desta tese.
Às minhas irmãs Chris e Mirinha, por zelarem tanto pela minha saúde e bem estar.
Aos meus amigos do lado esquerdo do peito, Avellar e Fernanda, obrigada pelo apoio de
sempre e em tudo! A amizade mais importante que tenho são vocês.
Ao sr. Luis Roberto Caneca, Diretor da Concremat, por me instigar a procurar sempre
vi
mais em um trabalho similar na empresa.
Aos colaboradores e amigos que responderam às pesquisas para julgamentos dos fatores
e critérios, indispensáveis à conclusão deste trabalho: André Soutelino, Betania, de São
Paulo, Bruno Medeiros, da ANAC, Economista Caroline Santos, do IBGE, Prof.
Cláudio Jorge, do ITA, Erivelton Pires Guedes, do IPEA, Euler Monteiro, da Egis,
Fábio Magalhães, da ANAC, Fábio Rabbani, da ANAC, Flademir Candido Silva, Hugo
Vasconcelos, da ANAC, João Pedro Pita, da GRU Airport, João Silva, do FAA, Jorge
Silveira, da ANAC, José Alexandre Fregnani, da Boeing, José dos Magalhães, do IDEA,
Luís Brettas, da ANAC, Luís Carlos de Avellar, do IDEA, Luis Roberto Caneca, das
Empresas Concremat, Marcos Eurich, da ANAC, Milton Feitosa, da AZUL, Marcelo
Bento, da Azul, Marcelo Marinho, da ANAC, Rafael Matera, da ANAC, Renata
Guilhermino, da ANAC, Renato Lima, da ANAC, Prof. Ricardo Esteves, da PUC,
Ricardo Pacheco, da Infraero e PEP, Major Roberto Carlos Fernandes, Rodrigo Moser,
da ANAC, Sezisnando Seródio Garcia Paes, da Infraero, Rodrigo Otavio, da ANAC, e
Comandante Tito Walker.
Aos colegas Marcial Marazzo e Saul Germano Quadros, pela ajuda inestimável na
conclusão do modelo no Expert Choice, sem contar a paciência e prontidão. Muito
obrigada!
vii
Resumo da Tese apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos necessários
para a obtenção de grau de Doutor em Ciências (D.Sc.)
Setembro/2015
viii
Abstract of Thesis presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Doctor of Science (D.Sc.)
September/2015
ix
SUMÁRIO
x
5.1.6. Etapa 6 – Resultados e Ajustes.......................................................................... 110
5.1.7. Etapa 7 – Análise de Resultados ....................................................................... 110
5.1.8. Etapa 8 – Considerações Finais e Recomendações ........................................... 111
6 APLICAÇÃO – HIERARQUIZAÇÃO DOS MUNICÍPIOS POTENCIAIS ............ 112
6.1. Definição do Estado Brasileiro ............................................................................... 112
6.1.1. O Estado do Espírito Santo ............................................................................... 114
6.1.2. Levantamento de Dados sobre o Potencial dos Municípios .............................. 125
6.2. Definição do Campo de Estudos – Corte ............................................................... 130
6.2.1. Capital do Estado .............................................................................................. 130
6.2.2. Catchment Area ................................................................................................. 130
6.2.3. Faixa de População............................................................................................ 133
6.2.4. Modificação na Quantidade de Alternativas ..................................................... 136
6.3. Estrutura da Árvore de Decisão............................................................................. 137
6.4. Definição de Pesos e Importâncias Relativas ........................................................ 138
6.4.1. Aplicação do Questionário ................................................................................ 138
6.4.2. Resultados do Questionário ............................................................................... 140
6.5. Hierarquização dos Municípios Candidatos ......................................................... 153
6.5.1. Resultado Combinado ....................................................................................... 155
6.5.2. Resultado pela Ótica dos Especialistas ............................................................. 161
6.5.3. Resultado pela Ótica das Empresas Aéreas ....................................................... 165
6.5.4. Resultado pela Ótica dos Operadores Aeroportuários....................................... 169
6.5.5. Resultado pela Ótica do Órgão Regulador ........................................................ 173
7 ANÁLISE DE RESULTADOS – HIERARQUIZAÇÃO DOS MUNICÍPIOS
POTENCIAIS .......................................................................................................................... 178
7.1. Resumo da Hierarquização dos Municípios e Resultado Final ........................... 178
7.2. Análises de Sensibilidade ........................................................................................ 186
7.3. Avaliação em Relação ao Plano Aeroviário do Estado do Espírito Santo.......... 194
7.4. Programa de Investimentos em Logística – PIL Aeroportos .............................. 196
7.5. Estudo da Urban Systems – Melhores Aeroportos Regionais do Brasil............. 197
7.6. Estudo de PRAZERES E TABALIPA - 2012 ....................................................... 198
7.7. Síntese da Proposta desta Tese em Relação aos Demais Estudos ....................... 199
8 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ..................................................................... 200
8.1. Conclusões ................................................................................................................ 200
8.2. Recomendações ........................................................................................................ 206
xi
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................. 208
I ANEXO 01 ....................................................................................................................... 215
II ANEXO 02 ....................................................................................................................... 222
III ANEXO 03 ................................................................................................................... 226
IV ANEXO 04 ................................................................................................................... 237
xii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1.1 - Evolução do Tráfego Aéreo Doméstico Brasileiro.................................................... 5
Figura 1.2 - Evolução do N° de Localidades Atendidas por Transporte Aéreo Regional no Brasil
....................................................................................................................................................... 6
Figura 2.1 - Frequência diária por Faixa de Assentos em Companhias Aéreas Europeias ......... 29
Figura 2.2 - Área de Polarização ou Catchment Area Primária e Secundária ............................. 35
Figura 3.1 - Potencial Socioeconômico do Estado de São Paulo – PAESP/2007 ....................... 63
Figura 3.2 - Fatores, Indicadores Iniciais de Análise, Justificativa e Fontes – Estudo ABETAR
Adequação da Infraestrutura Aeroportuária nas Regiões de Interesse Turístico......................... 66
Figura 3.3 - Região de Influência - IBGE (2008)........................................................................ 68
Figura 4.1 - Vantagens no uso da AHP ....................................................................................... 81
Figura 4.2 - Modelagem Clássica de Transportes - 4 Etapas ...................................................... 82
Figura 4.3 - Atração e Produção de Viagens ............................................................................... 83
Figura 4.4 - Ranking Melhores Aeroportos Regionais - Estudo da Urban Systems, 2014 ......... 89
Figura 4.5- Estrutura de Decisão para Seleção e Avaliação de Municípios Potenciais a Receber
um Aeroporto Regional ............................................................................................................... 91
Figura 5.1 - Estrutura Proposta para o Procedimento para Hierarquização de Municípios com
Potencial de Demanda para Implantação de Sítios Aeroportuários Regionais. Fonte: Elaboração
da própria .................................................................................................................................... 98
Figura 5.2 - Elementos Constituintes da Árvore de Decisão Por Ator/Agente ......................... 104
Figura 6.1 - Regiões Geográficas Brasileiras ............................................................................ 113
Figura 6.2 - Microrregiões do Estado do Espírito Santo ........................................................... 117
Figura 6.3 - Principais Portos do Espírito Santo ....................................................................... 120
Figura 6.4 - Faixas de Desenvolvimento Humano Municipal - IDHM ..................................... 123
Figura 6.5 - IDHM dos 78 Municípios do Estado do Espírito Santo ........................................ 124
Figura 6.6 - Localização das 4 (Quatro) Alternativas de Municípios a Serem Hierarquizados 135
Figura 6.7 - Estrutura de Decisão para Seleção e Avaliação de Municípios Potenciais a Receber
um Aeroporto Regional ............................................................................................................. 138
Figura 6.8 - Questionários Aplicados Contemplando 15 Julgamentos de Fatores e 12
Julgamentos de Critérios ........................................................................................................... 140
Figura 6.9 - Síntese de Julgamentos Combinados de Fatores - Todos os Questionários .......... 144
Figura 6.10 - Síntese de Julgamentos Combinados de Fatores - Apenas Questionários
Consistentes............................................................................................................................... 144
Figura 6.11 - Síntese Combinada das Prioridades segundo os Julgamentos dos Critérios ....... 144
Figura 6.12 - Síntese Combinada Somente com a Prioridade dos Julgamentos sobre Critérios
Considerados Consistentes ........................................................................................................ 147
xiii
Figura 6.13 - Grade de Valores Correspondentes aos Pesos Normalizados _ Grupos Combinados
(gerado pelo Expert Choice) ..................................................................................................... 156
Figura 6.14 - Síntese Combinada em Relação ao Objetivo Final.............................................. 156
Figura 6.15 - Síntese Combinada em Relação ao Fator Renda ................................................. 157
Figura 6.16 - Síntese Combinada em Relação ao Fator Negócios ............................................ 158
Figura 6.17 - Síntese Combinada em Relação ao Fator Turismo .............................................. 159
Figura 6.18 - Síntese Combinada em Relação ao Fator Concorrência Modal .......................... 160
Figura 6.19 - Síntese Combinada em Relação ao Fator População........................................... 161
Figura 6.20 - Estrutura da Árvore de Decisão - Grupos Combinados....................................... 161
Figura 6.21 - Grade de Valores correspondentes aos pesos normalizados _ Grupos de
Especialistas (gerado pelo Expert Choice) ................................................................................ 162
Figura 6.22 - Síntese Grupo de Interesse de Especialistas em Relação ao Objetivo Final ....... 163
Figura 6.23 – Estrutura da Árvore de Decisão - Grupo de Interesse de Especialistas .............. 165
Figura 6.24 - Grade de Valores Correspondentes aos Pesos Normalizados _ Grupos das
Empresas Aéreas (gerado pelo Expert Choice) ......................................................................... 166
Figura 6.25 - Síntese Grupo de Interesse de Empresas Aéreas em Relação ao Objetivo Final 166
Figura 6.26 - Estrutura da Árvore de Decisão - Grupo de Interesse de Empresas Aéreas ........ 169
Figura 6.27 - Grade de Valores Correspondentes aos Pesos Normalizados _ Grupos dos
Operadores Aeroportuários (gerado pelo Expert Choice) ......................................................... 170
Figura 6.28 - Síntese Grupo de Interesse de Operadores em Relação ao Objetivo Final.......... 170
Figura 6.29 – Estrutura da Árvore de Decisão – Grupo de Interesse de Operadores
Aeroportuários........................................................................................................................... 173
Figura 6.30 - Grade de Valores Correspondentes aos Pesos Normalizados _ Grupos do òrgão
Regulador (gerado pelo Expert Choice) .................................................................................... 174
Figura 6.31 - Síntese Grupo de Interesse do Órgão Regulador em Relação ao Objetivo Final 174
Figura 6.32 - Estrutura da Árvore de Decisão – Grupo de Interesse do Órgão Regulador ....... 177
Figura 7.1 - Localização dos 4 (quatro) Municípios Selecionados para Hierarquização de
Potenciais Localidades à Implantarem um Aeroporto Regional ............................................... 180
Figura 7.2 – Possível Catchment Area do Município de Cachoeiro de Itapemirim .................. 182
Figura 7.3 – Possível Catchment Area do Município de Colatina ............................................ 183
Figura 7.4 – Possível Catchment Area do Município de Linhares ............................................ 184
Figura 7.5 – Possível Catchment Area do Município de São Mateus ....................................... 185
Figura 7.6 - Gráfico de Performance das Alternativas do Grupo Combinado (Gerado pelo
Expert Choice) .......................................................................................................................... 187
Figura 7.7 - Gráfico de Performance das Alternativas do Grupo Combinado: Fator Operação
Aérea Anulado (Gerado pelo Expert Choice) ........................................................................... 188
xiv
Figura 7.8 - Gráfico de Performance das Alternativas do Grupo Combinado: Fator Concorrência
Modal Anulado (Gerado pelo Expert Choice) .......................................................................... 188
Figura 7.9 - Gráfico de Performance das Alternativas do Grupo Combinado: Fator População
Anulado (Gerado pelo Expert Choice) ...................................................................................... 189
Figura 7.10 - Gráfico de Performance das Alternativas do Grupo Combinado: Fator Renda
Anulado (Gerado pelo Expert Choice) ...................................................................................... 189
Figura 7.11 - Gráfico de Performance das Alternativas do Grupo Combinado: Fator Negócios
Anulado (Gerado pelo Expert Choice) ...................................................................................... 190
Figura 7.12 - Gráfico de Performance das Alternativas do Grupo Combinado: Fator Turismo
Anulado (Gerado pelo Expert Choice) ...................................................................................... 190
Figura 7.13 - Gráficos de “Performance” e “Dynamic” das Alternativas do Grupo Combinado:
Fator Turismo Aumentado (Gerados pelo Expert Choice) ....................................................... 191
Figura 7.14 - Gráfico de Performance das Alternativas do Grupo Combinado: Municipio de
Linhares em Primeira Posição de Prioridade (Gerado pelo Expert Choice) ............................. 192
Figura 7.15 - Relação de Potencialidades entre Os Municípios de Cachoeiro de Itapemirim e
Linhares (Gerado pelo Expert Chocie)...................................................................................... 193
Figura 7.16 - Sistema Estadual de Aeroportos - PAEES (2000) ............................................... 195
Figura 7.17 - Previsão de Aeroportos e Investimentos do PIL - Aeroportos ............................ 196
Figura 7.18 - Estudo da Urban Systems para os Melhores Aeroportos Regionais do Brasil
(URBAN, 2014) ........................................................................................................................ 198
Figura I.1 - Exemplo de Estrutura Hierárquica ......................................................................... 216
Figura I.2 - Matriz para Comparações Par-a-Par (MORGADO, 2005) .................................... 217
Figura I.3 – Exemplo de Matriz A ............................................................................................ 218
Figura I.4 - Cálculo do Autovalor e Autovetor ......................................................................... 219
Figura III.1 - Síntese Combinada de Todos os Grupos - Fatores .............................................. 226
Figura III.2 - Síntese Combinada de Todos os Grupos - Critérios ............................................ 226
Figura III.3 - Síntese Combinada Grupos Consistentes - Fatores ............................................. 227
Figura III.4 - Síntese Combinada Grupos Consistentes - Critérios ........................................... 227
Figura III.5 - Síntese Combinada Grupos Consistentes - Resultado Hierarquização................ 227
Figura III.6 - Síntese Combinada Grupo de Especialistas - Fatores.......................................... 228
Figura III.7 - Síntese Combinada Grupo de Especialistas - Critérios ....................................... 228
Figura III.8 - Síntese Combinada Grupo de Especialistas - Resultado Hierarquização ............ 228
Figura III.9 - Síntese do Grupo de Interesse de Especialistas em Relação ao Fator Renda ...... 229
Figura III.10 - Síntese do Grupo de Interesse de Especialistas em Relação ao Fator Negócios 229
Figura III.11 - Síntese do Grupo de Interesse de Especialistas em Relação ao Fator de
Concorrência Modal .................................................................................................................. 229
xv
Figura III.12 - Síntese do Grupo de Interesse de Especialistas em Relação ao Fator de Turismo
................................................................................................................................................... 229
Figura III.13 - Síntese do Grupo de Interesse de Especialistas em Relação ao Fator de População
................................................................................................................................................... 230
Figura III.14- Síntese Combinada Grupo de Empresas Aéreas - Fatores.................................. 230
Figura III.15 - Síntese Combinada Grupo de Empresas Aéreas - Critérios .............................. 230
Figura III.16 - Síntese Combinada Grupo de Empresas Aéreas - Resultado Hierarquização ... 231
Figura III.17 - Síntese Grupo de Interesse de Empresas Aéreas em Relação ao Fator Negócios
................................................................................................................................................... 231
Figura III.18 - Síntese Grupo de Interesse de Empresas Aéreas em Relação ao Fator Renda .. 231
Figura III.19 - Síntese Grupo de Interesse de Empresas Aéreas em relação ao Fator
Concorrência Modal .................................................................................................................. 231
Figura III.20 - Síntese Grupo de Interesse de Empresas Aéreas em relação ao Fator Turismo 232
Figura III.21 - Síntese Grupo de Interesse de Empresas Aéreas em relação ao Fator População
................................................................................................................................................... 232
Figura III.22 - Síntese Combinada Grupo de Operador Aeroportuário - Fatores ..................... 232
Figura III.23 - Síntese Combinada Grupo de Operador Aeroportuário - Critérios ................... 233
Figura III.24 - Síntese Combinada Grupo de Operador Aeroportuário - Resultado
Hierarquização .......................................................................................................................... 233
Figura III.25 - Síntese Grupo de Interesse de Operadores em Relação ao Fator Renda ........... 233
Figura III.26 - Síntese Grupo de Interesse de Operadores em Relação ao Fator Turismo ........ 233
Figura III.27 - Síntese Grupo de Interesse de Operadores em Relação ao Fator Negócios ...... 234
Figura III.28 - Síntese Grupo de Interesse de Operadores em Relação ao Fator População ..... 234
Figura III.29 - Síntese Grupo de Interesse de Operadores em Relação ao Fator de Concorrência
Modal ........................................................................................................................................ 234
Figura III.30 - Síntese Combinada Grupo do Órgão Regulador - Fatores ................................ 235
Figura III.31 - Síntese Combinada Grupo do Órgão Regulador - Critérios .............................. 235
Figura III.32 - Síntese Combinada Grupo do Órgão Regulador - Resultado Hierarquização ... 235
Figura III.33 - Síntese Grupo de Interesse do Órgão Regulador em Relação ao Fator Turismo
................................................................................................................................................... 235
Figura III.34 - Síntese Grupo de Interesse do Órgão Regulador em Relação ao Fator Negócios
................................................................................................................................................... 236
Figura III.35 - Síntese Grupo de Interesse do Órgão Regulador em Relação ao Fator Renda .. 236
Figura III.36 - Síntese Grupo de Interesse do Órgão Regulador em Relação ao Fator de
Concorrência Modal .................................................................................................................. 236
Figura III.37 - Síntese Grupo de Interesse do Órgão Regulador em Relação ao Fator População
................................................................................................................................................... 236
xvi
Figura IV.1 - Divisão Territorial Turística do Espírito Santo ................................................... 237
Figura IV.2 - 76 Áreas Naturais Protegidas do Espírito Santo ................................................. 238
Figura IV.3 - Massa Salarial - Turismo no Espírito Santo ........................................................ 242
xvii
LISTA DE TABELAS
xviii
Tabela 7.2- Comparação entre os Dados Brutos dos Municípios de Cachoeiro de Itapemirim e
Linhares ..................................................................................................................................... 193
Tabela 7.3 - Síntese dos Resultados desta Tese e de Outros Estudos sobre o Tema................. 199
Tabela I.1 - Exemplo de Matriz de Decisão .............................................................................. 215
Tabela I.2 - Escala Fundamental de Saaty ................................................................................ 217
Tabela I.3 - Índice Randômico (SAATY, 1991) ....................................................................... 220
Tabela 0.4 - Escala Fundamental de Saaty ................................................................................ 223
Tabela III.1 - Matriz de Julgamentos - Grupos Combinados .................................................... 226
Tabela III.2 - Matriz de Julgamentos - Grupo de Especialistas ................................................ 228
Tabela III.3 - Matriz de Julgamentos - Grupo de Empresas Aéreas ......................................... 230
Tabela III.4 - Matriz de Julgamentos - Grupo de Operadores Aeroportuários.......................... 232
Tabela III.5 - Matriz de Julgamentos - Grupo do Órgão Regulador ......................................... 234
xix
1 INTRODUÇÃO
A aviação civil desempenha um papel catalisador: ela abre mercados aos produtores, ela
preenche as mais diversas lacunas de apoio ao processo de desenvolvimento, onde quer
que elas existam e qualquer que seja sua evolução futura. Na maior parte dos países em
desenvolvimento, onde os transportes de superfície com frequência são insuficientes ou
precários, a aviação civil permite a criação da infraestrutura de transporte a um custo
infinitamente inferior a outras modalidades (SILVA, 1991).
1
Interessante notar que não existe uma regra mundial sobre quantos aeroportos cada país
deve ter. POSTORINO (2010) ressalta que na Europa, mais especificamente na
Finlândia e na Noruega, são exemplos de países que possuem muitos aeroportos de
pequeno porte e poucos de grande porte, justamente por serem países com baixa
densidade demográfica e com terrenos sinuosos. Segundo a Air Transport Action Group
– ATAG (2012), mesmo com estas dificuldades, a Noruega consegue transportar 99,5%
de sua população remota para a capital do país, Oslo, no mesmo dia e justamente por
causa do apoio que a aviação regional exerce.
2
Do outro lado da moeda, também tem sido possível observar aeroportos construídos em
excesso, o que tem se mostrado inviável, tanto em termos de concorrência como em
termos de autossuficiência. Além disso, em muitos países, como Espanha, Reino Unido,
Estados Unidos, Rússia e Índia, aeroportos regionais vêm sendo desativados em função
da dificuldade de se manter uma infraestrutura desse porte e todos os requisitos
mínimos que estes são obrigados a cumprir, da concorrência entre aeroportos muito
próximos e a dificuldade de se atrair e manter passageiros (HEYMANN, 2005; INDIA,
2012; THE ECONOMIST, 2012; THE ECONOMIST, 2013).
Este fato reforça que o investimento a ser realizado em equipamentos deste porte deve
ser calcado em variáveis explicativas que atestem sua necessidade, de forma a não
torná-los ociosos e/ou sem retorno financeiro.
Este trabalho tem por objetivo geral desenvolver um procedimento para identificar e
hierarquizar municípios quanto ao potencial de demanda destes receberem a
implantação de sítios aeroportuários regionais, bem como estabelecer indicadores que
expressem a necessidade de tais aeroportos em uma dada região.
Como objetivos específicos este estudo busca identificar e avaliar quais indicadores são
apropriados e de que forma esses indicadores expressam a potencialidade de um
município para a implantação de um aeroporto regional. Com base em uma proposta de
organização e classificação desses indicadores e, sua importância relativa, será
construído uma estrutura de decisão que, ao final, permitirá hierarquizar os municípios.
Além disso, este procedimento propõe um estudo de caso onde o método de análise
multicritério, o Método de Análise Hierárquica – MAH (AHP, em inglês) poderá ser
3
testado e avaliado quanto a sua aderência na área de hierarquização de localidades
potenciais ao segmento de transporte aéreo, neste caso, regional.
1.2. Hipóteses
4
Outra hipótese é a de que a operacionalidade de aeroportos regionais bem definidos e
localizados permite desafogar a demanda concentrada nos grandes aeroportos, além de
desenvolver socioeconomicamente a localidade onde estão inseridos.
A demanda por transporte aéreo no Brasil cresceu de forma expansiva nas últimas
décadas, como mostra a Figura 1.1, mas o número de localidades atendidas por serviços
regulares não acompanhou esse crescimento, conforme atesta a Figura 1.2.
5
Em 2012, foram quase 90 milhões de passageiros viajando de avião por destinos
domésticos, localizados em apenas 121 localidades, onde 31 estão localizados nas 27
capitais brasileiras. Das quase 400 cidades atendidas pela aviação regular há 60 anos,
apenas 189 cidades eram atendidas por voos em 2000, como demonstra a Figura 1.2.
Em 2012 este número caiu para 121, o que representa uma queda de 36% em relação a
2000. De forma a complementar estes dados, vale lembrar que há 60 anos atrás a
população brasileira era de quase 70 milhões de habitantes, em 2000 éramos 175
milhões e em 2012, praticamente 195 milhões.
Figura 1.2 - Evolução do N° de Localidades Atendidas por Transporte Aéreo Regional no Brasil
Fonte: BNDES, 2002, atualizado pela autora com dados da ANAC para o n° de localidades e do IBGE para a
População
6
não é possível, mas muitas de suas solicitações podem ser acolhidas e algumas
dificuldades mitigadas, desde que o foco seja procurado.
