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Ferroviário
A capacidade de transportar, de forma eficiente, grandes volumes em longas distâncias é a razão pela qual
as ferrovias são responsáveis por uma parcela significativa dos transportes intermunicipais. As operações
ferroviárias apresentam custos fixos bastante altos devido ao valor dos equipamentos, ao direito preferencial de
passagem e linhas, aos pátios de manobras, e aos terminais. Entretanto, a ferrovia apresenta custos varáveis de
operação relativamente baixa. O desenvolvimento de motores a diesel reduziu os custos variáveis da
tonelada/quilômetro e a eletrificação tem propiciado reduções maiores. Alterações nos acordos trabalhistas têm
reduzido as exigências de mão-de-obra, resultando em reduções nos custos variáveis.
Como resultado da desregulamentação e do desenvolvimento concentrado em negócios, o tráfego nas
ferrovias passou do transporte de uma ampla variedade de mercadorias para o de cargas específicas. O
transporte principal das ferrovias diz respeito ao de setores extrativos de matérias-primas localizados a uma
distância considerável de hidrovias e de itens como automóveis, equipamentos agrícolas e máquinas. A estrutura
de custos fixos das ferrovias oferece vantagens competitivas para movimentação a grandes distâncias. A partir
de 1970, as ferrovias começaram a segmentar o mercado de transporte focalizando o tráfego de cargas de
vagão completo, intermodais e de contêineres As ferrovias voltaram-se ao atendimento das necessidades dos
clientes, em especial dos setores de produtos a granel e de manufatura pesada, diferentemente dos padrões de
serviços prestados com vagões fechados.
Para oferecer melhores serviços a seus principais clientes, as ferrovias avançadas têm concentrado no
desenvolvimento de equipamentos especializados, tais como vagões fechados, com três andares, para
automóveis; vagões com amortecedores especiais; trens unitários; vagões articulados e vagões-plataforma, para
transporte de dois contêineres empilhados. Essas tecnologias são aplicadas pelas ferrovias para reduzir o peso,
aumentar a capacidade de carregamento e facilitar o intercâmbio.
Em um trem unitário, todos os cagões transportam um único produto. Normalmente, o produto é uma
mercadoria a granel, como carvão ou grãos. Os trens unitários têm sido, também, usados como apoio a
operações de montagem para a indústria automotiva. É uma modalidade mais rápida e custa menos para ser
operado do que os trens tradicionais, uma vez que apresenta uma rota ininterrupta, sem pontos de parada da
origem ao destino.
Os vagões articulados possuem um chassi estendido que pode carregar até 10 contêineres em uma única
unidade flexível. O objetivo é reduzir o peso e o tempo exigido no intercâmbio de vagões.
Os vagões-plataforma para dois contêineres, como o próprio nome explica, são construídos para transportar
dois níveis de contêineres em uma única plataforma, duplicando assim a capacidade de cada vagão. Os
contêineres são, em sua essência, carretas sem rodas.
Rodoviário
Hidroviário
Normalmente é feita uma distinção entre o transporte por alto-mar e o transporte interno por vias navegáveis.
A principal vantagem do transporte hidroviário é a capacidade de realizar embarques de porte extremamente
grandes. Ele utiliza dois tipos de embarcação nas suas movimentações: embarcações de alto-mar são
geralmente projetadas para o transporte de cabotagem, de longo curso; barcaças de reboque, movidas a diesel,
costumam operar em rios e canais e apresentam muito mais flexibilidade.
Em relação aos custos fixos, o transporte aquaviário posiciona-se entre o ferroviário e o rodoviário. Embora
os transportadores hidroviários tenham que operar seus próprios terminais, o direito preferencial de passagem é
desenvolvido e mantido pelo governo, o que resulta em custos fixos moderados em comparação com o
transporte ferroviário.
As principais desvantagens do transporte hidroviário são sua limitação em certos tipos de operação e sua
baixa velocidade. A menos que as movimentações tenham origem ou destino próximos de uma via navegável,
será necessário transporte complementar por trem ou caminhão. A capacidade do sistema hidroviário de
transportar grandes volumes a um baixo custo variável faz com que a demanda por esse transporte ocorra
quando são desejadas baixas tarifas de frete e a velocidade de trânsito não é prioritária.
Concluindo, o transporte marítimo de longo curso mantém-se como o principal sistema logístico global.
