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Outras traduções dizem, "e a terra estava sem forma e vazia" (ex.: NVI, BKJ, NAA, ACF, ARA).
Como entender esse texto? Como imaginar algo que não tinha forma e estava vazio? E se Deus
criou a Terra aqui no versículo 2 de Gênesis 1, o que significam os versículos 9 e 10? Estaria Ele
criando a Terra de novo? Não seria isso uma contradição?
A palavra hebraica traduzida por "terra" em Gênesis 1:2 é "erets" ()אֶ ֶרץ, e ela não designa
necessariamente o planeta Terra em si, mas sim um local delimitado, ou seja, um território. Por
isso, podemos concluir que o que estava sendo criado no versículo 2 era um território que, como
é descrito ali, estava inabitado, escuro e vazio. O planeta Terra só assumirá forma mais à frente,
no 4º dia da criação (vs. 9-10).
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Por isso, sugerimos que essa "terra" mencionada no versículo 2 trata-se da galáxia, ou seja, do
território em que hoje habitamos, a Via Láctea! Mas nesta fase ela era só um território escuro,
vazio e sem forma. Enquanto os céus ali podem se referir a todo o espaço sideral.
Em suma, em Gênesis 1:2 Deus estaria criando a galáxia, um espaço vazio no meio do nada
onde Ele começaria a criar todas as outras formas de vida existentes.
Pensando nisso, quando o texto diz "a terra (ou território a ser habitado) era sem forma e vazia",
visualizamos as seguintes cenas na tentativa de descrever isso:
As figuras acima complementam o relato bíblico ao dizer que "as trevas cobriam o abismo". A
palavra "trevas" aqui, do hebraico ( חשךhoshek), significa escuridão. Logo, o texto bíblico está
dizendo que Deus criou um território que inicialmente estava vazio (sem vida), sem forma e com
uma escuridão muito profunda, pois "abismo", do hebraico ( תהוםtehom), significa, basicamente,
profundidade, profundezas, lugares profundos, oceano, etc. (Dicionário Bíblico Strong - H8415).
Ora, temos então a descrição de um lugar vazio, profundo, sem forma, sem vida e escuro. Isso
não descreve bem o espaço sideral, ou uma galáxia sem um sistema solar formado?
Sendo assim, o significado de Gênesis 1:2 torna-se muito mais profundo, amplo e até mais
preciso do que poderíamos imaginar.
Obs.: A palavra "espírito" (hebraico "ruah", grego "pneuma") também é usada em sentido figurado
para várias situações, mas não nos alongaremos nisso aqui. Para mais informações, veja o
significado de "ruah" no Projeto Bíblico Ezra.
Desse modo, ao nosso ver, a Bíblia de Jerusalém se destaca sobre as outras no que diz respeito
à tradução de Gênesis 1:2, pois a palavra original hebraica "ruah" designa justamente o ar em
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movimento, indicando uma ação, um feito, um mover. Logo, aqui nessa abordagem da criação,
temos duas observações interessantes para fazer da cena relatada no referido versículo.
É que pesquisas científicas revelaram que há água em toda a galáxia, inclusive até mesmo
antes do planeta Terra vir à existência! E isso é incrível, pois o relato de Gênesis afirma
exatamente o mesmo!
A 12,88 bilhões de anos-luz da Terra está localizada a galáxia mais massiva do Universo
primitivo.
Denominada SPT 0311-58, ela é formada por um par de galáxias e cientistas conseguem
vê-la como era na Época da Reionização, quando o cosmos tinha 780 milhões de anos (cerca
de 5% da sua idade atual) e as primeiras estrelas e galáxias estavam nascendo.
Agora, especialistas identificaram a presença de água nesse ambiente, conforme mostra
um artigo publicado no periódico The Astrophysical Journal e disponível ao público na
versão preprint...
A quantidade de água equivale a 140 trilhões de vezes todo o volume de água nos oceanos de
nosso planeta. A grande quantidade de água se encontra na forma de vapor, em volta de um
quasar chamado APM 08279+5255.
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“O ambiente em volta desse quasar é muito peculiar e por isso produz essa grande massa de água”,
disse Matt Bradford, pesquisador da Nasa. “É mais uma demonstração de que a água é
dominante por todo o Universo, mesmo nos tempos mais primórdios”, completou.
Esse curto vídeo do Olhar Digital abaixo, mostra uma pesquisa relatando que a água está
presente no planeta Terra desde sua formação (como relata Gênesis 1:2).
Agora, além da água, em outras pesquisas científicas também foi descoberto a presença de
vento na formação de galáxias.