Por outro lado, esse segmento enfrenta diversas dificuldades e barreiras. Como explica
Alves (2010), a competitividade entre as grandes empresas aéreas vem, cada vez mais,
retirando os voos destinados às cidades que não geram demandas para suas aeronaves.
7
No Brasil, existe uma grande demanda para este tipo de aeroporto e não basta apenas
achar um local em tamanho, mas sim um local que seja adequado à função regional, que
em transporte aéreo não tem caráter geográfico. No entanto, diferente dos grandes
mercados internacionais, as grandes empresas aéreas brasileiras não possuem
subsidiárias regionais, ficando este segmento por conta de empresas aéreas regionais
que, historicamente, ao ganharem mercado, abandonam as ligações regionais, menos
lucrativas.
8
ausência de uma definição oficial por parte do órgão regulador brasileiro (BETTINI e
OLIVEIRA, 2011).
Nesta tese será discutido o conceito desse mercado e como serão considerados e
definidos os aeroportos regionais. No intuito de se reavaliar esse papel dos aeroportos
regionais no sistema de aviação civil e, por consequência, sua classificação, é
importante conhecer as características de origem e destino da demanda pelo serviço de
transporte aéreo. O equilíbrio acontece justamente quando a demanda em um dado
aeroporto e os serviços oferecidos são consistentes mutualmente, e para todos os
agentes envolvidos, passageiros, companhias aéreas, operadores e a sociedade.
Assim, delimitar o número de aeroportos regionais que um país deve ter não é o foco de
um elo tão importante no sistema de aviação, mas sim aeroportos devidamente
localizados, que atendam suas diversas funções e onde exista demanda de ida e volta
que, após investimento, justifique e procure sustentar uma infraestrutura aeroportuária
na localidade.
9
procurou-se conhecer e definir o maior número possível de variáveis que expressem
potencial de demanda e, em seguida, definir a importância relativa entre eles, agregando
a visão dos agentes intervenientes.
No caso brasileiro, com a temática dos aeroportos regionais amplamente defendida pelo
governo do país nos últimos anos, vários artigos e estudos acadêmicos procuraram
pesquisar e analisar os critérios utilizados. No entanto, com base na revisão
bibliográfica, a existência de estudos sobre a localização de aeroportos regionais, com o
objetivo de determinar indicadores de potencial de demanda dos municípios e ao final,
hierarquizar estas localidades se mostrou resumida e sobre alguns indicadores que serão
apresentados nesta tese, se mostrou escassa, o que reforça a necessidade de discuti-los,
inseri-los e analisá-los.
Para a elaboração desta tese, é proposta a seguinte estrutura que apresentará, através de
8 (oito) capítulos, toda a revisão bibliográfica pesquisada, estudos consultados, análises,
metodologias, estudo de caso, resultados obtidos, conclusões e recomendações.
Capítulo 1. Introdução
Este capítulo, a partir de uma revisão bibliográfica sobre o contexto dos aeroportos
regionais, no Brasil e no mundo, tem por objetivo definir quais indicadores relativos ao
transporte aéreo regional são relevantes e apontam para a especificidade da localização
10
deste tipo de infraestrutura em determinada localidade, nesta tese um município de um
Estado brasileiro. Em conjunto à análise destes indicadores será apresentado o conceito
de área de polarização (catchment area), que ao final, proporcionará uma delimitação
dos municípios existentes a serem selecionados na aplicação do procedimento, no
capítulo 6.
Este capítulo tem como propósito, com base na revisão bibliográfica, caracterizar os
indicadores que expressam o potencial de demanda dos municípios a receberem um
aeroporto regional, através da análise de estudos sobre a localização de aeroportos e
hierarquização de outros equipamentos. Este capítulo busca aprofundar quais
indicadores, associados aos do capítulo anterior, que são específicos do aeroporto
independente da sua localização, são significativos para avaliar o potencial de demanda
e se existe um padrão que possa ser relacionado ao transporte aéreo regional.
11
Este conjunto de indicadores, de ambos os capítulos, serão utilizados para alimentar o
procedimento para hierarquização dos municípios, a ser elaborado no capítulo 5. Porém,
antes do procedimento é preciso selecionar e organizar os indicadores e isto será
realizado no capítulo 4.
12
aeroportuária. Este procedimento será avaliado em um estudo de caso a ser elaborado no
capítulo seguinte.
Este Capítulo tem por objetivo aplicar em um estudo de caso o procedimento elaborado
no capítulo anterior, utilizando-se A AHP e, tendo por consequência, a estrutura de
hierarquização dos municípios candidatos à implantação de um aeroporto regional. A
primeira etapa será a definição da área de estudo, neste caso um Estado da Federação
Brasileira, o Espírito Santo.
13
• Análise de Sensibilidade
14
2 CARACTERIZAÇÃO DE AEROPORTOS REGIONAIS
A primeira teve como foco a conceituação de aeroportos regionais, visto que a literatura
diverge quanto à sua caracterização. Esta parte representa o ponto de partida para a
caracterização do problema. Ainda, para hierarquizar os municípios potenciais a
receberem um aeroporto regional, é preciso entender o contexto que esses aeroportos se
inserem, quem são os agentes envolvidos, bem como que indicadores expressam a
necessidade por um aeroporto deste tipo. A contextualização deste tipo de infraestrutura
e o estudo de seus indicadores servirão de base para a caracterização da área de estudo,
bem como para a seleção dos fatores relacionados à localização de aeroportos regionais.
15
BETTINI (2007) ressalta e DEMANT (2011) reforça que muitas das causas que
dificultam a evolução da aviação regional no Brasil têm origem no acesso restrito aos
combustíveis, na dificuldade para se investir e renovar a frota, principalmente uma frota
adequada a esse mercado, na alta carga tributária, na concorrência com o modal
rodoviário e também a precariedade da infraestrutura. DEMANT (2011) ressalta,
inclusive, que essa precariedade na infraestrutura aeroportuária pode significar uma
barreira estrutural à entrada em mercados regionais.
Além disso, em seu estudo sobre Constituição do Marco Regulatório para O Mercado
Brasileiro de Aviação Regional, OLIVEIRA e SILVA (2008) analisaram a queda na
cobertura aérea e a relacionaram com indicadores econômicos, onde concluiram que,
após a liberalização do setor, em 1998, as empresas aéreas passaram a competir de
forma mais intensa. Com isso, ao analisar as microrregiões cobertas e seus PIB per
capita entre 2000 e 2008, chegaram à conclusão que o PIB per capita foi incrementado
em todas as regiões, o que indicou que as companhias ou encerraram suas operações ou
estavam concentrando seus voos em localidades com maior demanda e poder aquisitivo.
Assim, a queda na cobertura das cidades indicou que o transporte aéreo teve seu
potencial de desenvolvimento social, econômico e turístico comprometido.
Os altos e baixos no desempenho das empresas aéreas regionais não afetam apenas as
próprias companhias em si. O caso específico das empresas aéreas que implantam linhas
e as desativam com frequência reflete-se também em outros segmentos e na sociedade
como um todo. Muitas atividades surgem e se desenvolvem em função da presença
regular de um avião. O mesmo acontece com as comunidades atendidas por voos
regulares, que ao deixarem de contar com essa ligação, ficam prejudicadas
(MINISTÉRIO DO TURISMO, 2006).
GRAHAM e GUYER (2000) ressaltam em seu estudo sobre o papel dos aeroportos
regionais no Reino Unido que algumas linhas inter-regionais tiveram crescimento
16
expressivo e muito disso se deve às deficiências nos sistemas de ferrovias que cortam
essa região. Estas rotas não possuem alta demanda, mas os passageiros que as usam
foram identificados como propensos a voar, mesmo com tarifas maiores.
17
• Aeroportos de 2° Nível, ligações internacionais para distâncias inferiores a
2.000 e 3.000 km.
• Aeroportos de 3° Nível, ligações para distâncias entre 500 e 700 km.
18
• Pesado, se o número de movimentos durante a hora-pico for superior a 26
por pista de pouso e decolagem ou, superior a 35 para o somatório de todas
as pistas.
Analisando esta densidade através das rotas, a SAC (SAC, 2013) informa:
• Rotas de baixa densidade de tráfego: São as rotas em voo direto que façam
ligação entre:
a) dois aeroportos de baixa densidade de tráfego;
b) um aeroporto de baixa densidade de tráfego e um aeroporto de média
densidade de tráfego; ou
c) um aeroporto de baixa densidade de tráfego e um aeroporto de alta
densidade de tráfego.
• Rotas de média densidade de tráfego: São as rotas em voo direto que façam
ligação entre:
a) dois aeroportos de média densidade de tráfego; ou
b) um aeroporto de média densidade de tráfego e um aeroporto de alta
densidade de tráfego.
19
• Rotas de alta densidade de tráfego: São as rotas em voo direto que façam
ligação entre dois aeroportos de alta densidade de tráfego.
20
Tabela 2.2 - Classificação Aeroportuária dos Estados Unidos - FAA
O termo “Hub” utilizado pelo FAA na Tabela 2.2 não tem relação direta com o sistema
Hub-and-Spoke e a filosofia de concentração e distribuição de voos, mas sim com o
volume de passageiros transportados. Por isso, os “não-hubs” mais se assemelham aos
regionais.
Tabela 2.3 - Nova Classificação para Aeródromos da Aviação Geral nos Estados Unidos
21
Conforme ressalta a Associação Brasileira de Empresas de Transporte Aéreo Regional –
ABETAR (2009) e o estudo de OLIVEIRA e SILVA (2008), a definição da aviação
regional é complexa e sujeita à definições arbitrárias. Existem, pelo menos, quatro
possibilidades de demarcação, com base (i) na companhia aérea; (ii) na aeronave; (iii)
nos aeroportos; ou (iv) na ligação. Essas definições estão apresentadas na Tabela 2.4:
Tabela 2.4 - Base de Definição para a Aviação Regional, por Oliveira e Silva (2008).
Base de
Critério
Demarcação
1. Empresa Aérea Faturamento, capacidade ou densidade de tráfego.
Capacidade da aeronave (considera-se regional < menos de 100
2. Aeronave
assentos).
População da cidade ou região metropolitana onde se localiza um
3. Aeroporto dos dois aeroportos da ligação, sujeito a um ponto de corte, como a
população de 1 milhão de habitantes anteriormente usada no país.
Densidade de tráfego. Como exemplo, já foi utilizada, anteriormente
4. Ligação Aérea no Brasil, nota de corte de 20 mil passageiros/ano como teto para
enquadramento dos operadores de aviação regional.
Fonte: Oliveira e Silva (2008).
O Ministério do Turismo, em seu estudo sobre a relação entre transporte aéreo regional
e turismo (2006) também menciona a questão da frota como uma característica
intrínseca ao transporte aéreo regional. Este estudo também faz referência a falta de
uniformidade na caracterização desse segmento quando diz “Ainda que não haja
uniformidade na definição do transporte aéreo regional, de forma geral, ele está
associado às empresas de transporte aéreo que operam aeronaves com determinada
capacidade de passageiros (20-120 assentos)...”.
22
diretrizes e metas fundamentais que devem ser seguidas e alcançadas até cada horizonte
de planejamento estabelecido, bem como os recursos essenciais para o pleno
desenvolvimento da infraestrutura aeronáutica, os aeroportos brasileiros. O PAE
classifica seus aeroportos da seguinte forma:
Até a criação da Agência Nacional de Aviação Civil, a elaboração deste documento era
de responsabilidade do Órgão Regulador (DAC/ANAC), em consonância com o
23
Comando da Aeronáutica. Com a criação da ANAC as Administrações Estaduais
passaram a ser responsáveis pela condução do processo de planejamento aeroviário.
Além disso, para cada definição citada anteriormente o Manual do COMAER (2004)
define seus componentes mínimos, como os que compõem a área de manobras (sistema
de pistas de pouso e decolagem e de taxiways), a área terminal (terminal de passageiros,
pátio de aeronaves, estacionamento de veículos, serviço de combate à incêndio, parque
de abastecimento de aeronaves e parte de apoio) e também os auxílios mínimos à
navegação aérea.
24
embarcados e desembarcados) inferior a 600.000
(seiscentos mil) passageiros; e
II - rotas regionais: voos que tenham como
origem ou destino aeroporto regional.
Parágrafo único. Na região da Amazônia Legal,
o limite de que trata o inciso I será ampliado para
800.000 (oitocentos mil) passageiros por ano.
Desta forma, com base no levantamento realizado e com os resultados sintetizados, foi
elaborado um artigo científico em Novembro de 2013, apresentado ao Congresso da
ANPET, intitulado “Caracterização de Aeroportos Regionais: Contribuição para uma
Classificação Brasileira” (TORRES e PORTUGAL, 2013). Neste artigo, propõe-se um
agrupamento em 3 grandes classes de critérios necessários para se classificar um
aeroporto como regional: a Função do Aeroporto, o Potencial de Tráfego Gerado e a
Oferta para atendê-lo.
25
Pelo grupo “Função do Aeroporto”, pretende-se que seja levantado o foco do aeroporto
e o seu papel na localidade. Como menciona PRAZERES e FERREIRA (2012), o que
caracteriza um aeroporto regional no amplo sentido não é a ideia simplista de que
aquele aeroporto não se encontra em capital, mas sim, a noção de aeroporto regional
como aquele que atende a uma circunscrição maior que a de um município, que atende a
uma região, um conjunto de localidades conectadas por opções várias de acessibilidade
e fluxos consolidados de pessoas, capitais e recursos em geral. Mais a frente o conceito
de Catchment Area corroborará essas afirmações.
Pelo grupo “Potencial de Tráfego” podem-se extrair três variáveis que aparecem na
bibliografia e que enriquecem a classificação, desde que sejam adaptadas ao país onde
sejam analisadas, são elas: volume de passageiros, que expressa a magnitude da
demanda, bem como as ligações/rotas e respectivos municípios atendidos, que
tipicamente expressam não só seu alcance como as características da localidade e
socioeconômicas, que também influenciam a demanda por transporte aéreo.
E por fim, o grupo “Oferta”, que responde por dois critérios, a oferta da frota de
aeronaves que opera no aeroporto, usualmente expressa em termos de oferta de assentos
e, a oferta em termos de infraestrutura disponível, ou seja, a disponibilidade do
aeroporto e em que estado/qualidade ele se encontra. Assim, para melhor inferir sobre
esses elementos e poder sugerir uma classificação apropriada para o caso brasileiro,
segue a Tabela 2.5.
Sobre o volume de passageiros ainda, é preciso analisar com cautela visto que esta
variável depende muito das características de tráfego do país. Por exemplo, se for
afirmado que todo aeroporto regional deva ter um volume de passageiros embarcados
anual inferior a 5 milhões de passageiros, como menciona POSTORINO (2010) e a
Comunidade Europeia, o Aeroporto Internacional de Goiânia, na capital de Goiás/Brasil
seria Regional, visto que em 2012 ele movimentou 3 milhões de passageiros. Por outro
lado, o Aeroporto de Macaé, no Rio de Janeiro/Brasil não teria as características
regionais, visto que seu movimento foi de 9 milhões de passageiros em 2012.
26
Ressalta-se também que o número de habitantes em uma localidade não foi enfatizado,
mas deve ser levado em consideração com cautela a sua relação com o potencial de
demanda, visto que em muitos casos a localidade pode ter seu potencial socioeconômico
forte ou apresentar-se em regiões remotas e/ou turísticas expressivas. De qualquer
forma, a população é tida como demanda a ser captada.
Quantificar por distâncias também pode gerar dúvida, visto que a função do aeroporto
regional sobrepõe-se à distância. A Holanda, por exemplo, é menor que o Estado
brasileiro de Sergipe. Essa variável deve ser levada em consideração em conjunto com
as características específicas do país. A ligação regional pode concorrer ainda com o
modal ferroviário, como nos Estados Unidos e Europa, e também com o modal
rodoviário, como no caso brasileiro e isso deve ser levado em conta para que essa
concorrência não prejudique a viabilidade do aeroporto. Mais uma vez o conceito de
Catchment Area, apresentado a frente, ajudará a compreender a importância existente
nessa definição e como a distância deve ser analisada.
27
Tabela 2.5 - Comparativo entre as Classificações Aeroportuárias Vigentes
Elementos de Análise
Bibliografia Função Potencial de Tráfego Oferta
Função Aeroporto Volume Pax Ligações Cidade/Município Frota Porte Aeroporto
Curta distância,
Movimento anual < Jatos regionais
Postorino Alimentador/Feeder Distâncias entre 500 e - Pistas curtas
5 milhões (+/- 100 ass)
700km
Comunidade Movimento anual < Regionais Grandes ou
- -
Europeia 5 milhões Regionais Pequenos
Leve (mov <15 por pista
ICAO - - - - -
na hora-pico)
Mercados regional- alto nível de jatos e
FAA -
nacional. atividade turbohélices
Interesse À grandes centros ou Potencial Sócio
PAE Pax regular - -
regional/estadual capitais Econômico
Manual Doméstica regional e Entre cidades de
Implementação turística. Alimentador de pequeno porte e
Pax regular - - -
de Aeroportos - linhas domésticas grande porte (pop >
IAC/DAC nacionais 1.000.000 hab)
aeronaves com
< de 20 mil cidades com 1 milhão de
Oliveira - menos de 100 -
passageiros ao ano habitantes.
assentos
Proposta para Curtas distâncias,
Classificação de Mercado regional, entre cidades de potencial econômico jatos regionais,
Infra adequada aos
Aeroportos áreas remotas, Pax regular pequeno e médio justificado, áreas entre (30 e 100
jatos regionais
Regionais turísticas. porte à grandes remotas e/ou turísitcas ass)
Brasileiros centros ou capitais
Fonte: Referências bibliográficas pesquisadas nesse artigo. Tabela elaborada pela autora (TORRES e PORTUGAL, 2013).
28
Sobre a composição da frota, ela mostra consideravelmente o perfil das ligações e o
foco da empresa aérea. Como mencionado antes, os jatos regionais são compostos por
aeronaves entre 61-120 assentos. Na Figura 2.1, extraída do documento sobre visão de
mercado da EMBRAER (2012) para os próximos 20 anos, ela mostra como essa faixa
de assentos remete ao número de ligações atendidas. É possível inferir que aeronaves
maiores conectam grandes centros, com aeroportos compostos por infraestruturas
complexas. Já as aeronaves de médio porte conectam mais mercados, com maior
frequência, o que contribui para o papel da aviação regional em termos de
acessibilidade, integração e conectividade.
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
0-1 1-2 2-5 >5
Jatos 61-120 assentos Jatos 121-210 assentos
Figura 2.1 - Frequência diária por Faixa de Assentos em Companhias Aéreas Europeias
Em muitos países, como Espanha, Reino Unido, Estados Unidos, Rússia e India,
aeroportos vem sendo desativados em função da dificuldade de se manter uma
infraestrutura desse porte, e todos os requisitos mínimos que estes são obrigados a
cumprir, da concorrência entre aeroportos muito próximos e a dificuldade de se atrair e
manter passageiros (The Economist, 2012; The Economist, 2013; Prazeres e Ferreira,
2012). Na maioria das vezes, o investimento feito para a construção e/ou manutenção
deste tipo de equipamento vem de recursos públicos, do Governo ou dos Estados. Esse
cenário vai de encontro à característica tão marcante dos aeroportos serem,
indiscutivelmente, indutores de desenvolvimento socioeconômico onde são
implantados.
29
Vários problemas podem ser apontados, como falta de recursos, gerenciamento ineficaz,
a má localização do sítio, dificuldade de se expandir o sítio existente, não atendimento
ao que a região precisa e muitos outros.
Comerciais, Comerciais,
ANO
Primários Não Primários
1979 304 312
1980 299 308
1981 282 285
1982 276 285
1983 273 284
1984 268 270
1985 260 273
1986 405 138
1987 414 147
1988 417 136
1989 422 118
1990 424 117
1991 415 129
1992 423 128
1993 417 149
1994 421 154
1995 411 155
1996 413 127
1997 417 112
Fonte: DOT, apud FEIGHAN (2000)
1
Empresas Aéreas “Commuters”: Um dos quatro tipos de categorias de classificação de empresas aéreas pelos Estados Unidos. As
Commuters são empresas aéreas que operam aeronaves com 30 ou menos assentos (turbo-prop) e operam, no mínimo, cinco voos
regulares por semana entre duas ou mais localidades.
30
No período entre 1979 e 1997, os aeroportos “Não-Primários” foram reduzidos a menos
da metade, passando de 312 para 112 aeroportos (queda de 64,11%), ou seja, menos 200
aeroportos. Já os “Primários” tiveram um aumento de 37,17% nesse período.
Dentre algumas novidades desse Ato tem-se a criação do Serviço de Aviação Essencial
(Essencial Air Service - EAS) e o desenvolvimento expressivo do sistema “hub and
spoke”. A finalidade do EAS não era aumentar o serviço de transporte aéreo em
pequenas comunidades nos Estados Unidos, mas sim garantir, através de subsídios, que
o serviço, básico, fosse ofertado em lugares ondes as empresas aéreas não
demonstravam interesse em operar.
31
empresa americana (major) está operando voos de St Cloud para Chicago e outra, a
Allegiant Airlines, no estilo low cost, opera 2 voos semanais em um Airbus 319, com
156 assentos. Como menciona a reportagem do AIRPORT PROS (2013), além das
dificuldades normais de qualquer companhia aérea, a localidade precisa se adequar e
prover infraestrutura que atraia mais companhias aéreas. Segundo o operador de St
Cloud, sr. Bill Towle, “não cabe apenas ao aeroporto atrair companhias aéreas, mas sim
à cidade toda que precisa conhecer seu mercado e mostrar que apresenta oportunidades
para manter operações aéreas rentáveis”.
Corroborando com essa informação, em outra notícia apresentada pelo The Economist
(2013), um estudo do Instituto Tecnológico de Massachussetts – MIT, nos Estados
Unidos, apresenta uma pesquisa realizada em 2013 onde se observou que, no período
entre 2007 e 2012, as grandes empresas aéreas, formadas por grandes fusões, vem
encerrando suas operações para pequenos e médios aeroportos, este últimos regionais,
em busca de ganhos de eficiência e corte de custos.
GRAHAM e GUYER (2000) sustentam que essa publicação tem sua importância, mas
que não trata do transporte aéreo com a profundidade que deveria ter. Para isso, os
autores observam que muito tempo foi dedicado à questão de construção do quinto
terminal no Aeroporto Internacional de Heathrow, na Inglaterra e às questões de
privatização e comercialização dos aeroportos ingleses, enquanto a aviação regional
crescia descoordenadamente. Aliás, muitos aeroportos regionais do Reino Unido foram
privatizados e comercializados, inclusive por múltiplas empresas onde, muitas vezes, se
apresentaram empresas de ônibus e de trem.
32
Em seu artigo, GRAHAM e GUYER (2000) apresentam dados que mostram claramente
a concentração de demanda nos grandes aeroportos enquanto outros tantos ficam a
margem das políticas públicas ou exclusivamente para causas sociais. Assim, de acordo
com os autores, embora 56 aeroportos do Reino Unido tenham operações regulares, os
cinco aeroportos da área de Londres e mais o de Manchester somados aos dez principais
aeroportos regionais respondem por 95,4% dos passageiros em terminais em 1998, valor
que em 1989 era de 95,1%. Os 40 aeroportos restantes são utilizados para causas sociais
essenciais, principalmente na periferia do Reino Unido e Ilhas escocesas ao norte.
