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DOENÇA CELÍACA EM PEDIATRIA

Profa. Me. Andrea Nunes


O que é Doença Celíaca??
DOENÇA CELÍACA

✓ Enteropatia crônica, mediada por fenômenos


imunológicos, que determina alterações intestinais e
sistêmicas.

✓ Desencadeada pela ingestão de glúten


✓ Ocorre em indivíduos geneticamente suscetíveis.
O que é Glúten??
GLÚTEN

• Proteínas presente na aveia, centeio, cevada, triticale e malte


• A parte tóxica do glúten para o celíaco é chamada de prolamina, que
corresponde a 50% da proteína do glúten que não se dissolve na água e
que é solúvel no etanol.
• Ela recebe diferentes nomes:
O glúten deflagra uma resposta
inflamatória na mucosa do intestino
delgado que pode progredir para
graus variados de atrofia das
vilosidades intestinais e outras
complicações.
A atrofia das vilosidades, bem como a manutenção e a piora do processo inflamatório na
mucosa intestinal
Má absorção de diversos nutrientes Liberação de mediadores pró-inflamatórios

Determinam o desenvolvimento dos sintomas e das complicações intestinais e extra


intestinais da doença.
Sensibilidade
individual ao
• Passou a ser uma condição glúten
bastante frequente. Quantidade de
Outros fatores glúten presente
na dieta
• Acomete indivíduos de qualquer
idade e origem étnica.

• O QUADRO CLÍNICO varia de acordo Gravidade da


com: resposta Idade do paciente
inflamatória

Extensão da lesão
• Algumas pessoas tem maior risco de apresentar a
doença celíaca:
❖Familiares de primeiro grau dos celíacos
❖Síndrome de Down
❖Doenças autoimunes como diabetes insulino dependente

• Apresenta-se de variadas formas clínicas, inclusive


sem as manifestações intestinais típicas e mesmo em
pacientes completamente assintomáticos.
Forma clássica (típica)
• Há predomínio de sintomas gastrointestinais: Diarreia crônica, má
absorção, distensão abdominal, diminuição da musculatura glútea e
parada no crescimento.
• Pode ocorrer em crianças e adultos, mas é mais comum em crianças
entre 6 e 24 meses de idade, geralmente coincidindo com o período
após a introdução do glúten na dieta.
Forma atípica
• O inicio dos sintomas tende a ser mais tardio, acometendo geralmente crianças entre 5 e 7 anos de
idade
• Caracterizada por sinais ou sintomas extraintestinais associados à DC (anemia ferropriva, osteopenia,
dermatite herpetiforme, retardo no crescimento ou desenvolvimento puberal)
• Os pacientes apresentam marcadores sorológicos positivos e biopsia intestinal com alterações de graus
variados, muitas vezes com atrofia de vilosidades.

Forma silenciosa
• Pacientes assintomáticos, com sorologia alterada, apesar da presença de lesão histológica intestinal
característica
Diagnóstico
1. Suspeita clínica

2. Teste sorológico positivo


➢ Indicado de rotina para o rastreio da
doença é o anticorpo anti-
transglutaminase
➢ Apenas a presença do anticorpo NÃO
define se o indivíduo é doente

3. Biópsia intestinal evidenciando


atrofia padrão celíaco.
TRATAMENTO
• O único tratamento conhecido até o momento é a dieta
totalmente sem glúten de forma permanente.

Ou seja, o tratamento está na alimentação!

• Importância:
✓Ocasionar o desaparecimento completo dos sintomas
✓Melhorar a qualidade de vida
✓Evita a ocorrência de complicações (osteoporose, ocorrência de
doenças autoimunes e doenças malignas como linfoma).
TRATAMENTO
• Em pacientes que persistem com sintomas
gastrointestinais durante a adoção da dieta livre de
glúten:
• Possibilidade de que o glúten ainda esteja sendo consumido
inadvertidamente como contaminante em alguns alimentos
(Transgressão Involuntária)
• Ocorrência concomitante de outro quadro patológico, como
parasitoses intestinais, intolerâncias alimentares,
supercrescimento bacteriano e colite microscópica.

• É imprescindível um acompanhamento regular com o


médico e o nutricionista!!!
TRATAMENTO
✓Exige mudanças dos hábitos alimentares
✓Impõe restrições alimentares significativas dentro e fora de
casa
✓Necessita de conscientização do paciente e da família
✓Atenção aos rótulos e conteúdos dos alimentos
✓Cuidado com as possibilidades de contaminação no preparo das
refeições
✓Descrença de parentes e amigos que acham que “só um
pouquinho” de glúten não faz mal.

As crianças em uso de dieta sem glúten devem ser monitoradas


periodicamente, tanto com avaliações clinicas como laboratoriais
e sorológicas para verificar a adesão ao tratamento.
Sempre ler os rótulos precisam!
FENACELBRA, 2010
FENACELBRA, 2010
VAMOS EXERCITAR
A doença celíaca é uma doença inflamatória do intestino delgado que resulta
da resposta autoimune para ingestão do glúten em indivíduos predispostos
geneticamente. O tratamento dietético se baseia na eliminação do glúten da
dieta. Assim, o desjejum de um paciente com doença celíaca deveria conter:

A. café, leite, pão de milho com queijo minas, banana amassada com flocos de
arroz.
B. extrato de soja de morango, pão de forma integral, margarina, queijo prato
e uvas.
C. vitamina de maçã com aveia, torradas de centeio, geleia de goiaba e maçã
sem casca.
D. suco de laranja, tapioca com peito de peru e mamão picado com cereais
maltados.
E. leite, achocolatado, bolo de baunilha, manteiga, salada de frutas com mel e
granola.
Qual das características a seguir NÃO se enquadra na fisiopatologia da Doença
Celíaca?

A. Não apresenta predisposição genética.


B. Cursa com intolerância à proteína do glúten.
C. Tem a gliadina como fração tóxica do glúten.
D. O glúten agride e danifica a mucosa do intestino delgado.
E. A doença celíaca é uma doença autoimune.
REFERÊNCIAS
• Federação Nacional das Associações de Celíacos do Brasil. Guia
orientador para celíacos. São Paulo: Escola Nacional de Defesa do
Consumidor, Ministério da Justiça, 2010.

• CARVALHO, Elisa; SILVA, Luciana Rodrigues; FERREIRA, Cristina Targa.


Gastroenterologia e nutrição em pediatria. Barueri, SP : Manole,
2012.

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