Uma outra pesquisa científica, também publicada na Revista Galileu, mostrou que ventos na
galáxia mais distante do início do universo foram vistos pela primeira vez.
Pela primeira vez, um poderoso "vento" de moléculas foi identificado na galáxia SPT
2319-55, localizada a 12 bilhões de anos-luz de distância. O fenômeno aconteceu há um
bilhão de anos, no início do universo.
"As galáxias são complicadas e bagunçadas, e acreditamos que as vazões e os ventos são
peças fundamentais para a forma como elas se formam e evoluem, regulando sua
capacidade de crescimento", disse Justin Spilker, da Universidade do Texas, nos Estados
Unidos.
Usando o Atacama Large Millimeter Array (ALMA), rádio-observatório de 66 antenas do
Chile, o astrônomo Spilker identificou um poderoso vento de moléculas na SPT 2319-55.
Este resultado fornece dados sobre como as galáxias no início do universo foram
capazes de regular seu crescimento para que pudessem continuar formando estrelas ao
longo do tempo.
Estudiosos já encontraram ventos com o mesmo tamanho, velocidade e massa em galáxias
starburst próximas, mas a nova observação de ALMA é a mais distante já vista do início do
universo.
O poderoso vento de gás formador de estrelas sai da galáxia a quase 800 quilômetros por
segundo. Em vez de uma brisa suave e constante, o vento se afasta em grupos discretos,
removendo o gás que forma a estrela principal com a mesma rapidez com que a SPT pode
transformar a chuva de gases em novas estrelas.
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A presença de "vento" na formação de uma galáxia é no mínimo intrigante, visto que Moshé
(Moisés), em seu relato bíblico da criação, feito a cerca de 3500 anos atrás, já mencionava que
antes do planeta Terra existir, um vento de Deus se fazia presente num território escuro, vazio e
sem forma. Isso não é semelhante à
descrição de uma galáxia que, segundo
Justin Spilker, é complicada e bagunçada,
cujo vento é fundamental para entender
como ela ganha forma?
É importante notar que só depois desse evento é que tudo começa a tomar forma, pois logo
em seguida à criação da luz, Deus faz separação entre dia e noite (vs. 4-5). Depois Ele faz uma
separação de águas, ou seja, Ele cria a água em seu estado líquido e as ajunta em um montão
(vs. 6-10), enquanto o espaço sideral continua retendo água em seu estado molecular, em forma
de gás ou vapor (vs. 7-8). Deste ponto em diante, isto é, versículos 9 e 10, é que o Eterno forma
nosso planeta. Então depois Ele começa a criar nele a vegetação e tudo mais (vs. 11-12+).
Ora, o que é intrigante neste ponto é a teoria científica acerca da explosão chamada Big Bang.
Pois a ciência explica, que só depois dessa explosão ou expansão, é que tudo começou a ganhar
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forma. Antes, todo o "universo" estava "compactado" em uma partícula muito densa, escura e
calorosa.
1. Deus cria o espaço (céus) e um território específico nele ("terra"), que receberia
habitação.
2. O território (galáxia) era vazio, escuro e sem forma. Porém um vento de Deus soprava e
movia as águas, que ainda estavam em estado de vapor.
3. Deus cria a luz (Big Bang?), e com a luz, o tempo; isto é, o dia e a noite.
4. Depois da luz, todas as outras coisas são criadas como o sol, a lua, as estrelas, o próprio
planeta Terra em si, ou seja, todo o sistema solar (a Via Láctea?).
A ciência, por sua vez, explica a origem do universo aproximadamente na seguinte ordem:
Você consegue notar a semelhança na sequência dos eventos? (Veja o quadro "Cronologia
Natural" na página "Big Bang" da Wikipédia).
Veja no vídeo abaixo, do canal Saber Mais, um resumo do que foi o Big Bang.
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É claro que este é um tema extremamente difícil que requer muito mais estudo, análise e
pesquisa. Este pequeno resumo não é suficiente para elucidar sequer boa parte do conteúdo
sobre a origem do universo de acordo com a ciência ou o Gênesis 1, mas talvez traga alguma luz
aos relatos bíblicos da criação.
Os autores bíblicos, com toda limitação de conhecimento que tinham em suas épocas, tentaram
descrever tudo da forma que Deus lhes inspirava que falassem. Mas parece que o Soberano
Criador permitiu que a ciência de nossa geração tentasse desvendar a maior parte dos mistérios
da origem do universo. Sendo assim, de certa forma, a sequência de eventos explicados pela
ciência acerca de como a vida começou, se entrelaçam com o ligeiro relato bíblico da criação.