33
Além disso, aeroportos regionais devem prover o serviço de transporte aéreo regular, o
que não se viabiliza em todos os aeroportos, como os de aviação geral, por exemplo, e
nem os aeroportos privados. Para se ter uma ideia, dos 716 aeródromos públicos
cadastrados no Brasil pela ANAC, apenas 139 oferecem voos regulares.
Segundo POSTORINO (2010) o conceito de catchment area pode ter dois significados,
um geográfico e outro relativo à demanda. Do ponto de vista geográfico, catchment
area é a área que contém os potenciais clientes/consumidores e passageiros de um dado
aeroporto. Sob o olhar da demanda, catchment area pode ser definida pelo número de
passageiros de um aeroporto, onde a origem destes passageiros pode ser identificada em
uma área de entorno cujo tamanho depende das características do próprio aeroporto,
mas não necessariamente a área geográfica.
34
Figura 2.2 - Área de Polarização ou Catchment Area Primária e Secundária
• População residente
• Média anual de renda
• Média anual de renda familiar
• Nível de empregabilidade, e
• Setor de empregabilidade
35
distribuição uniforme através do tempo de viagem ou distância em relação ao aeroporto.
Na verdade, para este caso, a CAA acredita que as conexões entre modais e a
conurbação inerente representam fatores altamente expressivos. Ao final, após a análise
da catchment area de seus 4 (quatro) principais aeroportos, Heathrow, Gatwick, Luton e
Stansted, a CAA (2011) chegou a conclusão de que, para estes aeroportos, a
conectividade de cada distrito individualmente a um aeroporto e, sua densidade
populacional, são fatores mais importantes que a proximidade geográfica, quando se
considera o grau de importância de um distrito em relação a um aeroporto.
Existem autores europeus que definem o limite da catchment area através do tempo
máximo de 2 (duas) horas de trânsito. Já alguns autores americanos definem em 60
minutos de trânsito em suas rodovias (TRANSPORT CANADA, 2004).
A Rússia é o maior país em extensão do mundo, onde 200 dos seus 300 aeroportos
operam com baixa densidade de tráfego. Em 2012, segundo relata a GAZETA RUSSA
(2012) o governo russo anunciou um programa de investimentos em sua infraestrutura
aeroportuária.
Para dar continuidade ao seu projeto, o governo russo contará com projetos privados e,
para assegurar que investimentos não sejam feito em vão, adotou como critério,
aeroportos com movimento anual ou acima de 500.000 passageiros, ou aqueles com
potencial para atingir essa marca.
36
aeroportos. Ao se afastar de Moscou, raros são os casos onde aeroportos com o mesmo
perfil estão situados dentro do raio de 100 km de distância.
A Espanha tem estado em voga na mídia, desde 2010, face às suas dificuldades
econômicas financeiras em diversos aspectos. Em termos de infraestrutura aeroportuária
e a busca pela autossuficiência nesse aspecto, o país também vem demonstrando
dificuldades.
Segundo BRASIL (2013), em sua Nota Técnica sobre os projetos para aeroportos
regionais no Brasil, a Espanha tem essa característica de apresentar aeroportos muito
próximos onde alguns não operam voos regulares e outros sequer apresentam uma
conexão por dia. No entanto, como reflexo, tem-se aeroportos com poucos voos, poucas
conexões e companhias aéreas necessitando de subsídios para continuar suas operações.
37
Alguns desses aeroportos vêm sendo rotulado pela população como “Aeroportos
Fantasmas” por não apresentarem voos, conforme notícia vinculada na mídia.
Também parecido com o Brasil, a Índia possui diversos aeroportos, mas sua
preocupação com os acontecimentos nessa área nos Estados Unidos e na Europa,
principalmente a Espanha, levaram o país a proibir a implantação de aeroportos
regionais em uma catchment area de 150 km onde já exista um aeroporto similar em
operação (INDIA, 2012).
Este conceito de Catchment Area vem sendo estudado por diversos países. No Capítulo
3 serão apresentados alguns estudos e será possível observar que a investigação sobre
indicadores que caracterizem o potencial de demanda para demarcação de uma área de
polarização é de extrema importância para a vida útil de aeroportos regionais.
Nesse contexto, o mundo vem caminhando para a seleção de critérios que justifiquem a
implantação de um aeroporto em dado lugar e não mais disponibilizando este tipo de
infraestrutura em cada cidade. Cada localidade pode ter seu aeródromo, de modo a
atender a aviação geral e executiva, mas nem toda localidade deve implantar um
aeroporto regional.
38
(MINISTÉRIO DO TURISMO, 2006), a aviação regional, ao interligar cidades médias
e pequenas a grandes centros urbanos promove a ligação com os grandes portais de
recepção de turistas e estrangeiros.
Ainda, no que tange ao planejamento das ligações aéreas que envolvem destinos
turísticos, o MINISTÉRIO DO TURISMO (2006) recomenda que sejam levadas em
consideração alguns aspectos inerentes à atividade turística, como a) vocação turística
(demanda), b) oferta turística e regional, c) ciclo de vida do destino turístico e d)
sazonalidade.
Interessante também a comparação que este estudo faz dos municípios atendidos onde
mostra que, à época do levantamento, apenas 94 localidades eram atendidas pelas
empresas regionais, o que representava 1,7% dos municípios existente no Brasil. Por
outro lado, o mesmo levantamento mostra que 13,6% de municípios turísticos eram
atendidos por linhas regulares, o que demonstra a relação expressiva do turismo para as
empresas regionais da época.
É de vital importância que políticas públicas de curto, médio e longo prazo estejam em
paralelo a esses empreendimentos, de forma a agregar outras modalidades. Além disso,
em locais turísticos é preciso analisar os investimentos privados que proporcionam
equilíbrio ao setor.
Na Grécia, segundo BALLIS (2003), 80% dos turistas que visitam o país são
transportados pelo modal aéreo usando voos diretos, preferencialmente, o que levou a
necessidade de se melhorar os aeroportos existentes e até mesmo construir outros, face
ao aumento de demanda. No entanto, esses aeroportos não são todos caracterizados
como regionais.
40
territorial e harmonia interna, faca à diversidade sociocultural das regiões. Em 2013 a
Indonésia possuía 673 aeródromos.
FEWINGS (2010) define que ser remoto pode significar a distância até a capital ou
áreas principais se urbanização ou pode significar precariedade nos meios de transporte.
De modo a atender essa necessidade, que muitas vezes não pode ser disponibilizada por
outros meios de transporte, alguns governos providenciam os serviços aéreos em
pequenos aeroportos, em sua maioria com grandes subsídios que não oferecem retorno
através do movimento de passageiros e/ou carga.
41
seu estudo, FEWINGS (2010) percebeu que estes aeroportos europeus periféricos não
apresentavam equilíbrio na distribuição de seus aeroportos pelo número de habitantes,
enquanto na Europa continental isso ocorria de forma mais homogênea, bem como a
disponibilidade de estradas e ferrovias era melhor e as questões meteorológicas menos
ocorrentes também.
Desta forma, com a revisão bibliográfica foi possível perceber indicadores comuns em
vários países, indicadores explorados em algumas pesquisas e principalmente, a
preocupação com a definição e conhecimento de sua catchment area.
42
• Função “alimentador/feeder” entre mercados locais e grandes centros, aparece
como variável explicativa e que o aeroporto regional deve estar inserido em um
sistema, de forma a exercer seu papel.
• Ligações com grandes centros ou capitais com potencial socioeconômico,
expressivo em ligações de curta distância. Preferencialmente não estar
localizado nas capitais.
• Menos de 5 milhões de passageiros ao ano, com todas as ressalvas mencionadas
sobre a definição e uma faixa de movimento, visto que isso deve ser definido
pelo próprio país. Na Russia, por exemplo e como mencionado anteriormente, o
valor de 500.000 passageiros ao ano para eles é suficiente.
• Não competir com os aeroportos de grande porte e que operam voos de longo
alcance.
• Definir sua catchment area (área de polarização onde se encontram os potenciais
usuários e passageiros de transporte aéreo). Esta área, segundo a literatura
consultada, não deve ter dois aeroportos regionais a menos de 100 km de raio ou
60/90 minutos de trânsito por automóveis.
• Distância entre aeroportos, que representa uma questão bastante expressiva
quando se estuda a competição entre aeroportos e seu potencial em atrair e gerar
demanda. Esta distância deve ser analisada em conjunto à catchment area do
aeroporto em questão.
• Áreas remotas. Áreas remotas podem ser atendidas pela aviação geral. Se as
variáveis acima forem expressivas ele pode ser elevado à Regional.
• Capacidade média da aeronave (considera-se regional com menos de 100
assentos). Normalmente a faixa de assentos fica entre 31 e 100 assentos.
• Turismo. Deve ser analisado em conjunto e não apenas como única variável
potencial de demanda. Observar sazonalidade e caso o turismo seja expressivo,
se o aeroporto tem condições de operar a aviação regular.
43
3 POTENCIAL DE DEMANDA DOS MUNICÍPIOS
44
3.1. A Importância da Localização na Implantação de Aeroportos
Outro elemento chave para melhor se entender a demanda por transporte aéreo é o
conhecimento geográfico da origem do passageiro. Com este elemento é possível traçar
estratégias de desenvolvimento e melhorias.
Mais a frente, analisando o motivo pelo qual, nos últimos 10 anos (provavelmente 1990
à 2000) alguns aeroportos regionais do Reino Unido tiveram crescimento expressivo
enquanto outros nem tanto, GRAHAM e GUYER (2000) confirmam o que muito já foi
discutido até aqui. A demanda por transporte aéreo não se desenvolve apenas em função
de questões macroeconômicas, como o PIB ou tarifas, por exemplo, mas também por
características geográficas e locais referentes à localização do aeroporto, que fogem à
gerência das empresas aéreas e operadores aeroportuários. Para os autores o formato da
demanda de qualquer aeroporto regional reflete um complexo processo de fusão de
atributos de polarização (catchment) combinado às características das empresas aéreas e
do aeroporto, bem como às estratégias de negócio.
45
Conforme já mencionado anteriormente, em 2011 a Secretaria de Aviação Civil
Brasileira – SAC (2012) começou a desenvolver um programa para prover o serviço de
transporte aéreo à mais cidades. Este programa inclui, além de subsídios às empresas
aéreas, melhorias em infraestruturas aeroportuárias existentes e a implantação de
aeroportos onde não houver ainda. Nesse contexto, a SAC fez um estudo segundo
variáveis próprias que incluíram critérios socioeconômicos e também de integração
nacional.
Assim, como produto, a SAC chegou à conclusão que 270 localidades seriam
beneficiadas com investimento público para compor a Nova Rede de Aviação Regional
Brasileira. No entanto, a metodologia usada para a definição de quais localidades serão
contempladas não foi divulgada, mas a comunidade acadêmica e alguns especialistas
vem debatendo o assunto constantemente através da mídia.
46
ano tendem a ter lucro e estão localizados em cidades classificadas na escala de
“Metrópoles” ou mais do que isso.
Esta tese não tem como foco analisar os aeroportos de acordo com suas receitas e
despesas, ainda mais no caso brasileiro onde o processo de concessão à iniciativa
privada é extremamente recente. No entanto, FERNANDES, PACHECO e BRAGA
(2014) lembram que as finanças do aeroporto não dependem somente do volume de
passageiros e, por isso, associam esta questão econômica à localização espacial onde o
aeroporto se insere. Desta forma, os autores observam que uma modificação no contexto
do potencial da cidade afeta a função da curva de receitas e despesas do aeroporto.
Por outro lado, o fato de um aeroporto não ser financeiramente lucrativo não significa
que ele não seja viável em termos socioeconômicos. FERNANDES, PACHECO e
BRAGA (2014) vão além e reforçam que uma análise estritamente financeira encerraria
as operações da maioria dos aeroportos regionais no mundo todo. Além disso, os
autores concluem que a variável de movimento de passageiros necessária para se atingir
o equilíbrio financeiro (break-even) diminui significantemente conforme o aumento do
potencial da localização onde o aeroporto se insere.
Uma observação é bastante relevante quando se menciona que, com o advento das
fusões entre empresas aéreas, já mencionadas anteriormente, surgiram algumas
empresas denominas de baixo custo (Low Cost Carrier), bastante expressivas na Europa
47
e nos Estados Unidos e menos frequente na China e América Latina. Estas empresas
conectam cidades menores e muitas vezes, no intuito de buscar reduzir suas despesas,
operam em aeroportos secundários, menos concorrentes. E esse é um dos pontos que
O’CONNOR e FUELLHART (2012) ressaltam. O fato de essas empresas procurarem
operar em aeroportos menores, secundários, faz com que isso influencie diretamente na
distribuição dos serviços aéreos entre as cidades. Além disso, os autores aprofundam e
ressaltam a frota como indicador a ser levado em consideração, embora se saiba que os
efeitos das diferenças entre tamanhos, velocidade e alcance sejam complexos de ser
analisados como influência nas cidades.
Grandes aeronaves, a exemplo do Boeing 777, permitem ligações entre pares de cidades
que antes não seria possível de forma direta. E para estender o alcance dessas aeronaves,
existem os jatos regionais que promovem o acesso a aeroportos com pistas menores.
Em seu estudo sobre a hierarquia dos aeroportos nos Estados Unidos, FEIGHAN (2000)
analisa o tamanho da distribuição dos aeroportos e compara com a hierarquia urbana,
utilizando dados de 1997. Além disso, o autor analisa os principais fatores que
influenciam a demarcação dos mercados. Segundo FEIGHAN (2000) os níveis de
tráfego aéreo em um aeroporto e seu limite de mercado dependem das seguintes
características gerais:
48
Em sua pesquisa, FEIGHAN (2000) também analisa a influência da distância entre os
aeroportos essenciais – EAS que servem pequenas comunidades e o hub, médio ou
grande segundo classificação do FAA (item 2.1.1), mais próximo. Assim, ele mostra
que os aeroportos EAS que são subsidiados encontram-se a 171 milhas (+/- 250 km) do
hub mais próximo. Para aeroportos não subsidiados esse valor cai para 121 milhas (+/-
200 km). FEIGHAN (2000) ainda acrescenta que em os aeroportos com esta
classificação de “essencial” (EAS) foram diversas vezes revisados pelo DOT e, desta
forma, em 1990 20 “EASs” foram eliminados do programa, 11 em 1994 e 17 em 1995.
49
aeroportos da Classe A se sustentam e os da Classe B se encontram em situação
deficitária. A partir dessa classificação foram analisados os indicadores.
O Canadá não oferece subsídio a todos seus aeroportos, mas segundo o estudo de 2004,
180 destes estão aptos a receberem um adicional para projetos que envolvam proteção
do patrimônio, segurança operacional (safety) e redução de custos operacionais.
Em seguida, este estudo caracterizou sua área de polarização (catchment area) primária
e analisou os indicadores que expressavam atração ou repulsão a passageiros, ou seja,
àqueles que significam ou não captadores de demanda para estes aeroportos. Assim, 5
(cinco) indicadores foram analisados: população, médias anuais de renda (município e
familiar), nível de empregabilidade e setor de empregabilidade.
• População
50
apresentar potencial de passageiros por transporte aéreo. Após a análise do grupo de
aeroportos, o estudo concluiu que muitos aeroportos dentro da área de polarização
possuem melhor autonomia financeira. Por outro lado, alguns aeroportos, mesmo dentro
da área de polarização, mas com uma população inferior a 15.000 habitantes se
encontram em situação deficitária.
Em ambas as receitas, o estudo afirma que pessoas com receitas maiores viajam mais
frequentemente de avião por motivos de lazer.
• Nível de Empregabilidade
Pessoas com emprego tendem a viajar mais de avião, seja por motivos de negócios ou
lazer.
• Setor de Empregabilidade
Pessoas que trabalham nos setores terciário e quaternário da economia tendem a viajar
mais de avião do que pessoas empregadas nos setores primário e secundário. O Setor
quaternário diz respeito à divisão do terciário, separando um setor apenas para a área de
tecnologia. No Brasil, ó órgão responsável pela elaboração e análise de estatísticas, o
IBGE, ainda não subdivide o setor terciário.
Neste contexto, o estudo ainda discursa sobre a distância entre aeroportos, que
representa uma questão bastante expressiva quando se estuda a competição entre
aeroportos e seu potencial em atrair e gerar demanda. Segundo o estudo, vários
indicadores afetam o comportamento dos potenciais passageiros em transporte aéreo:
51
Nestes 3 (três) indicadores o estudo afirma que os passageiros preferem se dirigir a um
aeroporto, mesmo que mais longe, para obter melhores tarifas e flexibilidade de escolha.
Por fim, o estudo analisou ainda a competição com outros meios de transporte e chegou
as seguintes conclusões.
Como principais objetivos esse estudo procura prover o serviço de transporte aéreo ao
maior número possível de habitantes.
Em sua metodologia, o estudo usa dois critérios para selecionar os municípios que
receberiam investimentos do governo:
52
• potencial socioeconômico e
• integração nacional.
Estas áreas remotas não estão apenas localizadas na Região Amazônica Brasileira, mas
em muitos locais. O transporte aéreo, neste caso, exerce ainda a função política-pública,
estimulando atividades produtivas e a integração nacional. Assim, usando esse critério
de integração nacional, a metodologia apontou para 99 municípios, onde 14 serão
contemplados com novos aeroportos.
53
Dos 5.565 municípios brasileiros a metodologia selecionou 270 resultando em uma
população de quase 97% a estar no máximo a 63 milhas de um aeroporto apto a receber
voos comerciais.
Por outro lado, em maio de 2013, o Ministério Público Federal apresentou uma Nota
Técnica 28/2013, onde, por solicitação de um procurador foi pedida uma análise técnica
de notícias vinculadas à SAC sobre a política de aviação civil para o desenvolvimento
da aviação regional, critérios de investimentos e proximidade de sítios aeroportuários.
Em seu parágrafo oitavo a Nota Técnica argumenta:
Além disso, é preciso que estudos e discussões com a sociedade antecipem estas
decisões de investimentos e não o inverso, como está sendo feito. Até o presente
momento ainda não foram apresentados documentos formais com a devida
profundidade técnica que orientem o Programa de Aviação Regional.
54
Catarina, que distam 32,8 km ou, Cacoal e Pimenta, em Rondônia, que distam 41,4 km
entre si. Estes e mais outros 36 aeroportos, ou seja, 40 no total, fazem parte do
Programa de Investimentos em Aviação Regional do Brasil e se encontram inseridos a
menos de 100 km de raio de outro aeroporto similar.
55
aeroportos servidos por linhas de transporte aéreo regional excluídas de estudos
anteriores, para horizontes de planejamento pré-definidos, 1981, 1983, 1985 e 1990.
Neste estudo foram incluídos trinta e nove aeroportos servidos por empresas de
transporte aéreo regional para as quais ainda não havia sido possível conseguir
previsões confiáveis do movimento de passageiros (MAER, 1980).
Este estudo foi realizado logo após o início do SITAR. Nesta época já se ressaltavam os
impactos bruscos na demanda regional, decorrentes de concorrência modal e de outras
causas, frequentemente difíceis de serem detectadas, que por vezes acabam por
desalojar a aviação regional de alguns aeroportos, fazendo-a aparecer em outros. Este
estudo representa um dos primeiros passos a ser dado sobre a infraestrutura regional.
Desta forma, primeiro foi feito um levantamento de dados da cidade e região onde estão
localizados os aeroportos selecionados no sentido de permitir a análise da importância
relativa das diversas variáveis socioeconômicas e da estrutura econômica das
localidades onde se situam os aeroportos incluídos, a saber:
56
• Renda da região (urbana e rural)
• População Urbana
• População Rural
• Taxa de urbanização
Interessante notar que, à época deste trabalho, as informações sobre renda e população
foram levantadas a partir do projeto de Demanda – 1975 (PRODEM), definidas pelos
Planos Diretores Rodoviários, elaborados por encomenda do Departamento Nacional de
Estradas de Rodagem – DNER, atual DNIT – Departamento Nacional de Infraestrutura
de Transportes. As zonas de tráfego (agregado de municípios) que o estudo menciona
correspondem, basicamente, às microrregiões homogêneas definidas, na época, pelo
FIBGE, atual IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. O uso dessas zonas
de tráfego e não somente as localidades têm por justificativa, a área de influência de um
aeroporto, ou seja, o mercado que será atendido por ele. À época deste estudo ainda não
se usava o termo catchment area.
Assim, o estudo ressalta que computar apenas as distâncias reais das rodovias não seve,
visto que percorrer uma estrada não pavimentada é mais cansativo que percorrer a
57
mesma distância em estrada não pavimentada. Para isso, um fator de correção de 1,5 foi
usado para os trechos não pavimentados.
Esse fator de correção pode perfeitamente ser dispensado para análises em outros
países, onde as estradas, principalmente da Europa, Estados Unidos e Ásia, se
encontram em condições muito melhores que as do Brasil.
Assim, para prever a demanda dos aeroportos do estudo, primeiro foi preciso obter os
dados socioeconômicos e de concorrência modal para o horizonte requerido, classificá-
los em seguida dentro dos intervalos adotados e através do somatório dos pontos obtidos
para esses intervalos, obteve-se a previsão da demanda do aeroporto em questão.
Muito importante neste estudo foram as limitações e conclusões que foram destacadas.
Primeiramente um dos problemas mencionados foi a pontuação dos diferentes
intervalos de dados, das variáveis explicativas. Uma das possíveis causas seria a falta de
homogeneidade das informações socioeconômicas e de demanda.
Outra conclusão importante diz respeito aos dados de demanda levantados. Para o
estudo, eles não refletem todo o potencial de demanda que pode ser gerado ou atraído
para um aeroporto. Uma das causas seriam os contratempos que está sujeita esse tipo de
aviação, onde condições meteorológicas ocasionam cancelamento de voos com uma
frequência que prejudica a regularidade do serviço.
58
Sobre o levantamento dos indicadores socioeconômicos, o estudo afirma que os dados
obtidos não permitem identificar o que seria desejado para a estrutura econômica da
região, visto que a maioria dos aeroportos do estudo se encontra em localidades onde o
setor predominante é o primário. Justamente este setor é o que menos gera demanda por
transporte aéreo. O secundário possui maior capacidade e o setor terciário mais ainda,
em relação aos três setores.
Nesses dois últimos parágrafos é possível observar que essas limitações foram
levantadas há quase três décadas e meia. Para estudos atuais acredita-se que isso não
aconteceria. Além disso, em nenhum momento o estudo faz referência ao que seria, de
fato, um aeroporto regional e se ele teria a obrigatoriedade de ter voos regulares, como
vem sendo incluído em sua definição atualmente pela bibliografia nacional e
internacional. Importante ressaltar que, excluindo-se as variáveis de concorrência
modal, as outras aqui mencionadas foram encontradas nos estudos do Canadá
(TRANSPORT CANADA, 2004), de Postorino (POSTORINO, 2010) e outros.
59
Além disso, o estudo toma como ponto de partida que os aeroportos regionais devem
estar localizados a 100 km de raio de distância de outro existente, ou 1 (uma) hora de
trânsito, lembrando que esta regra não é válida para aeroportos de aviação geral ou
exclusivos de aviação executiva, referência esta que segue o conceito de catchment
area/área de polarização..
Até a criação da Agência Nacional de Aviação Civil, a elaboração deste documento era
de responsabilidade do Órgão Regulador (DAC/ANAC), em consonância com o
Comando da Aeronáutica. Com a criação da ANAC as Administrações Estaduais
passaram a ser responsáveis pela condução do processo de planejamento aeroviário,
cabendo à ANAC a aprovação dos Planos Aeroviários Estaduais, em conformidade com
o que preconiza o Art. 8, Inciso XXII, da Lei nº 11.182, de 27 de setembro de 2005, que
cria a ANAC. A Resolução Nº 028, de 20 de maio de 2008, autoriza os Governos
Estaduais a procederem à revisão de seus Planos Aeroviários Estaduais. Com a
publicação da Medida Provisória nº 527, de 18 de março de 2011 que, entre outras
providências, altera a Lei de Criação da ANAC (Lei nº 11.182, de 27/09/2005) fica
suprimida, das competências da ANAC, a aprovação dos Planos Aeroviários Estaduais.
