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ATMOSFERAS PLANETÁRIAS
VIÇOSA-MG
2003
A ATMOSFERA TERRESTRE
I. INTRODUÇÃO
O planeta (do grego, errante) Terra faz parte de um conjunto denominado Sistema Solar,
que por sua vez é integrante de um dos muitos conjuntos de corpos celestes denominados por
galáxia. A nossa foi chamada pelos gregos antigos, de Via Láctea (do latim, caminho leitoso),
devido a imagem de uma faixa esbranquiçada que vemos à noite, quando a atmosfera está limpa e
sem lua. Essas galáxias também se organizam em conjuntos, os quais são chamados galáxias de
galáxias. O nosso denomina-se Grupo Local, contando com cerca de 30 membros dos quais a Via
Láctea e a Andrômeda são os mais massivos. O Sistema Solar encontra-se na periferia da Via
Láctea num dos braços de Perseu. Acredita-se que a Via Láctea seja do tipo espiral e que existam
ao menos 3 braços.
O Sol, centro do Sistema Solar, é uma estrela relativamente rara, por não ter uma ou mais
irmãs, consistindo assim de uma estrela única. O mais comum parece ser sistemas de estrelas
duplas, triplas ou quádruplas. Seu tamanho é relativamente pequeno, quando comparado a outras da
galáxia. Sua idade é de aproximadamente 5 bilhões de anos e pelo que se conhece deve brilhar
outros 5 bilhões antes de se tornar uma gigante vermelha, provavelmente engolindo os planeta
Mercúrio e Vênus, e posteriormente esfriando e encolhendo, tornando-se uma anã branca.
Apesar de parecer tão grande e brilhante (seu brilho aparente é 200 bilhões de vezes maior
do que o de Sírius, a estrela mais brilhante do céu noturno), na verdade o Sol é uma estrela
bastante comum. Suas principais características são:
O Sol pode ser subdividido em diversas camadas como o modelo representado na figura
abaixo que mostra as principais regiões do Sol. A fotosfera, com cerca de 330 km de espessura e
temperatura de 5800 K, é a camada visível do Sol. Logo abaixo da fotosfera se localiza a zona
convectiva, se estendendo por cerca de 15% do raio solar. Abaixo dessa camada está a zona
radiativa, onde a energia flui por radiação. O núcleo, com temperatura de cerca de 10 milhões de
graus Kelvin, é a região onde a energia é produzida, por reações termo-nucleares. A cromosfera é a
camada da atmosfera solar logo acima da fotosfera. Ela tem cor avermelhada e é visível durante os
eclipses solares, logo antes e após a totalidade. Estende-se por 10 mil km acima da fotosfera e a
temperatura cresce da base para o topo, tendo um valor médio de 15 mil K. Ainda acima da
cromosfera se encontra a coroa, também visível durante os eclipses totais. A coroa se estende por
cerca de dois raios solares.
Crosta: Pode ser crosta continental ou oceânica. A crosta oceânica com expessura
média de cinco quilometros, é composta principalmente de rochas basálticas e ricas em sílicio,
alumínio, ferro e magnésio. A continental com uma espessura que varia de 20 a 65 km, rica em
granito e pobre em sílicio na parte superior, é separada pela descontinuidade de Conrad da parte
inferior, que contém rochas ricas em sílicio. A densidade na crosta é de 2,8 g/cm3 em média.
A Crosta, esta fina camada sólida, é fragmentada nas placas tectônicas. As massas
continentais dispõem-se flutuando sobre o manto, nele se aprofundando. Nos pontos em que a
crosta é mais espêssa, mais profundo é o mergulho no manto, e assim os blocos tendem a se
equilibrar. Os blocos mais espessos, isto é, os mais altos, são os que mais se afundam,
ATMOSFERAS PLANETÁRIAS 2 PROF. PAULO JOSÉ HAMAKAWA
conpensando-se a altura dos blocos continentais pelo seu aprofundamento no manto viscoso, de
maneira que cada bloco desloca uma quantidade igual à sua própria massa. Os processos
geológicos externos e internos modificam o estado ideal de equilíbrio isostático que a gravitação
tende a estabelecer. Assim, os blocos descarregados pela erosão contínua se elevam, enquanto
que as zonas carregadas com os produtos da erosão se afundam, restabelecendo-se o equilíbrio
isostático.