Dutoviário
A natureza básica de um duto é única em comparação com qualquer outra modalidade de transporte. Os
dutos operam 24 horas, durante sete dias por semana e são limitados somente pela mudança de produto
transportado ou manutenção. Diferentemente de outros sistemas, não há contêineres vazios ou veículos que
devem retornar à origem. Os dutos têm os mais altos custos fixos e os menores custos variáveis dentre todas as
modalidades de transportes. Os altos custos fixos se devem ao direito preferencial de passagem dos dutos, à
necessidade e à construção de estações de controle, e ao bombeamento. Uma vez que os dutos não
apresentam mão-de-obra intensiva, os custos variáveis operacionais são extremamente baixos a partir da sua
construção. Uma desvantagem óbvia é que é que os dutos não oferecem muitas opções. Eles são limitados em
relação aos tipos de produtos que podem ser transportados, pois apenas permitem a vazão de gás, líquidos ou
semifluidos.
Além de derivados de petróleo, outro importante produto transportado por dutos é o gás natural.
Aéreo
A mais recente e menos utilizada modalidade é o transporte aéreo de carga. A vantagem significativa do frete
aéreo está na velocidade com que um embarque é movimentado. Embora seja um sistema dispendioso, a
velocidade do transporte aéreo permite outros benefícios logísticos, como a redução ou eliminação de armazéns
operacionais ou inventários.
A despeito de seu alto desempenho, o transporte aéreo ainda permanece mais como um potencial do que
como uma realidade. As possibilidades do transporte aéreo são limitadas, em função de sua restrita capacidade
de carregamento e de levantamento de peso, e da pouca disponibilidade de aeronaves para esse fim.
Entretanto, o advento dos serviços de transporte premium introduziu o serviço de transporte aéreo por meio
de aviões exclusivamente cargueiros. Embora originalmente os serviços premium tenham tido como alvo os
documentos de alta prioridade, eles expandiram-se até incluir o transporte de encomendas.
Os custos fixos do transporte aéreo são baixos se comparados aos do transporte ferroviário, hidroviário e por
dutos. Na verdade, o transporte aéreo está classificado em segundo lugar (em primeiro está o rodoviário) em
relação a custos fixos baixos. As vias aéreas e aeroportos são geralmente desenvolvidos e mantidos pelo
governo. Os custos fixos do transporte aéreo de cargas estão associados à compra de aeronaves e às
necessidades de sistemas de manuseio e contêineres de carga especializados. Por outro lado, os custos
variáveis do transporte aéreo de cargas são extremamente altos, em razão do combustível, das tarifas aos
usuários, da manutenção e da mão-de-obra numerosa tanto a bordo quanto em terra.
Uma vez que os aeroportos exigem espaçosas áreas de terreno, eles costumam se limitados em termos de
integração com outros meios de transporte. Entretanto, há grande interesse na integração efetiva do transporte
aéreo com os demais meios de transporte, assim como no desenvolvimento de aeroportos para cargas de todos
os tipos; a proposta é eliminar o conflito com o serviço de passageiros.
Não há predomínio de nenhuma mercadoria específica no tráfego de operações de cargas aéreas. Talvez o
único diferencial seja que a maior parte da carga é transportada em função do seu nível de prioridade. Os
negócios tendem a utilizar movimentações programadas ou não-programadas de cargas aéreas quando a
necessidade do serviço proposto justifica o alto custo. Os produtos com maior potencial para movimentações
aéreas regulares são aqueles que possuem maior valor ou que são extremamente perecíveis. Quando o período
de venda de um produto (artigos de alta costura, peixe fresco ou flores) ao mercado é extremamente limitado,
como no Natal, o transporte pode ser o único método prático de transporte para apoiar operações nacionais. A
rotina logística de produtos como computadores, peças de reposição e catálogos para consumidores também
utiliza o transporte aéreo.
A tabela 11-4 compara as estruturas dos custos fixos e variáveis de cada modalidade de transporte. A tabela
11-5 mostra a classificação das características operacionais de cada modalidade em relação à velocidade,
disponibilidade, confiabilidade, capacidade e frequência.
A velocidade refere-se ao tempo de uma movimentação. O transporte aéreo é o mais rápido. A
disponibilidade refere-se à capacidade de um sistema em servir um determinado par de localidades. Os
transportadores rodoviários têm a maior disponibilidade, uma vez que podem se dirigir diretamente aos pontos
de origem e de destino. A confiabilidade refere-se à variância potencial entre entregas esperadas ou
programadas. Os dutos, devido ao serviço contínuo e à quase inexistente interferência do clima e dos
congestionamentos, estão na posição mais alta da classificação em termos de confiabilidade. A capacidade é a
habilidade de um sistema em lidar com qualquer exigência de transporte, por exemplo, o volume do
carregamento. Quanto à frequência, está relacionada à quantidade de movimentações programadas. os dutos,
por seus serviços contínuos entre dois pontos, lideram essa classificação.