60
• Unidades de caráter local, com influência sobre um pequeno número de cidades
que constituem os centros iniciais de geração ou distribuição de demanda.
• Unidades localizadas em posições remotas ou de difícil acesso, onde a aviação
desempenha importante papel como meio básico de ligação.
• Unidades localizadas em posições estratégicas, necessárias à evolução plena da
aviação, à cobertura do controle de espaço aéreo e ao aumento da segurança das
operações.
Aeródromos privados não fazem parte do campo de estudo visto que seus investimentos
são de responsabilidade de seus proprietários, conforme apresenta o Código Brasileiro
de Aeronáutica – CBA (BRASIL, 1986).
• Metrópole Global
• Muito Alto
• Alto
• Médio
• Baixo
62
fluxos de mercadorias e pessoas. Ao final, avalia-se o turismo no intuito de se
identificar os principais pólos e também, os programas de investimento federal e
estadual do Governo.
A Figura 3.1, extraída da Revisão do Plano Aeroviário do Estado de São Paulo (ANAC,
2007) apresenta um mapa, elaborado através do SIG, com o resultado da hierarquização
dos municípios quanto ao potencial socioeconômico do Estado de São Paulo, conforme
a metodologia apresentada.
Após essa análise e hierarquização dos municípios, o PAE apresenta o capítulo “Análise
de Demanda por Transporte Aéreo” onde as localidades que apresentaram a
classificação de potencial “Muito Alto”, “Alto” e “Médio” são objeto, em consonância
com as localidades turísticas, uma análise atual e de projeção de demanda por transporte
aéreo para passageiro, carga e mala postal. No último capítulo do Plano são
apresentadas as diretrizes para a rede, com o desenvolvimento proposto para cada
aeroporto contemplado.
63
A elaboração do PAE, a época do DAC, tinha como facilitador o contato direto entre o
órgão regulador e o Estado. A equipe que trabalhava na elaboração do Plano recebia
todo o material que fosse necessário e também conseguia visitar, para inventário e
coleta de dados, quase todos os municípios da Rede.
64
potencial de demanda, identificou as aeronaves críticas e inventariou as condições da
infraestrutura aeroportuária existente. Em seguida, a partir do número de movimentos
de passageiros o estudo buscou hierarquizar os aeroportos com potencial de demanda,
através de modelos econométricos.
65
Figura 3.2 - Fatores, Indicadores Iniciais de Análise, Justificativa e Fontes – Estudo ABETAR
Adequação da Infraestrutura Aeroportuária nas Regiões de Interesse Turístico
66
Na terceira etapa é feita a avaliação de demanda, utilizando-se dois métodos, o “método
de previsão econométrico” e o “método de conceito de aeronave de projeto” para, ao
final, estimar uma demanda para os aeroportos selecionados. O primeiro método foi
aplicado nos aeroportos com maior classificação e o segundo, para os aeroportos com
menor classificação.
Interessante notar que este estudo não menciona catchment area, mas ao aplicar a
metodologia em cada uma das 5 (cinco) regiões geográficas do Brasil, mais
especificamente a regiões sudeste e sul, o estudo chama atenção para uma análise
geográfica considerando-se um indicador chamado “Distância de Grande Círculo –
DGC”. Esse indicador é aplicado tendo-se como objetivo verificar as localidades com
distância inferior a 100 km e promover uma orientação para o equilíbrio na aplicação
dos recursos.
67
• Centros Sub-regionais - Centro Sub-regional A ou B;
• Centros de Zona- Centro de Zona A ou B, e
• Centros Locais.
• Ligações aéreas
• Deslocamentos hospitalares
• Áreas de cobertura das emissoras de televisão
• Oferta de ensino superior
• Diversidade de atividades comerciais e de serviços
• Oferta de serviços bancários
• Presença de domínios de internet.
68
Através do levantamento das ligações entre as cidades foi possível delinear essa área de
influência e esclarecer a articulação das redes no território. Verificou-se que o conjunto
de centros urbanos com maior centralidade apresenta algumas divergências em relação
ao conjunto de centros de gestão do território.
Uma vez estabelecidos os principais nós da rede, passa-se à etapa de definição das
regiões de influência dos centros, com base nas redes de interação que conectam as
cidades. As áreas de influência dos centros foram delineadas a partir da intensidade das
ligações entre as cidades, com base em dados secundários e dados obtidos por
questionários. Com base nesse questionário as informações foram tratadas e uma matriz
de dados foi montada onde foi possível traçar diferentes redes de interação que
configuram interseções e vínculos por diferentes temas. O questionário abordou onde a
população buscava por bens e serviços (saúde, ensino, compras, lazer, aeroportos, etc.) e
com que regularidade as pessoas utilizavam o transporte coletivo para se deslocar a
outros municípios.
69
3.3. Seleção de Indicadores de Potencial de Demanda do Município
70
• Presença de rodovias perto do aeroporto.
• PAR: Potencial de Atratividade Turística – pólos e programas.
• Distância rodoviária do principal polo da área à cidade considerada, visto que o
automóvel/ônibus é o principal competidor do transporte aéreo.
• Distância de Grande Círculo – DGC. Esse indicador é aplicado tendo-se como
objetivo verificar as localidades com distância inferior a 100 km e promover
uma orientação para o equilíbrio na aplicação dos recursos. Conceito similar ao
de Catchment Area.
• Distância entre Centros Urbanos Vizinhos.
• Distância à capital estadual.
• Potencial econômico dos municípios, gerado a partir de indicadores
socioeconômicos:
Produto Interno Bruto – PIB do Município
ICMS,
Índice de Desenvolvimento Humano – IDH,
Número de empresas por município,
Consumo energético por classe (residencial, comercial e industrial) e
população (rural e urbana).
• Existência de Arranjos Produtivos Locais – APLs, também conhecidos como
aglomerados ou clusters, que exercem um efeito favorável sobre a dinâmica
econômica e, portanto, um efeito polarizador.
• Cobertura de emissoras de televisão.
• Oferta de ensino superior.
• Oferta de serviços bancários.
• Presença de domínios da Internet.
• Frota de veículo licenciados no município: variável usualmente empregada
como indicador de competição entre a modalidade rodoviária e a aérea.
71
4 ANÁLISE E CLASSIFICAÇÃO DOS INDICADORES
72
Tabela 4.1- Aplicabilidade dos Estudos de Demanda
Conforme indaga SILVA (1991), “será que existem métodos específicos para a escolha
exata da infraestrutura aeroportuária?”. Sabe-se que vários métodos existem e outros
estão sendo avaliados em diversas áreas de planejamento de transportes. Todavia, sua
eficiência dependerá da adaptação às necessidades locais. E, sempre deverão ser
73
realizadas modificações e adaptações dos métodos para se alcançar o otimização das
normas aplicáveis.
Assim, este item tem por objetivo apresentar algumas técnicas e procedimentos usados
no auxílio à tomada de decisão quanto à localização de diversos tipos de infraestruturas
e projetos.
TECLE & DUCKSTEIN (apud SSAMULA, 2011) definem as análises de decisões com
multicritério como um vasto campo de estudos que incluem tomadas de decisão
multicritérios com a presença de dois ou mais objetivos conflitantes e/ou processos de
análises de decisões envolvendo dois ou mais atributos. O objetivo geral das análises de
decisões multicritério é ajudar o tomador de decisões ou o grupo de tomadores de
decisão a escolher a melhor alternativa dentre uma gama de alternativas em um
ambiente de critérios conflitantes ou competitivos.
74
MORGADO, 2005). MORGADO (2005) analisa vários métodos no intuito de localizar
terminais rodoviários regionais coletivos de carga e ressalta que o Método de Análise
Hierárquica – MAH, criado por Thomas L. Saaty em meados de 1970 foi um dos
primeiros métodos dedicados ao ambiente decisório de multicritério.
75
alternativas. O conceito de sobreclassificação não exige a transitividade de julgamentos
entre as alternativas. Seus conceitos não são imediatamente assimiláveis e os algoritmos
são progressivamente mais extensos ao longo de suas versões. A sua capacidade de
explorar as preferências exige também maior número de variáveis para o problema.
Além disso, não admite compensação entre critérios e não é adequado para problemas
de ordenação, mas por outro lado, podem ser usados na alocação de alternativas em
classes (MELLO et al., 2003, apud MORGADO, 2005). SALOMON e MONTEVECHI
(2001) ressaltam que o fato de o Electre fornecer apenas a ordenação das alternativas
com base em princípios de dominância, bem como a limitação de não apresentar
medidas de desempenho.
76
conclusão em seu artigo sobre as vantagens do uso da AHP para o estudo de alternativas
de traçado de rodovias, onde agrega uma abordagem sócio ambiental.
77
diferentes quando aplicadas a um mesmo problema, embora assumindo o mesmo
conjunto de limitações, pesos, tabelas, escalas e outras medidas de preferência. Estes
autores apresentam os motivos de causa de algumas dessas diferenças:
SAATY (1990) apud LISBOA (2003) considera que a tarefa mais importante na análise
de decisão é a escolha dos fatores relevantes para a decisão. Nos estudos que envolvem
métodos Multicritério de Análise de Decisão – MMAD o primeiro passo é definir a lista
de indicadores (ou critérios, como apresentado em alguns estudos) de avaliação com
base no objetivo estabelecido.
78
4.2. O Método de Análise Hierárquica
Sua metodologia foca na hierarquia como forma de organizar uma estrutura complexa
de tomada de decisão envolvendo grupos e/ou agentes intervenientes e considerando as
análises quantitativas e qualitativas dos dados utilizados. Segundo RUIZ, 1997 e
GUEDES, 1998 (apud MORGADO, 2005) a AHP consiste em três fundamentos
básicos: a construção de hierarquias, o estabelecimento de prioridades e a consistência
lógica. É chamado de multicritério porque avalia o estudo em função de vários critérios
simultaneamente ligados a um ou vários objetos. Através da análise paritária dos dados,
o método estabelece os pesos relativos dos critérios, assim como a prioridade dos
elementos de um nível da hierarquia em relação a um elemento de um nível superior
(PESSÔA, 2001 apud MORGADO, 005). O Anexo 01 à esta tese apresenta a
conceituação do Método de Análise Hierárquica – AHP em maior detalhe.
Segundo o próprio Saaty (SAATY, 1990), uma hierarquia não precisa ser completa e,
uma hierarquia não representa uma árvore de decisão tradicional. A AHP funciona com
base na intuição e precisa que seu uso seja realizado com base no conhecimento e na
experiência dos tomadores de decisão.
A AHP vem sendo amplamente utilizada e em diversas áreas de pesquisa. Isto se deve,
em grande parte, ao seu caráter simples de incorporar critérios quantitativos e
qualitativos na análise de problemas complexos.
79
de quatro níveis de hierarquização, usando quatro critérios principais e alcançando 26
subcritérios, bem como cinco candidatos ou alternativas potenciais. A AHP foi
escolhida por ser um método de tomada de decisão multicritério flexível que, além de
transformar problemas complexos em hierarquias, já foi comprovadamente usada em
diversos campos, como governamental, negócios, saúde, educação e seleção de
localização para instalação de equipamentos e serviços.
A Figura 4.1 apresenta um resumo das vantagens do método AHP, apresentado por
SAATY (1990) e adaptado por WOLFF (2008).
80
Figura 4.1 - Vantagens no uso da AHP
81
mesma coisa que planejamento. A modelagem oferece suporte. É uma ferramenta que,
em muitas situações, pode ser a de maior poder de decisão.
O modo mais comum de lidar com o espaço é dividí-lo em áreas de estudo e codifica-
los para, assim, liga-los através de redes (ORTÚZAR e WILLUMSEN, 2011).
Diferentes métodos de análise de distâncias, assim como estudos de origem e destino (e
seus atributos) no espaço são elementos essenciais para analisar um sistema de
transportes. De qualquer forma, é importante compreender que a demanda e a oferta por
transportes possuem elementos bem dinâmicos.
82
A sequência das 4 (quatro) etapas do modelo clássico não reflete obrigatoriamente a
sequência de decisão quanto à viagem. O objetivo da sequência do modelo clássico é
oferecer um ponto de referência para analisar os métodos alternativos (ORTÚZAR e
WILLUMSEN (2011). Um dos pontos cruciais sobre esse modelo é justamente utilizar
variáveis que afetem a demanda.
As viagens geradas podem ser constituídas por duas parcelas: as novas e as existentes.
As viagens novas são as viagens que não eram realizadas antes implantação da
infraestrutura de transportes e são motivadas por ela, podendo ser organizadas em
produzidas e atraídas, conforme apresenta o esquema da Figura 4.3. Já as viagens
existentes são as desviadas dentro da modalidade ou transferidas de outros modais.
O número de viagens produzidas ou atraídas por uma determinada área de estudo será
função de uma série de características da área, como, por exemplo, os padrões de uso e
83
ocupação do solo da área, como população e atividades, a localização da área em
relação às áreas centrais, as características dos sistemas de transportes, nível de
motorização da população, características socioeconômicas da população, dentre outros
(KNEIB e SILVA, 2009). KNEIB e SILVA (2009) focam seu estudo sobre geração de
viagens na variável populacional, utilizando a ferramenta de estatística espacial em
conjunto com o Sistema de Informações Geográficas, onde comprovam que densidades
populacionais desequilibradas podem causar efeitos nefários no sistema de transportes
de uma cidade.
Assim, o estudo de geração de viagens tem por objetivo analisar a relação entre as
viagens geradas e as características locais do uso do solo estudado (ITE, 2001 apud
MARIZ 2011). A distribuição de viagens, por sua vez, é a etapa que visa identificar as
origens ou os destinos das viagens geradas pelo Polo Gerador de Viagens – PGV. Nesta
tese, o foco está exatamente no estudo do potencial de geração de viagens de uma
localidade com aeroporto regional e como os indicadores representativos dessa demanda
influenciam positivamente ou negativamente nesse potencial.
84
ociosos e sem retorno dos investimentos realizados, conforme exemplos ocorridos na
Espanha e nos Estados Unidos (THE ECONOMIST, 2012; THE ECONOMIST, 2013;
PRAZERES & FERREIRA, 2012).
Com base nas listas de indicadores apresentadas e, no intuito de se classificar esta lista
em grupos, foi feita uma busca na literatura, de forma a distinguir como são
classificados os indicadores de análise em grupos, e que nesta tese eles serão descritos
como fatores.
• número de passageiros,
• tipo de operação, e
• rotas.
85
Conforme já mencionado, o conhecimento de catchment area é muito importante, visto
que ele representa a possível demanda para o aeroporto, bem como o potencial para o
desenvolvimento do aeroporto.
Já o MAER (1980) inclui nesta lista o indicador de consumo de energia elétrica, embora
não tenha conseguido levantar estes dados em seu estudo e, o indicador de taxa de
urbanização, que procura explicar o potencial do tamanho do mercado. O mesmo estudo
MAER (1980), sobre aeroportos regionais inova, àquela época, ao incluir o fator de
concorrência modal respectivo aos seguintes indicadores:
Como mencionado nesta tese por diversas vezes, o transporte rodoviário exerce forte
concorrência com o transporte aéreo no Brasil, mas nos Estados Unidos e Europa é
preciso levar em consideração o transporte ferroviário também.
86
Nesta mesma linha da concorrência modal, PRAZERES e FERREIRA (2012)
acrescentam o indicador de acessibilidade à infraestrutura.
No intuito de prover a integração nacional, a ICAO (2013) ressalta a questão das áreas
remotas, mas no item 2.4 este critério é analisado e entende-se que deve ser levado em
consideração com cautela, e não como único elemento de análise com peso suficiente
para requerer um aeroporto regional. Como frequentemente este indicador está
relacionado às questões de subsistência, além de ter relação com a precariedade do
serviço de outros modais, este indicador faria parte de um Grupo com caráter social.
• PIB do município,
• Arrecadação de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS,
87
• Valor Adicionado Fiscal,
• Índice de Desenvolvimento Humano – IDH,
• Empresas por município (cadastro central de empresas),
• Consumo energético por classe (residencial, comercial e industrial),
• População (urbana, rural e polarizada), e
• Existência de Arranjos Produtivos Locais – APLs.
• IDH,
• População,
• PIB municipal,
• Distância da Capital Estadual,
• Presença de voos regulares,
• Acessibilidade
• Turismo
• Ligações aéreas
• Deslocamentos hospitalares
• Áreas de cobertura das emissoras de televisão
• Oferta de ensino superior
88
• Diversidade de atividades comerciais e de serviços
• Oferta de serviços bancários
• Presença de domínios de internet.
Figura 4.4 - Ranking Melhores Aeroportos Regionais - Estudo da Urban Systems, 2014
Quanto aos indicadores apresentados, este estudo considera apenas àqueles que
representam o potencial de demanda da localidade onde o aeroporto se insere, ou seja, o
nível de polarização, desenvolvimento econômico, existência de voos regulares, linhas
de ônibus interestaduais, produção industrial e hospedagem. Os indicadores de
comprimento e largura da pista de pouso e decolagem atual, assim como o de resistência
de pavimento (PCN) serão recomendados para uma etapa posterior, onde os aeroportos
89
regionais existentes devem ser avaliados em termos de capacidade de infraestrutura
disponível para atender a demanda projetada.
Importante ressaltar que este estudo não foca ou distingue passageiro de carga e isto se
deve por dois motivos. Primeiro, a aviação regional não tem como frota caraterística
aviões cargueiros ou aviões de grande porte. O foco da aviação regional é alimentar os
aeroportos de cidades chave. Segundo, e neste caso uma característica brasileira, grande
parte da carga aérea brasileira não viaja em aviões cargueiros e sim no porão das
aeronaves de passageiros e, desta forma, seguindo as rotas de passageiros apenas. As
cargas que são movimentadas na aviação regional brasileira possuem ainda a
característica de numerosos volumes e não de muito peso.
De forma para organizar os indicadores em uma árvore de decisão que permita, ao final,
auxiliar a tomada de decisão quanto ao município potencial a implantar um aeroporto
regional, procurou-se estruturar esta árvore em níveis, com base no ordenamento do
método desenvolvido por SAATY (1991), sendo no topo da árvore o objetivo final que
se pretende atingir com o estudo. Em seguida são dispostos os níveis, sendo o primeiro
nível os grupos Viagens existentes, Viagens atraídas e Viagens produzidas, oriundos da
modelagem de demanda.
90
Com base na revisão bibliográfica apresentada e nas características inerentes aos
Aeroportos Regionais, os seguintes grupos foram selecionados para compor o 1° nível
da estrutura: (i) Operação Aérea, (ii) Concorrência por outros Modais, (iii) População
do Município, (iv) Renda, (v) Negócios e (vi) Turismo. Importante que os elementos
que foram selecionados para compor o 2° nível sejam passíveis de comparação
(SAATY, 1990).
Figura 4.5- Estrutura de Decisão para Seleção e Avaliação de Municípios Potenciais a Receber um
Aeroporto Regional
91
visto que a população urbana tende a viajar mais de avião do que a população rural. O
nível de empregabilidade, assim como o setor (primário, secundário e terciário)
permitem avaliar a renda, sabendo-se que os níveis secundário e terciário são mais
propícios a viajar de avião. A frota de veículos (carros) permite avaliar a renda. O
crescimento econômico é o primeiro ímpeto para aquisição de veículos próprios e
transferência do transporte público para o particular. Neste contexto, quanto maior o
número de empresas, de leitos e receita do turismo, maior a atividade econômica e
turística, respectivamente e, por consequência, maior a propensão a viajar de avião.
A estrutura de decisão deste estudo é simples, sem muitos indicadores para cada nível,
segundo uma concepção robusta, mas com a pretensão de ser profunda e flexível
92
justamente para permitir testar a árvore e, no futuro, incluir mais fatores e respectivos
critérios, caso isto se justifique.
Como etapa seguinte, para a continuidade deste estudo, deveria ser realizado um estudo
de caso, com valores reais, de modo a testar e validar todo o procedimento, permitindo
finalizar com análises e recomendações embasadas em um estudo real.
93
5 PROCEDIMENTO PROPOSTO
Assim, foi possível concluir que um procedimento que envolva fatores e critérios de
diferentes áreas, no intuito de se hierarquizar localidades potenciais a receberem um
aeroporto de caráter regional não foi encontrado, muito embora tenha sido possível
entender que a preocupação com o desenvolvimento deste segmento tenha abrangência
mundial.
94
mercado, são os elementos importantes do transporte aéreo e o planejamento deve ser
compatível com os anseios da nação e em conformidade com os valores da cultura e da
sociedade (SILVA, 1991). As questões aeronáuticas no Brasil, normalmente, são
discutidas e resolvidas em caráter governamental. A intenção de um procedimento para
hierarquizar localidades potenciais permite que sejam levados em consideração diversos
indicadores representativos de vários Grupos de Interesse envolvidos no processo. Neste
estudo os Grupos de Interesse selecionados para participar e responder às pesquisas
foram:
95
foram extraídos de diversas bibliografias, mas sua importância relativa será definida
através de consulta aos especialistas, oriundos dos Grupos de Interesse acima definidos.
Além disso, para análise multicritério foi selecionada a ferramenta o Método de Análise
Hierárquica – AHP ou MAH em português. No capítulo 4 (quatro) vários métodos
foram apresentados e discutidos e a AHP foi escolhida por transformar problemas
complexos em hierarquias, com ampla utilização em diversos estudos, como o de
BALLIS (2003), MORGADO (2005) e o de QUADROS (2014). Além disso, é um
método flexível, de fácil manuseio e também permite poucas inconsistências, assim
como incorpora a experiência e a preferência dos tomadores de decisão. Ainda na
revisão, foi possível perceber a abrangência do método AHP em diversos segmentos e
em outras diversas áreas de estudo.
96
parte de um sistema de aviação civil do país. Ou seja, se o objetivo for a localização de
município para a implantação de um aeroporto internacional, o contexto será outro.
97
Figura 5.1 - Estrutura Proposta para o Procedimento para Hierarquização de Municípios com Potencial de Demanda para Implantação de Sítios Aeroportuários
Regionais. Fonte: Elaboração da própria
98
5.1.1. Etapas do Procedimento
Para a definição do Campo de estudos final, foi preciso primeiramente fazer cortes e
delimitar quais localidades seriam incluídas e quais seriam excluídas.
99
Finalmente, após a conclusão da aplicação do Método de Análise Hierárquica, os
resultados serão analisados no Capítulo 7, bem como os possíveis ajustes para se obter
as conclusões finais e recomendações.
100
No caso brasileiro, será necessário selecionar um Estado da Federação e efetuar uma
primeira análise sobre seus municípios, de forma a compreender o sistema de aviação
civil local. É importante ressaltar que as localidades com potencial de demanda para a
implantação de aeroportos regionais podem se encontrar nas seguintes situações, em
termos de transporte aéreo:
Nos casos identificados como aeroportos regionais com voos regulares é preciso
analisar, posteriormente, caso a localidade aponte potencial de demanda, a situação da
capacidade operacional da infraestrutura disponível, visto que talvez a capacidade não
esteja acompanhando a evolução de demanda prevista.
Importante ressaltar novamente que a análise será realizada com base na avaliação da
localidade e não na localização específica dentro de um município para implantação de
um aeroporto regional, visto que para esse fim seria necessário incluir um processo de
101
avaliação e seleção de sítios aeroportuários, com análises operacionais, locacionais e
ambientais.