Isostasia: condição de
equilíbrio ideal à qual tende a
Terra pela atuação da
gravidade.
Placas Tectônicas
• Mantos: Tanto a crosta continental como a oceânica são separadas do manto pela
descontinuidade de Mohorovic. O manto ocupa 80% do volume terretre e é divídido em manto
superior (com 1000 km de espessura) e o inferior ( com 1900 km de espessura), totalizando
2900 km de espessura total. A densidade chega a 3,3 g/cm3 no manto superior e aumenta com
a profundidade até 5,7 g/cm3 antes da transição manto-núcleo, onde passa bruscamente a 9,7
g/cm3.
• Núcleos: Externo - Com 2100 km de espessura é formado por uma liga líquida de ferro e
níquel. Núcleo Interno - com raio de 1370 km, é de composição idêntica ao núcleo externo,
porém em estado sólido. A sua existência não é totalmente comprovada, mas é uma teoria bem
aceita na comunidade científica, principalmente por aqueles que estudam as origens do campo
magnético da Terra e se baseiam na existência do núcleo metálico dessa forma, para
explicarem suas teorias. Existe uma camada de transição entre os núcleo externos e internos
que não chega a 100 km. A densidade chega a 15 g/cm3 no centro da Terra. A pressão é de 3,6
milhões de atmosferas e a temperatura é estimada em torno de 3500 K, no mínimo.
Constitui-se de uma mistura de gases, vapores, líquidos e sólidos, além do quarto estado da
matéria, o plasma encontrado na alta atmosfera.
Com relação aos gases e vapores esses constituintes podem ser variáveis e não-variáveis .
O termo não variável não indica que a concentração do constituinte não seja alterado na atmosfera
Os constituintes variáveis são aqueles que mais afetam o sistema Terra num curto prazo.
Vapor d´água:
• Matéria prima para formação de núvens
• Transporte de calor na atmosfera, conduzindo-o sob a forma de calor latente e
liberando-o como calor sensível
• Agente termorregulador por ser transparente à radiação de ondas curtas e eficiente
absorvedor no infravermelho.
CO2:
• Embora em pequena quantidade na atmosfera, da mesma maneira que o vapor d´água
atua como termorregulador por ser transparente à radiação de ondas curtas e bom
absorvedor no infravermelho.
O3:
• tóxico quando presente na baixa atmosfera;
• camada de ozônio: 15 – 30 km de altitude;
• forma-se sob efeito da radiação ultravioleta e é destruido pela radiação infravermelha,
dinamicamente;
• as reações fotoquímicas que tem sido utilizadas para explicar os mecanismos de
formação, destruição do ozonio e absorção da energia no seu ciclo são:
O2 + O + M → O3 + M (r. 2)
Dos quatro planetas internos (Mercúrio, Vênus, Terra e Marte) somente Mercúrio perdeu
toda a atmosfera, isto devido a sua proximidade do Sol. As missões espaciais permitiram medir as
Porque eles têm atmosferas tão diferentes hoje, de tal sorte que só a Terra suporta vida?
A razão está provavelmente nas origens dos planetas. Três hipóteses foram as mais consideradas
como sendo a razão de formação das atmosferas planetárias.
De acordo com a teoria da acreação, os compostos voláteis sempre existiram dentro dos
grãos de pó que formaram as pequenasrochas que se agregaram para formar os pequenos planetas
e, posteriormente os planetas. Os gases foram expulsos para a superfície devido aoaquecimento
produzido por atrito no interior dos planetas durante a contração dos mesmos e na segregação dos
materiais de acordo com a sua densidade .
A atmosfera primordial supõe-se formada por CO2 e N2.Neste ambiente a radiação solar
levou à primeira aparição da vida na Terra há 3,7 bilhões de anos.