1. Um dos primeiros cortes a ser efetuado diz respeito aos municípios onde já
existam aeroportos internacionais, assim como os municípios da capital do
Estado. No caso brasileiro, estes aeroportos internacionais e/ou domésticos de
grande porte se encontram nas capitais dos Estados da Federação e, assim, estas
localidades não devem ser levadas em consideração para a avaliação de seu
potencial de demanda, mesmo que seus aeroportos já operem voos regionais ou
estejam em locais turísticos.
102
2. Em contíguo, é preciso verificar e respeitar a catchment area destes aeroportos
das capitais dos Estados e não levar em consideração áreas que interfiram nestas
distâncias, assim como o aeroporto regional não deve estar inserido em um raio
de 100 km mínimo de distância de outro regional, medida esta definida pelo
percurso rodoviário (TRANSPORT CANADA, 2004 & POSTORINO, 2010).
No caso brasileiro, em relação à cada capital, os municípios que estiverem em
distância inferior à estipulada devem ser excluídos.
103
5.1.3. Etapa 3 – Estruturação da Árvore de Decisão
A concepção desta árvore de decisão teve como base o procedimento proposto por
MORGADO (2005) em seu estudo sobre localização de terminais rodoviários coletivos
de carga, bem como a própria metodologia de Análise Multicritério da AHP (SAATY,
1991). MORGADO inova, justamente, ao propor um procedimento que inclua a visão
dos agentes para avaliação de seus fatores e subfatores, onde procurou também, definir
padrões de acessibilidade.
104
QUADROS (2014) também desenvolveu um trabalho visando uma proposição de
utilização do Método de Análise Hierárquica - AHP, na avaliação da priorização dos
investimentos governamentais de infraestrutura de transportes.
TEDESCO e KNEIB (2013) também apresentam uma árvore de decisão similar em seu
estudo sobre a hierarquização dos fatores determinantes das centralidades urbanas como
subsídio ao planejamento de transportes. Para chegar a esse resultado as autoras
seguiram os seguintes passos: identificaram o problema, identificaram os elementos
relevantes no processo decisório e montaram a árvore hierárquica conforme os
objetivos, os agentes de decisão, os critérios e as alternativas propostas. Assim, a árvore
hierárquica foi estruturada em quatro níveis, sendo o 1° nível o objetivo, o 2° similar ao
que adotou-se nesta tese com os Fatores, o 3° em critérios e o 4° em subcritérios.
A estrutura de decisão deste estudo é simples, sem muitos indicadores para cada fator
do 1° nível, justamente para permitir testar esta árvore e, no futuro, poder incluir mais
indicadores. Para a pontuação recomenda-se adotar a Escala Fundamental de Saaty, com
valores de julgamentos verbais que correspondem à julgamentos numéricos de 1 à 9,
conforme Tabela 8, a ser apresentada na Etapa seguinte.
105
5.1.4. Etapa 4 – Determinação dos Pesos da Árvore de Decisão
Na etapa anterior foram realizados os cortes do campo de estudos para definição das
áreas candidatas. Nesta segunda etapa outro corte será realizado, mas com o auxílio da
percepção e julgamento dos atores/agentes intervenientes no processo. Segundo Expert
Choice (1995) apud LISBOA (2003) uma razão para uma determinada tomada de
decisão ser realizada em grupo, e não simplesmente por um único indivíduo, é a grande
variedade de perspectivas e ideias que cada participante traz para o processo de tomada
de decisão.
A seleção dos fatores e critério para a avaliação das localidades quanto ao seu potencial
de geração de demanda por transporte aéreo regional foi realizada com base na revisão
106
bibliográfica dos capítulos 2 e 3, bem como organizada conforme a modelagem
tradicional de demanda no capítulo 4.
107
Tabela 5.1 - Escala Fundamental de Saaty
108
a) Aplicação do Método
Para o cálculo da hierarquia foi utilizado o software Expert Choice 11. O programa tem
uma interface simples e amigável que usa a solução exata pelo Autovetor e o Autovalor
para apresentar os resultados numéricos, a razão de consistência de cada comparação e a
análise de sensibilidade. Assim, para cada julgamento o entrevistado identificou sua
preferência através da comparação par-a-par e, em seguida, sua intensidade conforme a
escala fundamental de Saaty.
109
5.1.6. Etapa 6 – Resultados e Ajustes
Esta etapa tem por objetivo analisar os resultados, expressos pela hierarquização das
alternativas elaboradas através do cálculo da árvore de decisão. O tomador de decisão
poderá, com o auxílio do método AHP e da ferramenta de cálculo Expert Choice,
estabelecer prioridades para sua aplicação, considerando diferenças e conflitos de
opiniões, no intuito de atingir um objetivo em comum.
Com base nestes resultados, relatórios poderão ser realizados a respeito do julgamento
das alternativas, assim como a aplicação de possíveis ajustes.
110
Potenciais Aeroportos Regionais, elaborado pela Urban Systems (URBAN SYSTEM ,
2004) e o ainda vigente Plano Aeroviário Estadual – PAE, neste caso específico o do
Estado do Espírito Santo.
Além disso, o software Expert Choice propicia gráficos que permitem analisar a
sensibilidade dos resultados, no intuito de se avaliar o comportamento dos Fatores
quando modificados.
Nesta etapa serão realizadas considerações sobre todas as etapas do procedimento, bem
como a apresentação das limitações encontradas e recomendações para aprimoramento
do procedimento e trabalhos futuros.
111
6 APLICAÇÃO – HIERARQUIZAÇÃO DOS MUNICÍPIOS POTENCIAIS
Cada Região Geográfica brasileira tem sua especificidade, seja ela em termos de
localização, seja em termos de desenvolvimento. Por exemplo, as Regiões Sul, Sudeste
e Nordeste são regiões costeiras, mas em termos de desenvolvimento o Sul e Sudeste
ultrapassam a Região Nordeste. As Regiões Norte e Centro-Oeste estão localizadas
112
entre os Estados brasileiros e outros países. A Região Norte, composta
predominantemente pela Amazônia, é uma região de difícil acesso, com cidades
remotas e nível de desenvolvimento menor, em relação às outras.
Para a elaboração do Estudo de Caso desta pesquisa, foi realizada uma pequena análise
para a escolha de um dos 27 estados brasileiros. Como pontos de corte, para uma
primeira exclusão, foram descartadas as Regiões Norte e Nordeste, representativas de
Estados com menor desenvolvimento socioeconômico. Em seguida, buscou-se um
Estado que apresentasse potencial econômico relativamente maior, mas não mais de 100
municípios, permitindo uma escala compatível com os recursos disponíveis em uma
pesquisa de natureza acadêmica. Desta forma chegou-se ao estado do Espírito Santo,
com 78 municípios.
113
6.1.1. O Estado do Espírito Santo
a. Relevo
Seu território compreende duas regiões naturais distintas: o litoral - que se estende por
400 km - e o planalto. Ao longo da costa Atlântica encontra-se uma faixa de planície
que representa 40% da área total do Estado, e à medida que se penetra em direção ao
interior, o planalto dá origem a uma região serrana, com altitudes superiores a 1.000
metros, onde se eleva a Serra do Caparaó ou da Chibata. Nesta região encontra-se o
Pico da Bandeira, com 2.890 metros de altura, o terceiro mais alto do País e o mais alto
do Estado.
b. Clima
O clima do Estado do Espírito Santo é tropical úmido, com temperaturas médias anuais
de 23ºC e volume de precipitação superior a 1.400 mm por ano, especialmente
concentrada no verão.
c. Hidrografia
Na hidrografia, o Rio Doce, que nasce no Estado de Minas Gerais e tem 944 km de
extensão, é o mais importante do Estado. No entanto, também se destacam os rios São
Mateus, Itaúnas, Itapemirim, Jucu, Mucurí e Itabapoana.
d. Vegetação
114
O Estado do Espírito Santo possui uma Floresta tropical com vegetação litorânea.
Quanto à sua extensão, o Estado dispõe de 46.096,925 km², com densidade demográfica
de 76,25 hab/km².
Macrorregiões de Gestão
Municípios
Administrativa
Microrregiões
N° Nome Quantidade de Municípios (78)
Correspondentes
1 Metropolitana 1, 2 e 3 19
2 Norte 9 e 10 16
3 Central 7e8 16
4 Sul 4, 5 e 6 27
Microrregiões de Gestão
Municípios
Administrativa
Quantidade de
N° Nome Nome dos 78 Municípios
Municípios (78)
Fundão, Serra, Cariacica, Vitória, Viana, Via Velha
1 Metropolitana 7
e Guarapari
Itaguaçu, Itarana, Santa Teresa, Santa Maria de
2 Central Serrana 5
Jetibá e Santa Leopoldina
Laranja da Terra, Afonso Cláudio, Brejetuba,
3 Sudoeste Serrana 7 Conceição do Castelo, Venda Nova do Imigrante,
Domingos Martins e Marechal Floriano
Alfredo Chaves, Anchieta, Iconha, Rio Novo do Sul,
4 Litoral Sul 8 Piúma, Itapemirim, Marataízes e Presidente
Kennedy
115
Castelo, Vargem Alta, Cachoeira de Itapemirim,
5 Central Sul 8 Jerônimo Monteiro, Muqui, Atílio Vivácqua, Apiagá
e Mimoso do Sul
Ibatiba, Irupi, Iúna, Ibitirama, Muniz Freire, Divino
6 Caparaó 11 de São Lourenço, Alegre, Dores do Rio Preto,
Guaçuí, São José do Calçado e Bom jesus do Norte
Sooretama, Rio Bananal, Linhares, João Neiva,
7 Rio Doce 6
Aracruz e Ibiraçu
Alto rio Novo, São Gabriel da Palha, Vila Valério,
Pancas, São Domingos do Norte, Governador
8 Centro-oeste 10
Lindenberg, Marilândia, Baixo Guandu, Colatina e
São Roque do Canaã
Mucurici, Montanha, Ponto Belo, Pedro Canário,
9 Nordeste 9 Pinheiros, Boa Esperança, Conceição da Barra, São
Mateus e Jaguaré
Ecoporanga, Água Doce do norte, Vila Pavão, Barra
10 Noroeste 7 de São Francisco, Nova Venécia, Mantenópolis e
Águia Branca
116
Figura 6.2 - Microrregiões do Estado do Espírito Santo
117
f. Infraestrutura de Transportes
Além disso, todos os 78 municípios são interligados por vias asfaltadas e grande parte
das rodovias estaduais foi recentemente recuperada pelo governo do Espírito Santo.
As ferrovias do Estado já tiveram uma posição privilegiada porque integravam uma boa
parte do território estadual, com quase toda a região sudeste do Brasil. Porém, com uma
política voltada a privilegiar o sistema rodoviário, hoje o Estado possui somente a
Ferrovia Vitória-Minas da Companhia Vale do Rio Doce – CVRD, em pleno
funcionamento, que transporta prioritariamente minério de ferro de Minas Gerais. O
Estado conta também com a ferrovia Centro-Atlântica S/A, que liga Vitória ao Rio de
Janeiro.
119
Figura 6.3 - Principais Portos do Espírito Santo
Transporte Aéreo
120
Tabela 6.3 - Aeródromos Públicos no Espírito Santo em 2015
g. Energia Elétrica
121
As concessionárias de distribuição de energia elétrica operando no Espírito Santo são a
Espírito Santo Centrais Elétricas S/A - EDP ESCELSA e Empresa Luz e Força Santa
Maria - ELFSM.
O Espírito Santo, que até 2006 se encontrava na ponta de linha do Sistema Interligado
Nacional (SIN), atualmente possui um anel de segurança formado pelas linhas de
transmissão Adrianópolis-Campos-Vitória e Ouro Preto-Vitória, que garantem à Região
Metropolitana da capital maior confiabilidade em seu abastecimento.
O IDH é um número que varia de 0 (zero) a 1 (um). Quanto mais próximo de 1, maior o
desenvolvimento humano do município (PNUD, 2013). A Figura 6.4 apresenta a escala
do IDHM.
122
Figura 6.4 - Faixas de Desenvolvimento Humano Municipal - IDHM
Fonte: PNUD, 2013.
A Figura 6.5 apresenta os 78 municípios que compõe o Estado do Espírito Santo e que
estão distribuídos entre as faixas média, alta e muito alta do IDHM.
Como Municípios enquadrados como IDHM Muito Alto tem-se apenas os Municípios
de Vitória e Vila Velha. Já como IDHM Alto, tem-se, para 2010, os municípios de São
Roque do Canaã, Baixo Guandu, Itaguaçu, Guaçui, Atilio Vivacqua, São Gabriel da
Palha, Alfredo Chaves, Marechal Floriano, Rio Novo do Sul, Nova Venécia, Santa
Teresa, Cariacica, Fundão, Alegre, Linhares, Castelo, Ibiraçu, Piúma, Venda Nova do
Imigrante, Iconha, Anchieta, Guarapari, Bom Jesus do Norte, São Mateus, Serra,
Cachoeiro de Itapemirim, Colatina, Aracruz e João Neiva, somando ao todo 29
municípios, o que corresponde à aproximadamente 37% dos municípios.
123
Figura 6.5 - IDHM dos 78 Municípios do Estado do Espírito Santo
124
6.1.2. Levantamento de Dados sobre o Potencial dos Municípios
• Fatores:
o Operação Aérea, Concorrência Modal, População, Renda, Negócios e
Turismo.
• Critérios:
o Operação Aérea: Apresentar ou não ter voos regulares.
o População: N° de habitantes total e Taxa Urbana.
o Concorrência Modal: N° de Linhas de ônibus e viagens de Carro.
o Renda: PIB Municipal, Participação 2° e 3° Setor e Frota de Veículos.
o Negócios: N° de empresas total, N° de empresas do 2° e 3° Setor e
Consumo de Energia.
o Turismo: Turismo Consolidado, N° de Leitos e Receita do Setor.
Como era de se esperar, mesmo através de uma vasta busca pelos dados e consultas a
órgãos dedicados à coleta de dados e indicadores, bem como análises dos mesmos
através da publicação de estudos e anuários, como IBGE, IPEA, ANTT, ANAC e
ANEL, não foi possível conseguir todos os dados dos Critérios acima definidos, mesmo
os específicos do próprio Estado do Espírito Santo.
Neste contexto, a solução foi buscar dados para substituir àqueles que não foram
encontrados. Esta substituição foi feita de forma a não conflitar com a função do
Critério, assim como não conflitar com os níveis já definidos na estruturação da árvore
de Decisão.
125
• No Fator “Concorrência Modal”, onde estava previsto a coleta de dados sobre o
Critério “Viagens de Carro”, houve a substituição por “N° de Destinos
Atendidos pelo Transporte Rodoviário”, visto que o Critério “Frota de
Automóveis” já estava sendo considerado alimentador do “Fator Renda”
também.
• No Fator “Negócios”, onde estava previsto a coleta por informações sobre o
Critério “N° de Empresas Representantes dos 2° e 3° Setores”, houve a
substituição pelo “N° de Empregados Representantes do 2° e 3° Setor”.
• No Fator “Turismo”, onde estava previsto a coleta de dados sobre o Critério
“Receita do Setor”, este valor foi substituído por massa salarial específica do
turismo, segundo critérios de modelagem do IBGE. O faturamento sobre turismo
ainda é considerado um dado sigiloso no Brasil.
A Tabela 6.5 apresenta os dados brutos colhidos através dos Anuários e Órgãos
específicos ou não do Estado do Espírito Santo. As últimas colunas dizem respeito às
distância de cada município do estado do Espírito Santo em relação à capital do Estado,
neste caso Vitória. Este dado foi apresentado como em linha reta e por rodovia e será de
grande utilidade para a análise Catchment Area (área de polarização).
126
Tabela 6.5- Levantamento de Dados sobre os 78 Municípios do Estado do Espírito Santo
127
Legenda sobre as fontes Consultadas:
1
• IBGE Cidades
2
• ANAC
3
• ANTT
128
4
• Secretaria de Turismo do Espírito Santo - Inventário de Oferta Hoteleira por
Município - 2005/2006
5
• Cadastro - sistema de cadastro de pessoas físicas e jurídicas - SETUR/ES
Governo do ES, 2013, 2014 e 2015
6
• IpeaData 1995 busca em 20/06/2015
7
• Balanço Energético 2011
8
• Página Eletrônica Distância entre Cidades (http://www.
http://distanciacidades.com/ ). Acesso realizado em junho de 2015.
9
• Massa Salarial Específica de Turismo, IBGE, 2013. Atividades que compõem
essa massa salaria de turismo: Agências de Viagens, Aluguel de Equipamentos
Recreativos e Esportivos, Artes Cênicas, Espetáculos e Atividades Complementares, Atividades
de Museus e de Exploração, Restauração Artística e Conservação de Lugares e Prédios
Históricos e Atrações Similares, Atividades de Recreação e Lazer não Especificadas
Anteriormente, Hotéis e Similares, Operadores Turísticos, Outros Tipos de Alojamento não
Especificados Anteriormente, Parques de Diversão e Parques Temáticos, Serviços de Reservas e
Outros Serviços de Turismo não Especificados Anteriormente, Transporte Aéreo de Passageiros
Não-Regular, Transporte Aéreo de Passageiros Regular, Transporte Metroferroviário de
Passageiros, Transporte por Navegação de Travessia, Transporte por Navegação Interior de
Passageiros em Linhas Regulares, Transporte Rodoviário Coletivo de Passageiros, com
Itinerário Fixo, Intermunicipal, Interestadual e Internacional, Transporte Rodoviário Coletivo de
Passageiros, com Itinerário Fixo, Municipal e em Região Metropolitana, Transporte Rodoviário
Coletivo de Passageiros, Sob Regime de Fretamento, e Outros Transportes Rodoviários não
Especificados Anteriormente, Transporte Rodoviário de Táxi, Trens Turísticos, Teleféricos e
Similares e Restaurantes e Outros Estabelecimentos de Serviços de Alimentação e Bebidas
129
6.2. Definição do Campo de Estudos – Corte
130
Existem autores europeus que definem o limite da catchment area para Aeroporto
Regionais como 100 km de raio ou, através do tempo percorrido pelo rodoviário, com
no máximo de 90 (noventa) minutos de tempo de percurso (TRANSPORT CANADA,
2004 & POSTORINO, 2010). Já alguns autores americanos definem em 60 minutos de
percurso em suas rodovias.
Desta forma, os seguintes 29 (vinte e nove) municípios foram descartados por estarem a
menos de 100 km de raio do município de Vitória, capital do Estado:
131
• Rio Novo do Sul – 91,69 km pop
• Santa Leopoldina – 32,67 km
• Santa Maria de Jetibá – 55,79 km
• Santa Teresa – 51,12 km
• São Roque do Canaã – 72,93 km
• Serra – 19,64 km
• Vargem Alta – 85,44
• Venda Nova do Imigrante – 87,77 km
• Viana – 15,64 km
• Vila Velha – 5,58 km
Os municípios de Colatina, Guarapari, Serra e Vila Velha merecem atenção, visto que
Colatina, Guarapari e Vila Velha já possuem aeródromos e, os 4 (quatro) possuem
representação positiva em seus indicadores socioeconômicos.
A Tabela 6.6 apresenta alguns dados sobre Guarapari, Serra e Vila Velha, municípios
que não serão incluídos no campo de estudos para hierarquização.
Municípios
Fatores Critérios
Guarapari Serra Vila Velha
Presença de Voos
Operação Aérea sim não não
Regulares
Distância à
Capital do - 47 km 19,64 km 5,58 km
Estado (Vitória)
132
Participação 2° e 3°
1.085.935 11.684.269 6.185.734
Setor
Frota de veículos 31.840 101.579 121.391
Conforme apresentado no Capítulo 2, para que uma empresa aérea decida sobre qual
aeroporto ela desenvolverá suas rotas e implantará uma base de operação, ela leva em
consideração a proximidade entre os aeroportos. Para que este critério fosse ignorado, a
demanda por transporte aéreo no Brasil deveria ser extremamente grande e os
aeroportos ao redor apresentarem restrições graves de capacidade, o que não é o caso.
133
A TRANSPORT CANADA (2004), POSTORINO (2010) e a CAA (2011) também
remetem à população como um dos indicadores para definição da catchment area e,
realçam que, seu crescimento afeta positivamente a demanda por passageiros de
transporte aéreo. A CAA, inclusive, ressalta que a densidade populacional e a
conectividade para integrar o aeroporto ao distrito, neste caso ao município, em muitos
casos representam fatores mais importantes que o tempo de viagem de superfície.
Para a ABETAR (2011), a população também representa uma faixa de corte e em seu
estudo sobre Aeroportos Regionais Turísticos ela usa os dados do Plano Aeroviário
Nacional (2009).
• Cachoeira de Itapemirim
• Colatina
• Linhares
134
• São Mateus
135
duração percorrida nesta rodovia, 1h e 18 min. É preciso levar esta proximidade em
consideração e, através de grupos de municípios, procurar gerenciar o sistema de forma
que um aeroporto não exerça concorrência sobre outro, ou seja, que eles não disputem
pela atração e geração de demanda.
136
Conforme exposto por Wolff (2008) como sendo uma das críticas à aplicação da AHP,
novas alternativas podem reverter o ranking das alternativas existentes, devido ao modo
pelo qual os pesos são normalizados para somar 1 (um).
A concepção desta árvore de decisão teve como base o procedimento proposto por
MORGADO (2005) em seu estudo sobre localização de terminais rodoviários coletivos
de carga, bem como a própria metodologia de Análise Multicritério da AHP (SAATY,
1991).
De forma para organizar os indicadores em uma árvore de decisão que permita, ao final,
auxiliar a tomada de decisão quanto ao município potencial a implantar um aeroporto
regional, procurou-se estruturar esta árvore em níveis, com base no ordenamento do
método desenvolvido por SAATY (1991), sendo no topo da árvore o objetivo final que
se pretende atingir com o estudo. Em seguida são dispostos os níveis, sendo o primeiro
nível os grupos Viagens existentes, Viagens atraídas e Viagens produzidas, oriundos da
modelagem de demanda.
137
que foram selecionados para compor o 1° nível sejam passíveis de comparação
(SAATY, 1990).
Figura 6.7 - Estrutura de Decisão para Seleção e Avaliação de Municípios Potenciais a Receber um
Aeroporto Regional
Fonte: Elaboração da autora
138
Uma das vantagens de questionários aplicados individualmente é não sofrer influência
de outros agentes na decisão de cada participante, além de permitir que eles respondam
de acordo com sua disponibilidade de tempo. O questionário aplicado teve por objetivo
avaliar as importâncias relativas sobre fatores e critérios pré-selecionados para compor a
árvore de decisão e, que expresse ao final o potencial de demanda por aeroportos
regionais em municípios brasileiros. Com base nestas informações, o tomador de
decisões poderá decidir sobre os investimentos para o desenvolvimento de aeroportos
regionais com base nas informações extraídas de uma hierarquização de municípios
potencias. A Figura 6.8 apresenta dois extratos do questionário aplicado, sendo o
primeiro extrato sobre os julgamentos dos fatores e o segundo sobre julgamento dos
critérios.
Esta pesquisa não fez distinção entre localidades que já apresentem aeroportos ou não.
Por isso, o termo “desenvolvimento de aeroportos regionais” pode tanto significar
implantar um aeroporto novo como desenvolver um aeroporto existente que não tenha
ainda como foco o segmento regional.
Desta forma, este questionário foi dividido em duas partes, sendo a 1ª parte a avaliação
dos julgamentos dos Fatores e, na 2ª parte, a definição dos pesos dos Fatores e de cada
Critério. O questionário, em sua íntegra, encontra-se no Anexo 02 desta tese.
139
Figura 6.8 - Questionários Aplicados Contemplando 15 Julgamentos de Fatores e 12 Julgamentos
de Critérios
140
Embora cada entrevistado tenha examinado os mesmos fatores e critérios e associado a
eles pesos diferentes, foi possível obter os pesos de uma forma globalizada, ou seja,
atribuir aos fatores e critérios pesos que representem um consenso de valor para o
grupo. De acordo com Forman e Peniwati (1998), o comportamento do grupo é o fator
que determinará a forma com que as informações serão analisadas e agregadas. No caso
do grupo que atua como uma unidade utiliza-se uma abordagem da AHP conhecida
como Agregação Individual de Julgamentos (AIJ). Já para grupos que preferem manter
a análise individual, existe a Agregação Individual de Prioridades (AIP). Em muitos
estudos os grupos de entrevistados podem receber pesos, no intuito de pontuar grupos
mais importantes. No entanto, nesta pesquisa, os entrevistados não receberam distinção
de pesos e foram todos considerados de mesma importância.
141
Desta forma é possível concluir primeiramente que os 6 (seis) fatores foram
confirmados e, em seguida, que a questão econômica tem forte relação com o
transporte aéreo. O Fator Negócios ficou em primeira colocação, seguido por Turismo e
Renda. A Concorrência Modal ficou em 4° lugar e isto pode significar que o
entrevistado não vislumbra a captação de demanda de outro modal. Mais a frente, na
Tabela 6.8, será possível observar que os Fatores Operações Aéreas e População
dividiram opiniões.
A primeira análise sobre os resultados dos julgamentos foi feita em relação aos
julgamentos combinados, no intuito de prover a opinião do grupo, combinando os 32
questionários em um. Sobre este Agrupamento AIJ, extraído do Expert Choice, a Razão
de Consistência (cujo significado é apresentado na 2ª análise) foi de 0,00 para os
Fatores do questionário. Na parte sobre os critérios, o único índice diferente de zero foi
respectivo à avaliação do critério Negócios e, mesmo assim, 0,01. Os resultados das
prioridades sobre os Fatores e Critérios estão apresentados na Tabela 6.7 e separados
por Fatores na Figura 6.9 e por Critérios na Figura 6.11, sendo que a Tabela 6.7
apresenta os pesos locais e globais combinados tanto do total de questionários, assim
como os pesos e prioridades dos julgamentos considerados consistentes, objeto da 2ª
análise.
142
Todos os Questionários Apenas Questionários
Combinados Combinados Consistentes
Goal: Potencial de Geração de
Demanda Av Regional
Prioridade Prioridade Prioridade Prioridade
Local Global Local Global
Linhas Rodo
0,680 0,075 0,710 0,091
Intermunicipais
Critérios
Viagens de Carro 0,320 0,035 0,290 0,037
N° de Empresas 2° e 3°
0,469 0,121 0,503 0,113
Setor
Critérios
N° de Empresas no Total 0,313 0,081 0,295 0,066
Fonte: Valores calculados pelo Expert Choice com base nos Julgamentos dos Entrevistados
143
Figura 6.9 - Síntese de Julgamentos Figura 6.10 - Síntese de Julgamentos
Combinados de Fatores - Todos os Combinados de Fatores - Apenas Questionários
Questionários Consistentes
Na Figura 6.9, que apresenta as prioridades e pesos apenas dos Fatores em Grupo (1°
nível), é possível observar que a questão econômica é valorizada na visão dos
entrevistados, visto que os Fatores Negócios e Renda foram os que tiveram maior peso,
corroborando com o número de marcações e a validação realizada logo no início do
questionário.
Figura 6.11 - Síntese Combinada das Prioridades segundo os Julgamentos dos Critérios
144
operação aérea não é valorizada, permanecendo entre os Fatores (1° nível) em última e
penúltima posição e entre os Critérios (2° nível), a operação não regular em última
posição também, mas a regular, para a visão combinada, ficou em terceira posição.
Interessante notar que algumas preferências sobre alguns fatores não foram unânimes, a
exemplo dos julgamentos descritos na Tabela 6.8, mostrando que alguns fatores e
critérios dividiram opiniões em quase 50% dos julgamentos. O software Expert Choice
não fornece esse tipo de análise e para observar esse fato, todos os julgamentos,
independentes da intensidade pontuada pela Escala de Saaty, foram contabilizados em
um editor de planilhas.
À respeito da consistência dos questionários, segundo Saaty (1990, 1991), como regra
geral, se a Razão de Consistência – RC for menor do que 0,1, há consistência para se
continuar os cálculos do AHP. Por outro lado, se a Razão de Consistência for maior que
0,1, o questionário é considerado inconsistente, sendo recomendado por SAATY (1990,
1991) que os julgamentos sejam refeitos, seja através de modificações nos questionários
ou através de recategorização dos elementos, até que a consistência aumente.
Mesmo que se imagine que só a lógica ou o pensamento científico devam ser usados
numa decisão, na prática a nossa opinião diante da solução de problemas ou tomada de
decisões envolve muito mais intuição e outras características emocionais do que
propriamente a lógica (WOLFF, 2008). A inconsistência é derivada de opiniões de
matrizes de comparação que se contradizem. Para este estudo não há consenso de que
uma nova aplicação do questionário seria atendida.
145
A inconsistência é um fator que pode ser medido e foi definido que o máximo de
inconsistência aceitável é 10% (WOLFF, 2008). A Razão de Consistência é calculada
ao se dividir o Índice de Consistência (IC) pelo Índice Randômico (IR), que varia de
acordo com o tamanho n da matriz (SAATY, 1991). No caso do software Expert
Choice, ele já fornece automaticamente a Razão de Consistência, tanto para os fatores
como para os critérios.
Com base apenas nos 15 (quinze) questionários considerados consistentes, a Tabela 6.7
apresenta as preferências/prioridades e os pesos locais e globais de cada fator e critério.
Na Figura 6.10 os Fatores são destacados conforme sua prioridade e na Figura 6.12,
estão destacadas preferências e pessoas dos respectivos Critérios.
146
Figura 6.12 - Síntese Combinada Somente com a Prioridade dos Julgamentos sobre Critérios
Considerados Consistentes
147
Tabela 6.9 - Número de Questionários por Grupo de Interesse
N° (%) de
Grupos de Interesse N° (%) de Agentes que Número de Questionários
Retorno dos
Envolvidos Receberam o Questionário Considerados Consistentes
Questionários
Tabela 6.10 - Análise dos Julgamentos e Prioridades dos Fatores do Ponto de Vista por Grupo de
Interesse
Concorrência
1. Especialistas Renda Negócios Turismo População Op. Aérea
Modal
2. Empresas Concorrência
Negócios Renda Turismo Op. Aérea População
Aéreas Modal
Concorrência
3. Operadores Renda Turismo Negócios População Op. Aérea
Modal
4. Órgão Concorrência
Turismo Negócios Renda Op. Aérea População
Regulador Modal
Com base nestas informações é possível inferir que a questão econômica, novamente,
prevalece sobre os aspectos de população e do tipo de voo. No entanto, também é
possível observar que na visão dos Especialistas e das Empresas Aéreas, lembrando que
a amostragem foi pequena, o turismo não é o foco principal de demanda e sim os
Fatores de Renda e Negócios, seguidos pela Concorrência Modal que traduz a visão de
sistema, de integração e também de captação de demanda de outros modais.
148
Na visão dos Operadores Aeroportuários, o Fator Turismo sobe duas posições em
relação aos Grupos de Especialistas e de Empresas Aéreas, ficando atrás apenas da
Renda. Já o Fator sobre Concorrência Modal fica em penúltimo lugar sugerindo que os
Operadores não valorizam o potencial de demanda derivado da captação das viagens
existentes em outros modais.
Em relação ao último Grupo, do Órgão Regulador e, por acaso, o grupo com menores
índices de inconsistência, pode-se inferir que para este Grupo, o principal Fator que
reflete o potencial de demanda de uma localidade para aeroportos regionais diz respeito
ao Turismo, seguido por Negócios e Renda. Assim como os Operadores, este Grupo não
tem em seu escopo de atuação o foco para captação de demanda e, por isso, o Fator
Concorrência Modal ficou em penúltimo.
Assim como nas outras avaliações, os Fatores de População e Operação Aérea foram
considerados de menor impacto quando o foco é o potencial de demanda para
aeroportos regionais.
Com base nas informações da Tabela 6.11, que segue o raciocínio da Tabela 6.10, sobre
as prioridades dos critérios segundo os Grupos de Interesse, é perceptível a diferença no
ponto de vista de cada Grupo de Interesse quando o assunto é definir os pesos de
critérios relacionados à implantação e um aeroporto regional em dado município
brasileiro. Este fato ocorre em função do foco de atuação dos Grupos ser distinto. A
empresa aérea tende a focar no custo e viabilidade de seus negócios; os especialistas
analisam a infraestrutura em função da capilaridade, com visão de sistema e também na
busca por autossuficiência; os Operadores desejam também ser autossuficientes, mas
focam no volume de passageiros e carga transportado, assim como o movimento de
aeronaves e questões específicas de segurança operacional. Ao final, temos o órgão
regulador, cujo papel é regular em função do serviço oferecido ao passageiro,
independente se existe demanda ou não, a ser captada ou não e com a empresa aérea
tendo lucro ou não.
149
A última coluna da Tabela 6.11 apresenta o peso médio dos critérios julgados por cada
Grupo de Interesse, que tem como objetivo refletir uma mesma importância atribuída a
cada Grupo.
Tabela 6.11 - Análise dos Julgamentos de Pesos e Prioridades dos Critérios do Ponto de Vista por
Grupo de Interesse
Grupos de Interesse
Órgão
Critérios Especialistas Empresas Aéreas Operadores Peso
Regulador
Médio -
posição
Posição Peso Posição Peso Posição Peso Posição Peso
Participação 2° e
1° 0,156 2° 0,124 1° 0,158 4° 0,110 0,137
3° Setor
Linhas Rodo
2° 0,115 6° 0,091 11° 0,034 5° 0,093 0,083
Intermunicipais
N° de Empresas
3° 0,098 1° 0,282 6° 0,057 2° 0,115 0,138
2° e 3° Setor
N° Empresas
4° 0,098 4° 0,094 14° 0,029 9° 0,049 0,067
Total
Viagens de
5° 0,075 12° 0,018 12° 0,034 14° 0,027 0,038
Carro
Voo Regular 6° 0,071 9° 0,028 13° 0,032 1° 0,133 0,066
Taxa Urbana 7° 0,068 10° 0,023 5° 0,079 6° 0,071 0,060
Receita do Setor 8° 0,065 7° 0,072 3° 0,129 8° 0,055 0,080
Frota de
9° 0,058 3° 0,105 10° 0,047 13° 0,036 0,061
Veículos
PIB Municipal 10° 0,045 8° 0,029 2° 0,155 7° 0,057 0,071
Consumo de
11° 0,043 5° 0,094 8° 0,049 11° 0,039 0,056
Energia
Turismo
12° 0,033 11° 0,019 4° 0,089 3° 0,114 0,063
Consolidado
N° Total de
13° 0,032 15° 0,003 7° 0,052 12° 0,037 0,031
Habitantes
N° de Leitos 14° 0,029 14° 0,008 9° 0,048 10° 0,042 0,031
Voo Não
15° 0,016 13° 0,009 15° 0,008 15° 0,022 0,013
Regular
Total 1,0 1,0 1,0 1,0
150
Regulador, o critério que expressa a presença de voo regular vem em primeiro lugar,
seguida pelo critério de n° de empresas do 2° e 3° setor, que alimenta o fator renda. De
qualquer forma, para o órgão Regulador o PIB, municipal ou de 2° e 3° setor vem
depois. Quando o foco é a presença de voos não regulares, aí sim há consenso entre os
grupos de que este critério não é prioridade.
Renda > Negócios > Turismo > Concorrência Modal > Operação Aérea > População
151
Segundo a TRANSPORT CANADA (2004) e POSTORINO (2010) os seguintes
critérios são fundamentais para a definição geográfica da área de polarização
(catchment area) primária de aeroportos regionais.
• População residente
• Média anual de renda da localidade
• Média anual de renda familiar
• Nível de empregabilidade, e
• Setor de empregabilidade
POSTORINO (2010) reforça que o crescimento dos três primeiros afeta positivamente o
crescimento da demanda de passageiros por transporte aéreo e, por consequência, da
catchment area. Além disso, estes critérios também traduzem o potencial
socioeconômico da localidade. Em sua pesquisa sobre os determinantes para a demanda
de viagens de avião, VALDES (2015) confirma a importância do Fator renda como
fator de aumento no volume de passageiros em determinado aeroporto.
Neste estudo não foi avaliado nenhum fator operacional, em termos de infraestrutura,
visto que partiu-se do ponto de vista do potencial de demanda de atração e produção de
viagens do município. Neste contexto, a avaliação da capacidade da infraestrutura seria
em uma 2ª etapa, após a determinação do referido potencial do município.
152
Em geral, os fatores avaliados neste estudo se enquadram nos fatores avaliados pela
Urban Systems, visto que Renda e Negócios se associam ao desenvolvimento
econômico, que também pode incorporar o turismo. Já o critério sobre voos regulares,
para a Urban Systems, foi incorporado no Fator de maior peso, 40%. Neste artigo, os
julgamentos combinados ou por Grupos de Interesse não apontou a existência de voos
regulares como prioridade.
Após a conclusão de avaliação dos pesos e importâncias relativas dos fatores e critérios
pré-definidos nos capítulos 2 e 3 e organizados conforme a modelagem tradicional de
demanda por transporte no Capítulo 4, o passo seguinte foi a coleta dos dados de cada
Critério.
É preciso informar que existem dois modos de sintetizar as prioridades locais das
alternativas (os resultados do Expert Choice), conforme apresenta Saaty (1991), sendo
um o Modo Distributivo e o outro, o Modo Ideal. A diferença apresenta-se da seguinte
forma:
153
são divididas pelo maior valor entre elas. O método ideal é utilizado quando o
interesse está apenas em uma alternativa.
Nesta tese o método utilizado foi o Distributivo. Importante ressaltar que as diferenças
são poucas em termos de resultado numérico.
Assim, a hierarquização dos municípios candidatos através do método AHP poderia ser
realizada de duas formas, sendo uma através de uma nova aplicação de questionário
onde os entrevistados avaliaram informações qualitativas de cada município e
procederiam a novos julgamentos.
Ainda, para uma análise mais detalhada, as alternativas definidas foram analisadas
conforme cada um dos 6 (seis) Fatores, seguindo o exemplo de raciocínio da Tabela
6.12, e para cada Grupo de Interesse, a saber: Operação Aérea, Concorrência Modal,
População, Renda, Negócios e Turismo. Analisadas de forma isolada, é possível
perceber que as prioridades de municípios, no caso de considerar apenas um Fator,
muda completamente.
Desta forma, para cada Grupo a seguir, serão apresentadas suas hierarquias, assim como
a grade de valores aos pesos normalizados extraídos através do software Expert Choice.
154
Tabela 6.12 - Estrutura de Análise das Alternativas Segundo seus Fatores
Cachoeiro de
X 1,1 X 1,2 X 1,3 X 1,4 X 1,5 X 1,6
Itapemirim
Colatina X 2,1 X 2,2 X 2,3 X 2,4 X 2,5 X 2,6
Linhares X 3,1 X 3,2 X 3,3 X 3,4 X 3,5 X 3,6
São Mateus X 4,1 X 4,2 X 4,3 X 4,4 X 4,5 X 4,6
Na definição dos pesos de cada fator e de cada critério foi feita uma análise sobre a
consistência dos julgamentos. Para a avaliação dos municípios candidatos somente
serão considerados os pesos sobre os questionários ditos consistentes, que não
apresentaram inconsistências de julgamentos, conforme apresentado na 2ª análise do
item 6.4.2, sobre os resultados dos julgamentos dos questionários.
Na sequência, após a inserção dos dados brutos dos critérios, de forma direta, conforme
mostra a Figura 6.13, o resultado da hierarquização dos 4 municípios candidatos
apontou para o município de Cachoeiro do Itapemirim em primeiro lugar, seguido por
Linhares, Colatina e São Mateus, conforme apresenta a Figura 6.14.
155
Figura 6.13 - Grade de Valores Correspondentes aos Pesos Normalizados _ Grupos Combinados
(gerado pelo Expert Choice)
A avaliação dos pesos de cada Fator, considerando os grupos todos juntos, da maneira
combinada, teve como resultado de prioridade os julgamentos dos Fatores “Renda”,
“Negócios”, “Turismo”, “Concorrência Modal”, “Operação Aérea” e “População”. Os
Fatores de “Renda”, “Negócios” e “Turismo” se destacam, mas os de “Concorrência
Modal”, “Operação Aérea” e “População” não.
156
Com base nesta escala de prioridades, a Tabela 6.13 apresenta a colocação de cada
Alternativa segundo os julgamentos dos Fatores e, as Figuras seguintes apresentam
detalhadamente a visão do Grupo para cada Fator analisado isoladamente.
Tabela 6.13 - Posicionamento de Cada Município em Relação aos Julgamentos de Seus Fatores
Isoladamente
Cachoeiro de
Fator Renda Linhares Colatina São Mateus
Itapemirim
Cachoeiro de
Fator Negócios Colatina Linhares São Mateus
Itapemirim
Cachoeiro de
Fator Turismo São Mateus Linhares Colatina
Itapemirim
Fator Concorrência Cachoeiro de
São Mateus Linhares Colatina
Modal Itapemirim
Fator Operação Aérea * * * *
Cachoeiro de
Fator População Colatina Linhares São Mateus
Itapemirim
* O Fator de Operação Aérea não foi analisado individualmente devido à sua baixa participação nas avaliações dos
julgamentos, bem como por não apresentar dados brutos, apenas qualitativos. Além disso, os 4 (quatro) municípios já
apresentam aeroportos.
157
primeiro e segundo lugar é mínima, apenas de 0,018 (1,8%). Já a mesma visão do
Grupo, Figura 6.16, considerando-se apenas o Fator Negócios faz com que a hierarquia
coloque Cachoeiro de Itapemirim em primeira posição novamente e, desta vez, a
diferença entre a primeira e segunda posição é considerável, 0,188 (18,8%).
158
mudança no resultado da hierarquia quando se considera apenas um Fator, seja este
Renda ou Negócios.
Sobre o Fator Concorrência Modal apenas (Figura 6.18), o Grupo Combinado também
coloca São Mateus em primeira posição. Neste caso, Cachoeiro de Itapemirim ficaria
em última colocação. Analisando os Critérios que compõem este Fator, “N° de Linhas
Rodoviárias Intermunicipais” e “Localidades Atendidas”, São Mateus apresenta dados
que o coloca em primeira posição no “N° de Linhas” (131) e em segundo, mas com
pouca diferença no n° de localidades atendidas (73). Sobre o N° de Linhas
Intermunicipais, Linhares fica em segundo lugar (101) e Cachoeiro de Itapemirim fica
159
em último, com apenas 29 Linhas disponíveis. Quanto às Localidades atendidas,
Colatina fica em primeira posição, com 78 localidades, seguida por São Mateus (73),
Cachoeiro de Itapemirim (78) e Linhares em última posição com 45 localidades
atendidas.
Essa mudança de prioridades quando se considera apenas algum Fator mostra como a
avaliação multicritério e benéfica para um auxílio à tomada de decisão.
160
Figura 6.19 - Síntese Combinada em Relação ao Fator População
Sob a ótica exclusiva do Grupo de Especialistas, após a inserção dos dados dos critérios,
o resultado da hierarquização dos 4 (quatro) municípios candidatos apontou para o
município de Cachoeiro do Itapemirim em primeiro lugar, seguido pelos municípios de
Linhares, Colatina e São Mateus, conforme apresenta a Figura 6.22. Esta hierarquia
corrobora com a hierarquia apresentada para os Grupos Combinados juntos, mas através
161
desta visão a posição do município de Cachoeiro de Itapemirim é bastante reforçada
como primeira colocada.
Figura 6.21 - Grade de Valores correspondentes aos pesos normalizados _ Grupos de Especialistas
(gerado pelo Expert Choice)
Tabela 6.14 - Posicionamento de Cada Município em Relação aos Julgamentos dos Especialistas
sobre os Fatores Isoladamente
Cachoeiro de
Todos os 6 (seis) Linhares Colatina São Mateus
Itapemirim
Fatores em Conjunto (0,242) (0,222) (0,208)
(0,328)
Cachoeiro de
Linhares Colatina São Mateus
Fator Renda Itapemirim
(0,333) (0,209) (0,133)
(0,325)
Cachoeiro de
Colatina Linhares São Mateus
Fator Negócios Itapemirim
(0,266) (0,165) (0,127)
(0,442)
162
Cachoeiro de
Fator Concorrência São Mateus Linhares Colatina
Itapemirim
Modal (0,376) (0,271) (0,219)
(0,133)
Cachoeiro de
São Mateus Linhares Colatina
Fator Turismo Itapemirim
(0,279) (0,223) (0,163)
(0,335)
Cachoeiro de
Colatina Linhares São Mateus
Fator População Itapemirim
(0,205) (0,153) (0,146)
(0,495)
Fator Operação Aérea * * * *
* O Fator de Operação Aérea não foi analisado individualmente devido à sua baixa participação nas avaliações dos
julgamentos, bem como por não apresentar dados brutos, apenas qualitativos. Além disso, os 4 (quatro) municípios já
apresentam aeroportos.
163
A visão do Grupo, considerando-se apenas o Fator Negócios, faz com que a hierarquia
coloque Cachoeiro de Itapemirim em primeira posição novamente e reavalie Colatina
para o segundo lugar, deixando Linhares em terceira posição e São Mateus
permanecendo ainda em quarta colocação. Na composição do Fator Negócios, o
município de Cachoeiro de Itapemirim, de acordo com seus dados brutos, pontua em
primeira posição em todos eles.
Caso o único Fator a ser levado em consideração fosse apenas a População, o município
de Cachoeiro de Itapemirim também seria o primeiro colocado, seguido por Colatina,
Linhares e São Mateus. Desta forma, a estrutura final da árvore de decisão,
considerando o Grupo de Especialistas, da forma Combinada pode ser visualizada na
Figura 6.23.
164
Figura 6.23 – Estrutura da Árvore de Decisão - Grupo de Interesse de Especialistas
165
Figura 6.24 - Grade de Valores Correspondentes aos Pesos Normalizados _ Grupos das Empresas
Aéreas (gerado pelo Expert Choice)
Figura 6.25 - Síntese Grupo de Interesse de Empresas Aéreas em Relação ao Objetivo Final
Tabela 6.15 - Posicionamento de Cada Município em Relação aos Julgamentos das Empresas
Aéreas sobre os Fatores Isoladamente
Cachoeiro de
Todos os 6 (seis) Colatina Linhares São Mateus
Itapemirim
Fatores em Conjunto (0,235) (0,210) (0,173)
(0,381)
Cachoeiro de
Colatina Linhares São Mateus
Fator Negócios Itapemirim
(0,273) (0,136) (0,123)
(0,468)
Fator Renda Cachoeiro de Linhares Colatina São Mateus
166
Itapemirim (0,308) (0,210) (0,140)
(0,342)
Cachoeiro de
Fator Concorrência São Mateus Linhares Colatina
Itapemirim
Modal (0,404) (0,304) (0,181)
(0,111)
Cachoeiro de
São Mateus Linhares Colatina
Fator Turismo Itapemirim
(0,223) (0,214) (0,184)
(0,379)
Fator Operação Aérea * * * *
Cachoeiro de
Colatina São Mateus Linhares
Fator População Itapemirim
(0,206) (0,131) (0,124)
(0,538)
* O Fator de Operação Aérea não foi analisado individualmente devido à sua baixa participação nas avaliações dos
julgamentos, bem como por não apresentar dados brutos, apenas qualitativos. Além disso, os 4 (quatro) municípios já
apresentam aeroportos.
Assim, sob o foco apenas do Fator Negócios, a hierarquização dos quatro municípios
permanece inalterada quando comparada aos fatores em conjunto, mas com Cachoeiro
de Itapemirim com pontuação mais forte.
167
ponto, Linhares ficaria em segunda posição, seguido por Colatina. A visão em Conjunto
dos Grupos Combinados teve resultado igual a este.
Interessante notar que o município de Colatina ultrapassa a posição que até o momento
vinha sendo de Linhares e, conforme apresenta a Figura 39, fica em segundo lugar em
dois Fatores analisado isoladamente, além da visão combinada, sendo estes “Negócios”
e “População”. Isto se deve ao Fato de o Grupo Empresas Aéreas terem apresentado
prioridade maior para o Fator Negócios e, considerando-se os dados brutos, Colatina
possui valores dos Critérios de “Número de Empresas no Total” e “Número de
Empregados do 2° e 3° Setor” maiores do que os de Linhares. No terceiro Critério que
compõe o Fator Negócios, “Consumo de Energia”, Colatina possui valores inferiores
aos de Linhares. Vale lembrar que nos julgamentos sobre os pesos e importância
relativas, realizados por questionário (Item 6.4.2), dos Critérios que compõem o Fator
Negócios, para este Grupo, “Número de Empregados do 2° e 3° Setor” ficou em
primeiro lugar e “Número de Empresas no Total” em quarta posição. No entanto, neste
resultado dos julgamentos sobre os Critérios, “Número de Empregados do 2° e 3°
Setor” obteve 28,2% de prioridade e o segundo colocado 12,4%, ficando bem abaixo.
168
Desta forma, a estrutura final da árvore de decisão sobre todos os Fatores e Critérios,
mas considerando apenas o grupo de Interesse das Empresas Aéreas pode ser
visualizada na Figura 6.26.
169
Figura 6.27 - Grade de Valores Correspondentes aos Pesos Normalizados _ Grupos dos Operadores
Aeroportuários (gerado pelo Expert Choice)
Tabela 6.16 - Posicionamento de Cada Município em Relação aos Julgamentos dos Operadores
Aeroportuários sobre os Fatores Isoladamente
170
Cachoeiro de
Todos os 6 (seis) Linhares Colatina São Mateus
Itapemirim
Fatores em Conjunto (0,253) (0,204) (0,195)
(0,346)
Cachoeiro de
Linhares Colatina São Mateus
Fator Renda Itapemirim
(0,347) (0,208) (0,132)
(0,313)
Cachoeiro de
São Mateus Linhares Colatina
Fator Turismo Itapemirim
(0,287) (0,224) (0,160)
(0,329)
Cachoeiro de
Colatina Linhares São Mateus
Fator Negócios Itapemirim
(0,247) (0,165) (0,119)
(0,469)
Cachoeiro de
Colatina Linhares São Mateus
Fator População Itapemirim
(0,205) (0,165) (0,152)
(0,478)
Cachoeiro de
Fator Concorrência São Mateus Linhares Colatina
Itapemirim
Modal (0,363) (0,257) (0,237)
(0,144)
Fator Operação Aérea * * * *
* O Fator de Operação Aérea não foi analisado individualmente devido à sua baixa participação nas avaliações dos
julgamentos, bem como por não apresentar dados brutos, apenas qualitativos. Além disso, os 4 (quatro) municípios já
apresentam aeroportos.
171
com bastante folga em sua posição. O peso de Cachoeiro de Itapemirim, nesta análise, é
bastante expressivo em relação aos outros municípios justamente pelo fato deste
município apresentar alto potencial no Fator Negócios, ficando em primeiro lugar na
análise dos valores brutos dos 3 (três) Critérios que compõem este Fator.
Desta forma, a estrutura final da árvore de decisão sobre os Fatores e Critérios, mas
considerando apenas o Grupo de Interesse dos Operadores Aeroportuários teria como
efeito final de municípios hierarquizados os resultados visualizados na Figura 6.29.
172
Figura 6.29 – Estrutura da Árvore de Decisão – Grupo de Interesse de Operadores Aeroportuários
173
Figura 6.30 - Grade de Valores Correspondentes aos Pesos Normalizados _ Grupos do òrgão
Regulador (gerado pelo Expert Choice)
Figura 6.31 - Síntese Grupo de Interesse do Órgão Regulador em Relação ao Objetivo Final
174
Tabela 6.17 - Posicionamento de Cada Município em Relação aos Julgamentos do Órgão Regulador
sobre os Fatores Isoladamente
Cachoeiro de
Todos os 6 (seis) Linhares São Mateus Colatina
Itapemirim
Fatores em Conjunto (0,238) (0,227) (0,211)
(0,324)
Cachoeiro de
São Mateus Linhares Colatina
Fator Turismo Itapemirim
(0,345) (0,233) (0,138)
(0,284)
Cachoeiro de
Colatina Linhares São Mateus
Fator Negócios Itapemirim
(0,272) (0,141) (0,124)
(0,463)
Cachoeiro de
Linhares Colatina São Mateus
Fator Renda Itapemirim
(0,340) (0,209) (0,132)
(0,319)
Nesta análise individual para o Grupo do Órgão Regulador, é a única vez que o
município de Cachoeiro de Itapemirim apresenta apenas 2 (duas) primeiras colocações
sobre os Fatores, “Negócios” e “População”. A causa principal deste fato se deve à
baixa potencialidade do município de Cachoeiro de Itapemirim em relação aos Fatores
Turismo e Concorrência Modal.
Quando a análise sob a ótica do Órgão Regulador recai sobre o Fator Turismo,
isoladamente, o município de São Mateus apresenta-se em primeiro colocado, seguido
pelos municípios de Cachoeiro de Itapemirim, Linhares e Colatina.
Já quando o foco é o Fator Negócios, para o Órgão Regulador o primeiro colocado seria
Cachoeiro de Itapemirim, seguido por Colatina, Linhares e São Mateus. Sobre este
Fator, o município de Cachoeiro apresenta forte pontuação em relação aos demais, visto
175
que para os três Critérios componentes deste Fator, Cachoeiro de Itapemirim apresenta
valores superiores em relação aos demais municípios.
Desta forma, é possível inferir que, caso o único fator analisado para a hierarquização
destes três municípios no intuito de avaliá-los quanto ao seu potencial de demanda para
receber aeroportos regionais fosse o de Concorrência Modal, o resultado final seria
totalmente diferente das demais, colocando em primeira posição o município de São
Mateus que na maioria das análises aparece em último e, colocando em posição final,
justamente o município que na maioria das vezes aparece em primeira colocação,
Cachoeiro de Itapemirim.
Por fim, neste último Grupo de Interesse, representante do Órgão Regulador, a análise
do Fator População volta o município de Cachoeiro de Itapemirim em primeiro lugar,
seguido por Colatina, Linhares e São Mateus. Cachoeiro de Itapemirim se destaca não
somente sobre a “População Total”, mas de forma bastante expressiva sobre a
“Densidade Demográfica”.
176
Figura 6.32 - Estrutura da Árvore de Decisão – Grupo de Interesse do Órgão Regulador
177
7 ANÁLISE DE RESULTADOS – HIERARQUIZAÇÃO DOS MUNICÍPIOS
POTENCIAIS
Desta forma, serão apresentadas análises dos resultados em relação aos Estudos do
Plano Aeroviário Estadual do Espírito Santo, assim como em relação ao Programa de
Investimentos em Logística – PIL Aeroportos, o da Urban Systems, e, por último o de
Prazeres e Tabalipa (2012) que justamente realizam uma avaliação com a aplicação de
um estudo de caso no Estado do Espírito Santo. Estes estudos foram selecionados em
função da similaridade com o tema, aviação regional e seleção de aeroportos. Ao final,
com base no software Expert Choice, serão realizadas análises de sensibilidade, que
permitem promover e, por consequência, verificar os resultados quando critérios são
alterados.
Com base nos resultados das hierarquias apresentadas no Capítulo 6, para os Grupos em
conjunto, Combinados, e para os 4 (quatro) Grupos de Interesse individualmente, foi
possível perceber que quando analisados através de seus Fatores individualmente, a
hierarquia apresenta resultados distintos.
A Tabela 7.1 resume, para efeito de análise, os resultados finais das hierarquias de todos
os Grupos analisados.
Municípios
Grupos de Interesse
1° Lugar 2° Lugar 3° Lugar 4° Lugar
Cachoeiro de
Linhares Colatina São Mateus
Grupos Combinados Itapemirim
(0,243) (0,218) (0,216)
(0,324)
178
Cachoeiro de
Linhares Colatina São Mateus
Especialistas Itapemirim
(0,242) (0,222) (0,208)
(0,328)
Cachoeiro de
Colatina Linhares São Mateus
Empresas Aéreas Itapemirim
(0,235) (0,210) (0,173)
(0,381)
Cachoeiro de
Operador Linhares Colatina São Mateus
Itapemirim
Aeroportuário (0,256) (0,204) (0,195)
(0,346)
Cachoeiro de
Linhares São Mateus Colatina
Órgão Regulador Itapemirim
(0,238) (0,227) (0,211)
(0,324)
A partir dos resultados da Tabela 7.1, é possível observar que a hierarquia dos Grupos
Combinados expressa de forma consistente a visão de todos os Grupos de Interesse
juntos. O município de Cachoeiro de Itapemirim é unanimemente o primeiro colocado e
em nenhuma das hierarquias ele apresentou menos do que 32% de prioridade. Já o
município de Linhares, apenas não ficou em 2° colocado na visão das Empresas Aéreas.
O ponto de vista dos Grupos Combinados apresenta os municípios de Cachoeiro de
Itapemirim e Linhares com a maior proximidade, ou seja, a diferença de pontuação
entre eles é pequena. Do ponto de vista dos Grupos de Interesse individualmente, a
maior proximidade entre os municípios em 1ª e 2ª posição ocorre para a visão dos
Especialistas e do órgão Regulador. Já a maior distância entre a visão do primeiro e
segundo município priorizado ocorre para as Empresas Aéreas, onde Cachoeiro de
Itapemirim e Colatina se afastam quanto à pontuação de prioridades.
179
É preciso lembrar que esta análise foi realizada em função dos pesos determinados pelos
entrevistados de todos os Grupos de Interesse sobre os Fatores e Critérios pré-
selecionados. Conforme apresentado no Capítulo 6, ao se analisar o ponto de vista de
cada Grupo de Interesse em relação a um Fator isoladamente essas posições na
hierarquia divergem. No mesmo raciocínio, ao se analisar os pontos de vista sobre cada
um dos 12 (doze) julgamentos sobre Critérios, as hierarquias também sofrerão
mudanças em suas posições.
Figura 7.1 - Localização dos 4 (quatro) Municípios Selecionados para Hierarquização de Potenciais
Localidades à Implantarem um Aeroporto Regional
Fonte: Google com customização da autora
180
Os 4 (quatro) municípios selecionados e hierarquizados quanto a prioridade de
investimentos a serem realizados para a implantação de aeroportos regionais já possuem
aeródromos instalados, muito embora e como já apresentado, o foco desta tese é o
município e seu potencial de demanda por transporte regional.
a) Cachoeiro de Itapemirim
O Município de Cachoeiro de Itapemirim está localizado ao Sul do Estado, na
Microrregião Central Sul. Cachoeiro possui a 5ª maior população do Estado e é
considerado o segundo pólo econômico mais importante do Estado, depois da Grande
Vitória. Cachoeiro possui uma das maiores jazidas de mármore do Brasil e é um centro
internacional de rochas ornamentais, sendo o responsável pelo abastecimento de 80% do
mercado brasileiro de mármore.
181
Figura 7.2 – Possível Catchment Area do Município de Cachoeiro de Itapemirim
A Figura 7.2 apresenta a possível catchment area, traçada com um raio de 100 km, das
localidades para captura de demanda, produção e atração de viagens.
b) Colatina
O Município de Colatina localiza-se na Microrregião Centro-Oeste do Estado.
Economicamente Colatina se destaca pela indústria têxtil onde grande parte foca no
mercado externo e, no turismo, o forte do município é o ecoturismo.
182
uma pista de pouso e decolagem de rumo 14/32 com 1.300 x 30 m, em asfalto, com
PCN 8/F/B/Y/T, em uma altitude de 150 m.
A Figura 7.3 apresenta a possível catchment area, traçada com um raio de 100 km, das
localidades para captura de demanda, produção e atração de viagens. Nesta imagem é
possível ver que o Município de Linhares está localizado dentro desse raio de
abrangência, mas conforme mencionado anteriormente, a articulação política e
aeronáutica deve dar seguimento no sentido de não sobrepor as áreas, visto que estes
municípios já se encontram em microrregiões distintas.
183
c) Linhares
O Município de Linhares localiza-se na Microrregião do Rio Doce do Estado, Rio este
que é considerado o maior do Estado e um dos maiores do Sudeste. O município é de
fácil acesso e foi uma cidade planejada, que possui porto e aeroporto. Linhares reúne o
maior complexo lagunar do país, com 64 lagoas, entre elas a Juparanã, maior lagoa em
volume de água do Brasil. É também em Linhares que se encontra a melhor e mais
estruturada base capixaba do Projeto Tamar, que incentiva a consciência à educação
ecológica, em especial, sobre as centenárias tartarugas marinhas. Em relação ao Estado,
Linhares é o munícipio que apresenta a maior extensão territorial e litorânea. Este
município vem se destacando em seu setor imobiliário e muito disto se deve ao rápido
crescimento econômico e populacional oriundo da exploração do petróleo e gás.
184
A Figura 7.4 apresenta a possível Catchment Area do aeroporto, traçada com um raio de
100 km. O município de São Mateus está logo ao norte e cuidado deve ser efetuado para
que não haja competição e sobreposição de captação de demanda, produzida e atraída.
d) São Mateus
O Município de São Mateus localiza-se na Microrregião Nordeste do Estado. São
Mateus é um dos municípios mais antigos do Estado do Espírito Santo. Sua economia é
desenvolvida na produção e exploração de petróleo, assim como na oferta de serviços.
Além de atrativos naturais, o município se destaca pelo acervo arquitetônico colonial.
185
A Figura 7.5 apresenta a possível Catchment Area a ser alcançada pelo transporte aéreo
regional no Município de São Mateus. Grande parte desta polarização está no Oceano
Atlântico, assim como parte extrapola o Estado do Espírito Santo, o que é positivo em
termos de captação de demanda.
Desta forma, como continuidade deste estudo e preciso elaborar um estudo de demanda
por transporte nestas localidades, assim como avaliar a capacidade de sua infraestrutura
existente, de forma a verificar a relação entre ambas. Com base nestes estudos será
possível verificar quais componentes precisam receber investimentos ou, até mesmo,
quais sítios não comportam a demanda futura.
186
Regulador) apenas o resultado das prioridades de hierarquização do Grupo Combinado
será avaliado quanto aos gráficos de sensibilidade, por representar a visão de todos,
mesmo que os pontos de vista discordem. A Figura 7.6 apresenta o “Gráfico de
Performance” das Alternativas Hierarquizadas para o Grupo Combinado, sem alteração
alguma.
Figura 7.6 - Gráfico de Performance das Alternativas do Grupo Combinado (Gerado pelo Expert
Choice)
187
A sequência de Figuras a seguir apresenta o resultado da hierarquia quando cada um dos
Fatores é anulado (zerado), na ordem conforme eles aparecem na Figura 7.6 do gráfico
de Performance sem alterações.
Figura 7.7 - Gráfico de Performance das Alternativas do Grupo Combinado: Fator Operação
Aérea Anulado (Gerado pelo Expert Choice)
Figura 7.8 - Gráfico de Performance das Alternativas do Grupo Combinado: Fator Concorrência
Modal Anulado (Gerado pelo Expert Choice)
188
Figura 7.9 - Gráfico de Performance das Alternativas do Grupo Combinado: Fator População
Anulado (Gerado pelo Expert Choice)
Figura 7.10 - Gráfico de Performance das Alternativas do Grupo Combinado: Fator Renda
Anulado (Gerado pelo Expert Choice)
189
Figura 7.11 - Gráfico de Performance das Alternativas do Grupo Combinado: Fator Negócios
Anulado (Gerado pelo Expert Choice)
Figura 7.12 - Gráfico de Performance das Alternativas do Grupo Combinado: Fator Turismo
Anulado (Gerado pelo Expert Choice)
Após analisar cada um destes gráficos foi possível constatar que mesmo anulando cada
um dos Fatores, individualmente, o município de Cachoeiro de Itapemirim não
modificou sua primeira posição. Apenas quando o Fator Negócios foi zerado (Figura
7.11) o município teve sua menor pontuação, 28.6%, bem perto do município em
segundo lugar, Linhares, com 26,9%.
190
Ao zerar os fatores de Operação Aérea, Concorrência Modal e Turismo, não houve
mudança alguma na estrutura de prioridade dos municípios hierarquizados, apenas em
valores, mas não em posição. Por outro lado, a prioridade das 2ª e 3as posições foram
modificadas diversas vezes quando algum Fator era anulado como, por exemplo,
quando os Fatores População e Negócios (Figuras 7.9 e 7.11) são anulados, o município
de São Mateus deixa a última posição e passa para a terceira. Ao anular o Fator Renda
(Figura 7.10), o município de São Mateus passa para a segunda posição.
Caso o turismo tivesse recebido um peso maior, visto que para muitos estudos o turismo
está relacionado à aviação regional, o resultado da hierarquia também seria diferente.
Por exemplo, caso o peso do Turismo, obtido através do julgamento dos entrevistados
na forma Combinada dos Grupos tivesse sido de 38,8% e não de 19,5%, o município de
São Mateus sairia da última posição (21,6%) para a segunda (24,0%), conforme
apresenta a Figura 7.13.
191
b) Aumentar ou Anular qual Fator para que o município de Linhares, que está em
segundo lugar na prioridade, passe para primeira posição.
O gráfico “Head-to-Head” (Figura 7.15), também gerado pelo software Experto Choice
corrobora com o afirmado anteriormente, visto que, na visão Combinada, a relação entre
os municípios de Cachoeiro de Itapemirim e Linhares apresenta a seguinte
configuração, considerando-se os pesos dos fatores e Critérios julgados pelos
entrevistados e os valores brutos coletados de cada município. Ou seja, o potencial do
município de Cachoeiro de Itapemirim está justamente na População, nos Negócios e no
Turismo.
192
Figura 7.15 - Relação de Potencialidades entre Os Municípios de Cachoeiro de Itapemirim e
Linhares (Gerado pelo Expert Chocie)
Tabela 7.2- Comparação entre os Dados Brutos dos Municípios de Cachoeiro de Itapemirim e
Linhares
Municípios
Fatores Critérios
Cachoeiro de Itapemirim Linhares
193
7.3. Avaliação em Relação ao Plano Aeroviário do Estado do Espírito Santo
A primeira diferença entre o PAEES e esta tese reside no fato de o PAAES analisar
diversos aeroportos existentes, sejam estes regionais ou não, dividindo seu sistema de
estudos em regionais, complementares e locais, conforme a Figura 7.16. Nesta tese, o
campo de estudos foi limitado à municípios com potencial de demanda para a aviação
regional, existindo ou não uma infraestrutura já instalada.
194
Figura 7.16 - Sistema Estadual de Aeroportos - PAEES (2000)
Interessante notar que os 3 (três) aeroportos definidos pelo PAEES em 2000 como
regionais, sendo estes Cachoeiro de Itapemirim, Colatina e Linhares, fazem parte dos
municípios selecionados para esta tese como representantes de potencial de demanda
para a aviação regional. No entanto, no PAEES o município de São Mateus é
representante de um aeroporto local e, nesta tese, ele seria enquadrado como regional
também.
Outro ponto de diferenciação entre o PAEES e este estudo diz respeito à consideração
do conceito de catchment area, ou área de polarização. O PAAES menciona o estudo de
Região de Influencia das Cidades do IBGE, mas neste estudo a base tem origem nas
metrópoles polarizadoras. Já o conceito de cacthment area define a para de influência
de cada aeroporto, de acordo com o seu segmento, regional/doméstico ou internacional.
Ainda, no caso de um município identificado pelo estudo como de potencial localidade
a implantar um aeroporto regional estar localizado na fronteira do Estado, a catchment
area pode extrapolar este limite e deve servir de análise para os aeroportos que
estiverem inseridos dentro de suas áreas limitadoras. Já o Plano Aeroviário só considera
195
o seu Estado objeto de análise e não vislumbra outros próximos a sua fronteira e
localizados em outro Estado.
Ressalta-se aqui que, muito embora a previsão do PIL Aeroportos do Governo para o
desenvolvimento da aviação regional nestas quatro localidades esteja em conformidade
com os resultados do procedimento proposto nesta tese, o poder público desconhece o
processo de seleção e avaliação dos sítios escolhidos, assim como, somente após a
196
aprovação dos Estudos de Viabilidade Técnica – EVT, Estudos Preliminares – EP e
Anteprojetos – AP, será de conhecimento público o sítio definido, os investimentos por
componente, bem como a demanda para qual o aeroporto está sendo estudado.
Com base na avaliação da área de polarização (catchment area), realizada para estes
municípios, em relação a sua capital de Estado, Vitória, neste caso este aeroportos não
apresentam conflito. No entanto, sabe-se que do Grupo dos 270 selecionados para
compor o PIL Aeroportos, 40 estão a menos de 100 km de distância, o que conflita com
a tendência mundial amplamente apresentada no Capítulo 2.
Como resultado para o Estado do Espírito Santo, o estudo da URBAN (URBAN, 2014)
apresentou as seguintes conclusões, apresentadas também na Figura 7.18:
197
Figura 7.18 - Estudo da Urban Systems para os Melhores Aeroportos Regionais do Brasil (URBAN,
2014)
198
7.7. Síntese da Proposta desta Tese em Relação aos Demais Estudos
A Tabela 7.3 apresenta a síntese dos resultados deste estudo e dos demais, analisados
neste capítulo.
Tabela 7.3 - Síntese dos Resultados desta Tese e de Outros Estudos sobre o Tema
Cachoeiro de
Estudo de Caso Linhares Colatina São Mateus
Itapemirim
Proposto nesta Tese (2° Lugar) (3° Lugar) (4° Lugar)
(1° Lugar)
Cachoeiro de
PAEES - 2000 Linhares Colatina -
Itapemirim
Cachoeiro de São Mateus
PIL Aeroportos - 2012 Linhares Colatina
Itapemirim
URBAN SYSTEMS -
Linhares - - -
2014
Prazeres e Tabalipa - Cachoeiro de
Linhares Baixo Guandu -
2012 Itapemirim
Sobre a hierarquização entre os municípios, apenas nesta tese foi proposta uma
priorização entre eles, o que permite aos tomadores de decisão analisar seus objetivos e
orçamentos em função do desenvolvimento da aviação regional no Estado do Espírito
Santo.
199
8 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
8.1. Conclusões
O procedimento proposto nesta tese para hierarquizar localidades com potencial que
expressassem a necessidade por um aeroporto regional tem caráter simples, mas
original. Esta originalidade pode ser comprovada através dos elementos aqui inseridos
e limitados em outras bibliografias.
Neste contexto, infere-se que a demanda por transporte aéreo não se desenvolve apenas
em função de questões macroeconômicas, como PIB ou tarifas, por exemplo, mas
também questões geográficas específicas da localidade onde o aeroporto se insere. Ou
seja, apenas o movimento de passageiros não é uma variável suficiente para se investir
em aeroportos. Basta verificar que, na bibliografia consultada, uma modificação no
contexto do potencial da cidade afeta diretamente a função da curva de receitas e
despesas do aeroporto.
200
Nesse contexto, a proposta de inclusão do conceito de Catchment Area, ou área de
polarização, se apresenta como contribuição essencial, ainda mais nos casos dos
aeroportos regionais, que possuem as características de operar com voos de baixa
densidade. Este conceito representa a possível demanda para o aeroporto, visto que os
níveis de demanda são altamente dependentes da catchment area e vice versa. Quando
os aeroportos do mesmo segmento são muito próximos, a situação entre eles não se
mostrou cooperativa, não gerando o ganho de escala tão necessário para se manter
viável as operações. Assim, conforme foi constatado na revisão, qualquer alteração na
qualidade do serviço prestado, seja para mais, seja para menos, o resultado se refletirá
na catchment area.
Desta forma, este estudo buscou e definiu diversas variáveis respectivas ao segmento de
transporte aéreo regional, bem como àquelas explicativas do potencial de demanda do
local em atrair e repelir passageiros por transporte aéreo, representativas da dinâmica
das relações econômico sociais entre as localidades. De posse destas variáveis e, através
da modelagem tradicional de demanda por transportes, estas variáveis foram divididas
em Fatores e, inseridos nestes Fatores, foram agrupados diversos Critérios que
alimentam os Fatores para, ao final, permitir conhecer as variáveis que expressam o
potencial de demanda de uma localidade para desenvolver um aeroporto regional. A
organização destes Fatores e Critérios seguiu o conceito da modelagem tradicional de
demanda, usualmente dividida em quatro etapas, mas tendo como ponto de partida a
produção e atração de viagens.
Assim, localizar aeroportos foi um tema que pôde ser encontrado na revisão, mas
englobar diversos indicadores de diferentes áreas, incluindo a percepção, normalmente
conflitantes de diversos atores/agentes envolvidos no processo foi escassa. Foi possível
ainda constatar que um procedimento que envolva estes Fatores e Critérios selecionados
de diferentes áreas, no intuito de se hierarquizar localidades potenciais a receberem um
aeroporto de caráter regional não foi encontrado, muito embora tenha sido possível
entender que a preocupação com o desenvolvimento deste segmento regional tenha
abrangência mundial, muitas vezes devido justamente à sua má localização.
Com base nos diversos Fatores e Critérios selecionados e, lembrando-se que são muitos
os agentes envolvidos nesta tomada de decisão, que é estratégica, uma revisão sobre
201
métodos de análise multicritério foi feita até se chegar à conclusão sobre o uso do
Método de Análise Hierárquica, desenvolvido por Thomas Saaty.
Em seguida, com base nos Fatores e Critérios selecionados, foi realizada uma pesquisa
aos Grupos de Interesse no intuito de se verificar as importâncias relativas entre os
Fatores e Critérios. Os Grupos de Interesse não receberam pontuação distinta, mas os
julgamentos dos Grupos sobre os Fatores e Critérios mostraram as diferenças entre os
pontos de vista, que se refletiram, inclusive, na hierarquização final das alternativas.
Com base na comparação e avaliação das importâncias relativas, foi possível conhecer
mais a fundo o peso desses indicadores assim como, a partir da aplicação do estudo de
caso foi possível validar o procedimento, efetuar ajustes, conhecer as limitações e
dissertar sobre as recomendações e conclusões.
Deve-se ressaltar que os resultados obtidos nesta pesquisa revelaram que os Fatores e
Critérios associados a capacidade de um município atrair e produzir viagens se
mostraram mais influentes no seu potencial de demanda do que aqueles relacionados as
viagens já existentes de natureza regional.
202
Ainda, durante a execução do procedimento, houve a necessidade de adaptar alguns
Critérios em face da dificuldade de obtenção dos dados. Para isso, foi necessária a
substituição para outros Critérios, similares, sem interferir nos Fatores (1° nível da
hierarquia) e sem conflitar com o Critério original, no intuito de não prejudicar a revisão
bibliográfica amplamente realizadas nos capítulos 2 e 3, assim como não destoar da
estrutura da árvore de decisão.
Desta maneira, para uma tomada de decisão sobre qual localidade deve receber um
aeroporto regional foi levado em consideração os julgamentos sob o ponto de vista dos
4 (quatro) Grupos de Interesse aqui identificados como Especialistas em Transporte
Aéreo, Empresas Aéreas, Operadores Aeroportuários e Órgão Regulador de Aviação
Civil. Mesmo sabendo-se que os pontos de vista são conflitantes, a contribuição da
análise hierárquica se mostra exatamente neste momento, onde as hierarquias dos
Fatores e Critérios foram construídas para cada Grupo de Interesse, permitindo uma
visão de conjunto quanto aos pontos comuns e de conflitos, fundamentais na formulação
de estratégias de conciliação e convergência. A estruturação deste procedimento se
mostrou relevante ao indicar a análise do problema por partes, por diferentes pontos de
vista.
Como resultados sobre quais dos 78 municípios do Estado do Espírito Santo deveriam
ser levados em consideração para a hierarquização, tem-se os municípios de Cachoeiro
de Itapemirim, Colatina, Linhares e São Mateus. Os outros 74 municípios foram
descartados em função dos conceitos de catchment area, população e município de
capital. Para se chegar a apenas 4 (quatro) municípios potencias, o corte considerando-
se a área de polarização de 100 km de raio em relação à capital do Estado foi a que mais
representou impacto. A faixa de população de corte foi definida em 100 mil habitantes,
em função do Plano Aeroviário Estadual do próprio Estado do Espírito Santo.
É preciso ressaltar que nada impede o desenvolvimento dos serviços de transporte aéreo
nos 73 municípios (sem considerar a capital do Estado) que não foram levados em
consideração na hierarquização através de outros segmentos, como aeródromos de
aviação geral, aviação executiva, privados, exclusivamente como aeroclubes,
Helipontos, etc. O procedimento proposto nesta tese foi direcionado para a aviação
regional, que possui características e especificidades próprias.
203
Partindo-se das 4 (quatro) alternativas e, com base nos pesos dos Fatores e Critérios, os
dados de entrada foram lançados no software Expert Choice e, como resultado da visão
do Grupo em conjunto, tem-se em primeiro lugar o Município de Cachoeiro de
Itapemirim, em segundo o Município de Linhares, em terceiro o Município de Colatina
e em quarto e último, o Município de São Mateus.
Além da visão dos Grupos de Interesse em conjunto, esta tese apresentou também
análises dos Grupos individualmente, o que mostrou a especificidade de cada entidade
refletida na hierarquização final.
No Capítulo 7 desta tese foram realizadas análises de sensibilidade, bem como análises
do resultado obtido neste procedimento em relação a estudos já realizados pelo
Governo, como o Programa Federal de Investimentos em Logística – PIL Aeroportos e
o Plano Aeroviário do Estado do Espírito Santo – PAEES. Ainda, outras análises forma
realizadas de modo a verificar confrontos e aderências em relação a estudos
particulares, realizados por empresas privadas, como o da Urban Systems e também do
lado acadêmico, como o de Prazeres e Tabalipa que também realiza um estudo de caso
no Estado do Espírito Santo.
Tanto as faixas de corte como os critérios utilizados para descartar os municípios que
não foram levados em consideração como alternativa também contribuem para
estimular e conhecer exatamente o que eles poderiam desenvolver e melhorar para,
quem sabe no futuro, fazer parte de uma nova composição.
É preciso ressaltar que o uso do Método de Análise Hierárquica possui limitações, seja
pelo número de julgamentos, seja pela dificuldade de se incluir ou retirar uma
alternativa a ser hierarquizada. Ao se aplicar a AHP para um número elevado de
204
alternativas, os pesos percentuais de cada uma tendem a diminuir e a se aproximar, o
que tem por consequência à restrição de importância de cada alternativa em relação as
outras. O mesmo acontece sobre a ponderação de Fatores e Critérios e, por isso, não se
recomenda a inclusão de muitos para não prejudicar a análise de importância entre eles.
Desta forma, é preciso que os Fatores e Critérios, assim como a definição das
Alternativas seja realizada com bastante cautela e segurança, no intuito de não ter por
consequência retrabalho desnecessário.
Como sabiamente afiram SILVA (1991), a política nacional de transporte deve garantir
a imprescindível coordenação de todas as modalidades de transporte e porde vir a
favorecer ou inibir a demanda e a oferta no setor aeronáutico, em função dos objetivos e
da estratégia adotada.
205
8.2. Recomendações
Este procedimento proposto nesta tese de doutorado procurou ser compatível com as
características específicas do transporte aéreo regional, transporte este que deve fazer
parte de um sistema de aviação civil do país. Ou seja, se o objetivo de replicar este
procedimento for com o foco em localizar aeroportos internacionais, é preciso ter em
mente que o contexto será outro, assim como muito provavelmente a inclusão de outros
Fatores e Critérios será realizada.
Esta tese procurou apresentar uma metodologia para definição de pesos relativos de
fatores e critérios constantes de uma árvore de decisão pré-definida, de modo a
compreender o seu grau de importância na definição do potencial de demanda de
localidades a desenvolverem um aeroporto regional no Brasil, no intuito de auxiliar
futuros estudos de hierarquização com abrangência espacial e devidamente respaldada
tecnicamente.
Nesta tese, durante a revisão bibliográfica sobre o contexto que se inserem os aeroportos
regionais, foi amplamente defendida a consulta e participação das empresas aéreas. As
empresas aéreas realizam estudos de mercados para alocação de suas frotas e podem
contribuir e muito na tomada de decisão sobre implantação de aeroporto. De nada
adianta ter a infraestrutura se não tiver quem as conecte. Nesta tese a participação das
empresas aéreas nos julgamentos sobre os Fatores e Critérios foi extremamente
206
pequena. Recomenda-se que a persistência por opiniões deste Grupo de Interesse seja
almejada.
Além disso, nesta tese não houve a participação da comunidade, considerando-se aqui
os passageiros e consumidores dos serviços de transporte aéreo nestas localidades. A
inclusão desse grupo de Interesse proporcionaria outro ponto de vista a ser incluído e
ouvido.
Ressalta-se ainda que o objetivo desta tese não teve como foco principal a ferramenta
AHP e sim o procedimento como contribuição relevante, mas sugerindo e justificando
como ferramenta o uso da AHP. Desta forma, recomenda-se que, no intuito de
aprimorar a validação dos resultados, este procedimento seja aplicado com outra
ferramenta de análise multicritério, lembrando que BALLIS (2003) hierarquizou suas
alternativas com o uso da AHP e também sem o uso da AHP, chegando ao final às
mesmas conclusões.
207
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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< http://www2.anac.gov.br/biblioteca/Biblioteca_PlanosAeroviariosEstaduais.asp
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Stuy of The ISland of Samothrak. Operational Researc, an International Journal.
Vol, N° 3, N° 3, pp. 261-279.
BNDES (2002). Informe Infraestrutura. Aviação Regional Brasileira (Modal Aéreo IV).
N° 50, Novembro de 2002. Brasil. Disponível em
<http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/bndes_pt/Galerias/Arq
uivos/conhecimento/infra/Inf02-50.pdf> Acesso em fevereiro de 2014.
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7.565, de 19 de dezembro de 1986. Brasil.
BRASIL, (2013). Ministério Público Federal – Nota Técnica 28/2013 Análise Técnica
de Notícias Vinculadas à Sac Sobre a Política de Aviação Civil Para o
Desenvolvimento da Aviação Regional, Critérios de Investimentos e Proximidade
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CAA (2011) Catchment Area Analysis – Working Paper. Civil Aviation Authority –
Aiport Market Power Assessments.
209
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GRAHAM, B. GUYER, C. (2000) The Role of Regional Airports and Air Services in
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http://www.iata.org/pressroom/facts_figures/fact_sheets/Pages/economic-social-
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Disponível em < http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv40677.pdf >.
IBGE CIDADES (2015) IBGE Cidades – Dados dos Municípios Brasileiros. Disponível
210
em <
http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/uf.php?lang=&coduf=32&search=espirito-
santo >. Acesso frequente em vários meses de 2015.
ICAO (2013) Information Paper A38-WP/321. Agenda Item 42: Strategic Regional
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Acesso à página eletrônica http://www.ipeadata.gov.br/ em março de 2015.
MARIZ, D.T. (2011) Método para Análise de Pólos Geradores de Viagem Utilizando
Ferramentas de Microssimulação. Dissertação de Mestrado em Transportes.
Departamento de Engenharia Civil e Ambiental, Universidade de Brasília, DF,
188p.
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Engineering 59, pp. 107-114.
O’CONNOR, K. FUELLHART, K. (2012) Cities and Air Services: The Influence of the
Airline Industry. Journal of Transport Geography 22, pp. 46-52.
PNUD, IPEA, FJP (2013) Altas do Desenvolvimento Humano no Brasil. 96 pp. PNUD.
Brasil.
SAC (2015). Secretaria de Aviação Civil. Lei nº 13.097/2015 que promulga o Plano de
212
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THE ECONOMIST (2012) Tiny Airports; Ahead in The Clouds – A surfeit os small
airports is not a sign of helath. Grã-bretanha. Disponível em <
http://www.economist.com.node/21548225 >.
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Desenvolvimento Econômico – Versão Final. São Paulo, Brasil.
USP (2003) Decisões Estratégicas em TI. Estudo de Caso – O Método AHP: Análise e
Processos. Universidade de São Paulo – USP. Brasil.
214
I ANEXO 01
O Método de Auxílio à Decisão por Múltiplos Critérios - MCDM, como o próprio nome
sugere, é utilizado em situações em que se considera mais de um critério, por exemplo:
custo, qualidade, atendimento, etc. Basicamente, estes métodos trabalham com a mesma
ferramenta principal, a matriz de decisão. A tabela I.1 representa a matriz de decisão
utilizada em uma situação em que se deseja analisar três alternativas de acordo com
cinco critérios diferentes.
215
devem-se a dois fatores: pioneirismo, visto que seu autor desenvolveu em 1970 e,
simplicidade, devido à seu caráter intuitivo mesmo para hierarquias complexas.
216
Comparações Paritárias
1 Mesma importância
3 Importância pequena de uma sobre a outra
5 Importância forte
7 Importância muito forte
9 Importância absoluta
2, 4, 6 e 8 Valores intermediários
Recíprocos dos valores acima de
Se A 12 = 3, Então A21 = 1/3
zero
217
Fonte: Saaty 1991
• qual dos dois elementos é mais importante com respeito a um critério de nível
superior? e
• com que intensidade, usando a escala de 1-9?
218
Razão de Consistência
Em (1) tem-se:
αji = 1 / αij
Em (2) tem-se:
219
Saaty determinou um índice de consistência (IC) para estimar seu desvio que representa
uma medida de quanto o autovalor principal se distanciou do número de ordem da
matriz. Seu cálculo é definido da seguinte forma:
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
IR 0,00 0,00 0,58 0,90 1,12 1,24 1,32 1,41 1,45 1,49 151 1,48 1,56 1,57 1,59
Assim, Saaty chamou de razão de consistência (RC) a razão média entre IC e IR para as
matrizes de mesma ordem, considerando aceitável a razão 0 ≤ RD ≤ 0,10.
Análise de Sensibilidade
Após a etapa anterior que se resume a uma síntese de ordenação global das alternativas
em prioridades, o passo seguinte é efetuar uma análise de sensibilidade. Segundo
MORGADO (2005), esta análise determina como as mudanças em um ou mais pesos
dos julgamentos afetam os resultados destas prioridades.
220
Choice foi usado em uma variedade de decisões críticas ainda nos anos oitenta para
organizações como IBM, Xerox e Rockwell International (USP, 2003).
Há alguns poucos anos foi proposto por SAATY (1996) um novo MCDM, derivado do
AHP, que procurava solucionar uma de suas limitações: a necessidade de independência
entre elementos de um mesmo nível hierárquico.
221
II ANEXO 02
Se você recebeu este questionário, isto significa que você foi escolhido como conhecedor de
planejamento em infraestrutura aeroportuária. Esta pesquisa não levará mais de 10 minutos e
sua participação voluntária é muito importante. Os resultados desta pesquisa serão analisados e
servirão de base para dar suporte à elaboração de uma tese de doutorado sobre Hierarquização
de Municípios Brasileiros para a Implantação de um Aeroporto Regional.
Este questionário tem por objetivo estabelecer pesos sobre indicadores pré-selecionados para
compor uma árvore de decisão que expresse, ao final, o potencial de demanda por aeroportos
regionais em municípios brasileiros. Com base nestas informações, o tomador de decisões
poderá decidir sobre os investimentos públicos e privados para o desenvolvimento de aeroportos
regionais.
Esta pesquisa não faz distinção entre localidades que já apresentem aeroportos ou não. Por isso,
o termo “desenvolvimento de aeroporto regionais” pode tanto significar implantar um aeroporto
novo como desenvolver um aeroporto existente que não tenha ainda o foco no segmento
regional.
Desta forma, este primeiro questionário visa conhecer as informações relativas aos fatores e
indicadores, divididas em duas partes, sendo a 1ª parte a validação dos indicadores em grupos e,
na 2ª parte, a definição dos pesos de cada indicador.
Neste questionário “Fator” significa o critério que deve ser levado em consideração para o
desenvolvimento de um aeroporto regional e, “Indicador”, o critério que define com mais
precisão o respectivo fator.
Ao final, solicitamos a gentileza de nos enviar, via e-mail, o questionário com suas respostas e
sugestões que venham a enriquecer esta pesquisa.
Obrigada!
222
Especialistas | Empresas Aéreas | Órgão Regulador | Operador Aeroportuário
Nome:
Função/Atuação no Segmento de Transporte Aéreo:
Nesta segunda parte a atribuição de pesos será realizada através de comparações entre fatores e
entre indicadores, que serão definidos de forma paritária, conforme orienta o Método de Análise
Hierárquica – MAH, ou AHP em inglês, desenvolvido na década de 70 por Thomas L. Saaty e
amplamente utilizado.
Através da Escala Fundamental de Saaty descrita na Tabela 1, por favor compare a importância
relativa dos fatores e indicadores apresentados a seguir.
Valor
Julgamento
Numérico
Se a Opção A for igual à Opção B, Marque/Insira → 1
Se a Opção A for Moderadamente mais importante que Opção B, Marque/Insira → 3
Se a Opção A for Fortemente mais importante que Opção B, Marque/Insira → 5
Se a Opção A for Muito Fortemente mais importante que Opção B, Marque/Insira → 7
Se a Opção A for Extremamente mais importante que Opção B, Marque/Insira → 9
Exemplo: De acordo com a tabela 1, se você acredita que Engenharia é moderadamente mais importante que
Planejamento, então você deve digitar “A” na terceira coluna e pontuar com “3” na coluna intensidade.
Se você acredita que o Setor Financeiro é extremamente mais importante que a Engenharia, então você digitar “B” na
terceira coluna e pontuar com “9” na coluna de intensidade. Assim por diante.
223
Comparação Paritária
Preferência Intensidade
A B
Engenharia Planejamento A 3
Engenharia Setor Financeiro B 9
Planejamento Setor Financeiro
=================================================================
Objetivo: Para a seleção de uma localidade a receber um Aeroporto Regional, qual fator é mais
importante que o outro? Por favor, escolha sua Preferência por A ou B e indique a Intensidade
de acordo com a Tabela 1, sobre a Escala Fundamental de Saaty.
Comparação Paritária
Preferência Intensidade
A B
Operações Aéreas Concorrência Modal
Operações Aéreas População
Operações Aéreas Renda
Operações Aéreas Negócios
Operações Aéreas Turismo
Concorrência Modal População
Concorrência Modal Renda
Concorrência Modal Negócios
Concorrência Modal Turismo
População Renda
População Negócios
População Turismo
Renda Negócios
Renda Turismo
Negócios Turismo
a) Objetivo: Segundo o Fator “Operações Aéreas”, qual critério é mais importante para a
seleção de uma localidade a receber um aeroporto regional?
Comparação Paritária
Preferência Intensidade
A B
Operações Aéreas com Voos Operações Aéreas com Voos Não
Regulares (expressiva) Regulares (expressiva)
224
Comparação Paritária
Preferência Intensidade
A B
Linhas de ônibus Intermunicipais Viagens de Carro
(número expressivo) (volume expressivo)
c) Objetivo: Segundo o Fator “População”, o que é mais importante para a seleção de uma
localidade a receber um aeroporto regional?
Comparação Paritária
Preferência Intensidade
A B
Taxa de População Urbana maior que
Número Total de Habitantes
a Rural (%)
d) Objetivo: Segundo o Fator “Renda”, o que é mais importante para a seleção de uma
localidade a receber um aeroporto regional?
Comparação Paritária
Preferência Intensidade
A B
Participação do 2° e 3° Setor maior
PIB Municipal
que o 1°
PIB Municipal Frota de Veículos Particulares
Participação do 2° e 3° Setor maior
Frota de Veículos Particulares
que o 1°
e) Objetivo: Segundo o Fator “Negócios”, o que é mais importante para a seleção de uma
localidade a receber um aeroporto regional?
Comparação Paritária
Preferência Intensidade
A B
N° de Empresas no Setor 2° e 3° N° de Empresas no Total
N° de Empresas no Setor 2° e 3° Consumo de Energia
N° de Empresas no Total Consumo de Energia
f) Objetivo: Segundo o Fator “Turismo”, o que é mais importante para a seleção de uma
localidade a receber um aeroporto regional?
Comparação Paritária
Preferência Intensidade
A B
Turismo Consolidado N° de Leitos em Hotéis
Turismo Consolidado Receita do Setor
N° de Leitos em Hotéis Receita do Setor
225
III ANEXO 03
1. Combinados
2. Combinados Consistentes
226
Figura III.3 - Síntese Combinada Grupos Consistentes - Fatores
a. Especialistas
227
Tabela III.2 - Matriz de Julgamentos - Grupo de Especialistas
228
Figura III.9 - Síntese do Grupo de Interesse de Especialistas em Relação ao Fator Renda
229
Figura III.13 - Síntese do Grupo de Interesse de Especialistas em Relação ao Fator de População
b. Empresas Aéreas
230
Figura III.16 - Síntese Combinada Grupo de Empresas Aéreas - Resultado Hierarquização
Figura III.17 - Síntese Grupo de Interesse de Empresas Aéreas em Relação ao Fator Negócios
Figura III.18 - Síntese Grupo de Interesse de Empresas Aéreas em Relação ao Fator Renda
Figura III.19 - Síntese Grupo de Interesse de Empresas Aéreas em relação ao Fator Concorrência
Modal
231
Figura III.20 - Síntese Grupo de Interesse de Empresas Aéreas em relação ao Fator Turismo
Figura III.21 - Síntese Grupo de Interesse de Empresas Aéreas em relação ao Fator População
c. Operadores Aeroportuários
232
Figura III.23 - Síntese Combinada Grupo de Operador Aeroportuário - Critérios
233
Figura III.27 - Síntese Grupo de Interesse de Operadores em Relação ao Fator Negócios
d. Órgão Regulador
234
Figura III.30 - Síntese Combinada Grupo do Órgão Regulador - Fatores
Figura III.33 - Síntese Grupo de Interesse do Órgão Regulador em Relação ao Fator Turismo
235
Figura III.34 - Síntese Grupo de Interesse do Órgão Regulador em Relação ao Fator Negócios
Figura III.35 - Síntese Grupo de Interesse do Órgão Regulador em Relação ao Fator Renda
Figura III.37 - Síntese Grupo de Interesse do Órgão Regulador em Relação ao Fator População
236
IV ANEXO 04
237
Figura IV.2 - 76 Áreas Naturais Protegidas do Espírito Santo
238
239
240
241
Figura IV.3 - Massa Salarial - Turismo no Espírito Santo
Fonte: IBGE
242
243
244
245
246
247